segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

projecto: fim-de-semana dakar

apesar de não traçar planos, posso dizer que assim uns traços gerais ainda gatafunho para este novo ano... por exemplo, vou montar uma empresa de organização de cenas... "ah!" fazem vocês, "organização de quê?", "de cenas" respondo eu... vou organizar de tudo um pouco, jantares, festas, baptizados, férias e casamentos... a prova de fogo é já no próximo fim-de-semana com o projecto "fim-de-semana dakar"...

ora o projecto "fim-de-semana dakar" passa por ver as duas primeiras etapas da edição do próximo ano do rali lisboa-dakar mas não só... porque muito mais importante do que isso a viagem vai ser como que uma bela e emocionante visita-de-estudo para dois amigos meus que, infelizmente devido a factores que por vezes não controlamos, não tiveram infância... dois amigos confirmados, se alguém aí se sentir identificado ainda estou a aceitar inscrições...

neste âmbito das viagens educacionais esta será já a segunda edição... a primeira ocorreu aqui há uns anos no porto, também com dois participantes... um deles irá participar novamente agora no projecto "fim-de-semana dakar", o que só prova o sucesso deste tipo de iniciativas que continuo a contestar não serem financiadas pelo estado...

ano novo, casa nova

puxei uns cordelinhos junto do manda-chuva para não ir trabalhar neste belo último dia do ano, apesar de já não ter um único dia de férias para tirar... mas precisava de mais um fim-de-semana de quatro dias para espairecer e começar a preparar em força mais um ano que... bah! isto dos novos anos cada vez se torna mais do mesmo... traçar planos e objectivos fazia mais sentido quando eu era um inconformado raivoso que queria acima de tudo evitar os computadores... o que colocando em prisma também por aí se vê que não faz bem o meu género, porque "inconformado" tudo bem, "raivoso" é familiar, mas "traçar planos" nunca foi característica da minha personalidade...

aproveitei o dia para ir assinar papéis relacionados com a compra da minha nova maison... tenho a avisar todos os que ainda passam por aqui os olhos que a escritura está marcada para dia onze de janeiro... data a partir da qual começarei a entrar em despesas parvas em objectos extremamente supérfluos e parvos... tenho de comprar cortinados, jogos de casa-de-banho e abatjours... também estou a planear uma festa de inauguração, quer dizer, nada como a "mãe de todas as festas" como o meu irmão está a planear para o dia de hoje... será mais como um pequeno e agradável convívio, mais a ver com o meu novo estatuto social...

entretanto sempre que ouço a solicitadora a atender o telefone "toutou?" começo logo a pensar "tchina pá", "que maneira mais parva de atenteder o telefone", "se ao menos aqui estivessem os castigadores da parvoíce"...

domingo, 16 de dezembro de 2007

a festa de inverno: parte dois

andava por lá pela festa quando aparece lá um bacano que agora tá a trabalhar no mesmo sítio que eu, mas noutro projecto... normalmente é uma pessoa calma mas estava todo acelerado, a falar muita alto... depois é que me explicou, que lá a divisão dele tinha marcado o jantar de natal para aquele mesmo dia, então ele já vinha bem regado... pouco depois encontrei outro, até me deu um abraço... decidimos então ir buscar bebidas...

o sopinha de massa e eu távamos junto ao balcão a tentar que no meio da multidão algum dos bacanos olhasse pra nós pra nos dar de beber... olhei para trás e... o nosso grupinho de rapazes tinha passado a incluir duas raparigas... e bem giras, uma morena com um decote brutal, e uma castanhinha de olho azul... assumi que seriam amigas de algúem e perguntei-lhes se queriam alguma bebida... elas não se fizeram rogadas e a dos olhos azuis agradeceu-me com uma festinha no braço...

quando finalmente um bacano veio lá perguntar o que queríamos, o sopinha antisocialmente pediu as bebidas para ele e prós outros dois rapazes... "ah porque depois confundo-me" desculpou-se ele... eu fiquei na dúvida sobre o que é pior, achar que ele é mentalmente desafiado ao ponto de confundir-se com seis bebidas, ou pensar que ele é um antisocial que provavelmente pagou uma rapariga para namorar com ele...

nenhuma das duas hipóteses é exponencialmente reveladora uma vez que a minha ideia do sopinha de massa já era algo negativa... pedi eu as bebidas prás meninas e pudemos fazer mais um brinde... "isto é sumo" disse a castanhinha, "ai é?" perguntei enquanto provei o meu suposto vodka laranja... sentia-se ligeiramente o alcool, mas tava fraquinho de facto... "deixa lá ver então", troquei de copo com ela e provei... era a mesma cena... tanto tempo à espera pra beber sumo...

pouco depois o sopinha desapareceu e nunca mais o vi... o outro bacano começou a falar com a morena do decote, e... o fánã e eu ficámos a conversar um pouco com a castanhinha dos olhos azuis... dois dedos de conversa mas eu não quis ir muito além porque ainda estava a assumir que duas miúdas giras daquelas estariam acompanhadas... até que a castanhinha se farta de apanhar seca e dá a deixa prá amiga que têm de ir à casa-de-banho... "nós ficamos aqui" disse alguém...

foi depois que me explicaram que elas tinham caído do nada todas sorrisos... o bacano que falou com a morena disse que eram do porto... e eu pedi-lhe desculpa por lhe termos estragado o esquema... é que se o fánã e eu tivéssemos dado conversa à castanhinha ela não teria dado o sinal prá amiga, e o bacano ainda teria um coro a funcionar... foi nessa altura que assumimos que perante aquele cenário algo desolador e humilhante, elas já não iam voltar... e não voltaram...

a festa de inverno: parte um

estávamos a aproximar-nos da estação de comboios do rossio, local d'a festa, quando reparamos que aquilo está tudo iluminado, com o logotido d'a consultora projectado nas paredes... uns holofotes apontados pró céu indicavam que aquilo era o sítio pra se estar naquela noite... "quem me dera trabalhar n'a consultora" diz alguém, "isso está a pensar aquele ali" diz um outro a apontar para o sem-abrigo... "ahahahahaha" riu todá gente...

ao aproximar-nos reparamos na estrada cortada com um segurança enorme, de uzi escondida debaixo do fato, "boa noite" cumprimenta-nos... ao chegarmos à entrada montes de meninas bonitas daquelas das promoções deram-nos as boas vindas, enquanto que se podia ver, estacionado em local de destaque... o murciélago preto do mais alto manda-chuva... mostrámos os convites e entrámos num cenário que... sob pena de soar como uma dona de casa... parecia saído de um filme...

admito a minha ingenuidade em como nunca tinha visto nada parecido... três áreas distintas, uma mais calminha com uns sofás brancos e uma outra com comidinha de rico rodeavam uma área central que tinha uma pista de dança, um palco e por trás... o logotipo d'a consultora como que a mostrar quem é que se chegou à frente pra pagar aquilo... tudo isto era suportado por três bares que também só serviam bebidas de rico... por todo o lado, aquecedores a gás...

que não chegaram para aquecer um edifício demasiado arejado numa noite fria pra chuchu... mais do que consultoria informática, a consultora presta serviços de consultoria financeira, portanto desenganem-se já os muitos tótós que afirmaram que ia ser uma noite só de rapazes, que aquilo tava agradavelmente apinhado de miúdas... e todas vestidas como se fossem para um casamento... preferia obviamente roupa do desporto, mas também não digo que não...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

a prenda de natal

no outro dia disse à minha mãe "mami, já sei o que quero pelo natal", responde ela apreensiva "o quê? um jogo?", porque foi o que lhe pedi pelos anos... e eu "não, um fato"... os olhos dela iluminaram-se, quase que aposto que estava a pensar algo na onda do "dum filho não faço nada mas o outro parece estar a entrar nos eixos"... o que, sejamos sinceros, me custa uma beca...

