segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

o marco e o emprego de sonho

no outro dia estávamos a discutir a aparente margem de lucro da empresa que organizou o troféu de karts de natal, quando me lembrei de uma ideia peregrina que tive há uns anos, de abrir uma empresa de organização de eventos...

ao ser acusado de falta de empreendorismo na perseguição dessa ideia, lembrei-me do porquê, no agora... porque isso não é fixe! o ser treinador pessoal ensinou-me dois conceitos fundamentais sobre a vida... o marco ser a própria empresa, numa perspectiva mais próxima da definição, assumindo que todos profissionalmente somos, mais ou menos, a própria empresa e uma marca, funciona mal! não me dou nada bem com isso de não saber como vai ser o meu fim do mês... e nestas cenas dos eventos, divertem-se muito mais os participantes que os organizadores!

e a única excepção que encontrei a esta regra, até hoje, foram algumas colónias de férias em que participei, nas quais os monitores divertiam-se marginalmente mais que os participantes... apenas porque os monitores não organizavam... essa responsabilidade cabia às coordenadoras... o que permitia aos monitores, na maioria das ocasiões, agir irresponsávelmente como participantes e daí tirar o máximo proveito e prazer da situação, com a exponencial de até serem pagos...

toda esta problemática fez-me então pensar no que consideraria eu, um emprego de sonho... e lembrei-me do fascínio que nutro pelas várias vertentes da comunicação social... e gostaria de ser um daqueles comentadores de futebol, mas dos mais importantes, que seguem os clubes aos recônditos mais escusos dessa europa para relatar os mais importantes acontecimentos e não perder pitada... relatar jogadas, dissertar táctica, passar o jogo em revista ou escrever crónicas, qualquer responsabilidade dessas seria perfeito... era isso e também me imagino a aparecer na têvê, a passear pelo alabama num camaro, com umas letras pintadas à trincha em cor-de-rosa a dizer "eu sou bi"...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

o marco e as cartas do pokémon

o carlos mimoso estava a ver o anjocruel a jogar contra o tretabyte, num daqueles míticos encontros dos fãs do animê e do mangá, e disse "vamos meter-nos naquilo?"... "!" respondi eu desprovido de dúvidas, completamente convencido que ele não estava a falar a sério... até porque na altura eu ainda estava um pouco a descobrir as minhas potencialidades anti-sociais escondidas para dar em agarrado e a cena das cartas de jogar e trocar não me dizia népias...

uns dias depois ele já tinha comprado um baralho e eu, como era um estudante universitário anti-social sem melhor para fazer e a viver à conta dos pais, também não demorei muito em comprar um... e depois outro, e depois uma montanha de boosters até que num dos últimos encontrei o charizard! que, naquela altura, era a carta mais cara da primeira edição e ainda até hoje é a jóia da coroa de toda a minha colecção (que é algo diminuta, tenho de admitir) de cartas de pokémon...

depois disso comecei a experimentar o jogo de cartas no gueimebói... e foi aí que aprendi e desenvolvi um conjunto de linhas orientadoras para criar baralhos, que se bem me lembro eram mais ou menos assim: 30 cartas de energia, tipicamente 15 de cada para meter dois tipos de energia no baralho, 20 cartas de pokémons e 10 cartas de treinador... isto na primeira edição que ainda não existiam cartas de estádio e assim... e foi nessa altura que criei o... baralho do geiser poderoso! mas eu dizia "páuer gáisâre déque", em inglês que era mais estiloso...

nunca o pude experimentar convenientemente porque só enfrentei o carlos mimoso, naqueles almoços de verão no centro comercial colombo, quando ambos estávamos a tirar a carta de condução nessa bela escola na praça de espanha... onde curiosamente muitos anos depois está lá o hugo inscrito... e acho que a estratégia nunca foi o forte dele, e para piorar ele tinha feito um baralho de relva e fogo... e o meu geiser, como o nome indica era fogo e água, portanto eu só tinha de usar as fraquezas dos pokémons dele... depois disso comprei um baralho do tíme rócâte e a cena morreu...

ontem tive a olhar para ele... tão lindo e com aspecto poderoso o baralho que ainda tenho por abrir e estrear... até hoje! espero pelo fim do dia para o sobrinho abrir o baralho que lhe ofereci (ele que agora demonstrou um interesse em cartas de pokémon) para lhe poder dar um tareã... quer dizer, ensiná-lo a jogar pokémon, que é uma falta gravíssima na educação dele e de qualquer outra criança da mesma idade, nos dias de hoje...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

a melhor, mais bonita, e útil loja do colombo

ontem de manhã, o amor e eu fomos às compras de natal... e decidimos ir ao centro comercial colombo, e tentámos ir assim cedinho para evitar confusões... mas assim que lá chegámos, por volta das onze, reparámos logo que não iríamos ter tanta sorte, até para entrar no parque de estacionamento pago tinha fila e acho que pela primeira vez na minha vida parei no menos três... mas podia estar pior e eu precisava mesmo de ir à loja maravilha, a melhor de todo o colombo, talvez do mundo, a tema!

a tema é a melhor loja do mundo... revistas, figuras de acção, cartas de coleccionar e trocar, jogos de tabuleiro e banda desenhada animação para todos os gostos... o que é que uma pessoa pode querer mais nesta vida? enquanto nos aproximávamos eu fiz a introdução ao amor, não penso que fosse a primeira vez que lá a levava mas certamente teria sido há imenso tempo... "ah, a tema! faz-me lembrar os bons velhos tempos em que era um puto anti-social do animê e do mangá", "como aquele?" pergunta ela a referir-se a um rapaz alto, com um pequeno rabo-de-cavalo e longa gabardine preta que olhava para a montra... "eu conheço aquele!" respondo...

"como é? tás fixe? há tanto tempo!" fui lá cumprimentá-lo... exactamente como aquele! era o goku, grande goku que reparem que eu nem sequer sei o verdadeiro nome dele... quando estava a ir embora ele perguntou "então ainda jogas pokémon?" ao ver-me de volta das cartas e dos baralhos... "por acaso não, mas ainda tenho lá as minhas cartas, é pró sobrinho" respondi...

o troféu de karts de natal

quando chegámos ainda nem a primeira eliminatória tinha entrado na pista... e nessa altura ainda estava tudo bem, confirmámos a estratégia de equipa e algumas trajectórias e foi durante esse momento que tudo mudou drasticamente... começou a chover! toda a estratégia caiu por terra e passámos a ter dois estreantes e um quase na equipa... subimos para o terraço para apreciar o desenrolar dos acontecimentos na pista... e isso permitiu-me identificar as trajectórias utilizadas pelos mais cromos...

fomos para a recepção e, com a roupa, a ajuda do peso do capacete e alguns arredondamentos, conseguimos evitar ter de levar lastro no kart devido ao baixo peso do riqui... isto apenas por brincadeira, porque nesse preciso momento um enorme temporal abatia-se sobre o circuito e nessas condições pouca ou nenhuma diferença aquele lastro iria fazer... redefinimos a estratégia para a qualificação... eu abria o baile nos primeiros 5 minutos e se fosse mau o riqui mostrava-me o sinal para concluir a qualificação e começar a corrida...

meti as minhas lindas alpáinesetáres kapa um nas mãos, meti o meu belo gêfórce elimineitare na cabeça e estava pronto para entrar na pista... sentei-me e comecei aqueles importantes momentos de concentração "um vencedor, dezanove derrotados"... carreguei no acelerador e ainda mal tinha entrado na pista estava a ultrapassar um e a maldizer os outros três por me irem fazer perder tempo... começou a chover torrencialmente... durante os 10 minutos consegui apanhar a pista livre e isso deu-me a oportunidade de fazer umas quantas voltas lançadas e até de experimentar um pouco com as trajectórias que tinha aprendido da corrida anterior... que na chuva são completamente diferentes das trajectórias em seco (aquelas que já fiz milhões de vezes)...

