quinta-feira, 20 de novembro de 2008

o último dos salões de jogos

aqui há uns tempos passei nas amoreiras, ali na esquina entre o jumbo e a agora loja da zóne e revoltado gritei, "nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!"... o último dos salões de jogos tinha finalmente sido morto... aquele que eu pensei que nunca iria fechar... "malfadado euro" resmunguei entre dentes... porque ninguém me tira a ideia, que foi a miserável moeda única a maior responsável pelo cenário degradante com que nos deparamos actualmente...

podem argumentar que as minúsculas consolas de casa, aliadas a televisores de última geração, conseguem fazer melhor que as máquinas das salas de jogos... mas não foi isso que realmente empurrou os salões de jogos para o precipício... os salões de jogos, tal como o capitalismo de momento, morreram pela boca... comó peixe... devido à sua enorme gula e avareza... começaram a roubar o puto reguila um euro por jogo e o puto reguila deixou-os sem negócio...

eu podia obviamente culpar o velhote que troca as moedas, o dono do salão de jogos, o senhor avareza em pessoa que achou que para o puto reguila uma moeda de cem escudos seria o mesmo que uma moeda de um euro... mas o velhote mal-cheiroso, um pequeno passo apenas acima do velhote mal-cheiroso dos carrinhos de choque, que por sua vez está apenas um pequeno passo acima do sem-abrigo, é simplesmente mais uma vítima do sistema... sabe lá ele alguma coisa da oferta e da procura...

de culpar é a moeda única que tal como o preço dos jogos no salão, inflacionou também, e sem razão aparente, um sem número de outros vícios... com isso ditou a morte dos poucos locais sagrados da nossa bela cidade... o belo salão de jogos da estação do oriente foi o primeiro a morrer... foi lá que decorei o táime queráisis dois e lá que cheguei ao final com apenas uma moeda... sniff... seguiu-se o salão de jogos do oeiras parque...

e por último... o último, aquele que devido ao elevado poder de compra dos betos do colégio francês eu julguei que resisisse para sempre, inclusivé o velho até já se dava ao luxo de comprar máquinas novas, mas deviam ser a prestações e eventualmente o investimento deu de si que as taxas de juro subiram... o salão de jogos das amoreiras... peço... um minuto de silêncio... sniff...

sábado, 8 de novembro de 2008

a demonstração, parte três: o espectáculo

combinámos os últimos pormenores, começou a música da transição, que mais parecia um toque de telemóvel cabisbaixo e entrámos em cena... ainda nem ao palco tínhamos chegado já estava a faixa de combáte a começar... saltámos lá pra cima, e foi nessa altura que me lembrei de ficar virado pró lado contrário ao da ana, acho que resultou num pormenor fixe... começámos a coreografia e assim que a música parte, logo no início que aquilo era a faixa de muhai thai, o pico de intensidade da aula, começámos aos saltos em cima do palco... "jâmpe!" gritou a ana...

ao fim do terceiro salto o palco, acho que composto por duas mesas juntas, começou a abrir uma brecha... "olhó palco!" gritou a ana, "já vi!" respondi eu... mas o espectáculo não pode parar, só se aquilo se partisse tudo... o que tive algum medo que acontecesse... em boa hora a música acalmou e foi lá um bacano, daqueles comandado por rádio, juntar as mesas... mas só durante mais uns segundos por logo a seguir a música acelerou de novo, começámos novamente aos saltos, e o buraco voltou a abrir-se... na recta final aquilo tava tão mau que eu já só saltava em cima de uma das mesas...

a nossa música acabou, o holofote apagou-se e iluminaram-se os do pedra e do marco... começaram eles a demonstração de páuer jâmpe, que correu bem mas não arrancou muitas reacções do público que estava muitíssimo frio... a apresentação estava despachada fui prá cozinha atacar na comida, que por sermos artistas também tínhamos direito... bebi uma sopinha, algum champagne, e depois já era tarde e tinha de ir trabalhar no dia seguinte... pus-me ao fresco...

pelo que me disseram, aquela festa de notáveis era para uma obra de caridade qualquer... caridade é fixe, estou sempre disposto a participar nessas iniciativas... tenho é assim uma sensação que vou aparecer num desses programas de imprensa cor-de-rosa de fim-de-semana logo a seguir ao almoço... que tiraram-me montes de fotos e fizeram filmes comigo e eu não cedi direitos de imagem nenhuns... mas provavelmente o pedra fê-lo por mim... ah! e acabou por ser muito divertido...