não é que desgoste de ser a razão pela qual os meus pais ficam com um brilhozinho nos olhos... mas a verdade é que eles geralmente só ficam com o referido brilho, por razões algo parvas... mas pronto, são pais, a altura deles já lá foi há bués, não é que o façam por mal, estão é algo desactualizados... por outro lado custa-me gastar uma potencial prenda cara, num fato...

mas também seria bastante pior se tivesse de o pagar, e ainda acabei por fazer um negócio à maneira... ficou-me a menos de metade do preço, o único senão é que as calças foram feitas para um quarentão grávido... em mim até nem ficam mal, mandam uma pausa fixe... por breves momentos ainda pensei em usá-las assim, mas cheguei à conclusão que ainda não tenho estatuto para quebrar certas regras...

quando tiver... vou andar de fato, mas à ípe ópe! já me estou a imaginar com um fato muita largo, a camisa por fora das calças, um cinto de balas, uns ténis enormes, uma das pernas das calças arregaçada e a gravata cheia de cores e toda torta... vou fazer a cabeça em água aos caretas todos...

sábado, 1 de dezembro de 2007

o novo especialista, parte quatro: a festa

ontem foi a reunião anual da área de negócio onde me encontro... apresentações e troca de galhardetes para uma equipa que passou de apenas nove pessoas no início do ano fiscal, para trinta e quatro no final do ano normal... como é hábito neste tipo de eventos, os sócios tiveram para lá tempos que tais a rever números da empresa no geral e a tentar passar-nos a mensagem motivacional subliminar, que somos os máióres...

para além disso e devido ao rápido crescimento que houve este ano, foi-nos pedido que realizássemos um pequeno seláide com uma informação nossa para apresentar ao resto da turma... para nos conhecer-mos todos um pouco melhor, sabermos onde estão as nossas forças e competências e balelas afins de construção de equipa... ora como já é costume, eu quis aparvalhar aquilo tudo... pensei em escrever umas rimas e fazer uma cena ípe ópe...

só que depois fiquei constipado, rouco, e decidi-me por um pequeno texto de comédia em ... ia a explicar o primeiro ponto parte dois quando mandei a piada "o manda-chuva disse-me que era na expo, eu tive medo que fosse no pavilhão atlântico"... partiu-se tudo a rir! foi lindo, mesmo gargalhada monumental... cumpri largamente o meu objectivo que era, não aborrecer ninguém de morte... houve demasiada gente a fazê-lo... e arrancar uma reacção do público... pronto, admito... é narcisismo!

o novo especialista, parte três: a contra-informação

no dia seguinte a saber o resultado da minha avalição, recebo um convite para ir almoçar com o meu novo aconselhador... é uma espécie de irmãozinho mais velho que supostamente vai tomar conta de mim e não deixar que eu caia em tentação e assim...

éramos uns quatro, os aconselhados pelo rechonchudo, gestor de consultoria... cada um aproveitou para fazer as suas perguntas e tirar as suas dúvidas e lá pelo meio ele começou a falar das avaliações... nesta parte mencionou especificamente que...

não existe assim nenhum tipo de padrão referente ao número máximo de As e de Bs que pode haver num ano... o que se faz é tentar compreender se, as pessoas são mesmo merecedoras dessa nota... a parte interessante desta história toda é que...

ele contrariou directamente o que me tinha dito o mini-manda-chuva no dia anterior... por mim é na boa, acredito que o processo inclua um pouco dos dois cenários... mas achei mal o rechonchudo não se ter chegado à frente com a conta...

o novo especialista, parte dois: a avaliação

no dia seguinte ao telefonema mencionado na entrada anterior, recebi a minha avaliação anual por parte do meu mini-manda-chuva... segundo a versão dele da história ele esteve muito pensativo sobre dar-me um A, porquê? porque obviamente percebeu... que eu sou genial... só que após conversa com os manda-chuvas eles lhe desconstruiram a ideia, "porque isso é mesmo buéda excelente"...

fiquei contente com o meu B... e concordo com a minha avaliação que assim muito por alto diz que eu sou um mágico a fazer código e a resolver problemas mas que tenho de ser mais proactivo no contacto com o cliente apesar de ter evidenciado melhorias durante o tempo do projecto... e é então que entra em cena o capitalista leitor: "ah, que giro que isso é? e em quanto é que isso se traduz?"...

é uma pergunta pertinente, fui informar-me e segundo os dados retirados de consultoria, a área de negócio onde não me encontro, um B traduz-se num aumento de 10 a 16%... não sei é se vou ter direito a ele já no início do próximo ano uma vez que só entrei em julho... a cena que acho é que ninguém sabe como vai funcionar mas já circularam rumores de retroactivos caso não se verifique népias agora...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

o novo especialista: parte um

tava no comboio a ir pra casa quando toca o meu telemóvel... atendi para ouvir a secretária "olá marco, posso passar-te ao manda-chuva?", "claro!" respondi confiante... mas apesar de ser uma pessoa simpática, alegre e optimista, fico sempre imenso na defensiva quando um manda-chuva quer falar comigo... já a traçar cenários apocalípticos cada um mais improvável que o seguinte quando o manda-chuva diz:

"tenho aqui uma aplicação feita na linguagem que quero que tu analises"... fiz o meu sorriso triunfante e pensei "ah, precisa dos meus pózinhos de génio"... e obviamente concordei em ir lá mandar uma perninha pra safar aquela malta a fazer não sei bem... porque a cena mesmo gira é que... eu nunca tinha visto a linguagem até começar a trabalhar lá na consultora, e tenho a certeza que o manda-chuva sabe disso...

o que me orgulha é que... pelos vistos escolheram-me não porque eu sei muito, mas simplesmente porque pelos vistos sou o que sei mais... e pronto! também porque sou um génio...

domingo, 25 de novembro de 2007

aveiro fítenâsse: parte um

acabei de chegar da convenção internacional de fítenâsse de aveiro, que mais uma vez foi de arromba! da primeira vez que lá fui, aqui há dois anos, para além da jura que fiz de lá voltar todos os anos, andei com a pulseira que lá me deram (daquelas estilo festival de verão, pró sentimento de tribo) até cair completa de pôdre...

no ano passado tive para fazer o mesmo, porque a experiência tinha sido novamente igualmente emocionante... mas na altura tava na cinco de outubro, uniforme de manga curta, naquele clube de meninos ficava um pouco mal... andar com uma cena toda suja e pôdre no pulso numa tentativa tão idiota como inútil de me lembrar esporadicamente de um mísero fim-de-semana...

mas... tudo isso é passado! felizmente já não trabalho no clube de meninos... para além de já não ser obrigado a ter sempre a barba feita e a cara mais lisa que a de um bébé, também trabalho de camisa de manga comprida... o que me permite mais uma vez repetir o ritual... porque também este ano foi de arromba e até tenho duas, hão-de cair de pôdres!

domingo, 18 de novembro de 2007

o jantar danos da soraia: parte cinco

às imensas da manhã, a voltar lá do sítio para onde tínhamos ido após o jantar, parámos num semáforo... e foi então que eu topei a oportunidade de testar as capacidades do regionalmente conhecido "hélio gasolina celica", se bem que ele agora mudou prós gasóleos turbo, o mariquinhas... umas horas antes andava ele a cantar de galo "vou da minha casa no rio-de-mouro à minha casa no porto-da-luz em quinze minutos"...

assim que o semáforo fica verde eu meto a primeira e saio disparado... mudei prá faixa da esquerda e passei pelo hélio, que acho que estava parado a tentar descortinar qual o melhor caminho para ir para a casa dele... "boa!", "agora não sabes por onde é" disse o gordo resmungão de sono, "oh, mas agora deixo-o passar" respondi... acho que o hélio perdeu a sua veia assassina... também pode nunca a ter tido...

quer dizer... porque depois de chegarmos à casa dele, andámos por lá a investigar as esquinas todas pra tirar bem as medidas ao barraco e diz o gordo "e aqui é o escritório"... é uma cena moderna, ter um escritório... "ai é?" e fui a ligar a luz... CACHÁU!! até voei! nunca tinha tido corrente alterna, ou assim, a atravessar-me o corpo daquela maneira... é que o tótó, além de não ter interruptor, tem os cabos pró ligar completamente soltos...