terminei a qualificação, iria fazer o primeiro turno da corrida... não fiquei muito surpreendido quando fui chamado para a grelha na terceira posição... esbocei um sorriso orgulhoso, na chuva os meus adversários estavam a parecer-me muito mais inofensivos, ou isso ou eram as minhas expectativas sobre o nível dos adversários que estavam algo inflacionadas... arranquei bem e consegui manter a posição, ganhei uma, perdi uma... as primeiras curvas foram a confusão do costume... muitas trocas de posição, toques frequentes, alguns mais agressivos que outros mas nenhum me pareceu demasiado abusado...

ia na posição quando esbocei uma ultrapassagem ao ... na realidade nem queria bem ultrapassá-lo, apenas pressionar... mas era uma das curvas mais traiçoeiras do circuito e assim que saí de trás dele e da trajectória ideal, em travagem, perdi logo o controlo do kart numa zona alagada da pista... fiquei virado para o lado errado e vi-os quase todos a passar por mim... na primeira oportunidade virei o kart e regressei à competição... ao ver o modo fraquinho com que os meus novos adversários encaravam as curvas fiquei possesso... tinha feito ainda outro erro infantil numa manobra difícil e potencialmente inútil numa altura crucial da corrida!

dizem os membros da minha equipa que eu caí para a 12ª posição e em algumas voltas recuperei para a ... altura em que apanhei um bocado de pista livre e efectuei um conjunto de voltas rápidas em 1:40.??? (a melhor em 1:40.229), cerca de um segundo mais rápido que todos os outros em pista... quando entreguei o kart ao riqui já ia na perseguição a outros dois... quando ele saiu para a pista estávamos já em 10º, a perder tempo devido a termos de fazer mais uma paragem do que praticamente toda a concorrência... e para estreia à chuva, o riqui não podia ter desejado piores condições... de noite, a chover, por vezes a potes e com vento, só para atrapalhar mais...

ele diz que nem a viseira do capacete conseguia manter fechada porque não via nada... aqueles capacetes do kartódromo têm as viseiras todas riscadas, mesmo durante o dia está sempre enublado... e eu nem imagino o que seria conduzir naquelas condições com a viseira aberta, porque aquilo estava sempre a saltar água e todo o tipo de porcarias... ele perdeu uma posição, levou uma volta de avanço e fez uma melhor volta em 1:45.5?? quando o tozé entrou na pista íamos em 11º e cedo começou a perder posições até estabilizar na 14ª e efectuar a sua melhor volta em 1:47.7?? estava realmente muito agreste para quem está destreinado e nunca tinha andado à chuva anteriormente...

apesar deste resultado pouco surpreendente a estreia dos SepídeSetáres dificilmente poderia ter sido pior... fiz um erro muito estúpido, mas aprendi bastante e adaptei-me rapidamente às trajectórias novas da chuva, e agradavelmente surpreendi-me ao demonstrar rapidez ao nível dos cromos do fatinho em condições tão adversas... a minha melhor volta foi batida perto do final da corrida e numa altura em que a chuva abrandou consideravelmente... as minhas luvas e o meu capacete novos é que ficaram num estado lastimável, mas demonstraram completamente a sua importância...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

o marco dos karts, do futebol, do ginásio e...

este ano, devido ao meu projecto em uquei, fiquei com as férias todas enfaralhadas... no último mês tirei dois dias meio perdidos, naquela do quando não criava entropia, para deixar apenas dez dias de férias para passar para o próximo ano... porque parece que há aí uma regra qualquer... é a lei, é isso! que diz que se podem deixar dez dias de férias de ano para ano...

num desses meus dias de férias, já não me lembro bem de qual, estive o tempo todo a jogar peleiseteichiâne, excepto ali um bocado da hora do almoço em que ainda fui fazer uma intensa aula de pump... e depois de quatro jogos diferentes, a maldade residente quatro foi indescritível, porque fiz a cena do corredor com os leisâres como no filme... no final fiquei com uma estranha sensação de... inutilidade, é essa palavra perfeita descrever o sentimento!

foi então que comecei a pensar "oh marco, oh marco, isto até assim uma vez por outra foi giro, mas mais dois dias disto e até trepas pelas paredes"... contando com os dez dias do próximo ano e adicionando os feriados que tenho andado a perder, dá uma mão cheia de dias de ócio solitário, nos quais o amor vai estar ocupado a trabalhar... e então concluí que preciso de um passatempo novo, algo que possa fazer apenas moi méme... aqui estou a excluir o ginásio como passatempo porque num dia inteiro não me ocupa assim tanto tempo...

é então que voilá, nasce novamente a minha cena do surf... "ora e como está a cena do surf?" perguntam vocês que agora que eu mencionei, lembraram-se todos... "não tá!" respondo eu... a cena estava antes de ir para londres que andava com ideias de comprar uma prancha... depois fiquei imenso tempo na ilha fria e agora acho que já devo ter inclusivé perdido algum do pouco jeito, o que me impediria de meter nessa brincadeira da seis-três... porque iria precisar de mais umas aulinhas e isso faria disparar exponencialmente os custos, especialmente considerando também o rombo no orçamento provocado pelo projecto "o marco dos karts profissional"...

é então que aparece esta notícia de voltar à ilha com todas as ajudas de custo a isso associadas... o que me deixa então a planear ainda mais além... mas não muito, com algum savoir faire dá para fazer para o ano, que é... snowboard! que a cena da neve é muito bonita e está muito na moda e eu estou completamente fora disso e é quase inadmissível para uma pessoa extremamente interessante como eu...

o novo marco de uquei

foi mencionado hoje que em princípio devo voltar à ilha no início do próximo ano... isto porque os ingleses têm lá um processo muito precário para o qual precisam de uma pessoa inteligente e desenrascada em proporções idênticas e com um toque de perfeccionista para arranjar... e como ficaram impressionadíssimos com a minha anterior passagem de três meses eles pensaram... "deixa cá ver, uma pessoa inteligente e desenrascada em proporções idênticas e com um toque de perfeccionista, assim só estou mesmo a ver o marco, não conheço mais ninguém"...

em princípio são mais dois mesinhos alimentar-me e a treinar muito mal... mas que abre todo um novo conjunto de perspectivas... lembro-me agora que ainda não fui a énefílde cantar "nunca caminhareis sozinhos"... e tenho umas contas a ajustar no paintball com a equipa das vespas... e por falar nisso também curtia meter-me aí na capoeira a dançar páránáuê, com o meu amigo malaio e aprender a tocar berimbau... deve é estar frio pra chuchu lá, mas com algum jeitinho ainda vejo as iluminações de natal... oh que bonito, o marco debaixo das iluminações de natal do picadilly... já estou a imaginar!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

e assim nascem os SepídeSetáres

a derrota frente ao aníbal, e especialmente o modo como a mesma foi obtida, deixaram-me com a ideia que preciso de subir o meu jogo... e assim quando vi o anúncio do "troféu de karts de natal", uma prova de mais ou menos resistência... dez minutos de qualificação mais uma hora de corrida para equipas de dois a cinco elementos... foi quando achei que era uma boa altura para criar os "SepídeSetáres", em honra aos amigos pouco habilidosos do takumi, no dê inicial... como resultado a segunda prova da minha época automobilística faz-me voltar ao kartódromo internacional de palmela...

para começar a soberba equipa falei com o riqui, aquele que terminou no lugar mais baixo do pódio na sua primeira experiência ao volante de um kart, frente a adversários muito mais experientes... e depois aguentou-se heroicamente frente aos assassinos do troféu da seáte apenas para terminar, de forma infeliz e um pouco inglória, na primeira posição que não o qualificava para a final... também é importante referir que é o membro da equipa mais leve e com mais horas de simulador...

o segundo desta magnífica equipa de elite é o tozé, que tem feito uma evolução constante e tal como os restantes membros é um especialista do traçado do kip... na sua melhor prova terminou no lugar mais baixo do pódio, directamente à frente do riqui, e realizou uma promissora melhor volta no segundo seis... a sua última prova foi, no entanto, uma inexplicável desilusão... o tozé é o membro mais pesado da equipa...

