a mania da perseguição

no outro dia andava aqui por casa sem muito para fazer e lembrei-me que há muito tempo atrás tinha deixado uma nota mental de ir mexer nas configurações do meu rúter para impedir o vizinho de me vilipendiar a rede... ora, comecei lá a mexer, através daquela bela interface que é uma páginazinha que se vê aqui no ié, e tanto mexi que aquilo obviamente deixou de me dar acesso... a mim, o dono dele...

lá decidi voltar aos bons velhos tempos... mudei-me para a entrada, liguei o portátil directamente ao rúter com o fiável do cabo e lá vamos nós outra vez... consegui ligar o nível três de protecção e para além disso impedi o registo de novos clientes... quer isso dizer que só as máquinas na lista restrita é que podem aceder a todos os maravilhosos conteúdos da auto-estrada da informação... dos quais este belo belógue é um dos melhores exemplos...

o que é parvo no meio desta história toda é que eu acredito que o vizinho nem sequer se daria ao trabalho de me tentar vilipendiar a rede... tal como eu não me dou ao trabalho de vilipendiar a dele, e eu até sou o informático dos óculos cá dos índios... para além disso, e isto é um ponto muito importante, eu até podia ter aqui a rede completamente desbloqueada... não tenho limites de tráfego!

o quelinte mete-me mal-disposto

a conversa passou pelo novo filme do quelinte, e meteu o pessoal todo a dizer que parece que aquilo é muita bom e que a angelina está nomeada prós óscares... e isso a mim deixa-me assim mesmo como que buéda arreliado... e devido a três argumentos que eu considero extremamente válidos... ora sigam lá o meu raciocínio e dêm-me razão no final...

razão um... a malta lá de óliúde pode ter a memória curta, mas eu ainda me lembro que o expoente máximo do quelinte como actor, era assassinar tudo o que aparecesse na tela... não espera! não era apenas assassinar... era assassinar com ar de desprezo... que eu ainda acho que vinha da sua incapacidade de exprimir emoções... o que mudou? por se tornar realizador passou a ser um génio? se isso fosse assim o méle guíbessâne não teria feito nem a "paixão de cristo" nem o "coraçãobravo"...

razão dois... se a angelina está na calha para um óscar então é porque vale tudo... nomeio já também o póle uólequere para ganhar o de melhor actor, o principal (o secundário é pró morto)... já vi montanhas de filmes da angelina, e também me custa a crer que ela só porque está num filme mais sério, mais aborrecido, com menos acção e provavelmente a dar pró melodrama, ficou melhor actriz... ou então, muito improvável, a experiência do realizador fê-la evoluir...

razão três... eu vi o "bebé de um milhão de dólares" e achei fraquíssimo... um ambiente muita melodramático a lembrar os bons velhos tempos da têvêí nos seus primórdios de sábado à tarde... assim a puxar à lágrima fácil... pior só se as personagens morressem todas... e daí talvez ficasse melhor... o mórgâne ferímâne pra lá perdido no meio com um papel secundaríssimo e muita banal... enfim...

se alguém vir e achar realmente bom que me avise... pode ser que eu veja isso nalgum sítio e me dê ao trabalho de baixar...

um ano de casamento

parece que foi ontem, mas ontem fiz um ano de casamento pelo estado... há um ano que moro nesta bela maison aqui ao largo da venda seca na freguesia de belas... passemos então às perguntas do costume... tem sido tudo muito fofinho, e ainda não aumentei de peso... por outro lado posso afirmar que já passou o prazo estipulado unilateralmente para começarmos a trabalhar em dar-vos a todos... um sobrinho! ou sobrinha...

reafirmo o unilateralmente porque pela alma gémea já tínhamos começado há imenso tempo... afinal ela já deve sentir o relógio biológico a fazer tique taque há prái uns vinte anos e a casa dos trinta está ao virar da esquina... mas eu queria esperar ao menos que cumpríssemos um ano... aquele ano que as pessoas costumam dizer "ai não tenham pressa, aproveitem bem a vossa vida a dois"... apesar de na realidade eu achar que essas pessoas têm é medo que os amigos deles se comecem a dar mal quando já têm um bebézão a fermentar...

e é um medo consciente uma vez que, pelo que me dá para perceber, as pessoas hoje em dia casam-se por tudo e por nada, e depois descasam por tudo e por nada... e ninguém quer uma mão-cheia de putos sem um dos pais para lhes dar equilíbrio... o meu prazo de um ano foi no fundo... um misturar de muitas situações... por um lado adoro a minha liberdade e o poder treinar em horários imprórios na maioria dos dias da semana, até porque a menina alinha comigo... por outro ainda sou egoísta ao ponto de ficar muito rabugento quando me apetece imenso ociar... e não posso porque há algo que já se amontoa há dias...

por último sinto aqui na barriga que não estou assim mesmo completamente preparado para meter um puto no mundo... mas também acho que só quando for prái o terceiro é que vou deixar de sentir isso... e aí penso... "se quero chegar ao terceiro, talvez seja melhor começar"... e... às vezes... assim mesmo às vezes... lembro-me de algo que os meus sobrinhos tenham feito, e fico com um sorriso parvo... e isso diz-me que o meu relógio biológico também já dá umas badaladas...

