segunda-feira, 30 de julho de 2007

American Pie Presents Band Camp (2005)

o matt stiffler sempre viveu na sombra do seu irmão mais velho, e no auge da puberdade tenta desesperadamente seguir as pisadas do seu mítico irmão que na realidade não tem nada de assim tão mítico... uma festa corre mal e a sentença para evitar a expulsão da escola é um verão no também mítico campo de férias da banda, onde ele encontra a sua antiga amiguinha dos tempos da primária...

à primeira vista o argumento parece uma desculpa mal-amanhada pra meter o stiffler, ou o clone mais credível, no campo da banda... e nesse aspecto o miúdo faz um papel bestial copiando a papel químico expressões, grunhidos, entoações e asneiras do seu suposto irmão... mas o filme também tem um tom mais sério e moralista que não achando que estrague, também não acho que melhore...

no fundo esta quarta tentativa da saga da "tarte americana" é uma grande pedrada no charco... a tentativa de revitalizar rapidamente se confunde com um abutrar de um filão que já estava esgotado e estragado por uma trequela de qualidade duvidosa... é um filme de adolescentes muito básico que nem as ligeiras menções a lugares comuns da história original, nem as já muito batidas e cada vez mais fracas piadas sexuais, conseguem ajudar... 11*/20*...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

a diferença dos 10pt para 12pt

o meu novo colega foi trabalhar pró meu antigo computador, deixei-o porque ficava ali no cantinho da sala e em cima do ar-condicionado, era muito mauzinho... estavam por lá os meus dois colegas a brincar com o código quando se aperceberam que as letras estavam dois pontos maiores... resmungaram qualquer coisa enquanto me perguntavam onde é que se mudava aquilo pra normal... expliquei-lhes e agradeceram-me com insultos "vês mal, é?"...

na altura fiquei um pouco chocado a pensar "mas como é que dois caixa dóculos, míopes que nem toupeiras, se atrevem a questionar a minha visão?"... até percebo minimamente a cena de meter as letrinhas pequeninas pra poder meter mais código ao mesmo tempo na imagem... mas não acho isso tão importante como a minha saúde... é como fumar... dá estilo, os mauzões nos filmes sacam sempre dum cigarro depois de matar alguém ou explodir alguma coisa...

mas sejamos sinceros, isso não compensa o facto daquela porcaria matar... prálém que deve saber muita mal... sei lá, secalhar eu é que sou o tótó...

sábado, 21 de julho de 2007

código de decoro

pra entrar no prédio onde trabalho tenho de passar pela segurança... fui lá falar com a senhora a dizer-lhe em que andar trabalho e ela perguntou-me de que empresa vinha, e mencionou umas quantas empresas de trabalho temporário... quando lhe disse que era consultor a mulher até engoliu em seco, esbocei um sorriso e fui-me embora... assim que cheguei ao meu andar, atravessei o corredor e entrei na casa-de-banho pra trocar de roupa...

disseram-me que "nós adaptamo-nos ao cliente" mas a verdade é que no cliente é só malta toda maltrapilha e eu sou obrigado a andar ali todo aperaltado parece que vou à noite dos óscares... "é pra diferenciar" comenta a minha irmã, mas no dia em que precisar de mudar de visual para me sentir de certa forma superior, ou para que outros me considerem superior, secalhar o melhor é atirar-me da vinte e cinco de abril...

"mas qual é a cena do fato, afinal?" perguntam vocês então já exasperados, "porque é que isso te faz tanta confusão?"... acho que acima de tudo é o atentado à minha liberdade que me faz imensa confusão... para além disso, tudo o que é tradições arcaicas e medievais também me fazem confusão... como é possível que no século XXI ainda alguém seja obrigado a pavonear-se numa vestimenta tão pindérica quão pouco prática e desconfortável...