e por último estou eu, que terminei a minha primeira corrida de karts em último, e a segunda em primeiro... a minha bela carreira após tem seguido mais ou menos a mesma onda, aos altos e baixos... anseio, nesta prova, pela oportunidade de enfrentar e aprender com malta ainda mais experiente que os meus normais adversários do campeonato do grupo desportivo... para além disso vou ter a oportunidade de estrear o meu lindíssimo capacete e as luvas dos ralis...

para a prova não temos grandes expectativas... o número de membros de cada equipa é variável e não existe número mínimo de paragens, portanto é de assumir que a maioria das equipas esteja optimizada a apenas dois pilotos, duas saídas de trinta minutos e uma única paragem... havendo mais equipas de três, apontaria à vitória nesta espécie de categoria (apelidei-a de gt3)... pois parece-me garantido que qualquer outra equipa de três membros há-de ser composta por malta tão desligada e inexperiente como nós...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

uma apresentação pessoal

como tinha mencionado anteriormente, na passada sexta ocorreu mais uma bela reunião da área da consultora onde me insiro... e como de costume houve aquele momento, que já descrevi anteriormente, no qual os novos colaboradores fazem a sua apresentação... no meu tempo, esta apresentação era um seláide limpo, branquinho, pronto para ser preenchido com imagens, letras e símbolos, tudo o que melhor transmitisse a tua personalidade ao mundo... como isso resultou numa gigantesca má ideia de malta com medinho de se dar a conhecer e a falar de temas aborrecidíssimos como, o próprio projecto, agora há um seláide para preencher...

e um dos pontos que o seláide pede para preencher é "interesses"... e isto de perguntar quais os interesses de uma montanha de miúdos fresquinhos de terminar os estudos universitários em diversas áreas informáticas tem algo que se lhe diga... e geralmente diz sempre o mesmo e não muito mais que "jogos"! e se as pessoas o admitissem abertamente não havia problema nenhum... mas parece que , mesmo num contexto altamente tecnológico como aquele, ajudado por uma ideia empresarial no qual a inexistência de vida social é incentivada, vergonha de se admitir que se tem uma vida monótona... e assim foram inúmeras as pessoas que escreveram "karts" e "paintball" neste ponto...

o que eu considero uma demonstração deplorável, de imenso desgosto pelos caminhos que os próprios traçam, isto para não afirmar que também acho que é uma tentativa descabida e ridícula de me passar um atestado de estupidez... é incompreensível acreditar que metade daqueles estagiários praticam regularmente duas modalidades que implicam elevado esforço financeiro... e é por isso que antigamente, quem tinha vidas tristes e sentia vergonha, escrevia "música" e "cinema" que é sempre altamente argumentável e dá, com algum jeito, para passar uma imagem de intelectual especialmente se fores um magrela e usares óculos pretos de massa...

acho que no próximo ano me vou apresentar como voluntário para organizar a reunião anual... para que quando me enviarem seláides com mentiras eu possa recusar dizendo "deixa lá de ser parvinho, tábem?"...

sábado, 20 de novembro de 2010

o campeonato de karts, '10 e '11, parte um

o plano era chegar ao kartódromo internacional de palmela a meio da primeira corrida, mas aquilo atrasou imenso e quando cheguei ainda nem tinham começado... pouco a pouco foram-se reunindo todos os meus adversários do ano passado, aqueles com os quais ainda tenho algumas contas a ajustar e também aqueles com os quais ainda tenho muito a aprender...

o andré nem a meio da prova dele chegou, a sangria que ambos bebemos ontem fez-se sentir, e lá saiu ele do kart meio esbranquiçado e maldisposto... admito que a sangria não foi a melhor preparação que podíamos ter feito na véspera, mas não somos nós a escolher a data da reunião anual da empresa... ainda assim considero que não foi muito mau, apesar de ter acordado demasiado cedo, todo maldisposto e ter optado por não meter nada no estômago...

sentei-me no meu kart, tinha alguma terra, o que indiciava que tinha andado fora da pista... na minha cabeça ouvi a música do genérico do dê inicial "aqui vem a tribo barulhenta, estamos de volta!" e arranquei para os treinos e qualificação... que mais uma vez correram bem... o kart estava a andar o suficiente e os adversários pareciam-me mais fraquinhos que nunca... ainda tive de abrandar imenso para conseguir fazer umas voltas lançadas com a pista livre...

no final aparece um cromo de fato da óémepê e capacete a tentar ultrapassar-me... "mau!" pensei "com quem é que tu pensas que te estás a meter? sou o teu campeão!"... deixei-o facilmente para trás nas curvas seguintes e depois dexei-o passar para poder analisar melhor o nível dele... a minha qualificação já estava feita, podia dar-me a esse luxo... rapidamente percebi que este cromo do kart #1 andava, mas ainda lhe faltava um bocadinho assim para me meter medo... conseguia acompanhá-lo sem esforço...

quando parei na escapatória já ia com o meu sorriso triunfante... que se foi dissipando à medida que o homenzinho da folha na mão olhava para o meu kart e continuava à procura de outra pessoa... "impossível!" pensei, "alguém fez melhor volta que eu?"... o homem levanta o braço a chamar alguém, o meu olhar irritado vira-se para o lado esquerdo onde aparece... aníbal, o cota! aquele que me deu imenso trabalho na final, aqui há uns meses...

rapidamente revi o meu plano e concluí que não eram necessárias alterações... partindo da primeira linha deveria conseguir conquistar a primeira posição no arranque, e depois só tinha de imprimir o meu ritmo fortíssimo... mas o meu arranque foi muito mixuruca... aníbal, o cota, arrancou ao meu lado facilmente e mesmo o cromo do kart #1, a partir da terceira posição e com o lado de dentro da primeira curva me passou... e parecia mais rápido e perigoso!

da terceira posição tracei o plano do costume... mais ninguém estava a aguentar o ritmo, então concentrei-me em manter-me perto e deixá-los lutar pela primeira posição... e eles lá foram trocando de posições... até que o cromo do kart #1 começou a fraquejar e aníbal, o cota, começou a fugir... rapidamente me desembaracei também do cromo e preparei novamente o meu confronto directo com com o agora, meu némesis...

e foi nesta altura que comecei a desconfiar que o meu kart era mauzinho... comecei a somar indícios, o facto de quase nunca mandar ratéres, aquele arranque muito frouxo, a dificuldade extrema que estava a ter só para não perder aníbal, o cota, de vista... não havendo nada a fazer, concentrei-me em apanhar o primeiro... e efectuei uma recuperação fenomenal, milésima a milésima, até que me colei ao meu adversário e comecei a pressioná-lo à procura de uma maneira de passar...

e foi aqui que, e estrago a surpresa ao afirmá-lo já, perdi a corrida... aníbal, o cota, já estava a fraquejarimenso tempo... e eu tentei uma ultrapassagem estúpida num sítio que sabia à partida ser muito difícil... falhei e ele voltou a afastar-se... pouco depois a dar uma volta de avanço aníbal, o cota, engalfinha-se com outro bacano e eu acabo a fazer uma brutal travagem para o evitar a derrapar à minha frente... aníbal, o cota, manteve-se em grande nível até ao final e venceu a corrida na minha frente...

agora consigo ver claramente que o meu maior erro foi aquela tentativa de ultrapassagem descabida... devia ter-me mantido atrás dele, a pressionar à espera de um erro... e tinha trazido mais uma taça de primeiro lugar para casa... mas foi uma bela corrida, muito bem disputada, contra um adversário muito engraçado..."foi muito bom! temos de combinar aqui outra corrida" disse-me ele "este ano nãobombarral" respondi, "vai ser nessa altura!" concordámos...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

o pequeno almoço inglês

é uma longa história, mas não temos direito a pequeno almoço no hotel... por um lado é mau porque temos de pagar pelo pequeno almoço, por outro lado é muito giro porque me dá a oportunidade de experimentar todos os cafés daqui até ao escritório... e assim acabei por efectuar uma cuidada pesquisa e selecção que passo agora a explicar...