conceitos modernos de ter três paredes brancas numa divisão e a quarta pintada de outra cor, eu ainda conheço... agora montar armadilhas na própria casa devo admitir que para mim foi novidade... parei logo a revista por ali... não fosse eu meter o na cozinha e acertar numa armadilha de lobos...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

a função pública

no outro dia fomos ao registo civil ou assim para tratar dos papéis que passam a considerar oficialmente, e para todá gente sem excepção, que a minha namorada e eu somos um "nós"... fomos ao registo número três e tava cheio de gente... pronto, não... tinha prái umas três pessoas à nossa frente, o que significa obviamente que nunca seríamos atendidos naquele mesmo dia... fomos exprimentar outro registo, o quatro...

uma velhota toda simpática atendeu-nos com a saudação oficial "ah isto hoje vai demorar"... e disse-nos para tentarmos noutro registo, fomos ao oito... chegámos lá e não tinha ninguém... tirámos uma senha e logo nos perguntaram o que queríamos... veio uma senhora atender-nos... verificou os papéis e depois de ver que tínhamos tudo em ordem e perceber que não dava pra evitar, fez uma cara triste... "isto hoje vai demorar" disse, "porque eu ainda tenho de ir ali fazer psshsshshshshs..."

"ah bom!" pensei, "vai fazer psshsshshshshs...", "e certamente não podia fazer psshsshshshshs depois de nos antender"... deu-nos uma folha pra preencher e foi-se... demorou imenso tempo, quase perto de uma hora até que começou a ficar tarde... ali perto das quatro... a hora de fecho lá do barraco... voltou, pegou na folha, viu que tava bem preenchida e foi-se sentar no computador... ficou lá prái uma meia-hora a introduzir os dados... que atraso de vida!

mas ao menos tá despachado... "agora venham cá daqui a duas semanas marcar a data" disse ela "duas semanas?", "de certeza?" inquirimos nós, "é melhor três" terminou ela...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

à solta... os picas... os picas...

na semana passada tava no comboio todo pimpão a ir pró emprego quando aparece o pica... geralmente acontece sempre pelo menos uma vez por viagem quando estou no comboio... naquele dia era o pica do ferro... eu até curtia o pica do ferro, porquê? porque era o pica do ferro... um matulão enorme que lhe no ferro e nos batidos e em sei lá eu em que outras substâncias porque o braço dele é mais ou menos uma perna minha e as minhas pernas até nem me envergonham...

eu mostro o passe e ele baza, depois volta e pergunta "esse é o único passe que tem?", "não tenho mais três, mas tão em casa" era a resposta que me apetecia ter dado... "então venha lá aqui" disse ele... aproximei-me e foi quando me apercebi que já tinha passado o mês... geralmente isto acontece-me uma vez por mês... "já percebi" disse quando me aproximei, "já? então força!" e expulsa-me do comboio... ainda por cima em belém, numa das mais refundidas estações lá no meio do deserto...

saí a resmungar cobras e lagartos, tive de pagar um estúpido bilhete e demorei bués a chegar ao emprego... fiquei com um ao pica do ferro que se soubesse onde é que o bacano tinha deixado o carro ia lá riscar-lhe aquilo tudo e esfrangalhar-lhe os pneus... fui contar a história à minha namorada e concluí com "eu até curtia o pica do ferro mas agora acho-o tão nojento como o pica sem-abrigo!"... ela fez uma lindíssima careta e disse "aííí esse pica é tão asqueroso"...

a descrição "pica sem-abrigo" é muita boa! é que até a minha namorada que anda na linha de cascais esporadicamente, conhece a personagem... e ele de facto é asqueroso, já tomava um banho...

domingo, 4 de novembro de 2007

o jantar danos da soraia: parte quatro

o jantar foi mau... gosto muito da soraia e do hélio, acho que fazem um belo par, apesar dela ser a dar pró anorética e ele ter barriga de cerveja... mas sou sincero... o restaurante que o hélio, em conjunto lá com os amigos, escolheram para a ocasião era mau... uma cena brasileira com picanha tipo tira de milho, sangria que parecia sumo e a caipirinha nem era nada de especial... tinha uma badocha a cantar e por isso paguei pra chuchu...

no final daquilo tudo decidiram ir prá noite... eu quis cortar-me, devido à minha aula dos sábados de manhã no ginásio onde anda a minha namorada, ali por cima do babilónia... mas o pópó era do gordo e eu não sou desmancha-prazeres... para continuar no caminho dos vencedores lá decidiram que fixe mesmo fixe, era o clube maçãs ali juntinho à praia... resultado prático, andámos de carro imenso tempo pra dar numa espelunca com o ar mais acabado do mundo...

ainda procurei pelo rumbafum no meio do público a dar pró mitroso do local... não porque o rumbafum seja mitroso, mas porque é a única pessoa que conheço que costuma andar ali práqueles refugos da linha de sintra... aposto como já lá teve e jurou para nunca mais... mas nem se tava lá assim tão mal... o som era terrível, muito pior que o estúdio do equalizador marado, mas ao menos aquilo tinha uns sofás minimamente confortáveis que deram pra me esticar ao comprido...

o jantar danos da soraia: parte três

final da aula o , meu antigo coleguinha da primária, vem ter comigo como de costume "reparaste que tinhas uma figura pública na tua aula?", "ai tinha?" respondo eu com o meu ar ingénuo "quem?"... o mostrou-se um pouco idignado "não reparaste?", "a cláudia semedo!", "do extase?"... o programa de televisão até conheço, mas é daqueles dos cromos da comunicação social a dar-se pra bonitos e engraçados, não é que me suscite muito interesse...

no entanto a imagem soou-me vagamente familiar "mas quem era?" perguntei... o descreveu "aquela mulata", "ah!", "já sei" respondi, tenho de admitir que tinha um ar diferente... "é aquela com quem eu tava a falar ali fora na boa!", do género "então, gostaste da aula?"... depois de uma pequena pesquisa para arranjar uma foto, para todos os despassarados como eu, que não percebem patavinas disto... passei a sentir-me bué importante...

o jantar danos da soraia: parte dois

ora a aulinha começou mal à brava... porque a aparelhagem, sabe-se lá porquê, recusava-se a dar som... chamei um bacano, que chamou outro, e outro, e às tantas já éramos quatro pessoas de volta daquilo a carregar nos botões todos... ao fim de dez minutos, já prestes a desistir quando o equalizador lá se decidiu a fazer coisas...

começou tudo a carregar nos botões do equalizador até que aquilo começou a mandar som, "não mexe!", afastou-se tudo da aparelhagem e pude começar a aula... mas o som tava mau à brava! aquele é o estúdio de todo o universo oulemes que reconheço com melhor som, muito à conta do súbe, que não existe em mais lado nenhum...

mas na sexta aquilo tava miserável, muito provavelmente porque carregámos em botões a mais... o som tava a sair quase só de uma coluna, a do outro lado e o súbe tavam praticamente quietos... a dar pró terrível, mas se a alternativa era nem ter som o melhor era não me arriscar a mexer mais naquilo...

o jantar danos da soraia: parte um

a meio da semana, do nada e ao fim de muitos muitos anos, aparece o hélio... e convida-me para o jantar surpresa de aniversário da namorada dele... falei com o gordo porque não valia a pena tar a levar dois carros, e combinei com ele apanhar-me à saída da quinta da fonte que ia lá dar uma aulinha...

domingo, 28 de outubro de 2007

um título engenhoso

no outro dia tava por lá no emprego quando recebo uma chamada... atendi e perguntaram "engenheiro marco santos?"... "UAU!" pensei, "soa bem... tem a sua dose de... je ne sais quoi"... do outro lado era o bacano do banco dos que não têm pais ricos que obviamente é pago para me bajular o ego na tentativa de receber o privilégio de tratar do crédito da minha futura mansão...

