o mais importante jogo do apuramento

neste sábado aconteceu uma cena que sinceramente não estava muito à espera... a selecção deu chou dji bóla! jogou pra chuchu! ganhou? não! mas isso é irrelevante... o importante era jogar futebol bonito, atractivo, ofensivo... pelo menos é essa a minha opinião... isso de ganhar é coisa mesquinha, de agarrado, de anti-social, de barbudo dos computadores com dificuldades em aceitar os seus defeitos...

a nossa cena não é essa de ganhar... quantas vezes não vimos já equipas portuguesas, criticadas na imprensa portuguesa, porque apesar de terem ganho, jogaram mal? milhões! vamos continuar a ver, e com razão! nem é preciso irmos mais longe "senhor socolari vamos ao europeu parabéns, mas jogámos muito feio contra a finlândia"... e o ruim, quem era?

o capelo não foi despedido do real madrid depois de ser campeão? "ah e tal foste campeão parabéns, mas isso de jogar à defesa é na itália, faz-te à estrada!"... para mim isso é uma atitude altamente louvável... aliás, eu se fosse espanhol era fã do real... mais, eu não sou espanhol e sou fã do real... estamos praticamente na rua, mas o queiroz é para manter... devolveu-nos o orgulho... por-tu-gal, por-tu-gal!

a hora da terra

no sábado houve, "a hora da terra", uma hora combinada a nível mundial no qual a malta toda desligava o quadro eléctrico para passar a mensagem aos mauzões capitalistas que têm de começar a fazer qualquer cena para poupar o planeta que está a morrer... "e tu participaste marco?" perguntam vocês...

ora como bom verde que eu sou, que ando todos os dias de transportes públicos, enlatado na linha de sintra, não! e porque a malta lá da dabliudabliuéfe que organizou a cena e tal não percebia patavina disto... marcar apagão premeditado para a hora do mais importante jogo no apuramento pró mundial? tá mal!

mas ainda bem que assim ganhei uma desculpa plausível, para a minha consciência... é que eu gosto imenso do planeta mas ia-me custar pra chuchu, perder uma hora do meu diminuto final de semana mesmo a participar numa causa muito nobre... isso de causas nobres funciona bem é durante os dias úteis...

mas que belas regras

tinha a ideia que a fórmula 1 era uma procissão adormecedora de bólides altamente tecnológicos, tão eficazes como enfadonhos... até aqui há duas épocas atrás quando parece que, com a troca de cadeiras, o campeonato de pilotos esteve em disputa até à última corrida, sendo eventualmente vencido por um ponto... ou dois, já não me lembro bem...

os meus amigos andavam aí todos malucos estilo baratas tontas, mas apesar desse bom cartão de visita, a última corrida, a única que vi, manteve a onda aborrecida que descrevi anteriormente...

o ano passado já estive mais por dentro da brincadeira e apesar de novamente o campeonato se ter decidido na última corrida, por um ponto de diferença conquistado com uma ultrapassagem na última volta, adivinhem... as corridas continuaram a parecer-me procissões...

este ano, lá os velhotes excêntricos que mandam naquilo, decidiram mudar ainda mais regras de modo a que as provas deixem de ser procissões... e para isso, na ideia de promover a luta pela vitória, decidiram que o campeão tem de ser o que tiver mais vitórias... em oposição com os anos anteriores em que venceu o mais pontuado... portanto agora, é a era do "ou vai ou racha!"...

perante esta ideia eu pondero, "e para que servirão depois os pontos"? porque a mim, e acredito que ao resto do mundo, não interessa hierarquizar os falhados... portanto a minha sugestão, e escrevo-a aqui pode algum dos velhotes excêntricos ler e aproveitar, é que os pontos ganhos nas corridas, deviam dar para trocar por brindes... assim como os pontos dos cartões da gasolina...

alguns pontos permitir-te-ião meter um turbo no carro prá corrida seguinte... ou ter acesso a um conjunto de pneus melhores que os do resto da malta... ou nitro! nitro é que era uma cena muita engraçada... porque aquilo está moribundo e os cotas já perceberam pelo ano passado, que não é com meias medidas que aquilo revive... ainda lhes falta é um bocadinho assim...

por outro lado... se nos dois últimos anos as corridas foram adormecedoras e só a disputa ponto a ponto pelo campeonato manteve o interesse até à última... não será parvo eliminar essa disputa ponto a ponto?

o meu novo brinquedo

na quinta à noite fui comprar um aipóde... e estive ainda algum tempo a escolher a cor... o preto é de longe o mais bonito, mas preferia morrer a ser apanhado com um aipóde de cor tão careta... o roxo e o laranja têm o mesmo problema, são duas cores fixes, mas os tons que eles escolheram são altamente duvidosos... o azul é bonitão mas como é a cor mais batida... acabou por ganhar o verde porque até estava mais barato... agora não sei o que fazer ao leitor de émepêtrês de um giga que o meu pai me deu pelo natal... alguém o quer?