o "eat" foi o último que descobri... é um daqueles que serve pequenos e almoços e esses não me inspiram muita confiança porque fico um pouco desconfiado de cenas com múltiplas funções... na semana passa lá me decidi a experimentar e ainda bem que o fiz porque descobri um dos melhores pequenos almoços aqui na ilha... o capuccino não é nada mau, e têm canela para meter por cima... o melhor é o croissant com queijo e bacon que, por mais cinquenta pês, a senhora mete na chapa da tosta mista! a mim a senhora não me cobra o extra, acho que é por ser giro...

o "pret à manger" é outro dos meus preferidos, do amor também... aqui têm na minha opinião, os melhores croissants de massa folhada de toda a ilha, talvez até os melhores do mundo... vá, do mundo que eu conheço... para além disso têm também o folhado quentinho de queijo, fiambre, bacon, tomate e orégãos que também é outra iguaria... o café não é nada de especial e depende da loja e do empregado que o prepara, mas é bastante bebível...

o café "nero" gaba-se de ter o melhor café de milão para cá e a minha opinião confirma-o totalmente... é de longe o melhor capuccino (a única coisa que eu bebo) de toda a ilha... como o bicho inglês é esquisito e costuma levar a comida às costas para casa para comer, ou armazenar ainda não percebi, como as formigas, geralmente paga-se mais por se comer na loja... aqui costumo fazer questão de pagar mais para saborear o café no seu maior esplendor, numa chávena, por oposição ao malfadado copo de papel reciclado...

ao "pod" costumo ir porque é barato e costuma estar minimamente vazio e sem confusão... às vezes no "nero" a fila sai pela porta da frente e até todas as mesas da esplanada estão ocupadas, e está frio na rua! aqui o croissant é enorme, o maior de todos e o café também não é nada mauzinho... no verão tinham uma promoção bestial de todos os cafés a libra e meia, o que era o abuso do balde de capuccino... agora ao fim de cinco oferecem-te um pelo que vale a pena frequentar até terminar o cartão...

o "benugo" que fica no rés do chão do escritório, marca pontos por ter preços mais baixos e por apresentar o único croissant misto, ou o que quer que seja misto, em toda a ilha... qual é a dificuldade de juntar o queijo com o fiambre?! o capuccino tem um sabor esquisito, mas é ainda assim melhor que o da máquina... e por último vendem pacotinhos pequeninos de leite fresco, porque também vendem os de cereais, mas eu ignoro isso e bebo aquilo assim sozinho...

por último o "starbucks" é fixe porque é uma cena algo póche, apesar de existir um por cada esquina... também dá para meter canela no café, o que é raro por aqui, mas de resto não tem mais nenhum apelo... o mesmo se passa um pouco com o "costa" que também existem muitos, tem um café suave que o amor adora, mas fica-se por aí todo o apelo que aquilo possui... ainda assim costumamos ir lá bastantes vezes porque existe um no terminal 1 que é onde apanhamos os voos da tápe...

em relação ao pequeno almoço continental, aquele do bacon, das salsichas e dos ovos... entrei uma vez assim num café mais comida lenta e deram-me um prato com tanto ovo mexido que nunca mais me arrisquei... e a cena de misturar feijão preto naquilo também é uma ideia muita peregrina... tudo bem que o pequeno almoço é a refeição mais importante do dia, e eu presto-lhe a devida homenagem, oh se presto... mas feijão? deixem-se lá de parvoíces!

o marco e o paintball

"ei marco, vais cá passar o fim-de-semana?" pergunta-me o malaio... respondi que sim e acabei convidado a ir praticar paintball com ele e os amigos... convite esse que aceitei e comentei com o resto da malta do projecto, o que deixou o malaio um pouco atrapalhado por não ter convidado mais ninguém... mas apesar de, na altura, terem manifestado um ligeiro interesse no assunto, eu não acredito que mais alguém aceitasse realmente o convite se lhes fosse endereçado...

tentei ainda levar o amor comigo mas ela disse-me que lama e chuva só nos escuteiros e foi por isso que de lá saiu... o engraçado é que afinal esteve um dia lindíssimo, apesar de haver imensa lama na mesma... lá estava eu, de manhã, na estação de euston, a cumprimentar o amigo italiano e a namorada, e o outro amigo francês e o chinês também cuja alcunha é "pipoca"... em português mesmo, porque eles são todos do grupo da capoeira e foi o brasileiro que dá as aulas que a inventou...

apanhámos o comboio para hemel hemstead, que curiosamente foi onde o chefe ficou quando cá veio... "é a duas milhas do escritório" disse a agência de viagens que marcou... se enganou num dígito, porque na realidade são vinte milhas! e aqui fazendo a pausa para entrar momentaneamente no discurso do "isto vê-se mesmo que não é portugal"... em vinte e cinco minutos, num comboio que estava a sair com frequência de dez minutos no domingo de manhã, estávamos no meio de campos verdes, relvados e cheios de vacas... normalmente eu em vinte e cinco minutos chego ao cacém...

mas é óbvio que eles têm conceitos de transporte completamente diferentes dos nossos, tal como também são bem diferentes os conceitos de refeições que eles têm... ora, manhã chegámos ao campo do paintball, nós e os outros grupos todos de imensa gente, com montanhas de putos minúsculos... fomos parar à equipa xadrez, porque a nossa bandeira era preta e branca, e deram-nos as vespas como adversários porque eles eram amarelos e pretos... pior do que ficarem com o nome fixe, também percebiam imenso daquilo...

pelo que foi o dia inteiro a levar tareia atrás de tareia... porque temos de enfrentar sempre os mesmos adversários, embora em cenários e com objectivos diferentes, o que fez com que aquilo tenha sido minimamente dinâmico e engraçado... o meu problema com esta actividade continua a ser o mesmo e prende-se um pouco com o facto de disparares três ou quatro vezes com a arma na mesma posição e cada tiro acertar num sítio completamente diferente... aquilo tem uma precisão horrível pelo que à queima-roupa consegues fazer algo... o que dava claramente vantagem aos nossos experimentados adversários das granadas...

ainda assim e em quatro jogos de duas rondas, matei um bacano e acertei umas três ou quatro vezes noutros, que não morreram porque eram batoteiros... mas isso até é na boa porque eu próprio também fazia isso... só se apanhasse assim mesmo uma rajada daquelas duras, com duas ou três boladas, é que levantava a mão e era para não apanhar mais que aquilo dói que se farta... contas feitas devo ter mais ou menos morto tanto quanto morri o que, bastante longe de ser motivo de orgulho, também acho que não é especial vergonha...

também continuo a achar que tenho um enorme potencial nessa prática, especialmente porque jogo ao "chamada do dever" e tenho a mania das armas... mas que irá provavelmente ser todo desperdiçado porque aquilo ainda é caro, e também não tenho tantas oportunidades de praticar... termino dizendo que o cenário de proteger o castelo foi brutal! fiquei lá em cima a gritar "morram! toma! ahahahahah" e a chamar nomes em português e inglês "ah, batoteiro já te acertei!"... queimei as bolas num instante, com o sangue a ferver e a adrenalina a bombar... "já acabou? oh perdemos"...

a batata encasacada

esta semana começámos a almoçar todos os dias na cantina... essencialmente porque descobrimos que a batata encasacada é muito barata... aquilo é apenas uma batata enorme com casca, mas paga-se por cada molho que metes por cima... o que significa que podes encher de molho até acima que não pagas mais por isso... geralmente tem dois molhos vegetarianos e um com carne, pelo que dá para fazer belas combinações... e por último ainda costumamos polvilhar com queijo ralado que acho que devia ser para a sopa...

num dos dias estávamos a almoçar, os três portugueses e o malaio, e vimos o indiano do outro lado da sala a almoçar sozinho... e ficámos naquela "oh que cena triste, a almoçar sozinho", "pois é, vai lá chamá-lo", "não, vai lá tu"... e ninguém foi... e ficámos tristes assim a comentar que parecíamos os putos maus da escola, que não queriam almoçar na mesa do puto gordo porque iam ficar mal vistos... por isso no dia seguinte levantámo-nos "malta vamos à cantina, alguém quer vir?"... ninguém respondeu e então fomos embora...

