domingo, 19 de julho de 2009

uma avaliação parva: parte dois

houve algo que mudou desde o último processo de avaliação para este... neste eu tive de avaliar alguém... e amizades à parte tentei ser o mais imparcial possível e fornecer ao miúdo o máximo de informações sobre como atingir e superar as minhas expectativas... a avaliação que fiz dele não foi "o miúdo é o máióre" porque eu não acredito nisso, mas na minha opinião dava largamente para o "és porreiro pá"... e não lho deram...

mandaram lá o conselheiro dele, que não o conhece de lado nenhum e só o vê de ano a ano em ocasiões sociais, dar-lhe o discurso que pelo menos a mim, acordou-me memórias há muito esquecidas do secundário... disseram-lhe algo do género "podíamos dar-te o és porreiro pá, mas seria um porreiro tremido, e imagina que depois desces? fica mal, fica feio... o que tu queres é agora receber um até te safas, e depois subir para um és porreiro pá, certo?"...

certo? longe disso! agora o miúdo fica aborrecido, e com toda a razão... eu fico aborrecido porque acho que o miúdo merecia muito mais... fico ainda mais aborrecido porque acho que a culpa foi minha, apesar de eu não mandar nada, porque não consegui transmitir lá ao concelho, que o miúdo merecia o "és porreiro pá"... e fico mesmo bastante mais aborrecido se, por culpa daquela má decisão, o miúdo decidir bater com a porta para ir fazer os milhões de projectos mais interessantes que por aí andam...

e aqui entre nós que ninguém nos ouve... se eu fosse o miúdo já andava a traçar planos...

uma avaliação parva: parte um

a semana passada tive a minha reunião de avaliação do primeiro semestre deste ano... agora quem tem sido responsável pelas minhas avaliações e acompanhamento é o gerente maior, porque a minha conselheira teve uma filha aqui há uns tempos... e o problema de discutir qualquer assunto com o gerente maior, já o tinha referido aqui antes, é que acabo sempre por ser convencido que trabalhar mais e receber menos é o melhor para mim...

eu não entrei na reunião nada satisfeito... isto desde há ano e meio que tem sido sempre mais do mesmo... o marco está sozinho e abandonado no cliente, sem ninguém saber lá muito do que é que ele anda a fazer na vida... assim torna-se complicado de avaliá-lo... então o gerente maior vai falar com o cliente "então como é que o marco se porta?", "oh, o marco é o máióre!", é mesmo assim que a cena se passa... e depois o gerente pensa "o máióre? isso não dá jeito"...

e então o sócio, o gerente maior e todos os outros notáveis juntam-se e chegam à conclusão que o marco não é o máióre... por um lado porque isso implicaria pagar mais ao marco, por outro lado o marco não tem contribuido activamente para a expansão do negócio dentro do cliente... o marco é o agente infiltrado que anda ali há dois anos e ainda não conseguiu infiltrar lá mais ninguém... o que eles não contabilizam é que se o marco não fosse o máióre, já há muito que tinha sido exposto e assassinado...

e assim como sempre eu não recebo um "és o máióre" recebo o "és porreiro pá"... que nos últimos tempos se tem traduzido em aumentos diminutos... "estás satisfeito?" pergunta então o gerente maior... "mais ou menos" respondo eu... e conto que ando há dois anos na mesma comá lesma e que a minha paciência cada vez é menor... traçámos lá um plano á, um e um e daqui por uns meses vamos ver no que isto dá... no meio disto tudo com avaliações feitas à pressa como é que eu sei em que direcção é que tenho de evoluir?