o poder ao comando panzer

no início da semana o jónicax convidou um monte de malta para fazer uma mini festa de rede local... é quando um monte de cromos dos computadores se juntam para jogar computador numa rede local... vem dos tempos em que a internéte era muito lenta e para meter muita gente no mesmo jogo com qualidade, a malta tinha de estar fisicamente perto... depois disso ganhou assim o seu espaço e uma pequena tradição junto dos cromos dos computadores... como uma espécie de "festa da espuma"... acho eu...

foi muito giro... tão giro que só me deitei já passava das oito da manhã... isto depois de no dia anterior me ter cortado ao jantar na casa dos sogros... e hoje curiosamente, dia em que faço um ano de casamento pelo civil... passei metade do dia, caído e inerte como um calhau, na cama... menos mal que a alma gémea enfiou-se num clube a bater ferro e ainda nem se dignou àparecer por aí... e a parte mais gira ainda está para vir, que é quando ela perguntar "o que é que vocês tiveram a fazer?" e eu responder "a jogar computador, e ganhámos!" com um sorriso enorme...

os botas d'elástico

eu tenho dois amigos... tarárá, tarárá... que em nada são iguais... tarárá... não, pronto! na realidade eles são muito iguais, tão iguais que já houve quem comentasse que eles pensavam pela mesma cabeça... eu acho que não, acho que eles têm é uma rivalidade saudável que se pauta por empates sucessivos... um compra uma máquina fotográfica, e o outro compra uma máquina igual, um compra um carro e o outro compra um carro igual...

no fim-de-semana marquei um jantar com eles, porque já não os via há bués, veio na sequência do meu casamento que lhes tinha de entregar os convites, que me esqueci... e foi monumental chachada... os meus amigos que eram fixolas... tão uns caretões, buéda moralistas e altamente enfadonhos... é verdade que de há uns tempos para cá cada vez começámos a ter menos em comum... já não ando com eles na escola, eles já não gostam de carros, já não gostam de futebol nem de jogos, e a fotografia não me diz népias...

mas no fundo acho que o "casamento" acabou com eles... quando o auto-proclamado "messias do sexo" que rodava as garinas todas, começa a espingardar por um mais velho, casado e três filhas dar facadinhas no casamento, percebemos que a agilidade mental já é cena do passado... o outro que mexeu tanto num quelio de cinco portas que nem a antena escapou, esquiva-se a qualquer alteração à máquina de origem porque aumenta o consumo... nota mental, não voltar a jantar com eles nos próximos tempos... pode ser contagioso...

os bróculos do íérreésse: parte dois...

a malta lá da direcção geral dos impostos é muito simpática... na carta que me escreveram, aquela que dizia que eu tinha confundido os campos todos, tinha lá uma explicação passo por passo a ensinar-me o que é que tinha de fazer para corrigir a minha declaração do modelo três... o problema é que eu nem a essa parte cheguei, porque me atrofiei todo logo no quadro da primeira declaração do ano e declaração de substituição com prazo especial devido ao artigo sessenta...

após uma meia-hora de luta com a aplicaçãozinha sempre a ganhar, cheguei à conclusão que o melhor era mesmo falar com uma pessoa... determinado saí de casa em direcção à repartição das finanças de paço d'arcos, que aqui aquela ao pé da estação de belas não tem sítio pra estacionar... cheguei lá e fui muito rapidamente atendido por uma senhora que me disse "isso não é aqui, é em belas"... mas admito que a culpa é minha, que eu é que sou muita parvo e penso que os computadores na função pública servem um propósito superior à mera existência... tenho de me convencer que não...

lá fui eu recambiado para belas, prá repartição que esteve a funcionar num contentor daqueles das obras... e que não tem estacionamento... cheguei lá pouco antes do meio-dia e tirei uma senha... esperei... esperei... e já se tava mesmo a ver... chegou o meio-dia e meia, e eles disseram "ah e tal agora paramos assim hora e meia só para almoçar, tábem?", "vocês vão também, e depois voltem que são atendidos por ordem"... ofendido, voltei para casa decidido a tentar o segundo assalto com a aplicaçãozinha, pra tentar poupar alguma gasolina... e paciência também...

à tentativa erro lá consegui fintar o quadro da declaração de substituição e depois foi só seguir os simples três passos descritos na minha carta para que aquilo batesse tudo correctamente... enviei e após uns dias apareceu lá "ah e tal já olhámos para isto e parece estar bem"... agora só me falta ver o dinheiro, que esses gatunos tão-me a dever uma pequena fortuna...

sou uma comadre...

tava eu a jogar o jogo das "bolas do dragão", no fundo a levar tareia do vegeta que ele transforma-se em macaco e limpa o chão comigo, quando o meu amor aparece... "ah e tal, e se limpasses o chão da sala que os meus amigos sujaram durante o jantar que eu lhes quis dar na noite da passagem de ano?", eu obviamente respondi "não me apetece, é tarde, apetece-me é jogar"... e ela obviamente saiu a fazer má cara e a resmungar baixinho...

lá conseguiu deixar-me cheio de remorsos... parei o jogo, mudei para a televisão e tive lá durante imenso tempo a limpar o chão da sala à esfregona... isto enquanto via mais um episódeo da "selva dos batons"... pausa dramática... acho que o melhor é mesmo nem lutar contra isto e deixar-me ir, que certamente não será o meu ponto mais baixo... amanhã até vou meter-me ali na janela do quarto a ver quem é que entra e sai e a que horas, que eu dali consigo ver o portão...