uns minutos depois encontrei o indiano na cantina "então indiano, nós perguntámos se alguém queria vir", "ai foi? não ouvi" respondeu ele... fiquei sem perceber se não ouviu mesmo ou se não quis ouvir... mas não lhe quis dar hipótese e ele prestou-se a sentar connosco... e a cena começou bem, até o malaio lhe dizer "então, a miúda nova, é gira, não é? tu e ela é que faziam um belo par!"... ao qual o indiano respondeu, naquele seu sotaque a lembrar o apú, "penso que a minha esposa não ia achar isso nada apropriado"... matou-nos todos, foi a melhor piada do almoço...

até porque daí prá frente ficou pior e tenho a certeza que houve ali uns momentos em que o indiano só pensava "eu sabia que isto era má ideia!" enquanto esperava ansiosamente que o malaio acabasse de comer para o poupar a mais sofrimento... quando voltámos, de volta do café, o hugo e eu recordámos a prestação do indiano, e a sua melhor contribuição para a conversa "então e tu hugo, qual é a tua especialidade?"... "tive para lhe perguntar que tipo de especialidade é que ele queria saber”, comentou o hugo comigo...

"sim!" respondi eu logo a rir, a ver onde é que a conversa ia parar, "devias ter-lhe dito a minha especialidade? é a canzana! porquê, qual é a tua? ... missionário! tens mesmo cara de missionário"... e rimo-nos que nem uns perdidos... o indiano nunca mais almoçou connosco...

domingo, 10 de outubro de 2010

a máquina vence o humano

contei as minhas moedas... davam ... pedi 1£ emprestada ao diogo para fazer 10£ e fui todo contente até à máquina... "carregar ostra, 10£, dá-me um recibo"... começo a meter moedas, tudo porreiro pá... até que a última é recusada! tentei de novo e de novo e de novo até que a máquina disse "oh que peninha, demoraste muito tempo"... e devolveu-me as moedas todas...

"estúpida máquina e moeda" resmunguei... comecei a operação toda de novo... "agora meto logo a moeda da discórdia de início que assim se não funcionar é logo à primeira... entrou, fixe!" continuei a meter moedas... "espera lá que agora tenho quatro moedas de cinquenta e antes tinha duas"... meti as moedas todas até que a última é recusada novamente! tentei de novo e tentei, e olhei para ela para confirmar que era outra e não a anterior, mas elas são todas iguais... e a máquina disse "oh que peninha, demoraste muito tempo duas vezes, mas demonstraste imensa paciência a tentar enganar-me, toma lá o grande prémio!"...

e é então que começam a cair moedas atrás de moedas... a máquina deu-me as minhas 9£, totalmente em moedas de cinquenta... e perante um cenário tão desolador eu admiti a minha derrota... carreguei a ostra com uma nota de 20£ e passei a oportunidade de enfrentar a máquina à multidão que se afunilava atrás de mim...

domingo, 26 de setembro de 2010

o jorge e o fábio

ando mais ou menos desde o início da época futebolística em portugal, para escrever que acho que o jorge (o jesus) é estúpido e que devia meter o fábio (o coentrão) a jogar a extremo... o grande problema é que, pelo que percebi ontem, já vou tarde... e ir tarde é mau, porque significa que acabei de perder aquela genial oportunidade do "eu disse-te" que serve sempre para mostrar aí à malta quem é que domina...

porque aqui há umas semanas, o comum adepto benfiquista, quase que se atirava ao meu pescoço a dizer que o fábio era um magnífico lateral, e que, como o jorge tinha previsto, seria futuramente o melhor lateral do mundo... o problema aqui é que o comum adepto benfiquista não deve ter visto aquela meia época que o fábio fez no rio ave, a jogar a extremo, e a encher o campo todo quase parecia que jogava sozinho...

e os jogadores que enchem o campo todo, parece que estão em todo o lado e que carregam uma equipa limitada aos ombros são tão raros, que para mim é uma enorme estupidez estar a adaptar um jogador com essas potencialidades a um papel de defesa... não querendo com isto denegrir a imagem e importância de um bom lateral no futebol moderno...

mas lá está, após dois jogos a extremo, o de ontem no qual até foi ele a evitar mais um empate, acho que até o jorge já se apercebeu que insistir com o miúdo na defesa é um erro...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

treinador de futebol total

para me entreter aqui nas minhas noites londrinas, terra de muito futebol, queria encontrar um jogo daqueles em que faço papel de treinador, que gosto muito... mas algo simples e pouco evoluído que costumo sair tarde e assim também não tenho muito tempo...

foi assim que encontrei o "treinador de futebol total" para a anterior versão da consola portátil da nintendo... que também me deixa jogar... e isso depois é giro porque mexes os bonequinhos e eles perdem a bola a lembrar o mítico "sensibâle mundo do futebol", mas também não é giro porque acabo sempre a ganhar por números brutais...

eu até decidi começar com uma equipa pequena, o málaga... numa espécie de homenagem ao professor jesualdo, a minha primeira escolha para seleccionador, em vez do treinador inexperiente do corte de cabelo estranho e a maneira esquisita de falar... mas devo ter-me enganado num sítio qualquer que o meu málaga tem altos jogadores! o real madrid é que me deu mais trabalho, mas acho que ainda lhes espetei uns seis...

e por aí o jogo também é assim a dar pró terapêutico, porque há poucas coisas mais dessetressantes que dar uma tareia de 12 a 0 ao computador no nível de dificuldade mais elevado... 13 jogos, 13 vitórias, 98 golos marcados e 4 sofridos... e na primeira jornada da taça do rei que era daquelas eliminatórias a duas mãos? passei com um resultado agregado de 22 a 0... 4*s!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

manifesto contra a prática da lembrança

sempre que vamos passear o amor espeta-me altas secas a entrar em todas as lojas à procura de artigos bonitos para comprar de lembrança para alguém... eu odeio e sou manifestamente contra, mas até percebo essa onda... quase todas as pessoas que conheço me querem trazer cenas quando vão passear, e apesar de eu garantir a pés juntos que não quero nada acabo sempre com uma tishârte nova... o que depois me leva a ser interpelado por rastafaris em quémedâne táune: "ei, esse é o meu país", "país?", "pois, eu nunca lá tive"...

e o problema é que depois cria-se um nojento ciclo vicioso... "ah, a minha prima em terceiro grau trouxe-me um íman para o frigorífico de paris, sinto-me na obrigação moral de lhe levar um porta-chaves daqui de londres”... o que me leva depois a perder inúmeros minutos do meu tempo livre e de passeio, em lojas de conteúdo e nível duvidoso, à procura da melhor e mais barata lembrança... que não existe! é tão fictícia como o pai natal! não existe uma lembrança que seja útil, bonita, barata e necessária...

o mais provável é pelo menos uma destas qualidades cair por terra, e arriscaria que na maior parte dos casos começa pela terceira... e isto antes de contabilizar o tempo para a encontrar... porque o lema é sempre extorquir o turista por tudo o que ele tem... mas o turista também tem muitas culpas no cartório, essencialmente por ser estúpido ao ponto de se deixar envolver neste enredo que obviamente foi escrito por alguém que era dono de uma loja... que vendia postais em pacotes de dez e canecas de várias cores, formatos e feitios...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

a seguir aquece o meu prato

no domingo passado saí para ir comprar o jantar... o amor tinha adormecido sem nada na barriguinha, pouco depois de termos chegado, então achei que era boa ideia ir ali ao supermercado... queria comprar uma salada ou assim, a fazer os possíveis por evitar introduzir o amor à horrenda sandes triangular inglesa... monumental surpresa que quando lá cheguei estava fechado...

ainda não percebi bem esta onda inglesa de fechar tudo a partir das seis e nem sequer abrir ao fim-de-semana... parece que todos os dias é primeiro de janeiro, é extremamente irritante... a sorte é que no caminho pró tíube tinha topado outro supermercado ali perto... lá fui eu para descobrir as prateleiras quase todas vazias... bem procurado encontrei uns pratinhos daqueles com comida supostamente italiana de meter no microondas...

