quarta-feira, 27 de junho de 2007

um rema, sete dão ordens

aqui há uns tempos os manda-chuvas descobriram, choque dos choques, que a aplicação é feia... não feia estilo mauzão do filme da disney, mas mesmo feia estilo arrumador pedinte drogado mal-cheiroso e desdentado... o problema é que a aplicação foi desenhada tecnicamente, mas não foi desenhada esteticamente, foi criada assim duma maneira do género dos "bairros" de barracas com cada um a construir pra seu lado com as suas regras...

isto aconteceu devido à falta de um recurso extremamente importante que é, a pessoa com estilo, sentido de crítica, que saiba combinar cores, que por exemplo: compre e escolha a roupa que traz vestida... que até à data da minha contratação não existia, e agora admito que faço por receber essa responsabilidade, a ver se deixamos de brincar às aplicações... foi então que perante tamanha limitação, os manda-chuvas decidiram contratar uma empresa de design...

o que é uma cena de louvar, fica bem admitir os nossos limites, o próprio cristiano ronaldo passa a bola quando se trata de investir na bolsa porque ele não percebe nada daquilo... o problema é que a cena parece-me estar a correr mal... porque os manda-chuvas partiram do pressuposto que a arte nasce do nada, e em vez de mostrarem o que têm e mais ou menos o que querem... deram-lhes uma lista de "coisas" para as quais precisavam de gráficos... tou pra ver o que sai dali...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

o grande prémio do armazém: parte dois

os cinco minutos de treino foram muito fixes... cedo comecei a dobrar malta que não percebia nada daquilo, a fazer ésses pelo meio deles todos a tentar não acertar em ninguém... mas a cereja no topo do bolo foi quando passei pelo badocha azeiteiro, parecia que tava parado... na curva à frente dele fiz uma derrapagem e fui-me embora com um gesto brincalhão e uma sonora gargalhada de triunfo: "o que é que disseste da malta do tuning?!"...

um pouco lá mais à frente apanhei o doninha, e ele parecia desenvencilhar-se... mas passei-o ainda antes do cota dar lá a bandeirada de xadrês, a simbolizar o final da qualificação... parámos na escapatória e o bacaninho recebe a folha com as posições, aponta pra mim... larguei a minha gargalhada triunfante do costume e fui-me embora a gozar com a malta toda, parar lá no primeiro lugar da grelha de partida enquanto pensava "tá controlado"...

os badochas pareciam parados mais uma vez no arranque enquanto que eu saí disparado como um foguete... daí prá frente foi só dar e tentar não perder muito tempo com dobragens... depois comecei a aborrecer-me e decidi tentar manter a concentração, até que o cota mostra a placa a dizer: "última volta"... baixei a guarda, entrei na curva armado em carapau e "oh-oh" rrrrsshsshshshshPOFF "eeeh já tou todo sujo", "mas o kart ainda bomba"...

puxei-o de volta prá pista e ainda deu pra terminar na quinta posição... começaram os maus perdedores todos a mandar bocas "eh, na última volta", "era só controlar", a minha resposta foi sempre a mesma "oh, mais tacinha menos tacinha", "já nem tenho espaço pra elas em casa", alguns ainda riram, menos mal... mas acho que eles não sabem que aquilo é a brincar, devem pensar que está em jogo a qualificação prós jogos olímpicos ou assim...

o grande prémio do armazém: parte um

tudo começou o mês passado quando o empertigado se decidiu a organizar uma corrida de karts no kartódromo internacional de palmela, o meu quintal... normalmente eu não costumo deixar passar estas oportunidades, mas desta vez não me tava lá muito a apetecer... demasiados maus perdedores e nenhum deles com aspecto de ser um rival à minha altura, decidi cortar-me...

mas depois aparece aí o empertigado, a pedir por favor, quase a chorar porque nem tinha malta pra encher uma grelha... como ele é fixe e como eu sou um mariquinhas, lá decidi abrilhantar o evento com a minha presença... só que no último dia de inscrições, o director do grupo decidiu-se a correr o armazém de ponta a ponta a perguntar pessoalmente quem se ia cortar... e aí é que se viu a estirpe da malta... de quase cancelado por falta de participação até uma grelha completa foi um instante, mesmo apesar dos cortes à última da hora...

