quarta-feira, 30 de março de 2005

o grande prémio

eram umas oito e meia quando chegámos ao quípe, já lá tava todá gente, entrámos pra lá co carro pra dentro, como se fôssemos os donos e saímos... encontrámos logo os amigos do feréde e fomos pagar... de volta da grande foto aérea do circuito tava um tipo largo a explicar ao novato armado em bom quais as trajectórias a usar...

o novato armado em bom tava armado em bom... um magrinho, com óculos, ar de mitra mas a fingir que é mauzão, fala alto e conta piadinhas pra tentar mostrar que está à vontade, com as meias por cima das calças... à nossa frente tavam dois gajos a pagar, tinham um aspecto normal, não dei muito por eles...

lá fora aparece o primeiro pico, um gorducho, com óculos, o típico pico dos carros, aposto como o computador do gajo é só nídes fóre sepídes e afins, e porno claro, muito porno... um casaco a dizer "ohns" deve ser uma marca de carros qualquer, um capacete de casa, luvas e sapatos de profissional... todo equipado o picozão... como bom pico sentou-se no primeiro kart...

eu sentei-me logo atrás, queria ver no asfalto o qué co pico conseguia fazer... e não consegiu fazer grande coisa... o ritmo dele não era muito elevado e conseguia acompanhar na boa, mesmo estando a ir com calma pra não me partir todo logo dinício... até cás tantas o gajo encostou o kart pra ganhar espaço porque ia começar a qualificação e havia bué retardatários à nossa frente... isto sim é ser pico!

fui o primeiro a chegar à escapatória e fiquei à espera que me chamassem... o velhote chamou o pico gorducho, já se tava à espera, chamou outro gajo, não tava à espera... mas era pico, luvas à pro, e meias por cima das calças... chamou o feréde e aí é que foi a festa! ele passa por mim e eu a gritar "dá-lhe feréde! mata!", o velhote chama-me logo a seguir e aí é que a festa entrou no auge!

alinhei ao lado do feréde e começamos logo a fazer planos "é hoje" dizia ele "mal por mal, eu em terceiro tu em quarto, hoje levamos uma tacinha pra casa"... o sinal bate verde já eu tava àcelerar, o feréde sai disparado parecia co meu kart tava parado, "maldito comedor de salada praticante de ióga zéne que pesa menos 10kg que eu!"... olho prá esquerda...

tava a passar-me um pico aos saltinhos parecia sei lá eu o quê, com as meias por cima das calças... mazisto é moda, ou quê? o feréde larga na entrada prá primeira curva e eu passo... no final da primeira volta faço mal a última curva e saio muita lento prá recta, o feréde passa por mim parecia queu tava parado, outra vez...

mas eu ainda tinha algo a dizer, na curva larga e rápida à direita ele entra cedo demais e eu aproximo-me, na curva apertada mais lenta à direita ele entra cedo de novo e eu saio lado-a-lado... fazemos a recta lado-a-lado, entrámos na parabólica à esquerda lado-a-lado, eu a fechá-lo pra ter a melhor trajectória... saímos da parabólica lado-a-lado e entrámos na segunda parabólica à direita lado-a-lado...

mas aí eu tinha o lado de dentro e o feréde teve de cair pra quinto de novo... foi lindo! eu só pensava "finalmente um pico com um conhecido!", olhei pra trás, o sexto já tava longe pra chuchu... "pico privado contra o feréde! esta corrida tá a ser bestial!"... o troca-troca entre o feréde e eu, continuou nas próximas duas ou três voltas, mas às tantas ele passou na recta e eu nuuuuuuuuuuuunca mais o vi...

quer dizer, ainda o via lá ao fundo, mas não dava... apanhámos os primeiros retardatários e daí prá frente é que passei a estar sozinho... foi o resto da corrida a sacar derífetes e a ultrapassar retardatários das formas mais estranhas para ser mais divertido... tentar fazer algumas voltas lançadas, mas o kart tava a fugir quéra uma coisa louca, era só pneu a chiar...

