sexta-feira, 21 de agosto de 2009

a história do imáquesse

o marco... nome fictício do nosso herói... morava em alenquer, numa pequena casa com paredes grossas e ratos a passear pelo telhado... mas os seus irmãos moravam em paço d'arcos, longe pra chuchu de alenquer, especialmente se considerarmos que o marco ia de transportes públicos... isto tudo para evitar que os irmãos morressem à fome, lá ia ele pela floresta fora tipo capuchinho-vermelho... a primeira paragem da viagem era em vila franca de xira, um lugarejo nada recomendável...

o marco chamava-lhe "a cidade debaixo da ponte", à amálgama de casas e prédios que tinham ali sido construídos sem ordem aparente... com uma população mínima e com maus acessos, a cidade era habitada por uma mistura de culturas entre os conspurcados pelo suburbanismo da proximidade da capital e os mais tradicionais saloios da província com tiques de campinos... alguém achou que era o local perfeito para uma obra faraónica, muito à semelhança do mais recente ferípórte... algo que colocasse a "cidade debaixo da ponte" no mapa!

um centro comercial de quatro pisos com um super-mercado, montes de lojas, duas salas de cinema e o mais importante de tudo... um cinema imáquesse! o primeiro e único cinema imáquesse que vi... quero dizer... que o marco viu em toda a sua vida! mmm... a bem da verdade o marco também nunca o viu... mas conheceu pessoas que o viram... era uma espécie de mito... quatrocentos metros quadrados de écran... um som ensurdecedor... já ninguém sabia se tinha existido mesmo ou tinham sonhado...

porque naquela altura de fraca tecnologia, fazer um filme em formato de preencher quatrocentos metros quadrados de imagem devia custar uma fortuna... mostrá-lo devia custar outra fortuna e assim a "cidade debaixo da ponte" nunca entrou no mapa e o investimento nunca teve retorno... o imáquesse sobreviveu ainda uns anos à conta do presidente da junta que acreditava que aquilo era o futuro do cinema... o senhor morreu antes de descobrir que estava certo...

e de vez em quando, os mais velhos contavam histórias sobre o filme que lá tinham visto há muito tempo, um documentário pálido em comparação com a mera presença de um écran tão imponente... muitos anos depois, um amigo do marco comprou um carro e quis formar uma equipa de corredores de rua... a primeira sugestão de nome para essa associação de deliquentes era pouco original e o marco chegou a sugerir "imáquesse reicíngue"... era o nome perfeito...

por um lado era uma piada privada que evocava o local de onde eram oriundos os malfeitores... por outro os quatrocentos metros são a distância das normais corridas de rua, a conversão do quarto de milha americano... pouco depois de todos estes acontecimentos o imáquesse foi dinamitado... no seu lugar construíram um salão de jogos com algumas pistas de boliche... mas o local permaneceu sempre assombrado e para resistir a espíritos só mesmo... étnico... piso debaixo bazares chineses, piso de cima telemóveis e acessórios indianos...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

cenas que me fazem alguma comichão, mas não muita, no futebol, parte três: pessoas que dizem mal do cristiano ronaldo

não gosto mesmo nada de nada dessa malta que acha que nós temos sempre que estar na cauda da europa, e do resto do mundo também, e que para isso aproveitam todas as oportunidades para dizer mal... nas fases finais das grandes competições de futebol então isso mete-me especial nojo... alguém diz "ninguém nos pára, estamos nos oitavos de final" e responde logo outra pessoa "ah mas a taxa de desemprego está a aumentar"... e o que é que uma coisa tem a ver com a outra?

parece que essas pessoas não se podem esquecer durante uns poucos dias, na sua miserável vida, dos problemas da nação e empandeirar na loucura estúpida de quem pensa que vai ser campeão do mundo... essas mesmas pessoas que não percebem patavina de futebol, não conhecem o cristiano ronaldo de lado nenhum para além do que vem inventado nas revistas cor-de-rosa, e depois afirmam com a segurança de uma previsão do professor chibanga "que o cristiano ronaldo vai-se perder em espanha" e acrescentam "porque aquilo há lá muita p*taria"...

e se perder? mesmo que se perca, o que eu não acredito muito, continuará a ser o melhor jogador de futebol português de todos os tempos... e eu também prevejo, com igual grau de precisão que as pessoas que critiquei anteriormente, que vamos ver muitos aninhos até que alguém bata todo o currículum que o miúdo já atingiu...

