domingo, 13 de janeiro de 2008

a escritura

na passada semana, na manhã do último dia útil, assinámos, a minha namorada e eu, finalmente a escritura da nossa nova casa... altura em que nos deram um molhão de chaves e inclusive, um ou outro manual de instruções que aquela mansão é só alta tecnologia... no dia anterior tinha descoberto que fazer uma escritura é um pouco como fazer anos, todá gente nos dá os parabéns...

o que compreende-se porque o passo que vamos tomar é extremamente importante... logo, extenuantemente ponderado, logo a única coisa que se pode fazer é apoiar a decisão e obviamente congratular os intervenientes... a alternativa era fazer comentários apocalípticos do género: "ah, tás endividado pró resto da tua miserável vida", "e se a tua namorada te trocar por outra?"... mas ninguém gosta de desmancha-prazeres...

desde esse dia que para sempre ficará na história como "o dia em que o marco comprou uma casa" que já entrei numa mão-cheia de despesas, máquina de lavar e secar roupa, mobília de quarto, e... o meu novo computador-bomba-portável donde assinalo este texto como o primeiro escrito nesse novo e maravilhoso interface... estarei rico? népias... descobri foi a maravilha do crédito... e incito todá gente a seguir o meu exemplo...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

a história repete-se

tava na cinco a trocar de roupa quando aparece lá o nuno, o meu belo orientador do maravilhoso estágio... "belo belógue que tens na internet" diz ele, "ai é?" respondo eu, "mas olha, fica sabendo que o mega craque e o responsável do ginásio da quinta da fonte vão ficar a saber" retorquiu num tom claramente ofensivo... e desapareceu... na altura não percebi bem o que ele quis dizer, mas compreendi que era uma ameaça... e devo admitir, para bem da verdade, que nos primeiros trinta segundos ainda fiquei um pouco apreensivo...

demorei perto de uma hora a compreender a cena... quando o fiz parti-me a rir... obviamente ele estava ofendido com algo que escrevi por aqui, mas o mega craque? já mencionei sequer isso nestas linhas? não fazia sentido nenhum... a cena é que ele entrou ali pela onda da ameaça... podia ter ido prá cena mais prática "vou pegar na borboleta e furar-te!", mas não, entrou na cena do "vou dizer aos meus amigos e eles fazem-te a folha", que foi o que me confundiu... a ideia era ameaçar estragar a minha carreira na indústria do exercício e saúde, mas espera... qual carreira?!

quanto tempo não meto os pés no mega craque? há muitos meses... quantas aulas lá dei no total? umas duas ou três espaçadas, pelas quais nem sequer recebi... ter de lá ir só pra receber umas míseras aulas quase nem compensa a gasolina e o tempo perdido... ooooh, mas já estou a imaginar o influente nuno a estender os seus tentáculos até a um clube da concorrência... oh não! nuno... tem dó... já tou a tremer... antes a borboleta! ridículo...

em relação à quinta da fonte, a uma pessoa dentro do assunto salta logo à vista, porquê o responsável pelo ginásio? é uma pessoa importante, vá, mas eu duvido quele sequer me conheça! porque não o responsável pelas aulas de grupo, esse conhece-me de certeza e porquê? ah! porque eu já o safei por umas quantas vezes e novamente sem pedir nada em troca, só porque sou um bacano... não! mas tou a imaginar o nuno "o marco disse mal daqui da malta, proíbe-o aí de dar aulas de graça no teu clube!"... aía não! não faças isso nuno, por favor... eu prometo que me porto bem... patético...

mas o que eu acho realmente engraçado no meio desta patranhada toda... é que durante os mais ou menos seis meses em que eu andei a passear pela cinco de outubro, a fazer uma perninha aqui e ali, também não recebi népias por isso... porquê? porque primeiro era estagiário, depois porque tinha de preencher um conjunto de requisitos para ser funcionário do clube, requisitos que... continuei a ter de preencher para receber, mesmo depois de já ter sido despedi... dispensado, do clube...