quando acabou a corrida fiquei a saber que o feréde ainda conseguiu apanhar o terceiro e passá-lo, grande feréde, mas depois espetou-se e caiu de novo pra quarto... agora em coro "oooooooooooooooooohhhhhh", ou seja, quarto e quinto, a tacinha escapou-nos novamente por muito pouco...

o magrinho armado em bom ficou buéda lá pra trás, certamente não irá comer nenhuma garina à conta da sua prestação dontem... o largo co tava a ensinar ficou em sexto, com uma volta mais rápida meio-segundo mais lenta ca minha... e o picozão gorducho dos óculos ficou em segundo, que levou tareia do outro pico das luvas... o dos saltinhos mariquinhas acabou por safar-se frente ao feréde...

quinta-feira, 24 de março de 2005

e nem sei o nome da série

fui prá sala liguei a televisão pra ver uma beca enquanto jantava e parei na dois... tinha pra lá uns tipos todos bem vestidos, com armas na mão, e pareceu interessante... nem precisei de cinco minutos pra tirar as medidas todas à série, mais um candidato ao título de melhor série policial nos próximos guerémis...

um gorducho, chefe de equipa, vive pró trabalho, é feio e mau actor... catrefada de enche-buracos, entre gajinhas loiras e pretas pra não escapar ninguém... muitos clichés batidos, o prato do dia foi "não tinhas nenhum mandato pra entrar na casa do mauzão e gamar-lhe esse álbum de fotografias que contém fotografias de 500 crimes"...

ainda assim captou a minha atenção até um final muito mal enjorcado... por enquanto acho que no geral sai acima do cêésseí, mas muitos pontos abaixo do tuénti fóre... a cena é assinada pelo gérri brúqueáimére, eu que até sou mais ou menos fân acho quele já fez bem melhor...

terça-feira, 22 de março de 2005

o ísportchi, cára, é muito impôrtântchi

acabei dir ao ginásio ter co médico pra ele me passar um atestado pra poder começar a partir a sério... tive lá durante uma meia-horita a dar-me pra bom "oh pra mim pratico desporto desde os dezoito anos, só peso 69 kilos, nunca tive nenhuma lesão nem fui operado"... e sainda fosse isso vocês diziam "és mesmo cromo!"...

mas foi pior, cheguei mesmo a dizer "isso é cinquenta e dois?", de pulsação, "tá buéda alto, normalmente ando nos quarentas"... depois de passar com cores esvoaçantes (engraçado, em inglês parece fazer mais sentido) saí do gabinete do doutorzinho de peito feito àndar estilo pavão, átravessar um corredor apinhado de garinas...

devia estar pra começar uma daquelas aulas começadas por "bódi"... amanhã é que vai ser! e depois na quinta vou receber um plano de treino... mesmo à profissional!

domingo, 20 de março de 2005

realizado por: marco secórcêse

o namoro do hugo com a fotografia fez-me reviver a minha paixão unilateral pelo cinema, e claro o meu projecto de ter o meu próprio programa de televisão... apercebendo-me da dura e injusta verdade que nunca ninguém me irá pagar para eu aparecer no pequeno ecrân, decidi auto-financiar-me...

tive aqui a ver uns preços dumas máquinas daquelas pequeninas com um ecrânzinho de lado todas bonitas e parece-me um plano razoável... já tive inclusivé algumas ofertas de pessoas que querem escrever uns textos ou participar na minha estreia... isto seu fizer um filme porno... mas já não é nada mau pra quem tá mesmo a começar!

hugo, deixa mazé o técnico e não vendas a nicóne

o hugo aqui há uns tempos gastou montanhas de massa numa câmara fotográfica toda buéda potente, daquelas à ôlede secúle onde dá pra rodar à volta da objectiva pra regular coisas, como a luminosidade e o contraste e outras desse género... depois disso decidiu dedicar-se ao seu novo passatempo e transformou uma das casas-de-banho da casa dele, numa sala escura...