odeio tradições inexplicadas... se o "porque sim" não é resposta, o "porque os antigos do tempo da maria cachucha sempre fizeram assim" também não devia ser...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

o último almoço

quando descobriu que eu me ia embora, o manda-chuva badocha, o bom vivã que tá sempre a organizar almoços especiais, disse "então na sexta tens de vir almoçar connosco!"... obviamente não podia recusar tão eloquente convite e portanto lá fui eu à "tasca do joão", escolhida especialmente para a importante ocasião... até rimo! deve ser do vinho verde... fizeram-me um brinde e desejaram-me imensas felicidades, algo mal amanhado, mas o que conta é a intenção, e disso eles têm muito...

quando aqui cheguei ao armazém e após algumas semanas de trabalho comecei a pensar que era bom demais práqui perder o meu tempo, uma ideia que pesou muito na decisão que tomei recentemente... mas o que me apercebi agora, é que no fundo isso é o apelo do armazém... eles sabem que não são os melhores, e não o querem ser... só querem ter um bom ambiente de trabalho e viver a vida deles sem grandes confusões, um espírito com o qual me identifico bastante...

vou ficar aqui com o contacto da malta que sou capaz de precisar, quando a febre de querer ser o melhor passar... ?! outra vez? isto dá-me mesmo prás rimas... agora tou com uma pedrada... não percebo como é que a malta faz isto todas as semanas, os níveis de produtividade na sexta à tarde devem ser supreeendentes... chegámos ao pópó e eu perguntei "oh arquitecto, porque é que o carro do badocha tem tecto de abrir panorâmico e o teu não?", e ele respondeu "mau", "isso é porque há uns mais iguais que outros no armazém"...

terça-feira, 10 de julho de 2007

turismo desportivo

o primeiro "fim-de-semana de turismo desportivo vou pra fora cá dentro do marco" foi um verdadeiro sucesso, parabéns e promoções pra todos, daqui a pouco há mais... começou na sexta à noite com uma viagem relâmpago lisboa-porto com dormida no belíssimo grande hotel do porto, em plena rua de santa catarina... é uma das vermelhas no monopólio, o que significa que é importante, mas não muito...

o hotel também não é grande cena, tá ali no meio da cidade e tal, mas isso até nem é grande vantagem e o quarto cheirava mal... quando descobrimos que era do ar-condicionado e o tentámos desligar foi lindo! aquilo começou a bombar ainda mais e mandou cá um cheiro de gato atropelado abandonado na sarjeta... fartámo-nos de rir... ao menos havia ovos mexidos e chocapic original no pequeno-almoço...

durante dois dias os participantes puderam ver ao vivo as provas do campeonato do mundo de carros de turismo e do troféu monomarca supercopa seat léon, no circuito da boavista... que estava ladeado por um grupo interminável de mal-informados guardas cherôdios cuja função parecia obviamente ser: complicar... final da tarde de sábado ainda deu pra uma aula de pâmpe no oulemes da arrábida e um relaxamento na piscina e banho-turco... seguido de jantar e cinema...

e voltar na segunda, ui!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

transformers (2007)

muito tempo atrás abriu a guerra no planeta cybertron entre as forças do bem, os autobots, e as forças do mal, os decepticons... ninguém explica como começou, deve ter sido só porque o megatron queria dominar a galáxia... em causa estava um objecto chamado em português de "a centelha" que supostamente é a cena potente que dá a vitória... os autobots conseguiram fugir com aquilo prá terra, mas o megatron é bué inteligente e foi atrás...

o argumento tem um problema enorme... demora montanhas de tempo a preparar e a preparar com diálogos, cenas e vulgares picuísses que não interessam népias, e depois no final começa a acelerar imenso e saem robots debaixo dos calhaus e desatam todos ao soco uns contra os outros e a disparar mísseis... a realização é fixe, mas exagera naqueles tremeliques "deixa cá abanar a câmara pra eles não verem nestum e acharem a acção rapidíssima"...

