terça-feira, 14 de outubro de 2008

comunicação escrita um

esta formação interna, entre outros aspectos, ensinou-me a redigir uma mensagem de correio electrónico... não que eu não soubesse enviar mensagens de correio electrónico, mas faltava-me algum método... até porque eu sou daqueles que acha que ninguém nasce ensinado... afinal até tivemos de aprender a realizar as funções mais básicas da nossa vida... como... ir à casa-de-banho... ou... reproduzir-nos...

e continuando na pertinência da formação, acho que um bom programador, além de escrever boas linhas de código, também tem de escrever boas linhas de texto... defendo com muitíssimos argumentos a existência de gurus, barbudos e barrigudos, altamente especializados que já nem sequer vêm o código... só loira... morena... ruiva... mas também defendo que esses badochas devem conseguir transmitir eficazmente uma mensagem a uma pessoa totalmente fora do contexto...

tenho pena é de esta formação não ter vindo mais cedo... fez-me alguma falta naquela altura em que andava na de cima... quando era o ponta-de-lança do projecto atrasado e a directora financeira da empresa cliente me pedia satisfações, em mensagens de correio electrónico com o conhecimento dos administradores... ah e ainda tive os meus cinco minutos de fama na formação, a explicar a técnica da sanduíche... tem nada que saber, duas fatias de pão, e uma de presunto...

domingo, 12 de outubro de 2008

a segunda reunião anual...

na passada sexta houve mais uma reunião anual da área da consultora onde me insiro... gosto bastante desses eventos porque para além de se comer e beber bastante bem, ainda saio de lá com a motivação em alta e pronto para tornar um mundo um lugar bastante melhor, através da produção de sófeteuére de excelente qualidade... a deste ano, muito mais que a do ano passado foi bastante produtiva...

tive mais uma reivindicação a fazer, que até resultou num téte-a-téte com o manda-chuva, culpa minha que entrei um pouco a matar... mas que até me safei porque tinha razão... acabou com ele a dar-me a máquina fotográfica e a dizer "só por isso agora tens de tirar fotos!"... e então lá fui eu... decidido a modificar a imagem das reportagens fotográficas dos últimos eventos... só mariquices de fotografias das poucas miúdas que lá trabalham...

acabámos a tirar fotos ao pé do mini do manda-chuva... infelizmente não consegui convencer ninguém a deitar-se no capot, a fazer papel de super modelo... depois do jantar a minha conselheira sentou-se ao meu lado e tivemos uma beca na conversa... perguntei-lhe se ela sabia quais eram os tempos médios em cada degrau da pirâmide de carreira... "ah, faço lá ideia" responde ela... fui perguntar ao manda-chuva, numa altura em que ele já mal encarrilava as ideias...

mas também fiquei com a sensação que nem às sete da tarde ele teria sido capaz de responder à minha pergunta... o que até se compreende porque a procissão ainda vai no adro, afinal "em maio do ano passado éramos oito e hoje somos cinquenta e cinco"...

sábado, 11 de outubro de 2008

religião a quanto obrigas: parte dois

eu só comecei a trabalhar mais próximo do meu colega, mais ou menos chegado, que é testemunha de jeová, porque um outro colega que cumpria essa tarefa se foi... e antes de tomar qualquer decisão sobre todo este assunto decidi que o melhor era inquirir esse colega, que se foi, se já tinha passado por situação semelhante... "não posso!" respondeu ele incrédulo... "verídico" confirmei eu a história que tinha acabado de contar...

foi então que a outra colega, amiga, nos tornou sabedores de uma história... na sequência da realização de um trabalho prá escola, está de momento a terminar o secundário via novas oportunidades, ela procurava informações sobre as testemunhas... e incorreu no erro de perguntar ao nosso colega, a ela mais chegado, porque é que estes não celebram aniversários... a pobre rapariga além de se ter perdido no meio da extensa explicação ainda passou também a receber diariamente alguns documentos sobre o assunto...

ao fim de uma semana ela chegou-se à frente e acabou com a brincadeira... o que me levou a concluir que também vou esperar uma semana... depois disso o mais provável é seguir a ideia do hugo... até já me estou a imaginar "ó colega, mais ou menos chegado, é melhor veres o teu computador que ele está farto de me enviar vírus"...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

religião a quanto obrigas: parte um

hoje recebi duas cartas de correio electrónico de um colega, mais ou menos chegado, lá do emprego... ambas continham apenas dois ficheiros émepêtrês em anexo sem explicação... fiquei convencido que aquilo seriam sons do melhor e experimentei... qual não foi o meu espanto quando um brasileiro começou, no seu tom monocórdico, a falar de epístolas... "ah, mas isto é a brincar" pensei... e fiquei a ouvir durante uns minutos... mas... se era a brincar eu não percebi a piada... e então fiquei apreensivo...