ao fim de um ano inteiro, pelo menos foi o quele disse, vêm a público os primeiros resultados de tão grande empreendimento, maravilhem-se! o autor não sencontra muito feliz com elas e diz que tirando uma ou outra elas estão bastante mázinhas... eu gosto, mas também, quéqueu percebo de fotografia... népias! nem fotografias dos passeios, tiro...

mas como já lhe disse, a fotografia é uma arte que inspira crítica fácil... todá gente olha prá fotografia, e como as câmaras custam cinco euros pensam que qualquer pessoa pode fazer aquilo... quando na realidade não é bem assim... depois um tipo chega lá, começa a bater umas chapas, tenta fazer uns experimentalismos e começam logo os cépticos "ah, lá está o gajo a inventar"... parece que as máquinas fotográficas só servem pra tirar fotos de família...

a internéte

ontem à noite tive a ver um bocado do "regresso de gédái" na casa da minha namorada, e fiquei tão imbuído por todo o espírito setáre uóreze que decidi vir aqui pra casa exprimentar o "gédái aquédâmi" que o meu irmão instalou práqui há já bués... isso e o facto da irmã dela ter dormido lá em casa...

mas então, tava a contar, com a motivação de um gordo de meia-idade que se veste de cavaleiro gédái e vai prá bicha do "ataque dos clones" uns meses antes da estreia... já vi o meu irmão a fazer umas cenas fixes, correr pelas paredes à mátríquesse, eu queria ter um láite seibâre com duas pontas vermelhas à dárthe móle...

olhei à volta, e no meio da confusão, não encontrei os cds... "temos pena!" pensei... não procurei muito admito... fui logo prá néte procurar uns queréques e uns fíquessede éguezes, andei num monte de saites, saquei um monte de zípes e no final daquilo tudo a única coisa que consegui foi meter um trójâne no pc... mas depois tirei-o!

quinta-feira, 17 de março de 2005

não tinha juízo, e fazia por isso

a aula de tópespíne de hoje, com aquelas jingazinhas todas fez-me lembrar os bons velhos tempos quando andava no primeiro ano da faculdade e o pessoal se reunia todo na casa do gordo... lembrei-me da jinga de exercício que existia lá no sotão da casa do gordo e das cenas queu fazia com aquilo...

"aía agora vou fazer dáuneíle!" e metia-me em cima daquilo a pedalar bués e a mandar saltos com aquela porcaria... aquilo levantava tudo no ar e tremia por todos os lados, fazia granda barulheira... era tudo a mandar-me para "ah! pára com isso vais partir isso tudo!"... era tão lindo!

mas isso fez-me lembrar da outra vez em que fomos ao barracão buscar a minha cássete dos áirâne meidâne e eu mandei alto pontapé na porta que bateu com granda estouro na parede e gritei "éfebíái! éveribódi íte da felóre!"... eu na altura via demasiados ficheiros secretos, ah não! não era ficheiros secretos era cêdezasseis... era fixe essa série...

e o gordo todo lixado a mandar-me calar porque na casa ao lado tinha morrido o velhote no dia anterior e os gajos tavam todos de luto... o que me fez lembrar daquela outra cena naquela noite em queu meti o copo em cima do muro e tencionava derrubá-lo com um circular de direita... só que o muro mexeu-se... e mandei-lhe uma ferrada! mas à segunda apanhei-o!

fiquei a coxear o resto da noite com um pé com o dobro do tamanho... andei uma semana com o pé a doer sempre que o metia no chão... e ainda hoje em dias de tempestade sinto um estranho tremor...