e depois há as más adaptações desnecessárias... atenção que aqui vou estragar a história à malta... o "bumblebee" que na versão original é um carocha, agora é um camaro... pra isso eles já tinham o "hotrod", que oh! nem sequer aparece! como raio uma personagem das mais importantes não aparece? e o "devastator"? que é aquele conjunto dos robots da construção civil, a betoneira, a retro-escavadora, e assim... ali é um tanque... iá, um tanque bonito e imponente, mas estragaram outra personagem fixe e com imenso potencial...

mas mesmo isso e uma panóplia enorme de actores mediano-medíocres não chega pra ofuscar as inúmeras cenas de acção com os robots a rebentar com tudo o que mexe, e também com o que não mexe... 17*s/20*s...

a experiência: o escravizado(r)

no início da reunião semanal de segunda o arquitecto dá a grande notícia à equipa "o marco não gosta de nós e vai deixar-nos"... achámos todos muita graça, e eu expliquei que não era bem assim e dei-lhes a informação mínima... daí prá frente todá gente começou com as graçolas típias que muito tenho ouvido ultimamente... sobre a escravatura, o ambiente competitivo e formal... enfim, mais do mesmo...

por volta do meio-dia saí pra ir lá assinar o contrato, uma rapariga toda simpática dos recursos humanos, secalhar devia ter escolhido isto, atendeu-me... preenchi uma montanha de folhas e meti o meu nome em mais ainda... às tantas apareceram lá três folhas que tive de assinar relativas a um dos montros "a isenção de horários"... será que o mito das dez horas por dia é real?

saí de lá com a sensação que tinha vendido a alma ao diabo... mas também foi assim que me senti quando assinei na cave, pra vir pró armazém e também pra tirar o curso de instrutor, portanto não dá pra tirar grandes conclusões... a malta daqui do armazém disse-me que, durante quinze dias eu só tenho de voltar aí e começar a trabalhar que eles prometem que não me fazem pergunta nenhuma... é simpático da parte deles...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

o manel fernandes e os fumarentos

pouco antes das dez e meia da noite, estação de serviço da ícêdezanove no cacém, tinha acabado de pagar e tava a voltar pró carro quando "outra vez!?", "não posso!", "devo tar a sonhar!"... esfreguei os olhos e tentei de novo, mas era mesmo ele outra vez, nada mais nada menos que o retornado manel fernandes, jogador de futebol do sport lisboa e benfica... de lembrar que o encontrei, naquele mesmo local, antes dele ir lá prá inglaterra...

e agora perguntam vocês, tal como o fez o cunhinha no comentário á entrada que escrevi da outra vez: "e que bote tinha ele?"... da primeira vez que o vi, conduzia um daqueles minis cooper dos novos, feitos pela bêéme... ontem vi-o a passar ao lado de um punto branco e pensei "não posso!"... depois é que o vi... era um cêélecápa preto vêoito compréssor... o que significa que um de nós dois está a receber mais do que dantes, e não sou eu...

o que me faz lembrar daquele meu ódio pelos fumarentos... eu compreendo aquelas histórias de poupar combustível e o planeta está a morrer e tudo mais... mas ninguém me convence que estas mariquices dos carros a gasóleo não é uma moda europeia muito ... conduzo a carrinha do meu pai e dou a mão à palmatória, cheia de binário, recuperações excelentes, tudo fixe... mas aquele barulho deixa-me logo de mau-humor, e o pior de tudo é vê-los na pista...

pra mim era prender um arado naquele pejou que o lamy conduz e outro no seu rival da áudi e era metê-los na quinta do timanel a ver quem é que lavrava mais hectares em menos tempo... isso é que era uma prova ao nível do gasóleo! onde é que já se viu... tanta manifestação contra e a favor dos touros de morte e todá gente fica impávida e serena ao ver a prova de resistência mais mítica de todos os tempos transformada na corrida dos tractores...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

a transferência mais badalada: conclusão

estava aqui na minha quando se aproxima o arquitecto, e pergunta "marco podias chegar aqui?"... lá o segui para uma sala de reuniões com nome de bravo navegador dos descobrimentos para conversar sobre o incontornável assunto da minha inevitável saída do armazém...