mas é por essas e por outras que lhes vou entregar o crédito a eles, porque como demonstrado por este pequeno exemplo, eles até sabem o que estão a fazer... vejamos, nunca ninguém me tinha prestado tamanha vassalagem, gostei bastante... até porque agora, e apesar de continuar parvo à brava como descrito na entrada anterior, sou uma pessoa importante... devido ao meu brutal poder de compra...

no entanto toda esta questão levanta um outro assunto polémico... estou a pensar em mudar, num futuro próximo, o meu estado civil... mas por enquanto só na conservatória, desenganem-se já aqueles que pensam que vão comer camarão e sapateira à minha conta nos próximos meses... por mim eu mantinha tudo como está, a minha namorada com os seus oito nomes da realeza, e eu com os meus quatro que até já são demais...

o problema é que a minha namorada quer que eu tenha um nome dela... o que me coloca num impasse para o qual peço desde já a opinião do leitor: "engenheiro marco dos santos real", ou "engenheiro marco real dos santos"... já pensei também em "engenheiro marco santos e real"... que é nível, mas secalhar demasiado monarca pra ser estiloso...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

as guerras suburbanas

estação do metro do cais-do-sodré, cerca das nove horas da manhã... a plataforma apinhada até à escada, sem qualquer movimento... aproveitei a onda e segui com as pessoas que atravessam por cima para descer lá ao fundo nas outras escadas... ali por cima do maranhal de pessoas senti-me um deus a olhar de cima prás formiguinhas atarefadas... no meio de tal momento lírico lembrei-me de cuspir lá para baixo...

e foi então que me atingiu... poucos dias depois do relógio bater mais uma primavera continuo tão parvo como no dia em que terminei o ensino básico... cheguei à plataforma e juntei-me à confusão... nada como uma pequena batalha para começar melhor o dia, dispara a adrenalina... assim que vi o metro chegar... pequenino, três carruagens... desisti... conheço os meus limites e sei que sou presa fácil prós gordos e mal-cheirosos e assim...

tava aquilo àpitar que queria fechar portas e pessoas a um metro de distância do metro (sou mesmo um poeta) ainda a tentar entrar... tive para ir lá oferecer-me para empurrar... se ganhasse algum balanço desde o outro lado da plataforma e viesse lançado numa placagem tenho quase a certeza que metia aquela gente toda dentro da carruagem... com umas costelas a menos, mas não chegavam atrasados ao emprego...

apanhei o metro seguinte na mesma todo espalmado junto à porta... saí na baixa e começou tudo de novo...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

exportação do marco

na semana passada o manda-chuva convidou a malta lá do projecto para um almoço... um daqueles momentos típicos de gestão de expectativas "então, tás feliz?", "tou" respondi, "ainda bem, é isso é que eu quero"... uma semana antes não tava feliz porque achava que tinha perdido os aumentos e não me estava a ver a ficar mais de um ano sem o montante mensal trepar paredes... mas depois disseram-me que nós é só depois do natal... então deixós pousar...

andava pra lá o manda-chuva a contar os cambalachos da sua recente formação de gestores séniores no estrangeiro, quando eu comento que tenho dupla nacionalidade... "a sério?" diz o manda-chuva... "e que achas de ir para angola?", continua, "é que temos sempre problemas em arranjar vistos prá malta que pra lá vai"... o moi como já ouviu das histórias de ir para angola não se fez rogado... viajar em executiva, morar num hotel de cinco estrelas, despesas pagas...

mais uma mão-cheia de euros por dia só por me arriscar a levar um balázio... onde é que eu assino? a namorada não achou piada, mas compreende que é uma boa oportunidade na minha carreira... todá malta que foi prángola quando voltou, prálém de trazer diamantes e barris de petróleo, subiu buéda rápido na empresa... mas para mim... eu vendi-me logo no "passear à conta deles"... nem interessa muito para onde, até podia ser pra myanmar que pelo que leio aquilo por lá tá quentinho...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

que grande argolada oh marco

ontem era mais ou menos o dia lá do projecto... e correu horrivelmente mal... fizémos as cenas assim todas demasiado na descontra e o resultado prático foi que aquilo começou tudo a berrar e para melhorar um pouco a tremenda imagem de falta de profissionalismo que já estávamos a passar, ainda chegámos tarde e a más horas para resolver todos os problemas que tínhamos criado... depois disso caiu-me tudo em cima porque o responsável pela cena agora é o je...

e o que mais me deixa desgostoso é que não me caiu tudo em cima... olharam e falaram comigo assim um bocado à desprezo "nunca tinhas feito isto né?" relembrando as minhas raízes de pouca responsabilidade... fiquei com aquela odiosa sensação de quem está a levar com enorme atestado de estupidez mas face à estrondosidade dos factos tem mais é de não provocar muitas ondas... tirei montanhas de apontamentos e fiz uma promessa que nunca mais me irá acontecer...

e se acontecer é mais uma vez... porque depois aprendo mesmo a lição...

sábado, 6 de outubro de 2007

a fazer contas aos seprédes...

depois de uma semana a fazer simulações numa mão-cheia de bancos reuni a papelada toda e peguei no telemóvel para fazer um monte de cálculos matemáticos... estimei, calculei e escrevinhei os papéis todos até ficar com apenas duas simulações na mão... a mais promissora do banco onde todos são donos, e outra para agitar e dizer "masolha que eles aqui dão-me isto" naquela de exprimentar o que chove...

na minha hora de almoço fui ter com a namorada para ela me levar a falar directamente com o representante do banco onde todos são donos, o chârlei... expus-lhe a complicada situação e ele começou a tentar fazer-me passar por biruta... pegou lá na simulação da chuva e começou a ler aquilo a pente fino à procura de algo onde pegar pra me dizer que a simulação dele era ainda assim a melhor...

o problema é que não encontrou e começou a entrar por caminhos que chegaram a roçar a ofensa... especialmente quando ele imprimiu uma definição da tai do saite da deco pra me dar... por essa altura já o meu sorriso inicial se tinha extinguido por completo, muito também porque odeio comerciais inflexíveis... afinal, não é ele que quer ganhar dinheiro à minha conta? aborrecido, fui-me embora a maldizer o tempo perdido...

no dia seguinte fui ao banco daqueles que não têm pais ricos... já estava a começar a fazer má cara do tempo que me deixaram à espera quando aparece lá um gravatas... expus-lhe a situação no meu discurso directivo já sem tentar esconder a minha manifesta falta de paciência... acabei por ter uma estrelinha... é que apesar de usar óculos, o gravatas vê bem, isso explica porque é o gerente lá do estaminé... e viu que o meu crédito é um negócio com risco reduzido...

pediu-me para fazer trinta por uma linha mas a cena é que me ofereceu um sepréde muito baixo... afirmando que eles têm um acordo, secreto e exclusivo porque nunca ouvi falar dele, com a minha entidade patronal... nem precisei de fazer a matemática para perceber que tinha passado prá frente da liga... mas antes de tomar a minha última e final decisão, já que a namorada há muito que delegou essa tarefa importantíssima "ah tens mais jeito"...

faltava tentar o meu banco de novo... calhou-me uma rapariga com o ar mais enfezado do mundo... rechonchuda, óculos de massa pretos, toda curvada ao computador, fez-me lembrar a béti feia... "mau", pensei... mas decidi-me a dar-lhe o benefício da dúvida... a proposta dela insultou-me... tinha ficado ofendido e tinha-a mandado para um sítio mesmo feio se não soubesse que ela e a instituição que representa são uma associação de malfeitores incompetentes...

mas até tenho a agradecer-lhes... fizeram com que o trinta por uma linha do banco dos que não têm pais ricos soasse como cântico de sereia...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

o tiago é um caso de sucesso

ontem a afilhada da minha namorada fez anos e para comemorar acabei convidado a participar num jantar ali num restaurante em plena amadora... comeu-se e bebeu-se bem, à saída tava a dizer "boa noite" ao empregado do restaurante que tava ao pé da porta quando ele afirma que me conhece... após cuidadosa inspecção reparei que de facto se tratava do tiago, o filho de uma colega da minha mãe, a luísa, e que apesar de já não o ver há alguns anos, ainda reconheço bem...

