segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

projecto: fim-de-semana dakar

apesar de não traçar planos, posso dizer que assim uns traços gerais ainda gatafunho para este novo ano... por exemplo, vou montar uma empresa de organização de cenas... "ah!" fazem vocês, "organização de quê?", "de cenas" respondo eu... vou organizar de tudo um pouco, jantares, festas, baptizados, férias e casamentos... a prova de fogo é já no próximo fim-de-semana com o projecto "fim-de-semana dakar"...

ora o projecto "fim-de-semana dakar" passa por ver as duas primeiras etapas da edição do próximo ano do rali lisboa-dakar mas não só... porque muito mais importante do que isso a viagem vai ser como que uma bela e emocionante visita-de-estudo para dois amigos meus que, infelizmente devido a factores que por vezes não controlamos, não tiveram infância... dois amigos confirmados, se alguém aí se sentir identificado ainda estou a aceitar inscrições...

neste âmbito das viagens educacionais esta será já a segunda edição... a primeira ocorreu aqui há uns anos no porto, também com dois participantes... um deles irá participar novamente agora no projecto "fim-de-semana dakar", o que só prova o sucesso deste tipo de iniciativas que continuo a contestar não serem financiadas pelo estado...

ano novo, casa nova

puxei uns cordelinhos junto do manda-chuva para não ir trabalhar neste belo último dia do ano, apesar de já não ter um único dia de férias para tirar... mas precisava de mais um fim-de-semana de quatro dias para espairecer e começar a preparar em força mais um ano que... bah! isto dos novos anos cada vez se torna mais do mesmo... traçar planos e objectivos fazia mais sentido quando eu era um inconformado raivoso que queria acima de tudo evitar os computadores... o que colocando em prisma também por aí se vê que não faz bem o meu género, porque "inconformado" tudo bem, "raivoso" é familiar, mas "traçar planos" nunca foi característica da minha personalidade...

aproveitei o dia para ir assinar papéis relacionados com a compra da minha nova maison... tenho a avisar todos os que ainda passam por aqui os olhos que a escritura está marcada para dia onze de janeiro... data a partir da qual começarei a entrar em despesas parvas em objectos extremamente supérfluos e parvos... tenho de comprar cortinados, jogos de casa-de-banho e abatjours... também estou a planear uma festa de inauguração, quer dizer, nada como a "mãe de todas as festas" como o meu irmão está a planear para o dia de hoje... será mais como um pequeno e agradável convívio, mais a ver com o meu novo estatuto social...

entretanto sempre que ouço a solicitadora a atender o telefone "toutou?" começo logo a pensar "tchina pá", "que maneira mais parva de atenteder o telefone", "se ao menos aqui estivessem os castigadores da parvoíce"...

domingo, 16 de dezembro de 2007

a festa de inverno: parte dois

andava por lá pela festa quando aparece lá um bacano que agora tá a trabalhar no mesmo sítio que eu, mas noutro projecto... normalmente é uma pessoa calma mas estava todo acelerado, a falar muita alto... depois é que me explicou, que lá a divisão dele tinha marcado o jantar de natal para aquele mesmo dia, então ele já vinha bem regado... pouco depois encontrei outro, até me deu um abraço... decidimos então ir buscar bebidas...

o sopinha de massa e eu távamos junto ao balcão a tentar que no meio da multidão algum dos bacanos olhasse pra nós pra nos dar de beber... olhei para trás e... o nosso grupinho de rapazes tinha passado a incluir duas raparigas... e bem giras, uma morena com um decote brutal, e uma castanhinha de olho azul... assumi que seriam amigas de algúem e perguntei-lhes se queriam alguma bebida... elas não se fizeram rogadas e a dos olhos azuis agradeceu-me com uma festinha no braço...

quando finalmente um bacano veio lá perguntar o que queríamos, o sopinha antisocialmente pediu as bebidas para ele e prós outros dois rapazes... "ah porque depois confundo-me" desculpou-se ele... eu fiquei na dúvida sobre o que é pior, achar que ele é mentalmente desafiado ao ponto de confundir-se com seis bebidas, ou pensar que ele é um antisocial que provavelmente pagou uma rapariga para namorar com ele...