ele ofereceu-me a possibilidade de me explicar que eu não quis deixar passar em branco... o armazém sempre me tratou bem e por um lado custa-me imenso fazer-lhes isto... tanto que ontem andava prái parecia que tinha engolido uma mão-cheia de anti-depressivos...

expliquei-lhes o que me fez tomar esta decisão, que quero ver porque é que os supostos melhores são supostos melhores... o arquitecto tentou dissuadir-me e até fez um bom trabalho mas desistiu pouco depois, ao ver que a minha decisão já estava tomada...

então paternalmente disse-me que "ás vezes tínhamos de dar cabeçadas por nós próprios" e profissionalmente que era uma "pena", que eu "apesar de não me esforçar, fazia o mesmo que os outros" e que estavam a "gostar muito do meu trabalho"...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

a transferência mais badalada: parte dois

já tava praticamente convencido quando a minha chefia meteu o na poça... começou a contar uma história da carochinha que me deixou com a pulga atrás da orelha... sobre uma montanha de colaboradores que foram propostos integrar os quadros de um grande cliente bancário mas que escolheram não o fazer... e aproveitou a analogia para demonstrar que eu só integro os quadros do armazém se assim fôr a minha vontade... e foi nesta parte que a porca torceu o rabo...

é que desde o início que eu acho que o armazém é fofinho, tem um ambiente simpático e arejado, mas que se lhe tirarem as janelas não lhe encontro diferenças prá cave donde tão redundantemente fugi... porque raio quereria eu ser quadros do armazém? a única resposta que encontro pra esta pergunta é, para me encostar à parede e ficar aqui a fazer número... posso treinar faixas de pump, posso escrever estas entradas...

e também faço algo que não me estimula minimamente... admito que até nem soa mal, só que sempre me achei demasiado ambicioso pra me encostar à parede, pelo menos com esta idade e manifesto espírito rebelde... também nunca fui muito de fugir a um bom desafio...

terça-feira, 3 de julho de 2007

a raínha decadente

para aqueles mais despassarados ou que simplesmente não se preocupam, existe um menino novo naquela que é apelidada, mal na minha opinião, de categoria raínha do desporto automóvel, a fórmula 1... eu admito à boca cheia que prajá não gosto dele... e não é pela sua personalidade, de se ter em demasiada boa consideração prá idade, todos os campeões da modalidade sofreram disso, nem sequer é por ele aparentar ser bom piloto...

é por ele dar-se e ser demasiado dado a menino bonito, e nunca gostei de meninos bonitos... até foi por haver um menino bonito, carregado ao colo durante anos e anos a fio, que deixei de prestar atenção à raínha... mas esse ao menos ainda tinha algum carisma derivado da questão de ser tremendo mau-perdedor... este tem a vantagem de pertencer a uma minoria étnica o que já lhe valeu demasiados artigos a enaltecer as privações e sacrifícios próprios e que a família teve de suportar para chegar onde chegou...

é que pra histórias de famigerados que chegam lá acima já me basta a da "príti oumâne"... enfim, pouco mais se pode esperar de uma competição automóvel que é mais emotiva nos jogos de bastidores que nos jogos de asfalto...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

a transferência mais badalada: parte um

final da semana passada sou convidado para nova entrevista naquela das maiores consultoras do país e do mundo, vá também... fui lá ter com o engenheiro gerente formado na mesma faculdade que moi méme que me fez uma proposta, não irrecusável, mas assim a dar pró algo estúpida de recusar... foi então que após uns escassos minutos de consideração me decidi a contactar a minha entidade empregadora a fim de negociar a minha situação contratual...

amanhã tenho uma entrevista com a minha chefia para discutirmos o assunto que pra mim é bastante simples... ou me arranjam um plano de formação e crescimento a curto prazo, de preferência que passe por aumentar a minha remuneração e mandar-me pra bem longe do armazém, para um sítio onde o meu génio não seja tão esclarecedoramente desperdiçado... ou sopas... de qualquer das maneiras isto é engraçado, até porque que dê por onde der, só posso sair a ganhar desta situação...