sábado, 30 de maio de 2009

projecto o novo bólide: conclusão

tínhamos saído de casa com o intuito de fazer a normal prospecção de mercado mas acabámos por regressar com o bólide novo... dito desta forma dá a entender que fomos enganados... e isso deixa-me algo desconfiado... também pode dar a entender que vimos um negócio tão irresistível que... não resistimos... e é assim que eu penso... o que só pode querer dizer que o vendedor fez um bom trabalho... posso ter sido enganado mas saí de lá a pensar que tinha feito negociozão...

tudo começou com uma entrada na vila dos motores italiana, ali junto ao continente de alfragide... apareceu logo uma senhora muito simpática que nos pediu um monte de informações... o mito ficou logo excluído, até lhe dou o desconto do preço por ser exótico, mas o facto de não ter cinco portas fá-lo falhar nas exigências bombomzíticas... virámo-nos para o punto do qual nunca fui muito fã, mas por não ser totalmente horrível ainda entrava nas contas... tal como no filme dos transformâres, o carro é que nos escolheu...

eu entrei a falar à boca cheia "é mesmo este, mas em branco que é mais bonito e também quero as jantes bonitas" olhei prá frente e assustei-me "mas, o choques da frente não é este pois não?", "não" assegurou-me o vendedor... aquele era uma edição especial... especial do azeite só pode, que aqueles retrovisores em cromado eram de muito mau gosto... depois de escolhidas todas as opções sentámos para discutir o preço... uma hora e meia e a oferta dos nossos dois popós pá troca depois, e conseguimos que o preço caísse dos vinte e dois mil e poucos, para os dezasseis mil e meio...

ele utilizou o seu jóquére, afirmou que a promoção de aceitar popós de oito anos acabava hoje, final do mês... ora essa promoção era responsável por mais de quatro mil euros de baixa do preço, na entrega do bólide do amor... o mesmo que está com o radidador furado e todo cheio de dentadas... eu achei que muito dificilmente outra loja me daria tanto, mas estava a resistir àquele negócio tão súbito... "o que é que vocês querem para aceitar esse negócio, peçam!"... eu já tinha praticamente tudo o que queria "posso pedir dinheiro?" perguntei... conseguimos levar mais um bocadinho...

com mais dois mil euros de entrada acabámos por ficar a pagar doze mil e poucos euros a setenta e dois meses... tenho a noção que fomos roubados na prestação, mas era isso ou ser roubado no preço... "agora vão jantar fora, celebrar! parabéns! boa compra!" disse-nos o vendedor as suas palavras de ordem, quando estávamos a ir embora... o bombom pegou no catálogo, folheou e disse "ei espera lá! e uma risca destas? ficam muito giras! quero uma risca destas no carro, olha esta... em preto"...

sábado, 23 de maio de 2009

projecto o novo bólide: parte dois

este fim-de-semana está a ser o lançamento de um dos bólides identificados no projecto, o quelio gêtêésse... nunca tinha visto um lançamento de um novo automóvel, por isso achei que seria uma boa ideia passar numa loja para ver como aquilo funciona... e não é fixe...

talvez o problema tenha sido da loja a que fui, mas aquilo estava por lá uma festa muito decadente... havia pipocas, música e pouco mais... estive uns dez minutos a olhar para um catálogo até que me decidi a ir procurar alguém... encontrei uma senhora toda gorducha que me disse para ir espreitando o exemplar que lá se encontrava até chegar o vendedor... o exemplar era feio, cinzento, com jantes pequenas e motor fraquinho... tava a passar revista ao porta-bagagens quando chegou o vendedor...

"posso ajudá-lo" perguntou ele... eu respondi afirmativamente e expus-lhe os traços gerais do projecto... que tencionava entregar os dois bólides e levar um gêtêésse novinho... seguiu-se um silêncio após o qual eu pensei "agora não era a parte em que ele falava?"... e não falou... com algum esforço consegui que ele me imprimisse uma folha com um preço... um preço que eu podia ver na internéte... mas foi só quando ele não conseguiu reconhecer o gêtêésse no catálogo da loja dele, que eu achei que estava na hora de enfiar a viola no saco e ir tocar pra outra vila...

deixo um aviso à navegação de evitarem ali a loja da renou, que fica no alto de são marcos ao pé do cacém... na impossibilidade de se manterem ao largo, tentem perguntar "não há outra pessoa que me possa antender?" da maneira mais educada possível... se alguém de nome... qualquer cena "marçal", vos abordar... porque eu não tenho a certeza, mas assumo que também prefiram ser antendidos por um vendedor que queira vender qualquer coisa...

projecto o novo bólide: parte um

ontem o bombom telefonou prá oficina e disseram-lhe o orçamento do último arranjo do bólide dela... o bombom considerou o preço elevadíssimo para um bólide em declínio e deu-me o código de avanço com o projecto "o novo bólide", que já estava pronto para arrancar há uns quantos meses...

as linhas orientadoras do projecto "o novo bólide" são bastante simples... entregar o bólide do bombom, entregar o meu bólide, e comprar um infernal bólide novo, com cinco portas, um poderosíssimo motor a gasóleo como os tractores, pedais em alumínio, manómetros com fundo branco e volante em pele... como ditam as leis dos bólides fixes e desportivos... vai ser branquinho comá neve!