quarta-feira, 16 de março de 2005

a terça-feira até às oito e meia

agora ca porcaria do belóguére está a funcionar decentemente posso finalmente contar-vos a minha primeira aula de tópesepíne na terça-feira de manhã às 0715... na quarta-feira perguntei ao tálemeida lá do bules sele queria ir e ele alinhou, naquela do "tens a certeza?", e eu "claro! na boa!" sem saber no que me tava a meter... fazia todo o sentido, 0715 dava pra ir lá antes dentrar no bules...

quando me fui deitar e meti o telele a tocar pras seis da manhã é que comecei a ficar com ideias contraditorias "secalhar isto nao foi tão bem pensado assim"... "é meia-noite vou dormir seis horas" pensei... mas já tinha dito quía agora já não podia voltar atrás... quando o telele toca até matrofiei todo, levanto-me pra ver que estava escuro pra chuchu e montes de nevoeiro, frio...

a minha mãe levanta-se no controlo "ondé que vais?", "tão cedo porquê?", lá me safei e fui zombiando até reunir o material todo que precisava... saí de casa e tinha o pneu do costume em baixo... fui até à bomba ali em cima vindo do oeiras parque em direcção a oeiras e tavam lá dois pretos ao pé da cena dencher pneus... parei à campeão, faço o que venho fazer a ouvir alta história...

"e o gajo sacou duma arma e apontou e disparou e eu fugi", "não te mataram porquê?", "sei lá porquê!" foi mais ou menos o que consegui discernir e nem dei importância, já tava a bazar e vira-se o gajo pró outro "crava aí um cigarro ao gajo!", "mau" pensei, "ei ei! arranja aí um cigarro", "não tenho!" respondo com o meu belo feitio... "não tens?!" pergunta o gajo desconfiado, "não! não fumo!" respondo directamente...

"ah pronto!" continua ele "olha sabes o que podias fazer por mim, então?", "já tá" pensei, "podias fazer-me um favor"... "não posso, não tenho tempo, tenho dir trabalhar!" e bazei... o gajo vem atrás de mim "ah tás aí já, esperanão te vou fazer mal!", parei e disse "então diz lá" e depois pensei, "dizer o quê? praqué que lhe estou a dar hipótese de maplicar o discurso?"... ele começou lá co discurso e eu abri a porta do carro e entrei...

ele segura na porta, "arranja cinquenta cêntimos", ele muita bem vestido ao pé de mim, "não tenho", "não tens?!", "vinte!", "não tenho!", "não tens?!", "já te disse que não tenho!", "ah pronto, tás aí todo setréssádo" e largou a porta pra eu bazar... passei este tempo todo a pensar "mau, tás a ver que vou ter daviar o gajo logo pela manhã?", e não era difícil co gajo já tava todo queimado... nem cheirava a alcool, mas tava a enrolar bué a língua, sei lá o qué candou a fumar...

fui lá prá aula co tálemeida... entrámos na sala e sentámo-nos nas jingas lá do fundo pró tipo não nos ver bem... ele entra, mete um som, olha pra nós e pergunta logo por gestos "primeira aula?", "sim" respondo, "mas nunca fizeram antes?", "não!", "então já aí vou"... vem ter connosco ensina-nos as posições daquela cena e lá vamos nós a pedalar montanha acima... uns exercíciozinhos e tal e começamos a bombar a sério...

às tantas começam os sepríntes e foi aí co tálemeida caiu pró lado... já não puxava népias "tenho uma câimbra não posso esforçar-me muito"... eu tamãe já tava a suar por tudo quanto era sítio só mapetecia era tar quieto mas sempre que pensava em abrandar olhava à volta e mentalizava-me logo "não vou deixar estes cromos da bola, bebedores de batidos e estas betas ratar-me", "a mim, marco do quíquebóquessâre?! ainda tá pra nascer o dia!"...

e não deixei... na altura parti-me todo e cheguei a tar uma beca avoado, mas depois daquilo tudo até nem achei um treino muito puxado, nárena era bem pior...