tive pra lá a dar dois dedos de conversa com ele e vim a descobrir posteriormente que ele não só dá ali uma perninha a servir à mesa como é sócio lá do estabelecimento... e é aqui que a história leva uma reviravolta... é que me comecei a dar mais com o tiago quando ele foi meu monitor ajudante, ou assistente, ou miserável, já não me lembro bem... mas lembro-me bem que na altura o tiago tinha uns dezasseis anos e andava no oitavo... impressionante né?

ora já dizia a minha mãe, nem todos nascemos para ser licenciados e o tiago é um óbvio exemplo disso... e um exemplo que pelos vistos se orientou bastante bem... surpreendeu-me o trabalho árduo, "estou aqui há três anos e ainda não tive férias", e as horas "é desde que abre até que fecha", porque ele sempre foi assim a dar pró lorpa... mas é óbvio que a vida lhe corre bem porque ele já era rechonchudinho, mas agora tá mesmo a dar prá obesidade mórbida...

auto-estrada esburacada

ainda exercia na cave quando surgiu a polémica... a auto-estrada lisboa-cascais estava um pandemónio, com aquelas transições manhosas de uma faixa de rodagem prá contrária, passando por um asfalto mal amanhado na zona onde esteve um separador central... auto-estrada em obras, não devia ser paga, uma vez que o serviço que não está a ser, nem de perto nem de longe, bem prestado aos utilizadores... até já tinha ouvido os mitos do sindicalista que chegou à portagem e gritou "recuso-me!"...

quando li a notícia no jornal "governo muda a lei"... fiquei de orelhas de raposa no ar, interessado li o artigo... como de costume, pequeno, escrito num jornal grátis, duvidoso, e distribuído numa estação de transporte público... dizia algo do género "se a auto-estrada estiver num caos completo e prejudicar a circulação, e isto, e aquilo e..." mais um punhado de condições extremamente dúbias e impossíveis de provar acontecerem todas em simultâneo, então o utilizador pode ter direito a pedir um reembolso...

"tchina pá! que fixe!" pensei... nada como o nosso governo pra mexer nas cenas e deixar tudo na mesma... pró tempo e dinheiro que devem ter gasto a fazer aquilo mais valia terem-se embebedado todos com porta da ravessa... até nem sou apologista do "lá fora é que é -se bem", mas se fôssemos todos espanhóis ao menos pagávamos a gasolina bem mais barata... e se pra mim que nem uso o pópó todos dias fazia diferença, imagino prós outros... por isso é que também não me importava de receber menos bruto que líquido ao fim do mês...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

... de gatunos, e de chupistas!

de manhã tive a tirar um curso de "trafulhice no crédito habitação" para depois na hora do almoço ir negociar com o banco a massa para comprar a casa de sonho... desmistificando e pelo que percebi os bancos andam prái todos a oferecer seprédes muito baixos, três anos a zero e gomas em forma de crocodilo para quem lá se endividar até ao fim da vida... mas, a cena é que continuamos muito entregues à bicharada...

porque vejamos, existe a malvada euribor, que como aprendi recentemente, anda a competir com o preço barril de petróleo a ver quem atinge máximos mais históricos... depois existe o sepréde que basicamente é o que o banco usava antigamente para roubar... "oh acho-o feio!", e toma lá um sepréde brutal em cima da euribor... entra o défice e o sepréde torna-se parangona de campanha promocional com valores a rasar a tijoleira do chão...

para compensar inventaram a tai, a somar às duas descritas anteriormente... e o que é "a tai" pergunta o leitor... eu fiz a mesma pergunta: "ah renhénhé, renhénhé" enrolou o banco sem se fazer perceber minimamente... fiz-me de parvo "então e esta taxa final depende de quê?", "da euribor e do sepréde" responde o banco recuperando a voz confiante... "então este valor é fixo?" apontei prá tai, "sim" responde-me sorridente...

"então explique-me como é que um colega meu fez um crédito pelo mesmo valor em fevereiro, tem um sepréde maior e uma taxa final mais baixa?" adorei fazer esta cena... o banco não se deixou abater, e começou a inventar: "impossível!", "vimos o valor esta manhã", "a euribor tava mais baixa", "já foi actualizada", "não foi nada", "pode crer que foi"... e daqui prá frente eu achei que a conversa tava a tornar-se estúpida e fiquei-me por ali... amanhã tento outro banco...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

a primeira aula de setépe

admito que já tinha saudades de ouvir o cerca a discursar durante uma hora, a cena é que um ano após ter terminado o ífi, o discurso ainda me soa extremamente familiar... mas tava pra lá a curtir o momento nostálgico, que à parte da falta de cadeiras e de caras conhecidas me levou de volta para os domingos mágicos do ífi... quando o pedro me diz, "oh marco tens de dar as minhas aulas de sábado"...

eu fiz logo uma careta... é que a de bódi combáte é às nove da manhã e a outra a seguir é de bódi setépe que eu não sou instrutor, "ah mas dás assim uma aeróbica e localizada ou assim" tentou ele... eu compreendo o problema, os instrutores de bódi setépe são mais raros co petróleo, tar a convencer um a ir ao sábado de manhã dar uma aula num ginásiosinho de segunda por cima do babilónia era complicado...

lá fui eu desenterrar os meus apontamentos do setépe para preparar uma coreografia para dar na minha primeira aula... comecei com um bocado da coreografia que utilizei no exame e construí a partir daí uma cena bonita, com dificuldade crescente, fiquei orgulhoso... tive a exprimentar as voltinhas pra recuperar a minha disponibilidade motora, mas sabia bem que não ia dar pra preparar aquilo convenientemente... mas azar...

atrofiei-me logo todo no aquecimento com a música e com a perna de liderança... depois achei que era suficiente e comecei a construir a coreografia no setépe... aí a cena começou a ficar composta, até ao... uuuuu... passo difícil! que fez com que a cota começasse a espingardar enquanto que o resto da malta já andava aos saltos em cima do setépe... isto tudo tornou a aula muito difícil de gerir...

quando a poeira assentou houve lá uma pessoa que me disse "marco, granda aula, adorei" e houve outra que foi à recepção fazer queixinhas porque não se podia trocar um bódi setépe por um setépe coreografado...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

e vinho verde...

a minha primeira ideia foi que seria extremamente aborrecido perder uma noite de sexta com os meus colegas de departamento... mas preconceitos à parte achei que um jantar tudo incluído numa das mais conhecidas cervejarias da capital valia a pena o sacrifício, aliado à vantagem de ir lá dar-me pra simpático com os manda-chuvas que pensando que não... facilita... a casa com piscina no condomínio não se paga sozinha...

o ambiente estava porreiro, obviamente muito mais membros do sexo masculino e as poucas raparigas altamente assediadas e motivo de coscuvilhice... deu para cumprir todos os objectivos da noite e a mais não se pediu... no entanto e apesar de reconhecer a humanidade dos manda-chuvas, fico sempre bastante surpreendido por ver a facilidade com que, ao fim de poucas cervejas, confidenciam as maiores barbaridades...

aparece de lá o parceiro, um dos poucos que só existe uma pessoa, na empresa inteira, acima dele, mostra-nos uma foto dos seus tempos da revolução com um cabelo enorme... e começa pra lá a contar as histórias relacionadas dos tempos do matusalém, que fazia assim e batiam nos polícias e assado... e nós perguntámos, "comé que um maoísta acaba manda-chuva numa multinacional capitalista?", e ele respondeu "descobrindo que está errado"...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

o terror psicológico

evitei falar da minha primeira escolha para moradia com os papás porque assumi que a linha de sintra os ia deixar de pé atrás... errei redondamente para a minha mãe, acertei em cheio para o meu pai que começou com histórias da carochinha sobre o trânsito... o que é engraçado nesta história é que eu argumentei, e ele calou-se... ora conseguir calar o meu pai é complicadíssimo, porque geralmente ele tem de ter sempre razão e levar a bicicleta... no entanto dê por onde der, a decisão é minha...