a demonstração, parte dois: a espera

troquei de roupa ao frio à porta do carro e lá fui eu, com uma tichârte branca com um coração enorme a dizer que "eu amo o oulemes peleice"... que tínhamos de tirar alguma publicidade daquilo, senão ninguém saberia que o que estávamos ali a fazer... entrei por um caminho muita refundido pelos bastidores da cena, passando pela cozinha, armazém e dispensa até ao único... camarim, vá... fizeram-me umas pinturas de camuflado na cara e depois começou a espera...

a enorme festa onde nos encontrávamos, financiada sei lá por quem, de nome "onda de pacífico", estava dividida em meses... e nós entrávamos lá para julho... muito antes disso havia montanhas de apresentações... modelos, ginastas, trapezistas, cantores, dançarinos e até uma escola de samba... o que nos deixou com um pequeno sentimento de inferioridade, o marco só dizia "o nosso não tem nada a ver com isto", e explicava a nossa falta de produção com "nós somos do mato!"...

tava aquilo a começar e encontrávamo-nos na saída dos artistas a espreitar para ver a acção... o público começou a aproximar-se e a rapariga da organização, constantemente a dar ordens pelo rádio ao resto da malta, virou-se para nós e disse "vocês têm de se chegar mais para trás"... "iá, vocês são feios, saiam daí que arriscam-se a aparecer na fotografia" complementei eu... começou tudo a rir e a gozar... fomos pra dentro da cozinha espreitar de lá...

em plena apresentação da escola de samba, com os seus tambores, fatos à rio de janeiro cheios de plumas vestidos por rechonchudas quase nuas, as modelos, à espera para entrar a seguir, decidiram-se a mandar uma perninha de dança... mas algo mal, que o samba também é cena complicada... "ah muito bem!" atira o marco... o rosto ultra maquilhado de uma delas ilumina-se, aproxima-se "a sério? estive bem?"... "estiveste, claro que sim" respondemos os dois... "a sério? estive mesmo?" tenta ela de novo, "claro!" confirmamos nós, "é que eu só aprendi isto hoje!" terminou ela... e saiu... o marco e eu trocámos um olhar, "um pouco superficial a rapariga, não?" comentei...

entraram as modelos em cena e nós ficámos a espreitá-las em fato de banho a andar na passerele... a música começou a partir e o marco decidiu-se, também ele, a dar uma perninha na dança, com a ana... começaram a fazer alta confusão aparece lá a rapariga do rádio de novo, "olha vocês não podem estar aqui que estão a fazer muito barulho"... começámos todos a rir, "já é a segunda" dizia eu "da próxima ela expulsa-nos prá rua"... e em menos de nada chegou a nossa vez de entrar em campo...

a demonstração, parte um: o antes

quarta telefona-me o pedra, o responsável pelas aulas de grupo da quinta da fonte, "marco, preciso de ti"... convida-me para participar numa demonstração de combáte pró dia seguinte... estrabuchei porque já tinha aceite um convite para jantar, mas acabei por não conseguir dizer que não... sou um tótó e ele parecia desesperado, como de costume...

fui ter com o bacano que me convidou pró jantar para o avisar que ia chegar mais tarde... bem mais tarde, provavelmente... nunca? no dia seguinte recebi mais um convite pra jantar... desta vez com o resto da família... lá tive de dizer que não porque ia jantar com um colega meu lá do emprego... mas na realidade às oito da noite estava eu a ligar o carro pra ir sei lá pra onde...

muito contrariado e sem jantar no bucho lá fui eu a ouvir o relato do jogo... cheguei à quinta da fonte, local do encontro, e decidi-me a ficar pelo carro... não me apetecia ir atrás do pedra que provavelmente estaria atrasado... quando ele se despachasse que me ligasse, que eu tava ali perto... ora aquilo segundo eu sabia era às nove, e o pedra ligou-me lá prás nove e meia... já estava eu a estacionar em casa num misto de alívio e arrependimento...

tive ali um pequeno momento de introspecção no qual a minha consciência levou a melhor... não conseguia afastar a ideia que qualquer uma das minhas duas alternativas teria sido imensamente preferível... mas já que estava embrulhado naquilo era para ir até ao fim, e tentar tirar o melhor proveito possível de toda a situação... um quarto de hora depois estava a estacionar na traseira de um barracão enorme ali na entrada do cacém pelo lado do tagus parque...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

resident evil: apocalypse (2004)

os cientistas da guarda-chuva decidem abrir a colmeia, após os incidentes do filme anterior, para ver o que dali ainda podem recuperar... assim que o fazem, uma mão-cheia de mortos-vivos trepa cá para fora e espalha o pânico e o terror na cidade dos texugos... encurralados, os líderes da guarda-chuva fecham a cidade em quarentena, e decidem limpá-la através do uso de uma pequena bomba nuclear... lá pelo meio da cidade, a nossa heroína acorda num hospital deserto e em ruínas, para voltar a distribuir fruta na bicharada, mas agora com poderes que fariam o neo ficar com inveja...