segunda-feira, 14 de março de 2005

os três porquinhos na damaia

era uma vez três porquinhos que tavam fartos de morar com os pais... os pais eram chatos e estrilhavam-lhes a cabeça com comentários rudes, retrógrados e anti-sociais, por isso os porquinhos decidiram arranjar uma casa... juntaram-se todos e conseguiram uma renda baixinha, uns míseros 500 euros por um T1 no centro da damaia... mas nem tudo foi um mar de rosas a partir daí...

o porquinho mais velho tava a chegar a casa tarde, depois de um dia intenso de movimento no maquedónáldes do rossio, e foi assaltado por um jovem de 12 anos que veio mais tarde a saber ser moçambicano... nesse assalto o porquinho ficou sem carteira, roupa de marca, as meias do défi dâque, o ténis da adidas, mas ainda lhe deixaram o telemóvel, não tinha GPRS nem câmara fotográfica...

o porquinho do meio comprou um carro... pressionado pelos seus novos amigos lá do bairro, escolheu um belo fiat uno 45 de 86 e até encontrou um baratucho, apenas 3000 euros, sem problemas de maior tirando os pneus carecas, as pastilhas gastas e a embraiagem queimada... mas valeu a pena! agora é todos os dias a puxar travão de mão à frente do café lá da colectividade...

o porquinho mais novo encontrou o amor... uma neguinha com um corpo... rechonchudo, vá... mas muito simpática que ao fim da primeira semana o apresentou aos pais e ao fim do mês já estavam noivos... da parte dela estão confirmados 500 convidados enquanto que da parte dele vai o irmão mais velho... é o padrinho... o outro tem de trabalhar ao fim-de-semana porque ainda tá a pagar o carro...

o dia de casamento foi muito aguardado, o porquinho do meio conseguiu safar-se do emprego, mas teve de abdicar do seu salário do dia, os 5 euros inteirinhos...

o porquinho mais velho estava todo bonito, aquele fato em segunda mão parecia ter sido feito pra ele... só era pena os remendos dos cotovelos em azul não combinarem com o fato verde... e o laço ser de criança, e branco...

mas o rei da festa era o porquinho mais novo que estava mesmo radiante... completamente endividado, mas radiante... até porque já tinha recebido umas ofertas fixes pra vender algumas das prendas na candonga e porque ainda tava alcoolizado da despedida de solteiro do dia anterior...

sábado, 12 de março de 2005

marco o desportista, todos os dias

acho que o bódicômbate é uma artimanha, mal montada, pra tentar meter homens a fazer aeróbica, e digo mal montada porque não funciona... mas eu até acho mal, acabei de chegar a casa depois da minha primeira aula e admito que me soube a pouco... já não sou grande fân de andar a bater ferro, já fui mais, e ir dar saltinhos e gritinhos pra uma sala cheia de betas em roupa desportiva soa-me extremamente apelativo...

pra primeira aula até nem tivémos, o anágua e eu, muito mal... andámos um bocado descontrolados é normal, houve até ali uma especialmente má em que estávamos os dois virados prá direita e o resto do pessoal já tava na esquerda... mas deu pra dar uns saltinhos, pra dar uns pontapézinhos e uns murrinhos no ar, uns gritinhos e muito gozo! a parte melhor foi ver as maminhas das betas todas aos saltos... até nem tava lá muito recheado de gajas boas mas tinha o suficiente pra encher os olhos...

houve lá foi momentos lindos... o pessoal todo com ténizinho de treino da adidas todo bonito e limpinho... o anágua e eu com os ténis todos sujos da rua à espera que ninguém reparasse... todá gente com garrafinha dágua e toalha de limpar as mãos... o anágua e eu com umas toalhinhas minúsculas daquelas do bidé... deu pra bater uma beca de coro à garina da recepção e a "catarina" que deu a aula também já tá encaminhada... foi impagável!