no dia da prova começaram as apostas, a feijões... apesar dos meus esforços para o ocultar, todá gente topou de longe a minha pinta e começaram a traçar com cada cenário: "ah ele é desportista e conhece o circuito"... no final do dia já se ouvia que eu moro em palmela, o meu pai é o dono do kartódromo e que eu asfaltei a pista à mão... quase todá gente apostou em mim...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

dia de mudança, parte dois: os três horrores

no outro dia recebi um meile de uma das maiores consultoras do país e do mundo, vá também, a querer falar comigo... respondi-lhes "não" num tom arrogante e característico de quem se encontra em paz e na zona de conforto... não se mostraram surpreendidos e insistiram... apesar da algo má reputação que lhes atribuía decidi-me a aceder ao pedido deles, não fossem cometer assim uma loucura para assinar os meus préstimos...

saí de lá convencido... sei bem que à primeira vista é só flores maravilhosas e gatinhos fofinhos, mas a cena é que me identifico muito com aquele espírito mercenário que eles promovem... para além disso não me encontro assim tão em paz nesta zona de conforto... acho que o meu génio é um desperdício neste armazém minúsculo onde os bacanos da minha consultora me perderam, que tem mais semelhanças que diferenças prá cave de onde fugi...

como desvantagens identifico à partida os três horrores: a isenção de horários, o fato e a gravata... convenço-me que era uma questão de tempo até ter de me sujeitar aos dois últimos horrores e que, tal como bater código, são um mal que se paga por um bem maior... o primeiro, considero uma questão de negociação na qual eu até nem me desenvencilho tão mal como isso...

dia de mudança, parte um: a casa da discórdia

ontem à noite a minha mãe conta-me que recebeu pelo correio uma ordem de despejo... é engraçado, faz lembrar cena de telenovela e tal... isto porque a casa em que vivemos em paço d'arcos era do velho avô paterno, e sempre fez confusão aos tios coça-pra-dentro que nós usufruíssemos assim de tamanho recurso que aos olhos deles, devia ser comum à familia...

o avô paterno bateu a bota, abriu-se a caça à herança... o meu pai que é um exímio diplomata conseguiu chatear e hostilizar a maior parte dos tios mau-feitio, e o resultado está à vista... eles formaram uma aliança tipo eixo-do-mal para exigir que nós libertemos a casa da discórdia para poderem vir cá passar férias e assim, também pode ter sido mesmo pra chatear...

acho que os meus pais estão a pensar em abandonar o barco e dar-lhes o que eles querem, como já o fizeram antigamente, deixar a casa cair de pôdre que assim não fica pra ninguém... até porque... nas últimas notícias... posso? ah! que sa lixe! o meu irmão inscreveu-se numa cena e ganhou uma casa especial da câmara de lisboa prós jovens sem asas ou lá o que é...

por meu lado, eu não tenciono ficar muito mais tempo na casa dos papás e enquanto espero bem me posso mudar de volta pra alenquer... aquilo por lá é calmo, praticamente só lá vou dormir mesmo e tenho uma estação da linha aqui perto do emprego e tudo... agora que penso nisso é bastante fazível até...

segunda-feira, 18 de junho de 2007

roma-areeiro

mais ou menos oito e meia da manhã, depois de uma atribulada e apinhada, mas felizmente curta viagem de comboio que é uma festa prós sentidos, especialmente o olfacto, lá chego ao meu primeiro destino, a horrível estação de comboios roma-areeiro... e o que tem esta estação de tão especial, pergunta o interessado leitor nos problemas da utilização a da nossa capital...

é que aquela estação, prálem de feia, tá mal feita... a plataforma prós comboios tem três acessos, um elevador, uma escada rolante, e umas escadas normais... o elevador sobe e desce, é pena ser minúsculo... as escadas rolantes só sobem... as escadas normais ficam atrás do sol posto e longe pra chuchu do metro... ora quando chega o comboio apinhado de malta da linha de sintra...

o que acontece? é fixe! é um desenrasca brutal, faz lembrar quando era puto e mandava água pra dentro do formigueiro... há malta que entope o elevador, mas o mais fixe são aqueles que páram a escada rolante, que relembro, está a subir, para poderem descer por ela... isto todos os dias, sempre que chega cada comboio... o que nos deixa com a mais importante pergunta, isto tá assim desde as obras na estação?

agora penso, "mas a obra já foi há bués"... faço uma pequena pesquisa pra descobrir, não só a data da obra, já lá vão sete anos, mas também, os génios que a pensaram... espanhóis! se fossem portugueses diria que tinham tirado o curso com o sócrates, assim deve ser apenas mais um passo naquele plano elaborado que eles lá têm pra nos conquistar... ah! então tábém...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

o novo para ser instrutor do mega craque

aqui há uns tempos o tozé confidencia-me que de momento anda a frequentar o mega craque... fiquei surpreendido, porque o tozé sempre me bateu como um agarrado de ginásio de monstros da esquina e não de clube de meninos e meninas de aulas lesmíles... ontem a meio da tarde recebo uma chamada da mireille, a pedir-me pra ir dar umas aulinhas lá no mega craque a substituir um equipa nacional qualquer... fui falar com ela pra aprender o estilo do clube...