cenas que me fazem alguma comichão, mas não muita, no futebol, parte dois: cartões prós dois quando há confronto

minuto onze, o avançado do sepórtíngue embrulha-se com o defesa da fiorentina... puxam as camisolas, trocam empurrões e no final daquilo tudo o defesa italiano manda um sopapo no avançado, agora, português... é o caos no relvado, um monte de jogadores ao barulho, aos empurrões e aos gritos a fazer cara feia como é costume... o árbitro ali pelo meio sem saber o que fazer... optou por fazer o que os árbitros nesta situação fazem sempre, estupidamente...

que é a solução salomónica de não pensar e dar um cartão a cada... geralmente até nem corre muito mal, porque o jogador que sofre a agressão raramente se deixa ficar... mas às vezes, como ontem, aconteceu a excepção à regra... o avançado caiu no chão, e o colega de equipa que até nem tinha nada a ver com a cena a não ser ter-se insurgido contra o italiano que agrediu o seu amigo, é que acabou por arrasto, a ver um cartão amarelo... e eu prefiro acreditar que isto é apenas incompetência dos árbitros...

mas a realidade é que penso que eles são mazé uns mariquinhas que se não aguentam o calor deviam sair da cozinha... o romeno teve é medo de ser linchado à saída do estádio por expulsar um jogador, aos onze minutos de jogo, com um vermelho directo... teve medo dos tifósis italianos que lhe rebentavam as rótulas, e teve medo da uéfa que podia chegar à conclusão que ele é um incapaz... como eu cheguei facilmente... e mandá-lo arbitrar prós regionais lá da transilvânia... que era o que ele merecia!

cenas que me fazem alguma comichão, mas não muita, no futebol, parte um: naturalizados na selecção

a ler as notícias de mais um processo de naturalização, deparei-me com aqueles comentários que a selecção só devia ter portugueses de gema... e eu achei estranho porque pensei que esse assunto já tinha sido ultrapassado quando naturalizámos o último, e também o outro antes desse... e o que é um português de gema? é que aquilo na selecção, mesmo ignorando os dois brasileiros que por lá andam, já é uma legião estrangeira...

por mim aquilo era à grande... sou todo a favor de liberalizações e acho que a malta que cá anda há imenso tempo merece os mesmos direitos que os que nasceram por cá... até porque muito mais importante que a cor de um jogador, a língua que fala, ou o local onde nasceu, é o que pode contribuir prá equipa... e se ele honra a camisola, que se junte à malta que todos, somos poucos... se não, pouco me importa se é de gema, é sem gema ou batido em castelo... era corrido a pontapé!

sábado, 8 de agosto de 2009

5 para a meia-noite

ontem à noite estava muito mal-disposto, passei o dia a comer porcarias e o meu estômagonão é aquela máquina, achei melhor ficar a ver televisão até às tantas para ver se passava... foi assim que apanhei o "cinco para a meia-noite" pela primeira vez... à sexta-feira pelos vistos apresentado pelo luís filipe borges, mais conhecido como o gordo da revolta dos pastéis de nata... ontem como convidadas tiveram lá a são josé correia e a... margarida, fundadora do clube das virgens... é, existe mesmo...

ora, o programa foi interessantíssimo... à semelhança dos pastéis de nata, os sequétches continuam mauzinhos, mal-actuados e sem piada, mas faz sempre bem um ou outro intervalo... ao contrário da revolta, existem menos convidados, o que se torna mais fácil de gerir pró bucha, e achei o próprio gorducho mais evoluído... não lhe achava piada nenhuma anteriormente, mas ontem pensei que aquela personagem do gordo desesperado que manda piropos às convidadas, que ele está sempre a representar, está mais fina e requintada, mais credível e a sair mais naturalmente...

também é preciso salientar que ao lado da são josé correia, até um obeso parece um cavalheiro... mas o programa foi todo bastante bem gerido e dinâmico... só faltou ali mesmo a pergunta que eu, pelo menos, esperei a noite toda e nada... (marco imagina-se gordo e desesperado) "oh são josé... se eu quisesse mandar-te um piropo assim do género... tu estás aí a correr na passadeira e eu estou a correr... a andar, vá... na passadeira ao lado... onde é que eu tinha de ir, e a que horas?"... isto talvez também seja só mania minha...

porque o único ponto em que acho que o programa falha realmente é no horário... a partir de que horas é que eles podem dizer asneiras em directo na televisão? prái às dez já se pode, né? então era a essa hora que devia começar... ali logo a seguir ao vinte e quatro era perfeito... aliás, poderia muito bem tornar a érretêpêdois em líder de audiências... mas e daí também acho que ninguém quer isso... 4*/5*...