o torneio da consultora: terceira jornada B

apesar do anormal trânsito ao sábado de manhã ainda cheguei com a antecedência necessária para o último jogo do torneio deste ano, o mais importante... os nossos adversários do dia também tinham perdido os dois jogos anteriores, o que nos deixava com alguma esperança de não ficar em último... o problema era que devido à nossa brutal diferença de golos, menos dessasseis, a nossa única hipótese seria, vencer... um objectivo demasiado ambicioso para a nossa equipa de não metem um...

infelizmente após uma sessão de aquecimento enorme, os nossos adversários não estavam em lado nenhum... como nos encontrávamos na hora do jogo fui perguntar lá ao bacano da organização se já tínhamos vencido por falta de comparência para ir convidar a equipa que jogou antes para jogar contra nós... fomos falar com o único membro da equipa adversária, que atirou a toalha ao dizer que nem sequer tinha o número de telefone dos companheiros de equipa...

preparámos então um digno confronto final... o tó, aquele que dura quinze minutos, eu porque mais ninguém queria ir, e mais três membros da equipa que jogou antes... contra... o resto da malta... e o que se seguiu foi mais uma bela humilhação de montes deles a... um! porque desta vez ao menos a minha equipa, contra a qual eu estava a jogar, ainda marcou um... e foi muito giro, tive lá uns despiques interessantes contra o nosso capitão, que estava na baliza, e contra o pedro, aquele cujo forte é o peso... tive foi pena de não ter jogado com a minha equipa...

entrei no balenário aos gritos, "ganhámos", a bater na porta que estremecia toda parecia que se ia partir... por falta de comparência e ficámos em terceiro lugar do grupo... penso que isso dá acesso à taça uefa...

o torneio da consultora: segunda jornada B

no rescaldo da passada jornada intensificaram-se as conversações por correio electrónico sobre o fiasco... o capitão desculpou-se afirmando que não pôde comparecer por motivos de força maior... a sua mãe esteve a passar muito mal no hospital... outros houve que menos imaginação tiveram e nem se deram ao trabalho de justificar a sua falta, passada, nem as futuras... determinados a não passar nova falta de comparência inscrevemos dois jogadores novos, o que aliado a uma hora mais própria para o pontapé na bola em fim-de-semana, permitiu que tivéssemos até um suplente...

o que se passou a seguir não foi muito mais dignificante do que no fim-de-semana anterior... o meu objectivo inicial seria perder por menos de dez, visto que até ao momento era essa a maior goleada do torneio... após ver o aspecto de homem de marvila, fato de treino e ténis, do nosso capitão, cedo percebi que talvez esse objectivo fosse demasiado exigente... tanto que depois das primeiras trocas de bola no aquecimento achei por bem admitir que se ninguém se lesionasse isso já poderia ser considerado uma boa vitória...

o jogo até nem começou mal... pronto! começou muito mal... tendo em conta que na defesa ninguém marcava e no ataque ninguém se desmarcava, pior era impossível... mesmo assim tivemos os nossos cinco minutos de fama... nem sei bem como, após sofrer seis golos conseguimos arquitectar umas jogadas... chegámos à frente e como os nossos adversários também não eram assim tão bons, ainda tremeram um pouco... já estava quase a celebrar um golo quando o guarda-redes aparece a desviar pra canto... nesse canto um embrulhão acaba comigo a encher o pé à queima-roupa apenas pra ganhar outro canto...

na segunda parte levámos mais uma mão cheia e terminámos o encontro a rir enquanto o árbitro nos contava a história da maior goleada que alguma vez arbitrou, setenta e três a zero... a nossa não foi tão grande mas também não andou muito longe... perdemos por treze a zero, e falhámos os dois objectivos, perder por menos de dez ou marcar um golo...

o dia mundial da mulher: parte dois multitarefas

outra cena que me deixa com o estômago às voltas é aquela mania que as raparigas têm que conseguem fazer tudo ao mesmo tempo e os rapazes não... primeiro, porque fazer várias coisas ao mesmo tempo não é lá grande orgulho... quando uma rapariga me diz "ai eu faço várias coisas ao mesmo tempo" eu respondo "fazes várias coisas mal, ao mesmo tempo"... porque sinceramente eu ainda estou para conhecer alguma coisa que faça várias coisas ao mesmo tempo, sem perda de qualidade...

o sofá-cama, o sofá é duro, a cama é desconfortável... o telemóvel com gêpêésse, o telemóvel até faz chamadas, mas pró gêpêésse o écrã é pequeno e a sensibilidade do sensor é má... a multifunções, o scanner é pequeno e a impressora dificilmente terá qualidade fotográfica... e agora alguem argumenta "ah, mas falar ao telefone, pintar as unhas e passar a ferro dá pra fazer ao mesmo tempo sem perder qualidade"... e eu respondo que até é capaz, mas se as raparigas fazem isso, os rapazes também conseguem...