e já custou um bocadinho chegarmos a esta definição... se é complicado escolher o bólide perfeito para mim, escolher um para nós então é quase tão impossível como encontrar a casa perfeita... oh! mas eu encontrei a casa perfeita... com muita sorte, tábem, mas encontrei... e pronto! não é perfeita mas tá lá muito perto... como o bólide... não vai ser perfeito certamente, mas -de estar lá muito perto...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

marco rápido e furioso

o rápido e o furioso tem uma das melhores cenas românticas que já vi na sétima arte... a cena em que o dóme levanta a léti no ar agarrando-a pelo rabo... ora a minha amiga lá do emprego um dia a comentar a cena disse "muita fixe, quem me dera" e eu respondi "oh eu consigo fazer isso na boa"... mas menti... na realidade já tinha feito isso anteriormente, mas na altura era incapaz... eu deixei de treinar tanto e a esposa ganhou algum peso após o casamento...

aqui há umas semanas vi o rápido e furioso, que tem outra belíssima cena romântica, na qual o beráiâne pega na mia ao colo e a senta em cima da bancada da cozinha... ora entro eu em casa, agarro na esposa e digo "agora vou-te meter em cima da bancada e fazer amor contigo!", "vais nada, que a bancada tá toda suja!" respondeu ela... "mau" contrariei "a bancada tá sempre suja", "não tá nada, tá suja quando és tu a lavar a loiça"... comecei a ver o caso mal parado, utilizei a arma secreta "opá, já não gosto mais de ti!"...

mas agora que voltámos os dois aos treinos regulares decidi-me, no outro dia, a tentar o plano a novamente... a coisa fofa adorou, disse "que giro! outra vez, outra vez!"...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

liderar pelo exemplo

ontem estava no balneário do clube da avenida da liberdade quando aparece por lá o gerente do clube... ora o gerente do clube da avenida, o manuel se bem me lembro, era o gerente do clube da cinco de outubro no tempo em que eu lá... trabalhava, vá... e como ele ainda se lembra de mim, cumprimenta-me sempre que me vê "olá, bem disposto?", "sempre" respondo eu... e lá foi ele fazer as cenas que os gerentes dos clubes fazem...

eu acabei de me vestir e fui à casa-de-banho como de costume... entrei lá e passado uma beca aparece o gerente, de fato e gravata, com uma esfregona na mão... começou a esfregar o chão todo e dali a um pouco foi-se outra vez... tava lá um treinador pessoal brasileiro "cê sabe quêm elié? é o directô!", "eu sei" respondi eu, "é bonito, assim a arregaçar as mangas e a chafurdar na lama"... e de facto acho mesmo muito louvável...

há coisas que eu acho odiáveis, e chefinhos que falam, falam, mas não fazem nada, são uma delas... os filmes realizados pelo méle são outra...

terça-feira, 12 de maio de 2009

o dobrador de roupa

um dia tava por lá na quinta da fonte à espera de uma aulinha quando apareceu uma rapariga... daquelas profissionais daquilo, lá batida todos os dias, vestida a rigor... disse "olá" a todá gente até que acabou ao pé da mãe da pita enjoadinha, é gira a miúda, mas estraga tudo com aquele ar constantemente enjoada... e diz a mãe da pita enjoadinha "olha tens o tópe ao contrário", "ah pois tenho" responde a rapariga profissional... e sai de cena...

vai a rapariga a descer as escadas e diz a mãe da pita enjoadinha "não precisas de ir, troca aqui", "ahahahahah" riu todá gente, "eu vou ali ao balneário num instante" responde a rapariga profissional, muito educada... passado uma beca ela volta já com o tópe bem vestido e diz "isto é culpa do meu marido, dobra-me a roupa toda do avesso"... e eu pensei "que giro" e fui contar a história à coisa boa... e é então que ela comenta "tu fazes o mesmo, por isso é que eu já não te peço para dobrares a roupa"...

e eu que pensava que era uma enorme coincidência eu já não dobrar roupa há muitos meses...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

marco, o futuro herói da guitarra

na sexta o amor quis passar na fenáque do álégro para comprar a prenda de natal dos pais dela... eu tava a passar a normal revista à zona dos jogos quando vi um "herói da guitarra, tournée mundial", a guitarra sem fios mais o jogo... peguei na caixa e fui procurar a menina mais linda do mundo...

cheguei ao pé dela e gritei "compra!" assim no limiar do choro, "vá-lá!", "tu cantas e eu toco!", "olha tem músicas que tu gostas... acho"... só que o amor estava imperturbável, os meus magníficos argumentos não lhe fizeram nada... "compra tu!", "que lata!", "olha agora...", "ganhas mais do que eu"... concluiu ela num tom muito ofendido...

mas eu não estava para perder aquela batalha, usei o meu trunfo "ai é? ai é? entãonão gosto mais de ti!"...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

o póquére está na moda

houve uma altura do casamento em que um grupinho se decidiu refundir pra lá num canto da sala... "olha foram jogar póquére" disse eu... e fomos lá confirmar... e confirmou-se facilmente... e eu pergunto, quando é que começou essa onda do póquére?

acho que fui congelado criogenicamente e acordei noutra era... é que essa mariquice da malinha prateada com fichas passou-me completamente ao lado... com tanta... alguma, cena boa que os norte-americanos têm, fomos logo importar um costume parvo como o do póquére?

no meu tempo jogava-se era à lerpa, não havia fichinhas de cores e usava-se apenas um baralho... também admito que nunca joguei póquére a sério, mas tenho a sensação que deve ficar bastante aquém da lerpa... ainda pra mais ir jogar póquére a meio do casamento de alguém é uma tremenda falta de respeito... o que também sugere algum da personalidade desses importadores de costumes menores...

é uma cena muito social, agora a malta reúne-se e tal e jogam póquére... e talvez o mais importante da história seja essa desculpa que a malta precisava... uma actividade que junte homens e mulheres, que eu realmente não encontro grandes alternativas...