daí até estar aqui a equipa portuguesa toda a comer no meu quarto, o único com microondas, foi um instante... aquilo regado com a cerveja alemã, a da república checa sabe mal, que o hotel costuma ter sempre no gelo, é um petisco... até que tocam os dois telefones que tenho no quarto, o fixo e o sem fios... atendo o fixo e o sem fios continua a tocar, é genial... "mister santos? estamos a receber aqui reclamações que está a vir muito barulho do seu quarto"... compreende-se, eu ouço o vizinho a tomar banho...

ah, e jantar por 3€ e comer um pratinho quente? upa upa!

tenho uns gostos musicais muita óbvios

no outro dia apareceu aqui o careca ao pé de mim... olhou para o meu aipóde e ficou intrigado... pegou naquilo, um bocado atrapalhado, lá descobriu que aquilo de lado ligava o cavârefelou e depois aos trambolhões passou por toda a minha selecção musical... no final, satisfeito, confirmou "isto é teu, marco?", "era o que eu estava à espera", "não que seja mau", apressou-se a explicar "apenas era o que eu estava à espera que ouvisses"...

e eu fiquei a olhar para ele, assim um bocado sem reacção... não posso dizer que sou daquelas pessoas com um gosto magnificamente abrangente, mas tenho pelo menos e muito pouco argumentavelmente, uns quatro estilos de música bastante diferentes neste aipóde... o que quer ele dizer com "o que eu estava à espera"? e como é que isso funciona?

assumo que deve ter sido a cor da minha gravata, ou talvez a minha maneira de beber café... que já é mais transparente, porque eu bebo café mesmo como uma pessoa que ouve córne... obviamente acho este tipo de postas de pescada um bocado estúpidas, mas até compreendo mais ou menos de onde é que este tipo de comportamento vem... por exemplo, eu, pela maneira atabalhoada como ele mexeu no meu aipóde, também consigo identificar claramente do que ele não gosta... de ípe ópe! não percebe mesmo nada do ípe ópe...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

o portátil do inem

no meu primeiro dia aqui na ilha, tava a trabalhar imenso quando o portátil começou a reclamar que estava a ficar desbateriadoignorei-o, como normalmente e eis que começa a tocar alto alarme! mas assim uma cena ensurdecedora! uéuéué! nem sequer eram as colunas normais do portátil, era aquele altifalante arcaico que eu achava que os computadores minimamente modernosnem tinham… ainda pra mais no ambiente inglês que é muita sossegado

fiquei pior que estragado! tudo bem que andaram a configurar o computador à pressa, mas deviam ao menos ter desligado aquilo… ainda tou para descobrir quem foi o desafiado mental que achou que era boa ideia enfiar uma sirene dentro dum computador… porque faz todo o sentido, afinal um computador a ficar sem bateria é algo extremamente crítico… já pensaram no pior cenário possível que vos pode acontecer se o portátil ficar sem bateria a meio de um trabalho?

nada! ele adormece, vocês ligam-no à tomada, acordam-no e continuam a trabalhar…

eu lembro-me de uma altura, na história da humanidade, em que a íbêéme gozava de alguma reputação… mas deve ter sido há muito tempo atrás e devem-na ter perdido por dar emprego aos génios das sirenes… isso e por terem inventado o cobóle

olá, um péssimo e miserável dia pra ti também

no outro dia encontrei um badocha no elevador e disse “morníngue” e ele não me respondeu… primeiro fiquei incrédulo... “, sou eu que ainda tou a dormir”… “seria uma falta tremenda de educação!”… “mesmo que fosse pecado dizer bom dia aqui na cultura tribal inglesa, uma pessoa minimamente normal poderia ficar surpresa mas respondia-me”… e assim fui a pensar nisto…

e lembrei-me que nenhum dos meus colegas diz “bom dia” quando chega de manhã… que eu atribuía apenas ao facto de eles serem de informática… e infelizmente, o comum do bicho informático é mesmo esquisito e anti-social… estes então almoçam sozinhos e em frente ao computador! o que é que se pode esperar de pessoas assim?

falei desta bizarra experiência ao diogo que rapidamente me confirmou uma história de elevador em tudo idênticaaté na forma perplexa como ambos reagimos à situação… portanto daqui concluo que, ou encontrámos os dois o mesmo gordo mal-educado que não acredita em “bons dias”, ou então na cultura inglesa é ofensa cumprimentar as pessoas de manhã…

isto também me leva a lembrar d’“o gordo de electro”, que por acaso não era “o gordo de informática” mas não seria em nada diferente se fosse e ainda acho que ele se tinha era enganado no curso… que cumprimentava todas as pessoas com a magnífica frase que usei como título deste texto… também me lembro que “o gordo de electro” passava os dias no departamento de informática a dáuneloudar pornografia da internéte… apesar disso e de forma anti-social, ainda uns furos acima do ingês, cumprimentava as pessoas quando as via…

domingo, 12 de setembro de 2010

A maldita espanha campeã mundial

eu fui um dos maiores fãs da espanha do luís... para mim essa equipa está no topo! tanto em termos de espectáculo como de eficácia, era a todos os níveis bestial... e por isso revoltou-me todas as curvas do intestino delgado ter visto tantas vezes escrito que a espanha que venceu o europeu era praticamente a mesma que venceu o mundial... não era, nem praticamente! nem de perto nem de longe!

a equipa do luís era ofensiva, pragmática e jogava com dois avançados... privilegiava a posse de bola e jogava bonito e eficaz numa proporção quase perfeita... a equipa do vicente era mariquinhas, adormecedora e jogava com dois médios defensivos... privilegiava a posse de bola para adormecer o adversário porque tinha uma defesa fraca e propensa a erros...

e este mundial foi tão nojento como ver o barcelona a vencer a liga dos campeões há dois anos... fiquei o tempo todo à espera que alguma equipa tivesse coragem de jogar ataque contra... o que quer que a espanha fazia quando tinha a posse de bola... e ninguém me tira da cabeça que aquela miserável defesa chefiada pelo puióle a cair de maduro, e uma sombra de cápedêvilha, não foi realmente posta à prova... e tenho muitíssima pena que o joaquim, que em dois anos montou uma alemanha que finalmente jogava bonito além de eficaz, tenha decidido pedir conselhos tácticos ao carlos e no final tenha tido medinho da espanha, jogado à defesa, e manchado completamente a imagem que sempre irei ter dele...

para mim as contas são simples... o futebol é um espectáculo e eu não pagava népias, para ver esta espanha a jogar... e por aí, também não pagava nada para ver este portugal jogar e assim apoio completamente o despedimento do carlos...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

se vai para londres saiba

em londres, e na zona onde eu estou alojado e a trabalhar, os passeios são todos mais baixinhos perto das passadeiras... e isso é de extrema importância! "oh porquê marco?" porque, nos dias de chegada e de partida, efectuo enormes caminhadas de trólei atrás e quem já teve de se movimentar de trólei em ruas congestionadas sabe bem a importância que umas rampas podem fazer... as bolinhas de avisar os cegos que vão meter o em ramo verde é que já não acho que seja assim uma ideia tão boa...

o metro, perdão... o tíube é que é uma cena muita ultrapassada... "ah oh marco mas é porque é o mais velho do mundo", e eu com isso? o nosso também tinha daquelas estações muita feias e escuras com pequenos azulejos e suspeitos líquidos brancos a escorrer no tecto e a maioria delas já foram recauchutadas! eles nem sequer têm rede no tíube... aliás, rede... que mau exemplo o meu, a rede é um luxo desnecessário, perante a necessidade extrema de ar condicionado...

as carruagens são pequenas, os bancos são pequenos, os túneis são pequenos... não admira que os talibãs da toalha na cabeça escolham daquilo para largar bombas... chega a ser claustrofóbico, parece uma mina... muito a sério, espero sinceramente que nenhum leitor vivencie o tíube londrino às cinco e meia da tarde... de fato... com uma mochila às costas… um portátil a tiracolo... e a puxar um trólei... nunca mais me irão ouvir maldizer a linha de sintra...