sexta-feira, 11 de março de 2005

mente "sã" em corpo são

amanhã vou inscrever-me num gíme em cascais, daqueles gímes cheios de betos e betas que gostam muito de cuidar do corpo, que bebem batidos e que têm fases de seca... isto porque o gíme fica mesmo ao lado do meu bules e porque os preços são mesmo fixes e temos direito a promoção de sete anos que nos baixa a inscrição de cinquenta euros pra sete...

mas para além de todos esses desvios do destino existem variadas outras razões pelas quais eu tomei esta decisão do pé prá mão! ahahah... sempre quis entrar pra um gíme de beto rico cheio de gajas boas... o primeiro gíme pra onde fui era mesmo aqui ao pé de casa, era uma cena pequena mas acolhedora, todá gente se conhecia mas era só gajos a bater ferro...

o segundo gíme era a arena, gajas nem vê-las, só na paragem da camioneta e eram do ispa... era mais era mitra, e seguranças de discoteca a treinar uns movimentos de quíque e muai quéra pra poderem aviar incautos na noite... e depois dá-me a oportunidade de treinar todos os dias e fazer umas cenas lindas como bódicombáte, ípe ópe, tai cúóne dou, bódipâmpe e mais uma catrefada de outras cenas com nomes inpronunciáveis queu nem sei o que são...

vou-me divertir à grande a mandar gritinhos em aulinhas de bódicombáte no meio das gajas... e a primeira é já amanhã!

segunda-feira, 7 de março de 2005

eu tenho sempre um plano na manga

antes dir pró bules fui meter gasolina ali na bêpê de paço d'arcos como quem vai a entrar prá marginal antes de virar prá escola náutica... quando vou a entrar na bomba "aía olha pró duzentoseseis todo quitado!", "parece o do xurrasco", "é o do xurrasco!", "olhó gajo ali!"... parei a galática e saí pró cumprimentar...

"então tudo fixe? grandas jantes, 17, mesmo bonitas!", "iá, meti-as a semana passada", "eu sei, eu vi... olha agora ando nisto, vendi o meu carro", "iá, eu vi ontem o bacano todo contente", "iá, tive pra ir, e ia cravar-te boleia mas esqueci-me", "epá, na boa, da próxima telefona"... e chegamos já à parte interactiva da entrada de hoje "masó marco, o qué quisto nos interessa?"... e eu passo a explicar...

quando eu tive a bulir na piscina convivia todos os dias com pessoal do túningue, com carros quitados ou por quitar, e uma das razões pelas quais, na altura comprei a rallye, foi porque também queria pertencer a esse mundo... porque achava e ainda acho, humilhante e ridículo marco do túningue grande fân, andar de papámóbile pôdre e ainda por cima seteichiâneuégâne...

domingo, 6 de março de 2005

ainda vou estragar aquilo e depois é sempre o mesmo a pagar

sexta chego a casa e encontro o meu irmão deitado no sofá como uma lorpa, a ver o meu DêVêDê do gato fedorento que foi ele que mo deu... dei comigo com uma imensa sensação de felicidade, tou a falar a sério... porque o meu irmão tava de volta, depois de uma operação pra ver se deixa de ser cibórgue, e também porque o pedro finalmente devolveu o meu "gato fedorento"...

mas ao fim de mais uns sequétches comecei a pensar "mau, seu ultimamente já ando a falar demasiado gato fedorento"... é que ultimamente praticamente todo o meu comentário jocoso que sempre fui conhecido por os fazer, começa com "ah e tal", e isso apesar de ser engraçado é o recurso à piada fácil que sempre desgostei... mas mesmo o que me preocupa não é isso, o que é verdadeiramente preocupante é...

que uma frase feita que já utilizo há alguns anos "deve ser deve", geralmente seguida de "nem gostas, agora", uma imagem de marca... que utilizo quando evito uma tentativa de alguém que me tenta lixar de forma evidente e denunciada... é utilizada num conhecidíssimo sequétche do "gato fedorento", afinal quem é que não se está a recordar de "deve ser deve, o que tu queres sei eu"... é o fim da picada!

mas adiante com a história... vim aqui pró quarto, liguei a internéte como de costume e daí a uma beca voltei prá sala... tava o meu irmão a ver um daqueles programas de adormecer que passam no segundo canal em horário nobre... "?! porqué que não tás a ver o gato fedorento?" pergunto... "o papi teve aí e disse queu ia estragar o DêVêDê quele pagou a carregar nos botões tal como estragámos o vídeo" responde ele...