e não é que, encontro o tozé, e... o mórbide! há anos que não o via, e ao contrário do que sucedia na faculdade, ele até falou comigo e tudo... comentei com eles o facto daquele clube parecer, à primeira vista, bem frequentado, ao qual eles responderam que bastava entrar na sala de musculação pra isso mudar radicalmente... mas quis o destino que também eles tivessem uma oportunidade e reservou-lhes um grande rebuçado...

porque se a minha prova de fogo correr bem, eu passo a ser instrutor oficial mega craque, depois eles podem ir fazer as minhas aulas e aí eu aproveito prós apresentar às meninas em tópe e calças de licra... rapazolas altos e espadaúdos, mais ou menos ajuízados e com emprego estável, apesar de anti-sociais, não devem ser difíceis de vender... vão deixar de ser virgens num instante!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

o sobretreino

Fadiga prolongada e crónica, em inglês "overtraining", definido como treino pesado sem recuperação adequada (patológico) em oposição ao "overreaching " , que é o treino pesado com recuperação adequada (normal). Os sintomas de sobretreino são a queda do rendimento e performance, cansaço, falta de motivação, queda de energia e espírito de competição, desanimo, desequilíbrio emocional e perda de libido. Estes sintomas são frequentemente acompanhados de aumento de ansiedade e depressão (90%), irritabilidade (70%) e problemas de sono (90%), incluindo pesadelos e sono intermitente.

momento pedagógico da semana, talvez do mês ou trimestre: este texto foi escrito pelo morgan em oitenta e sete, o que nos leva a concluir que só há cerca de vinte anos pra cá é que os especialistas descobriram que treinar a mais, sem o descanso adequado, leva a que uma pessoa fique feita em papa... os hipocondríacos não inventem esquemas que não são duas horas de natação numa semana de sete dias que desencadeiam este processo...

geralmente só acontece àqueles monstros da hipertrofia, tomadores de batidos, que ficam lá agarrados aos pesos dia após dia, pra crescer! e mais frequentemente ainda, aos instrutores de aulas de grupo que dão montanhas delas por semana como... o pedra! o pedra está com uma lesão provocada pelo sobretreino que é ali uma cena entre a éle cinco e a ésse um, linguagem técnica, sou mesmo cromo... o resultado prático é que cargas axiais é melhor tar quieto...

o que nos leva ao ponto delicado da questão... para recuperar, o pedra tem de deixar de dar aulas, mas isso implica obviamente, ganhar menos... e aqui dependendo do estilo de vida que leva, pode ser mais fácil de dizer, do que fazer... é por isso que cada vez que entro na quinta da fonte está ele com o ar mais atrofiado do mundo, quase a coxear mas sem querer dar parte fraca...

por mim tá fixe, eu aproveito todas as oportunidades que isso me dá pra subir ao palco e fazer galhofa... tanto que este mês não só paguei a mensalidade do clube como até já tenho lucro... mas sinto a questão, até porque e mesmo que apenas por breves tempos estive naquela realidade... não! não tive lesionado e em sobretreino, fui pêtê, sei que as cenas pra eles são complicadas... e ainda bem que deixei...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

jantar de verão do ífi

aqui há uns tempos a mira da classe do ífi de domingo de dois míle e cinco, decidiu-se a organizar um jantar... correu horrivelmente mal porque todá gente se cortou, menos uma mão-cheia das mais chegadas amigas dela, e eu... porque pronto, como já sabem, eu não sou falso e não é que tivesse nada assim tão urgente pra fazer naquela noite...

quando prái a meio da tarde ela me avisou que ia bué pouca gente o meu primeiro instinto foi desaparecer, e arranjar uma desculpa qualquer para dali a uns dias... principalmente quando o pedra me pediu pró ir safar novamente na quinta da fonte... mas às nove e meia da noite quando tava a sair do clube, li uma mensagem da mira que me deixou envergonhado...

e então lá fui pró restaurante indiano, outro num intervalo de uma semana, depois do jantar de despedida do jónicax que vai embora, sniff sniff... nada aconselhável, não o recomendo a ninguém e eu até e tal sou dos que come comida vá assim um bocadinho a puxar ao pimentão... mas também sou dos que prefere o cozido e a feijoada... ao menos aceitavam visa...