sábado, 14 de agosto de 2010

um passeio sozinho e à chuva

segunda ao final do dia e já no meu belo quarto de hotel, que parecia-me apenas ligeiramente mais largo que o corredor do meu prédio, pensei: "talvez devesse ter combinado amanhã de manhã com algum dos meus colegas"...

mas depois achei que isso seria um pouco humilhante e que uma pessoa da minha inteligência conseguiria encontrar sozinha o caminho para o escritório, apesar de só o ter trilhado uma vez e durante a noite... ora como o nosso horário de entrada é às nove, achei que saindo às oito teria tempo suficiente de... tomar o pequeno almoço, perder-me, encontrar-me, e chegar ao escritório... que ainda são uns bons 20 minutos a caminhar em passo acelerado ao melhor estilo das olimpíadas, que como descobri esta semana, os consultores são exímios a fazer...

ora dia seguinte de manhã o que é que acontece na inglaterra? chove! que país mais estúpido no qual chove em agosto... é que em certas zonas do brasil também chove em agosto, mas como também faz um calor brutal uma pessoa até nem se chateia com uma tempestade tropical de vez em quando...

quando saí do hotel, que fica mesmo ali numa esquina de um cruzamento, fi-lo na direcção certa... embora isso também não seja grande motivo de orgulho uma vez que duas delas dão para lá ir dar... no cruzamento seguinte é que não tive tanta sorte e fui no sentido oposto... e assim andei completamente perdido durante alguns minutos até que pensei "marco, isto está a correr mal e estamos a ficar molhados"...

como penso melhor de barriguinha cheia entrei no "pré à mangé", para comer um crouássã e beber um cafezinho, que aqueles agarrados ingleses marcaram-nos hotel sem pequeno almoço... quando saí mantive-me perdido durante mais algum tempo até que achei que, inevitavelmente o melhor era pensar e assim descobri que as paragens do autocarro têm um mapa... e com esse mapa encontrei o escritório com 15 minutos por gastar…

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

o lado errado da estrada

todas as pessoas sabem que os ingleses têm a mania e conduzem do lado errado da estrada... o que eu nunca pensei, e acho que a maior parte das pessoas também não deve ter essa noção, nem o potencial atrofiador que isso pode ter, é que isso faz com que os carros venham da direcção errada...

quando vamos a atravessar a estrada, faz com que, naturalmente como condicionados que estamos, olhemos para a direcção contrária, o que faz com que em pouco tempo tenhamos acumulado um conjunto pouco agradável de más experiências quase morte... que mesmo assim, ainda conseguem ficar um poucochinho pior...

porque entramos naquela zona do "ui estou no meio da estrada e agora olha aquele carro ali a vir na minha direcção"... e nessa altura a minha primeira reacção é olhar para o condutor... para perceber se está com olhar assassino, olhar de quem me topou e está a travar enquanto diz asneiras e me chama nomes, ou mesmo o pior, o olhar assustado e sem reacção...

em londres, na maior parte das vezes acabo é a olhar para um lugar vazio, o que numa situação algo irracional, faz com que o pânico aumente exponencialmente... porque já não basta ter um carro a vir na minha direcção, este vem desgovernado e sem condutor!

como obviamente não sou o único nesta situação, isto aqui é um ambiente muito multicultural, os ingleses, como são uns supimpas, pintaram umas letras no chão, junto à passadeira e com uma seta, a dizer para onde devemos olhar... assim do género "olha prá direita ->"...

a cena parva nisto é que eu acho que as pessoas normais não andam a olhar para o chão... ou talvez até andem porque hoje em dia andamos todos muito cifóticos no nosso dia-a-dia... o que aliás pode originar muitíssimos problemas médicos, sendo que os mais importantes são as dificuldades respiratórias, derivadas da questão da maior contracção torácica... o que nos leva a que isso não devia ser incentivado através de avisos ao nível dos pés...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

a noite de póquer

hoje foi a noite de póquer... e a cena gira da noite de póquer em inglaterra, é que esta pode ser feita num bar! é genial, eu sei... porque realmente o póquer é um jogo que no casino não está completamente no seu habitat natural... é ali na taverna do murro, em plena rua da pulga (a do suíní tóde), à meia luz, a deitar um olho ao jogo de futebol e regado com muita cerveja, que o póquer se torna um dos melhores jogos do mundo...

entrada de dez libras, cinquenta para o vencedor e vinte para o finalista vencido... que admito era o meu singelo objectivo... porque eu não jogomuito bem, há malta a contar cartas e a calcular altas probabilidades... eu não tenho nem experiência, nem paciência para isso... mas a cena até começou muito bem!

o rámíne teve algum azar... eu apostei forte porque tinha o póquer de reis e ele em vez de fugir, decidiu-se a atirar as fichas dele todas pró centro... foi uma bela sensação a de eliminar o primeiro da mesa... o damásio é que não compreendi a onda dele... ele passa, eu subo, e ele deita tudo para a mesa quando eu tinha o par mais alto e montes de fichas? foi sublime, a sensação de eliminar o segundo da mesa...

o indiano é que não dava nada por ele... ali com o seu inglês a lembrar o apu dos símpessânes a apostar pelo seguro... e depois foi o careca, mas do careca eu já esperava... porque foi ele a organizar a cena, e já tinha demonstrado contar cartas antes... e enganou-me, caí que nem um patinho... ele passa, eu subo, ele deita tudo na mesa... ao contrário do damásio, ele tinha o maldito quatro que completava a sequência...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

o marco no rali vinho da madeira, o aigo

no início não gostei especialmente do aigo, o comportamento em curva era terrível, o carro torcia-se todo! estava para lhe dar uma crítica de "arma letal" até que comentei com o bruno, o único dono de um aigo que eu conheço, e ele perguntou-me sobre a pressão dos pneus...

e foi aí que concluímos que o mais provável era a mesma estar toda atrofiada... mandei uma mensagem ao bruno a dizer o tamanho dos pneus de bicicleta que o meu aigo tem... ainda por cima daqueles duros, feitos para resistir e não para agarrar... e o bruno respondeu a confirmar que eram idênticos aos do aigo dele e a contar-me as pressões referidas no manual a frio... mínimo 2.1, máximo 2.5...

ora como aqui as estações de serviço estão bem espaçadas, quando encontrei uma já tinha feito uns bons quilómetros de via rápida... e como no manual do uáite diz que para pneu quente acrescenta mais 0.3, achei que 2.4 era uma pressão bonita para meter nos pneus todos... quando liguei aquilo ao primeiro pneu fez PINGPINGPINGPINGPINGPINGPINGPINGPING! e eu fiz logo uma festinha ao aigo e disse "pronto, já passou", "não sabem tomar conta de ti", "mas esta semana eu estou aqui"...

agora é uma festa, em termos de equilíbrio em curva... e aquele motor? aquele um ponto zero de três cilindros e variação contínua do tempo de abertura das doze válvulas é uma máquina! e para além disso faz um grunhido muita giro...

o marco no rali vinho da madeira, sétimo dia

o plano era acordar mais cedo para acompanhar ali desde os primeiros metros... mas não conseguimos e quando nos levantámos e entrámos no aigo o bruno (o campeão português e maior candidato à vitória) tinha furado um pneu e perdido mais de dois minutos... isso em ralis é uma eternidade...

metemo-nos à estrada mas nas confusões dos mapas acabámos a ir dar uma volta inútil ao aeroporto... e por essa altura já o bruno se tinha espalhado ao comprido depois de ficar sem travões... lá demos com o caminho para a portela e pouco antes das onze estávamos no miradouro, a mais de seisentos metros de altura à espera de os ver passar...

aqui ainda procurei um equadramento daqueles maravilhosos que me fizeram querer ver o rali vinho da madeira ao vivo... um magnífico ésse2000 a subir a montanha com o mar por trás... e o melhor que consegui, infelizmente foi com a viatura do corrado que é um condutor banal e tem uma pintura feia...

o almoço foi em porto moniz, numa magnífica esplanada mesmo ao lado do oceano... onde fomos atendidos por um empregado que o amor afirma que era analfabeto... o senhor serviu-nos muito bem, e até falava inglês "fiche fríte", mas desenrascava-se... no final apresentou-nos uma conta que tinha três linhas indecifráveis...

