saio do meu interregno forçado, devido a não ter acesso à auto-estrada da informação, apenas para espelhar o meu descontentamento sobre o grande vencedor da edição deste ano do festival de cinema fantástico do porto... pela primeira vez na minha vida vejo o júri, e o público, de acordo numa decisão que para mim não faz sentido, mas tendo em conta a força dos factos o mais provável é que seja mesmo eu, o burro…
como sou um revoltado sempre a queixar-me comó calimero, deixo aqui um pequeno resumo do filme para que vocês possam tirar as vossas sábias conclusões... ressalvo que o que vou dizer estraga a pouca piada de ver o filme e que o mesmo tem distribuição assegurada em portugal e se encontra em preparação uma versão americana da cena...
pois bem, o filme retrata a história de dois repórteres que estão a fazer uma cena género “história da vida” sobre uma corporação de bombeiros... tudo calmo e chato, muito adormecedor mesmo, e sempre mostrado pela perspectiva da câmara do repórter que acompanha a muy guapa lá da cena... até que os bombeiros são chamados para uma emergência, como não podia deixar de ser, né? sobre uma senhora qualquer a quem tinha acontecido uma cena... eles chegam lá a um prédio muito escuro no qual encontram a mulher toda estilo...
zombie maldade residente anda cá que dou-te uma trinca e ficas zombie como eu... daí prá frente seguem-se então os mútiplos clichés: o grupo de pessoas que vão caindo como tordos uns atrás dos outros, passando pela cena zombie que também de original não tem nada, a quarentena que não deixa ninguém fugir do exíguo cenário, terminando na personagem que sabe o que se passa mas não conta a ninguém... porque não se podia ficar por aqui o filme acaba por colar tudo isto com os facilitismos de um comum filme de terror…
a única cena que ainda não está já muito pouco original, batida e vista... é mesmo o filme todo ser visto através da perspectiva da filmagem da reportagem, a “interessante construção da trama” como descreve a imprensa, mas só isso, não chega... até porque o "projecto blair witch", que também passou no fantasporto este ano, já lá andou... quanto ao júri que atribuíu este prémio, provavelmente não estiveram lá tiveram em 2004 (quatro anos antes) quando o “28 dias depois” abriu o baile com uma trama idêntica e, na minha opinião de crítico parvo das horas livres, melhor interpretada e melhor realizada...