e é precisamente neste último ponto que este novo filme falha em relação ao anterior... nos poderes da menina... mais de metade do argumento do filme e consequentemente das cenas de acção é a explicar como foram feitos os poderes da rapariga... embrulha-se em conspirações governamentais e experiências genéticas falhadas quando na realidade o que eu queria ver e esperava, era traulitada na bicharada... de que vale fazer um filme de mortos-vivos se estes mal aparecem? poderes é bonito... mas tiro de caçadeira é mais bonito ainda... aposto como os bacanos de óliúde acharam que eram mais inteligentes que os japonas que escreveram a história dos jogos... e inventaram...

o filme tem duas boas cenas, as apresentações de duas das personagens... e porque ambas parecem tiradas do vídeojogo... a detective da polícia de mini-saia que entra pela esquadra a rebentar crâneos de mortos-vivos com a 9mm... e o tropa de elite da guarda-chuva que se atira do helicóptero preso por uma corda à cintura, com duas armas nas mãos a disparar à john woo... mas isso não lhe chega para a positiva... talvez nem chegue para vos manter acordados... 8*/20*...

resident evil (2002)

a maior e mais poderosa empresa do mundo tem uma fachada... chama-se "guarda-chuva", ui que medo... fingem-se amiguinhos do ambiente e assim, mas na realidade eles são o maior fabricante de armas biológicas do planeta... um dia um dos empregados da colmeia, o avançado centro de pesquisa dos vírus, é contratado para roubar o vírus tê... aquele que transforma as pessoas em mortos-vivos, e vai daí aproveita pró soltar... a infecção apanha um monte de cientistas de bata branca que acabam a levar tareia da milla jovovich... que de mini-saia bordeaux e a trepar pelas paredes, tipo matrix, distribui fruta à grande...

são os clichés do género todos juntos... a personagem que é comida viva, o outro que é mordido e não diz a ninguém, o que se pensa morto, mas volta mais tarde pra safar a malta de um aperto... não falta nada... mas como mencionado na entrada anterior, eu gostei do pormenor da milla jovovich nunca demonstrar qualquer tipo de medo dos mortos-vivos... aliás, enfrenta-os em lutas corpo-a-corpo várias vezes correndo sempre o risco de levar uma mordidela, o que acontece com todos os seus colegas... também leva pontos por não ter assim tanto computador, tirando o último bicharoco, o da língua... não é uma bomba mas é engraçado e dá vontade de matar mortos-vivos, e isso quer dizer que atinge o objectivo... 11*/20*...

sábado, 1 de novembro de 2008

a maldade residente

o cenário apocalíptico do vírus geneticamente alterado que provoca um imenso surto imparável que transforma a humanidade numa legião enorme de mortos-vivos, nunca me tinha chamado muito a atenção... especialmente não na forma do original, talvez do mais conhecido, como é o "maldade residente"... gostei do "28 dias depois", porque na altura não tinha conhecimento da imitação que é, e odiei todas as outras imitações série bê que apareceram ultimamente, mais ou menos a bater na mesma tecla, como o "rec" e o "campo de trevos"...

no outro dia apanhei finalmente a adaptação cinematográfica do "maldade residente"... e adorei... não que o filme seja uma obra-prima, muito longe disso... achei-o engraçado, mas acima de tudo identifiquei-me bastante com aquela simples ideia de afiambrar à grande nos mortos-vivos, algo que muito sinceramente falta em todas as imitações mencionadas... sobreviver é giro, afiambrar mortos-vivos é muito mais giro... comecei a lembrar-me do hugo, no "maldade residente" da chisbóquesse do irmão, a partir o barrote de madeira de tanta traulitada que mandou nos mortos-vivos do centro comercial... pensei, "também quero!"...

e disse "amor, compra-me um maldade residente" e no dia seguinte assim foi... a prenda de anos que a minha linda ainda me devia transformou-se no "maldade residente quatro"... e após dois dias de intenso vício posso afirmar... aviar mortos-vivos a tiro de caçadeira é muito giro... tábem, aquilo mais não é do que uma ligeira melhoria da fórmula introduzida pelo "sozinho no escuro" e com melhores gráficos... mas acaba por se desenrascar muito bem, tem uma história minimamente interessante para me manter agarrado... quanto aos filmes? já fui a casa dos pais do amor buscar a trilogia que o irmão dela lá tinha, ele é fã da milla jovovich... hoje vai ser noite de cinema, e aquele dois parece prometer...

a loira de caçadeira em punho em plena cidade deserta... ah, a cidade que se chama "cidade dos texugos"! genial... adoro esses pormenores infantis de guião de vídeojogo japonês...