nenhuma das duas hipóteses é exponencialmente reveladora uma vez que a minha ideia do sopinha de massa já era algo negativa... pedi eu as bebidas prás meninas e pudemos fazer mais um brinde... "isto é sumo" disse a castanhinha, "ai é?" perguntei enquanto provei o meu suposto vodka laranja... sentia-se ligeiramente o alcool, mas tava fraquinho de facto... "deixa lá ver então", troquei de copo com ela e provei... era a mesma cena... tanto tempo à espera pra beber sumo...

pouco depois o sopinha desapareceu e nunca mais o vi... o outro bacano começou a falar com a morena do decote, e... o fánã e eu ficámos a conversar um pouco com a castanhinha dos olhos azuis... dois dedos de conversa mas eu não quis ir muito além porque ainda estava a assumir que duas miúdas giras daquelas estariam acompanhadas... até que a castanhinha se farta de apanhar seca e dá a deixa prá amiga que têm de ir à casa-de-banho... "nós ficamos aqui" disse alguém...

foi depois que me explicaram que elas tinham caído do nada todas sorrisos... o bacano que falou com a morena disse que eram do porto... e eu pedi-lhe desculpa por lhe termos estragado o esquema... é que se o fánã e eu tivéssemos dado conversa à castanhinha ela não teria dado o sinal prá amiga, e o bacano ainda teria um coro a funcionar... foi nessa altura que assumimos que perante aquele cenário algo desolador e humilhante, elas já não iam voltar... e não voltaram...

a festa de inverno: parte um

estávamos a aproximar-nos da estação de comboios do rossio, local d'a festa, quando reparamos que aquilo está tudo iluminado, com o logotido d'a consultora projectado nas paredes... uns holofotes apontados pró céu indicavam que aquilo era o sítio pra se estar naquela noite... "quem me dera trabalhar n'a consultora" diz alguém, "isso está a pensar aquele ali" diz um outro a apontar para o sem-abrigo... "ahahahahaha" riu todá gente...

ao aproximar-nos reparamos na estrada cortada com um segurança enorme, de uzi escondida debaixo do fato, "boa noite" cumprimenta-nos... ao chegarmos à entrada montes de meninas bonitas daquelas das promoções deram-nos as boas vindas, enquanto que se podia ver, estacionado em local de destaque... o murciélago preto do mais alto manda-chuva... mostrámos os convites e entrámos num cenário que... sob pena de soar como uma dona de casa... parecia saído de um filme...

admito a minha ingenuidade em como nunca tinha visto nada parecido... três áreas distintas, uma mais calminha com uns sofás brancos e uma outra com comidinha de rico rodeavam uma área central que tinha uma pista de dança, um palco e por trás... o logotipo d'a consultora como que a mostrar quem é que se chegou à frente pra pagar aquilo... tudo isto era suportado por três bares que também só serviam bebidas de rico... por todo o lado, aquecedores a gás...

que não chegaram para aquecer um edifício demasiado arejado numa noite fria pra chuchu... mais do que consultoria informática, a consultora presta serviços de consultoria financeira, portanto desenganem-se já os muitos tótós que afirmaram que ia ser uma noite só de rapazes, que aquilo tava agradavelmente apinhado de miúdas... e todas vestidas como se fossem para um casamento... preferia obviamente roupa do desporto, mas também não digo que não...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

a prenda de natal

no outro dia disse à minha mãe "mami, já sei o que quero pelo natal", responde ela apreensiva "o quê? um jogo?", porque foi o que lhe pedi pelos anos... e eu "não, um fato"... os olhos dela iluminaram-se, quase que aposto que estava a pensar algo na onda do "dum filho não faço nada mas o outro parece estar a entrar nos eixos"... o que, sejamos sinceros, me custa uma beca...

não é que desgoste de ser a razão pela qual os meus pais ficam com um brilhozinho nos olhos... mas a verdade é que eles geralmente só ficam com o referido brilho, por razões algo parvas... mas pronto, são pais, a altura deles já lá foi há bués, não é que o façam por mal, estão é algo desactualizados... por outro lado custa-me gastar uma potencial prenda cara, num fato...