acabámos a noite, a mira, a rita e eu obviamente, a beber boémias num bar qualquer do bairro alto... quando saí de lá ainda fui dormir a casa da minha namorada, o que se traduziu numa das melhores noites... deixa lá ver... prái da minha vida inteira vá... pronto, desde que me lembro que isto ultimamente tem sido assim oh de emocionante...

terça-feira, 5 de junho de 2007

o líder do projecto

ontem aceitei o convite do líder do projecto pra integrar a equipa de futebol que ele andava a granjear pra enfrentar um grupinho de amigos lá dele... apanhei boleia com ele e em menos de cinco minutos de conversa apercebi-me que esquece lá a ideia de o contrariar... o badocha tem sempre razão e depois tem um estilo gozão barra palhaço barra estrela que me deixa na defensiva...

fomos prá secundária de benfica, também já deve ter mudado de nome, mas era pedir muito que o soubesse... entrámos no pavilhão a meio da segunda parte da final da tacinha lá da cena, a tempo de ver o golo do empate a duas bolas... tava cheio de putos por todos os lados aos gritos, no meio deles todos estilosos, senti-me envergonhado de aparecer na companhia dos refundidos da secção de roupa do continente...

como seria de esperar, os amigos lá do gordinho, tanto na nossa equipa como na adversária não jogavam nada... pergunto-me onde é que esta malta passou a infância, sendo que eu manifesto mau jogador, jogo melhor que a maioria daqueles picos cheios de caneleiras e ténizinhos do futsal... o que me leva a outra questão... aquela escola domina em termos de infra-estruturas, no meu tempo não havia nada daquilo...

um pavilhão de futebol enorme com redes nas balizas, e marcações para três courts de básquete... do outro lado mais dois courts de básquete e ainda duas salas que pareciam estúdios com espelhos nas paredes, numa delas estava até a haver uma aula prá terceira idade quando távamos no ir... ainda assim fica aquém de um campo de brita cimentada e jogar até à vala...

távamos a voltar e pergunta-me o bolinha "não te faz confusão que eu ande rápido?"... eu revirei os olhos e pensei em responder "tenho plena confiança no àbêésse e no controlo de estabilidade", mas respondi "não, na boa"... depois decidi dar-me pra cromo e mandar uma indirecta subtil "eu era puto do tuníngue", como quem diz que já fiz e vi bem pior do que aquela condução de azeiteiro... mas acho que foi subtil demais pra ele compreender...

começou a rir "acho isso mesmo estúpido, sem ofensa", eu revirei os olhos de novo e pensei "estúpido sou mazé por tentar manter uma conversa normal"... logo a seguir pensei em comunicar-lhe o meu profundo e visceral ódio por obesos sem reflexos a conduzir tractores a diesel com quatro metros e meio que acham que a estrada é toda deles... mas... esquece lá isso...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

o ex-melhor da cinco: parte dois

quarta a sair da aula de setépe da cláudia aparece lá a rute toda morena pra dar o pâmpe, fui dizer "olá" e ela pergunta-me se posso dar a aula dela no dia seguinte, na defensores de chaves... eu não me fiz muito rogado, primeiro porque sempre safo a minha amiga, e depois já tava com umas monumentais saudades de saltar pró palco aos gritos...

no dia seguinte recebo uma chamada pela manhã, um bacano qualquer da quinta da fonte que na altura não identifiquei, a pedir-me pra ir dar uma aula dele... até nem tinha nada melhor pra fazer, lá fui eu subir a um palco da quinta da fonte pela primeira vez... no dia seguinte à noite recebo uma mensagem da rute, "tirei um dente, não consigo falar, amanhã na defensores?"...

numa cena muito estúpida confundi as horas, quando cheguei à defensores olhei pró horário da aula e ia tendo um treco! entrei disparado, fui a correr trocar de roupa, desci as escadas aos saltos abri a porta do estúdio e gritei: "peço desculpa pelo atraso, vamos embora!"... foram só prái uns cinco minutos mas já tinham disparado lá os alarmes todos do clube...

comecei a aula com tudo de trombas, provavelmente a pensar "ando eu a pagar imenso e estes malucos chegam atrasados", no lugar deles até estaria a pensar pior... aceitei o desafio, o mínimo que podia fazer era compensá-los, e foi lindo... quando terminei a aula já tavam todos a bater palmas e na saída iam a rir, a dar-me os parabéns... senti-me o máióre!