"eu respondi-lhe, não foste tu que pagaste o DêVêDê, foi a mami!" continuou ele... comecei a tirar apontamentos, "mais uma daquelas saídas lindas do meu pai, hoje tá de mau humor, tenho de me pôr a pau"... à hora do jantar aparece aí o bruno, passado uma beca vimos práqui encher o computador recém artilhado de inúmeros episódeos das mais variadas séries televisivas... a meio da transferência aparece o meu pai com ar de combate urbano...

"já tão a ver se estragam isso, depois eu quero trabalhar" que esforço queu fiz "e não posso, tástragado e sou sempre eu que pago, isso não é pra ver televisão, e esse portátil" nota... enquanto ele estava a dar o sermão eu estava aqui a jogar adevénce uóreze, tava mesmo a pedi-las... "paguei 2000 euros por ele, e não é pra jogar esses joguinhos" terminou ele... eu ainda tive pra dizer "não foste tu que pagaste, foi a mami", mas é melhor evitar confusão...

outra coisa quele me proibiu foi de meter jogos e ver televisão, no computador "novo", porque estragam... passei a manhã dontem a configurar o épêéssechisé pra correr o GêTêdois rápido e com uns gráficos bestiais, tá tão lindo, enquanto não conduzir os seiscentos carros não durmo... depois fui ver episódeos do tuénti fóre... acho quele sabe questes discursos são infrutíferos, e ao fim de tantos anos admiro a sua persistência...

mas agora chega de brincadeira... vou ali fazer de fadinha do lar que a loiça e as fraldas mal-cheirosas, já tão a amontoar-se na cozinha... e se não fôr eu, não é ninguém, que o meu irmão nem se tivesse bom, lá ía...

quarta-feira, 2 de março de 2005

os solteiros contra os casados

segunda fomos fazer um joguinho de futebol à noite, aqui o pessoal do bules... chegámos lá, entram logo os "profissionais" da zona a fazer altos aquecimentos, a correr à volta do campo e a dar aos braços... eu mexi uma beca os pulsos, os tornozelos, e é começar com remates à baliza quisso é qué divertido!

entram lá o jónicax e o duda com ela fisgada, "ah e tal, nós dominamos isto tudo vamos dar tareia aos chefes", frase não confirmada... eu ainda os tentei avisar, "olhem queu não jogo népias", mas não valeu a pena... o erro tamãe é deles que já me viram a jogar sabem bem o ca casa gasta, se bem que da última vez eu até me safei bastante bem...

começa o jogo e pau! levámos logo um... e pouco depois levámos outro... pronto, ficou logo tudo lixado... o jónicax e o duda começaram logo a opinar "faz assim, faz assado" típico de mau perdedor... pegavam na bola, cada um pra seu lado a fuçar a fuçar, à roda à roda, a fazer passes entre eles... não iam longe, mas tamãe, passar-me pra eu perder a bola não valia a pena...

já távamos a perder por cinco a zero quando decidiram trocar de equipas... ainda bem que já tava a ver o caso mal parado... o segundo jogo foi o mais equilibrado, não sou muito de contar, mas acho que ficou quatro a cinco... o ruizinho marcou alto golo de bicicleta, foi uma beca de sorte, mas não deixou de ser bonito... e eu marquei também, finalmente, a concluir uma jogada daquelas sem guarda-redes...