"o que é isto? bufo?", decidi perguntar "faltam aí os cafés" diz ele, "mas os cafés não é isto?" pergunto... podia jurar que aquelas quatro letras queriam dizer "café", "não, isso são as azeitonas" responde ele... depois acrescentou os cafés à lista e posso afirmar que o que estava lá escrito era semelhante às azeitonas do ponto anterior... ainda deu para umas boas gargalhadas...

da parte da tarde lá voltámos para uma rotunda na estrada que ia para a portela para os ver passar de novo... a esta hora já sem bruno, bernardo e miguel... apenas os três melhores portugueses do rali... mas em compensação, o luca (que conduz um grande punto branco como eu) com um bólide de especificações do ano passado, estava a dar alta luta aos favoritos...

o marco no rali vinho da madeira, sexto dia

de manhã decidimos ficar pelo hotel, porque estava sol e eu precisava de ir à internéte... a piscina, como de costume, parecia reservada exclusivamente para nós...

antes do almoço fomos finalmente conhecer o oulemes peleice do funchal... um clubezinho pequeno mas muito acolhedor ali no edifício do dolche víta... e depois fomos à companhia das sopas comer uma salada... é um pouco contra-senso mas a sopa é uma cena quente e está calor demais pra isso... deviam apostar em sopa fria, gaspacho! no vai natural é que faziam um gaspacho saboroso...

foi então que achámos que era agora ou nunca de ir ao teleférico... é um preço puxado, mas até se recomenda porque a vista é fenomenal... mete ali um pouco de vertigens, para quem sente, se olhar muito fixamente para baixo nos pontos mais altos... era ainda mais fixe se o chão fosse transparente... que não é... mmm... e agora que penso nisso devia ter lá deixado a sugestão...

estávamos já a pensar no jantar quando ouvimos barulhos de motor... e descobrimos a cerimónia de apresentação do rali vinho da madeira 2010! foi então que eu pude encontrar alguns dos meus pilotos favoritos e tirar algumas fotos...

1. a burcu (estrela da equipa feminina da pejou sepór turquia) e o marco
2. o ferédi (especialista de asfalto da checóda oficial) e o marco
3. o queris (o campeão da pejou sepór reino unido) e o marco

o marco no rali vinho da madeira, quinto dia

este dia foi um pouco atrofiante... primeiro porque tive de acordar de madrugada, para mim isto significa acordar antes das seis da manhã, e isso num dia de férias é uma completa tortura... fico maldisposto durante horas a pensar "porque é que isto me aconteceu a mim?"...

depois disso e apenas até às dez e meia, conseguimos ser assaltados três vezes, só para conseguir chegar à "praia" de porto santo... num táxi para o porto, num barco para porto santo e num autocarro para o centro... fez-me lembrar a descrição do meu pai, se bem me lembro sobre o cruzeiro pelas ilhas gregasabanar o turista até lhe saltarem as moedas todas do bolso e depois atirá-lo pró lixo"... e isto tudo para ver porto santo que tem uma grande praia...

e lá grande é ela, mas não é praia... porque a minha definição de praia exclui tudo o que tenha montanhas de calhaus escondidos debaixo de água... mal se consegue entrar na água, é sempre a pisar pedras mais ou menos afiadas e umas maiores que as outras... para manter aquela imprevisibilidade que me fez esfolar três vezes o joelho esquerdo, que até era o que estava esfolado da gruta do dia anterior...

apesar disso há dois momentos de toda a experiência que ali por um bocadinho e dependendo de cada um e cada qual, até podem equilibrar a balança do valor da experiência... a partida do barco de porto santo ao pôr-do-sol, e a chegada ao funchal já de noite... são duas panorâmicas lindíssimas...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

o marco no rali vinho da madeira, quarto dia

o primeiro objectivo do dia era são vicente e o centro de vulcanismo, mas pelo caminho demos a parada na encumeada... e tirámos uma montanha de fotografias porque estava uma bela vista... até deu para enviar mensagens multimédia a gozar com os ex-colegas e tudo...

por volta da hora do almoço fomos visitar as grutas, que não são tão fixes comás de santo antónio... isto porque as de santo antónio são de calcário, que faz estalactites e estalagmites e estas foram feitas pela lava dos vulcões e então só têm alguns fósseis e assim... isto pra nem falar que estão cheias de concreto lá por dentro e eu gosto das cenas mais ao natural...

houve lá um momento alto que a senhora disse "agora quem quiser pode atravessar esse túnel aí"... ora o túnel tinha um aspecto algo ameaçador, exíguo e claustrofóbico, ficou tudo a pensar que era brincadeira... mas não era, e assim sendo os todos os putos do grupo, eu incluído, quiseram aceitar o desafio... como todos os outros putos tinham pais para os proibirem, acabei por ir sozinho...

é engraçado que ali a meio, quando deixei de ver e ouvir o resto da malta ainda senti uma ténue picada de desespero... mas o túnel é curtinho por isso é andar prá frente e ir tirando fotografias...

no resto do dia demos a volta até ao funchal por toda a costa oeste... e não há muito para ver... as piscinas (nada) naturais de porto moniz estão cheias de concreto... e o resto é só uns miradouros e umas levadas (água a escorrer) que sinceramente morria bem e feliz se nunca as tivesse visto na vida...

o marco no rali vinho da madeira, terceiro dia

o amor queria ir a santana e convenceu-me com o argumento "porque tem aquelas casinhas"... mas só para chegar ao monte, a quinhentos metros de altura, já foi uma aventura... apanhámos lá uma subida com inclinação de 14% e outras que nem dizia a inclinação, provavelmente para não meter medo...

numa delas apanhei o autocarro, a subir à minha frente, e disse "pronto, tá tudo estragado"... eis que o autocarro pára, e não era para entrar nem sair ninguém... era para abrir caminho para deixar passar o autocarro que vinha em sentido contrário... quando olho para o retrovisor para descair um pouco o aigo reparo... que tinha outro autocarro atrás de mim... "ui" pensei "a rua da casa da minha irmã comparado com isto é a liga dos últimos!"...

demos a parada no pico do arieiro, via-se muito pouco porque estava enublado, e por volta do almoço lá chegámos a santana... que é mauzinho... tem "aquelas casinhas", mas não passa disso e para piorar, em cada uma delas existe uma armadilha... e eu nem acho mal tentarem roubar o inglês a cada curva que este descreve, agora tentarem roubar-me é que já fico mal disposto...

o marco no rali vinho da madeira, o bernardo

antes do jantar ainda deu para passarmos no fórum madeira chópíngue e pedir um autógrafo ao bernardo sousa, a maior promessa dos ralis em portugal... tirei uma foto com ele e com o navegador e disse "olha, quero ver-te a ganhar aquilo", ao qual ele respondeu com um encolher de ombros e "eu vou tentar"... e aqui acabei por ficar com alguns remorsos...

um conhecedor como eu, deveria ter dito "quero ver-vos", mas acho que o nuno qualquer coisa já deve estar habituado... afinal, os pilotos são idolatrados e os co-pilotos são apenas os buchas que vão ao lado, de cara enfiada no caderno a ditar notas... sem os quais ninguém era campeão do mundo, mas a vida nunca foi justa...

também me desculpo porque a maior parte da responsabilidade nem é minha, que aqui decido representar o ignorante fã... não falei do co-piloto porque também mais ninguém o fez, nem a comunicação social nem mesmo os organizadores das provas, que chegaram inclusive a retirar o nome dos co-pilotos do vidro do carro... agora já o reinseriram, mas mais pequenino, também pra eles não saírem do seu lugar...