qual seria o objectivo do meu colega, mais ou menos chegado, para me ter enviado aquilo? presumo que tudo vos fará imenso sentido quando eu adicionar que o meu colega, mais ou menos chegado, é testemunha de jeová... e tenho quase a certeza que eles recebem à comissão pelo número de ovelhas que acrescentam ao rebanho... e essa componente financeira é fixe, mas de resto não curto muito a cena deles... acho-os muita alucinados a não celebrar aniversários, e toda aquela cena contra as transfusões de sangue...

se era para me tentarem recrutar para uma religião avariada ao menos que fosse para uma religião avariada mas fixe... qualquer coisa que promova a poligamia, ou a impossibilidade de trabalhar às sextas... bom, mas enfim... agora tenho é de decidir que acção é que irei tomar em relação a todo este assunto, e para isso termino estilo diário de sofia... finjo que não aconteceu nada, ou... falo com ele e pergunto-lhe o objectivo daquelas cartas electrónicas... o que fazer? ajudem-me!

sábado, 4 de outubro de 2008

quem quer ser um super-herói...

como os super-heróis andam na mó de cima à conta das múltiplas, e na sua maioria, terrivelmente mal conseguidas adaptações cinematográficas, alguém na américa do norte achou que o filão ainda não estava completamente esgotado... deve ter sido então que surgiu a ideia de criar um programa da realidade com malta da plebe, nada daquelas mariquices das celebridades como cá em portugal, a fingir que têm super-poderes...

para tornar a cena mais credível foram desenterrar o seténe lí, o suposto génio por detrás da maior parte dos super-heróis mais conhecidos da marvel, para fazer o papel do grande irmão... dar-se para inteligente, dar opiniões, e por último expulsar, como não podia deixar de ser num bom programa da realidade, os super-heróis mais fraquinhos e até alguns com moral duvidosa...

no episódeo de ontem, que não apanhei do início, já só faltavam três super-heróis... na primeira prova parece que eles tiveram uma passagem por uma escola primária na qual tinham de inspirar os miúdos... pelo que percebi, a mamã gorda saiu-se melhor, e tal não é de estranhar... ela é gorducha e bonacheirona, os badochas têm um ar fofinho e os putos gostam... foi pra lá debitar morais de filmes de animação pra crianças, sobre ser gorda mas estar feliz com isso, e parece que resultou...

a segunda prova consistia numa caça ao tesouro na qual eles tinham de seguir um conjunto de pistas até ao mauzão, que começou a série como um concorrente super-herói, num contra-relógio... a mamã gorda demorou mais de quarenta minutos que os outros dois porque andou na palhaçada a pedir batatas e frango frito a todas as pessoas que encontrou na feira... enquanto que os outros dois, focados no objectivo tiveram praticamente o mesmo tempo com uma diferença mínima de segundos...

quando chegou à hora da expulsão o seténe lí decidiu deixar lá a mamã gorda e mandar embora o major victória, por quem eu estava a torcer... ninguém me tira a ideia que o seténe líchéché... porque as suas razões "tu parodiaste aqui os super-heróis", "tás sempre na brincadeira", "e ser um super-herói não é só saber fazer rir" são parvas... até porque o major victória era o que mais se encontrava dentro da personagem... e a sua paródia era exactamente o comportamento que os super-heróis tinham aqui há um bom par de anos, e também por culpa do senhor lí...

é que eu até aceitaria que as calças de licra e as cuecas por cima das calças estão fora de moda... o problema é que os badochas que preferem encher a pança a apanhar mauzões, nunca em moda estiveram... para além disso, a última cena que os norte-americanos precisam é de mais uma figura a incentivar a falta de cuidado com a saúde e o prazer de comer mal... mas isto sou só eu, que a esta hora também estava bem era na caminha...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

tudo o que possas imaginar é real...

acabei de chegar depois da minha primeira experiência de evento de informática... hoje tive no "caminho do sonho" da micrósófete, acho que é uma versão pequena dos "dias da tecnologia", que corresponde mais ou menos ao festival de verão dos informáticos... e o estranho da história toda é que aguentei-me desperto durante todas as apresentações, algumas das quais presididas por monumentais agarrados...

o conteúdo não era totalmente desinteressante, mas desenterraram por lá dos indivíduos mais estranhos que encontraram para apresentar... porque é que a malta de informática é toda tão peculiar? logo na primeira apresentação apareceu um bacano que se atrapalhava com palavras com mais de cinco sílabas, como "precariedade"... de vez em quando parecia que ele ia começar a répar... quem nos dera...