porque até hoje eu só ouvi falar de um único estudo científico que provava este suposto facto... vi isto na televisão e segundo me lembro, os rapazes safavam-se mal a preparar o pequeno-almoço enquanto vestiam os miúdos e atendiam uma chamada... no meio daquilo tudo fiquei sem perceber a experiência dos ditos em relação às referidas tarefas... é que se meteram pra lá marmanjos que nunca na vida viram uma torradeira o resultado só podia ser mau...

eu, modéstias à parte, consigo fritar bifes, fazer arroz, salada, lavo a loiça e tenho tudo pronto em trinta minutos... mais coisa menos coisa... e tal como eu o faço, acredito que qualquer um o possa fazer, agora se o quer fazer é que já não meto as mãos no lume...

o dia mundial da mulher: parte um vitimização

peguei naquele panfleto de múltiplas páginas com pretensões jornalísticas, que é distribuído nos transportes públicos e tem o nome de um, e... nada... em vez do artigo semanal do crítico de cinema, do qual sou manifesto fã, tinha um artigo de uma ministra que desconheço a enaltecer as vantagens de ser uma mulher nas suas múltiplas tarefas... após mais algum folheado apercebi-me rapidamente que para além de não haver notícias de desporto, também não havia notícias... ponto...

devido ao dia mundial da mulher, que pelo que percebi se celebra no domingo, todo o panfleto estava apinhado de histórias de suposto sucesso do género feminino... eu sou totalmente a favor disso tudo, mas deixam-me com o estômago às voltas aqueles comentários do género "ai ai ai dêm-nos as mesmas oportunidades"... ao ler aquelas páginas por vezes pensei que estávamos em pleno médio oriente, só me faltava mesmo a toalha na cabeça e a kalashnikov na mão...

o torneio da consultora: primeira jornada B

atendo o telemóvel para falar com o tó "nós já estamos a ir pra lá, onde é que tu andas?"... desliguei, acabei de arrumar as minhas cenas e lá fui eu para o jogo inaugural da minha nova bela equipa... num domingo às dez e meia da noite... quando lá cheguei deparei-me com o cenário que tinha andado as duas últimas semanas inteiras a antecipar, ninguém apareceu... bem me parecia que era utópico esperar que em sessenta malfadados da informática houvesse malta para duas equipas de cinco...

o horário não ajudou, essa desculpa eu dou de graça... mas acho difícil encontrar arranjar desculpas plausíveis para quatro membros inscritos da equipa que não foram, nem avisaram que não iriam... incluindo o próprio capitão, que segundo ouvi dizer "tem cá uma pinta de jogador"... tentámos telefonar-lhe, mas ele não se dignou a atender... já que tínhamos perdido o nosso tempo a aparecer, ao menos que déssemos uns pontapés... com os suplentes da equipa adversária acabámos a fazer um joguinho...

mas para piorar ainda mais a nossa imagem, se é que isso ainda era possível, um dos nossos jogadores morreu após uns quinze minutos de um jogo de bastante baixa intensidade... foi humilhante... deu ao menos para perceber que independentemente do resto, a nossa equipa B é muito fraquinha e provavelmente teríamos perdido o jogo na mesma... falta-nos um organizador de jogo, um bacano que faça umas fintinhas e uns rodriguinhos... porque o forte do pedro é o peso, o meu forte é a resistência e o do tó... bom, em quinze minutos não deu para tirar muitas conclusões...

e... obviamente perdemos por falta de comparência... a equipa A por outro lado, venceu por 3 a 1....

o almoço dos porquês

apesar de estarmos praticamente todos separados em projectos diferentes, conseguimos juntar um grupinho tecnológico minimamente coeso, que cresce a olhos vistos com a entrada de estagiários baratuchos... esse grupinho que passou os "dias do desenvolvimento" a reclamar com os baixíssimos aumentos, marcou um almocinho do convívio para o último dia útil da passada semana...

na altura em que um membro questionava o manda-chuva sobre os assuntos do momento, que são sempre os mesmos, carreira e aumentos... telefona outro membro que menciona o determinado almoço, fazendo com que o manda-chuva além de tomar conhecimento, se faça de convidado... por perceber que se encontrava na presença de um belo conluio... obviamente se não houvesse nenhum problema...

é então que o moi méme recebe um telefonema a explanar a questão pelo que respondo que o que quer que o manda-chuva tivesse para nos dizer, todos precisávamos de o ouvir... assim foi feito, às horas marcadas lá estava todá gente para um almoço de convívio que se tinha transformado numa sessão de esclarecimento de porquês... e obviamente todá gente se afastou dos temas...

assim pela calada o manda-chuva lá foi apresentando os seus argumentos... o problema deste cenário é que ouvir argumentos de um gerente sénior de uma empresa extremamente competitiva vai dar sempre no mesmo... acabamos por nos deixar convencer que receber menos é o melhor para nós... mas continuo com a sensação que não me deram o devido valor...

lá diz o ditado que "quem está mal, muda-se" no entanto eu vou encontrando as minhas razões para ir ficando... a época não está para brincadeiras e a verdade é que já estive bem pior...