na casa da namorada passou-se algo semelhante, o problema é que a minha namorada é mais pachola e deixa todá gente mandar bitaites sobre uma decisão que devia ser dela... a começar no pai que brada aos sete ventos que "não concorda", a irmã que já nem mora em casa e no entanto o assunto parou-lhe no colo a "avisar" para as inúmeras tormentas da navegação na icêdezanove em hora de ponta, e terminando na mãe reformada que já não tem mais nada com que se preocupar pralém da vida alheia...

quem lê estas linhas é tentado a pensar que não gosto deles... e não gosto! não gosto quando provavelmente estão todos a pensar que aqui o mau da fita é que anda a desencaminhar a menina linda... e gosto menos ainda quando eles fazem este terror psicológico com a minha namorada, enquanto lhe passam o enorme atestado de estupidez como se ela fosse incapaz de tomar a decisão sozinha, ou que não tenha pensado já em todos esses estupidamente óbvios prós e contras...

mais do que "professores agostinhos" e "doutoras carolinas" metem-me muita dó os desmancha-prazeres... os velhos do restelo... os pássaros aviso do tinoni "eu tou ávisar, eu tou ávisar"... por muito bem intencionados que eles pensem que são...

e a doutora carolina

chegámos ao pé da senhora da imobiliária que nos informou "que a doutora não está porque eu já toquei e nada"... demos o desconto por ser sábado e esperámos um monte de tempo pra que a dona da casa se dignasse a aparecer... uma magrela com um ar bué esgroviado abriu-nos a porta do prédio e conduziu-nos para dentro da sua casa... assim que entrei na sala saltou-me à vista, um diploma enorme por cima da lareira a dizer "universidade da califórnia"...

eu olhei práquilo e imaginei a estranha personagem com a moldura na mão a pensar: "que estratagema é que eu vou arranjar pra esfregar isto na cara do mundo?"... metem-me um pouco de , estes "professores agostinhos" e "doutoras carolinas" que têm uma auto-estima tão em baixo a espolinhar-se no lodo que necessitam que um título académico lhes dê alguma força ao nome, à personalidade... por falar nisso, o meu diploma já deve ter sido comido por uma traça, lá na faculdade à espera que o vá buscar...

o professor agostinho...

era uma vez o pedro, conheci-o num dos meus primeiros dias como estagiário na cinco... rapidamente nos demos bem porque ele já andava com ela fisgada de se tornar um ífi... dei-lhe uma última forcinha e tádá, meses depois tá ele a telefonar-me pra me passar uma aula no ginásio "ginástica e dança" ou qualquer cena assim... "outra vez?" pensei... é que depois de ignorar o imeile com a maravilhosa oportunidade de emprego, chegaram a telefonar-me...

eu engonhei uma resposta tal como o faço sempre que alguém me tenta passar responsabilidades pra cima... mas daquela vez era diferente, era um amigo a pedir ajuda... como sou uma pérola de pessoa lá aceitei uma aula ao sábado de manhã, o que me impede de ir passar os próximos fins-de-semana na conchichina, mas é por uma boa causa e... aproveito para cumprir o sonho da... minha namorada... é que o "ginástica e dança" é o ginásio onde ela anda!

lá me levantei eu cedo demais pra um sábado pra ir safar o pedro de um belo molho de bróculos... o pedro deu as primeiras cinco faixas, de setépe, e eu continuei com o trabalho de força no pâmpe... a aula foi uma maravilha, a minha namorada ficou toda feliz, e o pedro disse-me pra ir falar lá com o dono da cena... cheguei à recepção e disse "disseram-me pra falar com o agostinho", "ah! o professor agostinho, vou chamá-lo"...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

a piscina e o ringue

o baile começou logo no meu primeiro dia útil de férias... estava a contar de ir prá praia aproveitar o sol e o mar como uma lontra quando a namorada me apareceu com o discurso de irmos a uma imobiliária... eu por dentro fiz uma horrenda careta, não é que não queira sair de casa, poupar o orçamento dos papás, deixar de ser agarrado... mas é daquelas cenas que podia resolver-se sozinha sem dar muito trabalho, e especialmente sem me fazer perder preciosas horas livres...

lá fomos nós falar com a senhora regina assim ainda um bocado apatarecados sem saber responder muito bem às perguntas sobre o que valorizávamos numa casa... agora cerca de um mês, e duas mãos-cheias de casas depois, consigo fazer uma descrição detalhada do género: "tem de ter elevador, têdois usado máximo mílecinquenta, novo um pouco mais, pra cima de noventa metros quadrados, preferencial com garagem, têtrês é caso pra pensar"...

após inúmeros anos a morar na amadora a namorada começou a topar a oportunidade de fuga... começou a magicar planos de ir prá linha de cascais onde coincidentemente, ela trabalha... o problema é que todas as maisons que práquele lado vimos são muito mal situadas, o que para mim se iria traduzir em tempos de trânsito ainda maiores que as duas horas diárias que perco actualmente... fiz má cara e bati com o ... o que gerou um ambiente mauzinho...

depois de semanas a discutir com a minha pocahontas sempre que o assunto dava à costa, achei que a solução do problema passava pela manipulação... passo primeiro, encontrar uma casa que eu goste e de preferência nova... o facto de ser nova deixa-a logo de orelhas arrebitadas, tipo o gato quando ouve um assobio... eis que aparece de lá o consultor sénior, o responsável do projecto, a falar à boca cheia sobre a sua maravilhosa morada...

é uma pessoa assim a dar pró exibicionista, sempre a puxar a brasa à sua sardinha pra nos dizer o que tem, deixa de ter e porque não comprou antes... no meio do plasma, da pêéssetrês, e de um outro sem-número de objectos identificadores de riqueza que ele pra lá contou, a história da morada foi a que mais me interessou... e até me convidou, e à namorada, a dar um passeio guiado pela propriedade...

também não foi preciso muito pra me convencer, naquele momento de fraqueza secalhar até o plasma levava afinal... a namorada fez-se de difícil por ser novamente um lugar levemente chegado à amadora, mas ela também gostou... meteu uns entraves de preço e distância, mas ao fim de alguns dias e sóbria argumentação da minha parte e alguma cedência da parte dela... alguém tinha de o fazer... lá assinámos o tratado de paz...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

a próxima grande cena

ia no comboio a ponderar o meu desempenho como regente quando comecei a considerar despedir um dos meus subalternos... não que as minhas limitadas funções de regente me permitam despedir alguém mas se permitissem ele já estaria numa estação de metro a tocar viola pra tentar sustentar a casa nova... é simpático e boa pessoa, mas não vale o que lhe pago por mês... e nem sei quanto recebe, mas tenho a certeza que é demais...

sei bem que isto de ser regente é um por enquanto, mas a cena é que me habituava facilmente a este cenário de: "oh marco e agora?", "oh marco como é que faço?", "oh marco ajuda-me aqui"... também já faltou mais, neste momento sou a estrela em ascenção no universo da consultora global... até já me disseram "oh marco tu não tarda nada és gerente"...

ao qual eu respondi com naturalidade "eu sei"...

domingo, 19 de agosto de 2007

manhã de domingo atribulada

tou feito num oito porque tive a dar as aulas todas de domingo do oulemes peleice da quinta da fonte... todas, tirando a hidroginástica... começou com uma aula de total condicionamento, o nome pomposo que eles dão à ginástica localizada... eu dou, mas não gosto, então mudaram aquilo para pâmpe... ora, era só tias da local que nunca viram pâmpe na vida, tive de dar uma aula especialmente fraquinha...