mas como disse, eu sou um bacano... nem me preocupei porque tenho mais que fazer do que andar atrás daquela malta... eles de agarrados que são provavelmente precisam mais daquilo do que eu, que nem sequer deve chegar a um mês do meu emprego corrente... esta minha boa acção só me pode é dar buéda bom karma... e eu sou tão bacano, tou tão sem ressentimentos, que ainda me fui lá inscrever e todos os meses ainda pago mais um pouco do salário daqueles totós... e eles é que se acham no direito de me fazerem má cara...

outra cena gira é que nem metade da missa escrevi eu aqui... se tivesse imortalizado todos os pôdres daquela gente, aí sim, iam ter razões de queixa... ah...

domingo, 6 de janeiro de 2008

o drama da mobília de quarto

depois dos problemas que as diferentes opiniões da minha namorada e de mim nos criaram na escolha da casa, agora fazemos tudo de novo, na escolha dos móveis... começámos naquela grande superfície sueca, a ver uma mão-cheia de móveis baratuchos que a minha namorada tratou de descartar com bastante desdenho... na segunda tentativa acabámos numa casa de móveis do design que eu descartei com insinuações de novo-riquismo suburbano...

a terceira tentativa levou-nos a uma outra grande superfície onde, com manifesta dificuldade, conseguimos chegar a um consenso sobre uma mobília de quarto, só que a cama é grande demais... a quarta tentativa levou-nos a uma superfície de uns amigos do meu pai com móveis apaixonantes, mas algo fora das nossas possibilidades... a quinta e última tentativa do dia levou-nos a ainda outra grande superfície onde, novamente com manifesta dificuldade, lá conseguimos umas mobílias...

ponto de situação... a minha namorada amou as mobílias que encontrámos na loja dos amigos do meu pai... eu também, mas não me estou a ver pagar mais de dois mil euros por madeira, por muito boa que a madeira seja... a minha namorada argumenta que a madeira boa dura prá vida inteira e que na opinião dela, também não se via a pagar mais de mil euros por uma televisão... eu por ela faço-lhe a vontade, mas uma mobília para a vida toda é um conceito que me mete algum medo...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

o primeiro dakar em que a tenda ardeu

pqp! é desta forma eloquente que começo este texto para dar uma pequena ideia do estado de espírito em que me encontro... mais azedo que iogurte fora de prazo! estava eu já de malas e bagagens aviadas, chapelinho de festa na cabeça, quando anunciaram o cancelamento da trigésima edição do mais mítico rali do mundo, o dakar... podiam ter cancelado a vigésima-nona, um número menos redondo e uma edição à qual não fiz questão de marcar presença...

mas se tomaram a decisão, nunca antes vista, de cancelar uma edição do maior rali do mundo é porque têm uma boa razão, "porque os mauritanos garantiram a pés juntos que iam atacar a malta do rali"... mas... isso é uma boa razão onde? qual é a novidade?! todos os anos há sempre um azarado qualquer que fica sem carro ou mota... é o mesmo que eu ir passear de pórche prá zona j e esperar não ter de voltar para casa de transportes públicos...

de certeza que desta vez é diferente... este ano mais do que um ou outro quatro por quatro roubado e piloto amassado, a ameaça é geral... uma facção terrorista não-identificada lançou uma profunda e sentida ameaça à caravana do rali, passasse ela por onde passasse desde que metesse os pés no continente africano... admito que esta versão dos acontecimentos ouvi-a numa conversa de café, porque oficialmente apenas se ouviu falar em "falta de segurança" e "clima de instabilidade"...

chavões bonitos mas que me deixaram de fim-de-semana na lama... há aí algo de muito mal contado nessa história toda... se a ameaça é assim tão enregeladora de ossos porque é que ninguém chamou os americanos? pela troca do combustível de duas etapas, as duas do final, aquelas do senegal que são fraquinhas e já tá tudo decidido, os bacanos dinamitavam a mauritânia de uma ponta à outra... ficava só a areia, e uma ou outra cratera... o que até contribuía para a espectacularidade da prova...