mas também seria bastante pior se tivesse de o pagar, e ainda acabei por fazer um negócio à maneira... ficou-me a menos de metade do preço, o único senão é que as calças foram feitas para um quarentão grávido... em mim até nem ficam mal, mandam uma pausa fixe... por breves momentos ainda pensei em usá-las assim, mas cheguei à conclusão que ainda não tenho estatuto para quebrar certas regras...

quando tiver... vou andar de fato, mas à ípe ópe! já me estou a imaginar com um fato muita largo, a camisa por fora das calças, um cinto de balas, uns ténis enormes, uma das pernas das calças arregaçada e a gravata cheia de cores e toda torta... vou fazer a cabeça em água aos caretas todos...

sábado, 1 de dezembro de 2007

o novo especialista, parte quatro: a festa

ontem foi a reunião anual da área de negócio onde me encontro... apresentações e troca de galhardetes para uma equipa que passou de apenas nove pessoas no início do ano fiscal, para trinta e quatro no final do ano normal... como é hábito neste tipo de eventos, os sócios tiveram para lá tempos que tais a rever números da empresa no geral e a tentar passar-nos a mensagem motivacional subliminar, que somos os máióres...

para além disso e devido ao rápido crescimento que houve este ano, foi-nos pedido que realizássemos um pequeno seláide com uma informação nossa para apresentar ao resto da turma... para nos conhecer-mos todos um pouco melhor, sabermos onde estão as nossas forças e competências e balelas afins de construção de equipa... ora como já é costume, eu quis aparvalhar aquilo tudo... pensei em escrever umas rimas e fazer uma cena ípe ópe...

só que depois fiquei constipado, rouco, e decidi-me por um pequeno texto de comédia em ... ia a explicar o primeiro ponto parte dois quando mandei a piada "o manda-chuva disse-me que era na expo, eu tive medo que fosse no pavilhão atlântico"... partiu-se tudo a rir! foi lindo, mesmo gargalhada monumental... cumpri largamente o meu objectivo que era, não aborrecer ninguém de morte... houve demasiada gente a fazê-lo... e arrancar uma reacção do público... pronto, admito... é narcisismo!

o novo especialista, parte três: a contra-informação

no dia seguinte a saber o resultado da minha avalição, recebo um convite para ir almoçar com o meu novo aconselhador... é uma espécie de irmãozinho mais velho que supostamente vai tomar conta de mim e não deixar que eu caia em tentação e assim...

éramos uns quatro, os aconselhados pelo rechonchudo, gestor de consultoria... cada um aproveitou para fazer as suas perguntas e tirar as suas dúvidas e lá pelo meio ele começou a falar das avaliações... nesta parte mencionou especificamente que...

não existe assim nenhum tipo de padrão referente ao número máximo de As e de Bs que pode haver num ano... o que se faz é tentar compreender se, as pessoas são mesmo merecedoras dessa nota... a parte interessante desta história toda é que...

ele contrariou directamente o que me tinha dito o mini-manda-chuva no dia anterior... por mim é na boa, acredito que o processo inclua um pouco dos dois cenários... mas achei mal o rechonchudo não se ter chegado à frente com a conta...

o novo especialista, parte dois: a avaliação

no dia seguinte ao telefonema mencionado na entrada anterior, recebi a minha avaliação anual por parte do meu mini-manda-chuva... segundo a versão dele da história ele esteve muito pensativo sobre dar-me um A, porquê? porque obviamente percebeu... que eu sou genial... só que após conversa com os manda-chuvas eles lhe desconstruiram a ideia, "porque isso é mesmo buéda excelente"...

fiquei contente com o meu B... e concordo com a minha avaliação que assim muito por alto diz que eu sou um mágico a fazer código e a resolver problemas mas que tenho de ser mais proactivo no contacto com o cliente apesar de ter evidenciado melhorias durante o tempo do projecto... e é então que entra em cena o capitalista leitor: "ah, que giro que isso é? e em quanto é que isso se traduz?"...

é uma pergunta pertinente, fui informar-me e segundo os dados retirados de consultoria, a área de negócio onde não me encontro, um B traduz-se num aumento de 10 a 16%... não sei é se vou ter direito a ele já no início do próximo ano uma vez que só entrei em julho... a cena que acho é que ninguém sabe como vai funcionar mas já circularam rumores de retroactivos caso não se verifique népias agora...