com transições enormes, montanhas de dicas técnicas, explicações... isto traduziu-se num atraso, sei lá de quantos minutos... seguiu-se a primeira aula de córe, trabalho de abdominais e lombares essencialmente, ao som de um aquecimento de combáte... assim que comecei achei logo que aquilo tinha sido tremenda má ideia, era demasiado acelerado... um bêpêéme brutal, atrasei aquilo ao máximo, e ainda ficou rápido...

quando cheguei ao final achei que tinha morto as tias todas, mas qual quê... tavam com um sorriso de orelha a orelha... "mais uma?" perguntei, "mais, mais!" responderam efusivas... raramente tenho respostas tão prontas quando faço perguntas nas minhas aulas... dei uma faixa de abdominais do pâmpe e fui chamar a malta do combáte... ainda tive a trocar de roupa e sei lá eu com quantos minutos de atraso comecei a aula...

tava a dar a penúltima faixa da aula de combáte quando uma tia toda ressabiada abre a porta a espingardar por todos os lados porque a segunda aula de córe estava atrasada... fui lá falar com ela, pedir-lhe desculpa e explicar a situação, mas não deu... a mulher tava possessa, a mandar vir por todos os lados... eis que aparece lá a malta do combáte e começam também a trocar mimos com a tia, foi uma cena...

achei que aquilo já tava a passar dos limites e fui começar a aula de córe, a tia bazou a mandar as últimas achas "agora não faço!", "vou lá pra baixo fazer queixa", "já vais tarde" pensei eu... mais um aquecimento de combáte desacelerado, desta vez com uma mão cheia de pranchas laterais... terminei com uma faixa de condicionamento de combáte e no final ainda fiz o alongamento da aula que não tinha terminado...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

o génio da mecânica

alguns meses depois de ter começado a tirar aquele belo curso de mecânica por correspondência, e a meio do módulo sete sobre os injectores, descobri que nasci para isto... porque vejamos: "a sua excelente primeira prova revela que tem aptidões para fazer um curso com elevado aproveitamento, há que continuar"... até agora só tive uma nota em todos os exames que já realizei, a máxima! parabéns para mim que sou um manifesto génio...

admito que é fácil... por vezes pergunto-me se estou a fazer batota, porque resolvo os exames já de si bastante fáceis, a olhar prá matéria, mas duvido sinceramente que eles sejam ingénuos e mesmo estúpidos ao ponto de esperar que alguém tente resolver aquilo sem consulta... prefiro acreditar apenas que tenho mais interesse e experiência que o normal estudante deste curso, não nos esqueçamos que eu sou o engenheiro do fítenâsse...

"mas a perfeição em todos os exames?" desconfiam vocês... e com justiça... porque despassarado como sou e a resolver exames em cima do joelho na hora do almoço, mesmo a olhar prá matéria, alguma cena acaba por escapar... mas, aí entra em acção o plano de contingência... é que se apresentar os exames no prazo de um mês, tenho direito a dois valores inteirinhos de bonificação... o que compensa a eventual argolada menor...

como por exemplo neste último exame sobre os carburadores onde troquei o pulverizador principal com o do enriquecedor... "o quê?" interpela o mecânico leitor lá do fundo, "como é que alguém confunde os dois enriquecedores?!"... faço as minhas orelhinhas de burro admitindo que são bastante diferentes... mas que aqui entre nós, acho que o prófe dos pontapés na gramática é que os confundiu na sua correcção... deixo passar porque tive nota máxima na mesma e ele é fixolas...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

a primeira aposta

inscrevi-me no mais famoso saite de apostas do mundo na altura em que os austríacos que mandam naquilo decidiram investir algum para tornarem a cena no patrocinador da primeira liga de futebol... isto foi há imenso tempo porque lembro-me de ainda andar na faculdade... deixei-me influenciar pelo cunhinha e pelas histórias de alguém que quase tinha ficado rico a apostar nos resultados do benfica na liga dos campeões... se porventura o benfica tivesse ganho...

fui contar à minha mãe e levei logo com um sermão sobre o vício do jogo... nada como um pai preconceituoso e galinha pra estragar o divertimento a um filho visonário... de qualquer das maneiras não foi por isso que demorei uns anos até lá meter massa pra fazer uma mísera aposta que fosse... foi mesmo por implicar esforço... no entanto a úlima promoção acordou a minha ideia incial e muito fecundada por cultura pop norte-americana de "tornar os jogos mais interessantes"...

para começar: benfica pra ganhar terceira pré-eliminatória da liga dos campeões... ganhei! ahá, ganhei! senti mais do que nunca a emoção e o calor do resultado à flôr da pele... daqui por uns tempos fico milionário, quando me tornar cromo a fazer apostas complexas e infalíveis... por agora já me dá pra comprar uma goma...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

as férias como elas se querem

tou mais pretinho e provavelmente também mais colestérico mas isso é apenas o resultado natural de uma semana de férias na mais famosa serra do país... porquê ir prá serra no verão e não no inverno como as pessoas normais? oh, porque nesta altura a serra é barata e confortável, tem tanto sol e água como o feudo mais inglês no sul do país, tem queijos e umas estradas de montanha bestiais... mas admito, que a areia da praia me faz alguma falta...

esteve um calor tórrido e nem sempre deu para aproveitar porque a namorada se decidiu a comer um fiambre estragado e andou a debater-se com uma bruta indigestão... mas percalços à parte ainda deu pra lhe dar mais umas lições da reconhecida e certificada escola de condução do marco... assim sendo obteve aproveitamento nas disciplinas de "travagem com motor" e "iniciação à condução desportiva de montanha"...

cheguei a empacotar a consola, embrulhada num casaco e enfiada à pressão na mochila pra me entreter, mas acabou por voltar tal como foi... tínhamos direito a televisão por cabo e portanto acho que nunca na minha vida irei bater o recorde que estabeleci de episódeos de séries e filmes norte-americanos apreciados em cinco dias... muito embrutecedor mas que mais quer uma pessoa das férias para além que o façam esquecer em que dia da semana, do mês, do ano... vai?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

a máquina da guerra

o cenário é uma base americana em pleno vietname ao pôr-do-sol... os soldados cansados, sujos e feitos em papa a serem mordidos por insectos... estão a perder, a morrer e a levar uma tareia enorme dos bombistas suicidas... é então que alguém decide pedir ajuda... ao cair da noite ouve-se um helicóptero a chegar... de lá de dentro saltam quatro máquinas de guerra... com braços enormes, cheios de músculos e tatuados de cicatrizes, capazes de esmagar o crânio de uma pessoa com uma mão...

é mais ou menos assim que eu gosto de imaginar o meu emprego... como as forças especiais, os mercenários que foram chamados de fora e pagos a preço de ouro para fazer o trabalho que os mariquinhas não têm jeito ou estômago para fazer... a diferença da metáfora prá realidade é que não saíram quatro máquinas de guerra do helicóptero, saiu uma... mal acompanhada por um oficial de secretária, um fumador esquizofrénico e um manjerico acabado de sair da recruta...

o oficial nota-se que tem experiência, um discurso algo arrastado a denunciar uma lesão de combate e demasiado tempo passado em papéis burocráticos que lhe retiraram aquela veia de assassino... o esquizofrénico sabe ao que veio e o que tem a fazer para sobreviver... o manjerico, bem... eles tinham um lugar a mais... a máquina da guerra veio pra fazer o seu trabalho e bem... pouco mais de metade dos objectivos atingidos pela equipa são da sua responsabilidade...

por isso não será de estranhar que o oficial um dia tenha dito "máquina da guerra? na semana em que eu vou de férias ficas tu a mandar"...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

American Pie Presents Band Camp (2005)

o matt stiffler sempre viveu na sombra do seu irmão mais velho, e no auge da puberdade tenta desesperadamente seguir as pisadas do seu mítico irmão que na realidade não tem nada de assim tão mítico... uma festa corre mal e a sentença para evitar a expulsão da escola é um verão no também mítico campo de férias da banda, onde ele encontra a sua antiga amiguinha dos tempos da primária...