o terceiro jogo também foi fixe, mas tavam buéda mal escolhidas as equipas... foi tareia novamente, mas desta vez eu até tava na equipa dos vencedores... e marquei um alto golo, meti a bola por baixo das pernas do guarda-redes, o ruizinho... admito que foi uma sorte incrível, eu recebi a bola de costas prá baliza, virei-me e rematei sem olhar... já tou é a estragar a minha reputação...

de resto os jogos foram bem fixes... soube foi a pouco, já há bués que não jogava e estava mesmo com saudades... estava tão empolgado caté entrava de carrinho, da primeira vez foi "frrrrrrrrrrrrrshhhhhhhh", "?! qué queu tou a fazer no chão?"... da segunda foi "frrrrrrrrrrrrrshhhhhhhh", "ahahah sou o maior! nunca desisto da bola"... da terceira vez foi "frrrrrrrrrrrrrshhhhhhhh", "ena pá! arranquei a relva toda"...

ainda tenho os ténis todos verdes, mas de nenhuma das vezes serviu de muito... em termos do jogo em si, porque eu diverti-me bastante a esfolar o joelho... já ouvi uns rumores que da próxima é que é, vai haver mais gente e tal, a ver vamos... eu vou mazé começar a tentar convencer o pessoal a fazer outro jogo por semana... na praia de carcavelos, isso é quéra fixe... ah, e ainda tenho de lhes mostrar o meu remate do tigre...

e agora vocês perguntam "é fixe esse remate?", e eu respondo "é pra lá de fixe! perguntem ao rumbafum, ele um dia ia morrendo a tentar parar o meu remate do tigre"... ah, e também sei fazer o chuto orientado...

terça-feira, 1 de março de 2005

tiveram assim de apanhar uma multa

"a que horas é o filme?" pergunto, "é às onze!", "e que horas são?" pergunto de novo, "um quarto prás dez", "então temos tempo dir a um bar!" proponho... saímos do rivoli "vamos levar os dois carros?" alguém pergunta, "népias, é já ali! vamos todos no mesmo!" exprimento, "todos de secóda!"... o pessoal alinha, com ameaças "pagas tu a multa"...

seis pessoas dentro do secóda e lá vamos nós até lá abaixo ao rio que é já ali... o problema é que o caminho passa mesmo em frente a uma esquadra da polícia... "olhá polícia!" digo, e acelero, não vá o tipo reparar que o popó vai carregado... a soraia, a namorada do hélio baixa-se, pra não desconfiarem... páro o carro e vamos todos procurar um bar...

as onze da noite já tavam a chegar e começa a chover... "ah e tal, sabes o qué que podias fazer ó marco, era ir buscar o carro!"... "eu?! tenho cara de chófére ou quê?!" penso... "vai lá tu ó superpico" passo a batata quente... "tábem!" responde ele... fiquei a sentir-me mal, "vá, eu vou faço-te companhia", "eu tamãe vou!" diz o bruno...

"ah! então vão lá vocês os dois!" respondo logo... que não me tava mesmo nada àpetecer fazer o caminho todo à chuva pra ir buscar o carro... passado uma beca aparece o superpico e entramos todos pra dentro do carro... aquilo apinhado de gente a tentar subir a calçada molhada chega lá acima e começa a patinar... o superpico tenta várias vezes mas não consegue...

"temos de sair!" dou a voz de comando... sai a fila toda do banco de trás e começamos a parar o trânsito e a dar ordens ao superpico, que teimava em passar por cima da tampa de ferro de telecomunicações que fazia o carro derrapar... às tantas ele lá consegue e pára o carro uns metros mais à frente... já tava mesmo pra entrar lá dentro quando ouço o gordo...

"olhá bófia!" grita o gajo buéda alto... "arranca! arranca!" grito eu pró superpico, "nós vamos a butes!"... o bófia chama o gordo "olhe desculpe, venha cá... você! venha cá", e dá-lhe uma descasca por lhe ter chamado bófia... até foi fixe, porque eu não acredito quele não tenha reparado que saíram 4 pessoas de um carro que tinha duas lá dentro...