depois chamaram um notável de um parceiro estratégico, de uma empresa com um logotipo feio, que começou literalmente a ler... como se de um discurso político aquilo se tratassse... cinco minutos de fama por água abaixo... na sessão seguinte levei com um beto de franja na cara, que no meio da apresentação nos presenteou com uma selecção das mais secas e barbudas piadas do meio, como "o meu código não tem erros, tem funcionalidades não documentadas"... piada que nem nova era engraçada...

ao mesmo tempo no outro auditório estava um genuíno fala-pra-dentro, do qual eu só apanhei os últimos minutos da apresentação, e imaginei a tortura que teria sido uma hora daquilo... o síuvio explicou "foi horrendo, passei pelas brasas"... eu tenho uma regra simples... se uma pessoa não sabe falar para fora, então não dá pra orador, por muito conhecimento tecnológico que tenha... mas isto sou só eu... por exemplo, os espeta secas dos organizadores acredito que achem esta minha ideia parva...

a comida também teve que se lhe diga... o mau café e as batatas e espinafres com natas servidas ao almoço foram bem pensadas... a cafeína faz mal e aquela malta não precisa de tiques novos... a falta de bacalhau evita que o pessoal repita, que os seus perímetros abdominais já começam a atingir níveis preocupantes... para quem é que ainda não descobri... mal pensado foram os bolinhos altamente açucarados e calóricos e as sobremesas instantâneas...

após o almoço deu-se o momento alto da noite... um badocha que penso ser importante na hierarquia da empresa anfitriã engonhou durante um tempo para a entrada tardia da estrela do evento... o altíssimo manda-chuva de toda aquela associação de malfeitores com planos de dominação mundial... que apareceu com entrada ao estilo da luta-livre norte-americana ao som do "round and round" dos bodyrockers... faltou uma pequena coreografia e talvez um pouco de fogo de artifício... para corrigir em eventos futuros...

apareceu em boa hora que o badocha bonacheirão, prémio melhor orador português, melhor... único! orador português, nenhum dos outros sequer atingiu um nível decente, já estava a fritar... todo vermelho e ofegante como quem parecia ter corrido uns cinquenta metros... mas o manda-chuva lá chegou para dar espectáculo com o seu discurso carismático e sotaque texano... todá gente a puxar do telemóvel que registar aquilo é tão importante como apanhar a madona na bela vista...

num momento mais calmo, ao género de um qualquer programa de conversa norte-americano, o notável internacional senta-se num cadeirão e acaba a exibir a sua bela pernoca lixívia branca... não sei se o que foi pior... se ver que um notável cheio de pasta e importância não sabe (ou não contratou ninguém que saiba) comprar roupa, o fato dele parecia ter sido encontrado na secção de saldos do continente... ou reparar que a perna dele estava branca comá cal da parede... não é suposto estar calor daquele lado do globo? o dinheiro não compra tudo...

a tarde continuou em alta com o beto da franja a confirmar a desactualização do seu repertório de piadas aliada à sua manifesta falta de jeito para as contar... estava a utilizar um projector com uma taxa de refrescamento diminuta que aposto chegou mesmo a hipnotizar a malta das filas mais lá à frente... "quando eu estalar os dedos tu vais ser uma galinha!"... tentou bater um códigozinho mas correu sempre terrivelmente mal, com erros corrigidos pela plateia e os exemplos raramente a funcionar...

o que me leva a outro tópico... numa apresentação daquele nível, como é possível correr tanta coisa mal? é que eles demonstram tanto à vontade em palco que eu depreendo que não têm experiência nenhuma... daí que se deviam esforçar mais... mais não seja por ser um evento ainda com alguma relevância... planear, experimentar, verificar, deviam mesmo ensaiar, para que na altura saia tudo certo... mas obviamente que isso é pedir muito... até erros ortográficos para lá havia... uma vergonha! nunca mais lá volto...

o último orador do dia então foi um fartote... um baixinho com tiques de menina, quase escondido pelo palanque... tinha a horrenda mania de olhar intermitentemente prá tela... como o microfone estava debaixo dos seus beiços, ouvi-lo correspondia aos momentos em que se dignava a olhar em frente... mas enfim... sempre que ele dizia "real", com um tom anasalado ao género da mais pindérica tia de cascais, partíamo-nos todos a rir...

até foi giro... mas pronto... é óbvio que tinha sido exponencialmente melhor se tivessem lá uma pessoa inteligente a organizar, como eu... e eu até lhes deixei uma dica... só pra eles ficarem sabedores...