à primeira vista o argumento parece uma desculpa mal-amanhada pra meter o stiffler, ou o clone mais credível, no campo da banda... e nesse aspecto o miúdo faz um papel bestial copiando a papel químico expressões, grunhidos, entoações e asneiras do seu suposto irmão... mas o filme também tem um tom mais sério e moralista que não achando que estrague, também não acho que melhore...

no fundo esta quarta tentativa da saga da "tarte americana" é uma grande pedrada no charco... a tentativa de revitalizar rapidamente se confunde com um abutrar de um filão que já estava esgotado e estragado por uma trequela de qualidade duvidosa... é um filme de adolescentes muito básico que nem as ligeiras menções a lugares comuns da história original, nem as já muito batidas e cada vez mais fracas piadas sexuais, conseguem ajudar... 11*/20*...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

a diferença dos 10pt para 12pt

o meu novo colega foi trabalhar pró meu antigo computador, deixei-o porque ficava ali no cantinho da sala e em cima do ar-condicionado, era muito mauzinho... estavam por lá os meus dois colegas a brincar com o código quando se aperceberam que as letras estavam dois pontos maiores... resmungaram qualquer coisa enquanto me perguntavam onde é que se mudava aquilo pra normal... expliquei-lhes e agradeceram-me com insultos "vês mal, é?"...

na altura fiquei um pouco chocado a pensar "mas como é que dois caixa dóculos, míopes que nem toupeiras, se atrevem a questionar a minha visão?"... até percebo minimamente a cena de meter as letrinhas pequeninas pra poder meter mais código ao mesmo tempo na imagem... mas não acho isso tão importante como a minha saúde... é como fumar... dá estilo, os mauzões nos filmes sacam sempre dum cigarro depois de matar alguém ou explodir alguma coisa...

mas sejamos sinceros, isso não compensa o facto daquela porcaria matar... prálém que deve saber muita mal... sei lá, secalhar eu é que sou o tótó...

sábado, 21 de julho de 2007

código de decoro

pra entrar no prédio onde trabalho tenho de passar pela segurança... fui lá falar com a senhora a dizer-lhe em que andar trabalho e ela perguntou-me de que empresa vinha, e mencionou umas quantas empresas de trabalho temporário... quando lhe disse que era consultor a mulher até engoliu em seco, esbocei um sorriso e fui-me embora... assim que cheguei ao meu andar, atravessei o corredor e entrei na casa-de-banho pra trocar de roupa...

disseram-me que "nós adaptamo-nos ao cliente" mas a verdade é que no cliente é só malta toda maltrapilha e eu sou obrigado a andar ali todo aperaltado parece que vou à noite dos óscares... "é pra diferenciar" comenta a minha irmã, mas no dia em que precisar de mudar de visual para me sentir de certa forma superior, ou para que outros me considerem superior, secalhar o melhor é atirar-me da vinte e cinco de abril...

"mas qual é a cena do fato, afinal?" perguntam vocês então já exasperados, "porque é que isso te faz tanta confusão?"... acho que acima de tudo é o atentado à minha liberdade que me faz imensa confusão... para além disso, tudo o que é tradições arcaicas e medievais também me fazem confusão... como é possível que no século XXI ainda alguém seja obrigado a pavonear-se numa vestimenta tão pindérica quão pouco prática e desconfortável...

odeio tradições inexplicadas... se o "porque sim" não é resposta, o "porque os antigos do tempo da maria cachucha sempre fizeram assim" também não devia ser...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

o último almoço

quando descobriu que eu me ia embora, o manda-chuva badocha, o bom vivã que tá sempre a organizar almoços especiais, disse "então na sexta tens de vir almoçar connosco!"... obviamente não podia recusar tão eloquente convite e portanto lá fui eu à "tasca do joão", escolhida especialmente para a importante ocasião... até rimo! deve ser do vinho verde... fizeram-me um brinde e desejaram-me imensas felicidades, algo mal amanhado, mas o que conta é a intenção, e disso eles têm muito...

quando aqui cheguei ao armazém e após algumas semanas de trabalho comecei a pensar que era bom demais práqui perder o meu tempo, uma ideia que pesou muito na decisão que tomei recentemente... mas o que me apercebi agora, é que no fundo isso é o apelo do armazém... eles sabem que não são os melhores, e não o querem ser... só querem ter um bom ambiente de trabalho e viver a vida deles sem grandes confusões, um espírito com o qual me identifico bastante...

vou ficar aqui com o contacto da malta que sou capaz de precisar, quando a febre de querer ser o melhor passar... ?! outra vez? isto dá-me mesmo prás rimas... agora tou com uma pedrada... não percebo como é que a malta faz isto todas as semanas, os níveis de produtividade na sexta à tarde devem ser supreeendentes... chegámos ao pópó e eu perguntei "oh arquitecto, porque é que o carro do badocha tem tecto de abrir panorâmico e o teu não?", e ele respondeu "mau", "isso é porque há uns mais iguais que outros no armazém"...

terça-feira, 10 de julho de 2007

turismo desportivo

o primeiro "fim-de-semana de turismo desportivo vou pra fora cá dentro do marco" foi um verdadeiro sucesso, parabéns e promoções pra todos, daqui a pouco há mais... começou na sexta à noite com uma viagem relâmpago lisboa-porto com dormida no belíssimo grande hotel do porto, em plena rua de santa catarina... é uma das vermelhas no monopólio, o que significa que é importante, mas não muito...

o hotel também não é grande cena, tá ali no meio da cidade e tal, mas isso até nem é grande vantagem e o quarto cheirava mal... quando descobrimos que era do ar-condicionado e o tentámos desligar foi lindo! aquilo começou a bombar ainda mais e mandou cá um cheiro de gato atropelado abandonado na sarjeta... fartámo-nos de rir... ao menos havia ovos mexidos e chocapic original no pequeno-almoço...

durante dois dias os participantes puderam ver ao vivo as provas do campeonato do mundo de carros de turismo e do troféu monomarca supercopa seat léon, no circuito da boavista... que estava ladeado por um grupo interminável de mal-informados guardas cherôdios cuja função parecia obviamente ser: complicar... final da tarde de sábado ainda deu pra uma aula de pâmpe no oulemes da arrábida e um relaxamento na piscina e banho-turco... seguido de jantar e cinema...

e voltar na segunda, ui!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

transformers (2007)

muito tempo atrás abriu a guerra no planeta cybertron entre as forças do bem, os autobots, e as forças do mal, os decepticons... ninguém explica como começou, deve ter sido só porque o megatron queria dominar a galáxia... em causa estava um objecto chamado em português de "a centelha" que supostamente é a cena potente que dá a vitória... os autobots conseguiram fugir com aquilo prá terra, mas o megatron é bué inteligente e foi atrás...

o argumento tem um problema enorme... demora montanhas de tempo a preparar e a preparar com diálogos, cenas e vulgares picuísses que não interessam népias, e depois no final começa a acelerar imenso e saem robots debaixo dos calhaus e desatam todos ao soco uns contra os outros e a disparar mísseis... a realização é fixe, mas exagera naqueles tremeliques "deixa cá abanar a câmara pra eles não verem nestum e acharem a acção rapidíssima"...

e depois há as más adaptações desnecessárias... atenção que aqui vou estragar a história à malta... o "bumblebee" que na versão original é um carocha, agora é um camaro... pra isso eles já tinham o "hotrod", que oh! nem sequer aparece! como raio uma personagem das mais importantes não aparece? e o "devastator"? que é aquele conjunto dos robots da construção civil, a betoneira, a retro-escavadora, e assim... ali é um tanque... iá, um tanque bonito e imponente, mas estragaram outra personagem fixe e com imenso potencial...

mas mesmo isso e uma panóplia enorme de actores mediano-medíocres não chega pra ofuscar as inúmeras cenas de acção com os robots a rebentar com tudo o que mexe, e também com o que não mexe... 17*s/20*s...