segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

os bróculos do íérreésse: parte um...

era inevitável e algum ano tinha de acontecer... os primos da direcção geral dos impostos descobriram, grandes génios, que eu não sei preencher a declaração do modelo três com os respectivos anexos (o á, o e o guê, ou será o hagá? não, é mesmo o guê, tenho quase a certeza)... e então, notificaram-me por carta com aviso de recepção, que havia um erro com o meu belo modelo três... e agora interrompe-me um leitor assim mais entendido na matéria, diz ele: "masó marco, aquilo lá na aplicaçãozinha não valida?"...

e eu respondo que valida, mas obviamente que não valida lá muito bem... porque eu consegui preencher aquilo tão mal, ou tão bem, que ele deixou passar, e só depois lá o primo a olhar práquilo com olhos de ver é que percebeu que eu troquei os campos todos... estúpidos recibos verdes... ora quando a carta chegou à minha magnífica maison eu estava a curtir altas férias, também conhecidas como lua-de-mel, e puff... lá se vai o prazo para ir buscar a cartinha aos correios... sem problemas que imaginei que reenviariam isso rapidamente...

tá bem tá... reenviaram, de facto, no final do ano, uns três ou quatro meses depois... altura em que eu coincidentemente também me esqueci da minha senha de acesso ao saite das declarações electrónicas... fui recuperar a senha e perguntou-me qual é o meu filme preferido... bom... matriz?! tentei tudo e... sei lá qual era o meu filme preferido em dois mil e cinco, quando fiz aquela porcaria daquele registo! havia matriz em dois mil e cinco? ao fim de duas mensagens de correio electrónico já tinha uma senha nova e um prazo de espera para que ela me chegasse a casa...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

a companhia dos heróis

nos últimos dias voltei à segunda guerra mundial para mais um joguinho que saiu da nuvem de pó largada pelo "resgate do soldado raiâne"... este jogo em questão foi-me apresentado pelo jónicax e pelo duda, manifestos fãs, e compreensivelmente porque o jogo até é engraçado... ao contrário de todos os outros, da nuvem de pó, é de estratégia em tempo real, como todos os outros começa com o desembarque na normandia...

a história evolui contada na primeira pessoa com uns relatos que aparentam ser minimamente reais... tem o seu interesse, mas depressa as missões evoluem pró banal do género... constrói base, faz tropas, destrói base dos eixos... porque os maus não podem ser chamados de alemães nazis... pega mal... por isso, vestem-se como nazis, agem como nazis, mas chamam-se de eixos... que até é um nome mais fofinho...

então e qual é o problema? é o mesmo de sempre... tem umas missões muito giras, na linha da frente, ali a obrigar os naz... os eixos, a recuar em frente dos disparos dos tanques... e depois logo a seguir vêm com as missões da banhada sobre planos super secretos que os naz.. os eixos, têm para construir uma magnífica bazuca de raios laser, numa base ultra secreta mas acessível de pára-quedas, que certamente irá virar a direcção da guerra quando terminada...

para além de tudo isto ainda tenho de experimentar se o truque do "comanda e conquista" resulta... de fazer milhões de homens da metralhadora, a mais básica unidade militar, e enviá-los todos prá base dos naz... dos eixos...

domingo, 14 de dezembro de 2008

eu resolvo problemas

"marco! podias chegar aqui um momento?" diz a utilizadora em voz de comando... rapidamente analisei a situação... o analista brasileiro já a tinha andado a chatear, naquele mítico confronto entre o que o utilizador quer e o que o informático acha que ele precisa, e ia sobrar para mim... eram nove e meia da matina... "fod..." resmunguei em voz baixa antes de me levantar... "!" goza a outra utilizadora com o café na mão...

depois de despachar mais aquele problema voltei a sentar-me... "marco, disseste uma asneira" comenta a minha amiga, "não disse nada" menosprezo eu... "disseste sim que eu ouvi e ele também!" aponta ela para o miúdo "fiquei tão orgulhosa", "pensei, ah o meu menino"... comecei-me a rir... só mesmo ela para ficar orgulhosa...

tomei uma nota mental para me tornar mais zéne e não deixar que estes acontecimentos me perturbem, mesmo logo às nove da manhã... mas há ali muita cena que me deixa as entranhas revoltadas... tento é sempre lembrar-me que estou ali por um motivo e pagam-me (por mim, não a mim) a peso de ouro por alguma razão... para arregaçar as mangas e fazer tudo o que me atiram pró colo... ah! e sem dizer asneiras...

domingo, 7 de dezembro de 2008

o melhor confronto épico

aqui há muuuito tempo atrás, encontrei um artigo num saite amigo do "como é que as coisas funcionam" sobre qual a melhor batalha de sabres de luz de todos os seis filmes da saga "guerra das estrelas"... é óbvio que os mais fanáticos irão escolher o confronto entre o puto loiro e o seu mestre, o cantor boémio, devido à sua importância histórica... independentemente da cena de sârefe na lava ser ridícula e estúpida...

para mim e para os menos agarrados, é óbvio que o malandro da cara pintada, cromo das artes-marciais, com um sabre de luz de duas pontas, faz a festa... enfrenta dois cavaleiros jédais ao mesmo tempo e só não vence porque é mau, mas sabemos bem que sem essa limitação ele limpava inclusivé a bola saltitona verde... se bem que a bola saltitona é feita por computador, e assim sendo não se encontra limitada pelas leis da física... e como tal, mesmo um cromo das artes-marciais nunca poderá ser tão rápido ou tão forte...

e já agora... pensas que é ar que estás a respirar? depois de ver essa que considero a melhor batalha, e a grande obra de sáiberpânque que é o equilibrium, achei que mesmo bombástico seria um jédai que segurasse no sabre de luz, ao contrário... houve malta que me disse "ah mas ele depois magoava-se com o próprio sabre de luz"... não percebem nada de estilo, devem ter votado no sârefe da lava... a cena gira é que pela amostra não fui o único tótó a pensar nisso... a ver se o jorge vê isto e tira umas ideias decentes pró futuro, que pelos vistos está a precisar...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

marco, o instrutor, vai reformar-se

dar aulas deixou de ter piada... e deixou de ter piada porque deixei de acreditar naquilo que fazia... continuo a acreditar que um bom instrutor é meio-caminho andado para que uma mão-cheia de pessoas tenha uma vida mais saudável... não me interessa é minimamente que essa mão-cheia de pessoas tenha uma vida mais saudável... nunca foi muito a minha cena andar atrás deles tipo papá, a dizer para não comerem gelados... que rebentem de colesterol! a ver se me preocupo...

e sinceramente não sei porque é que deixei de acreditar, mas acredito que seja por estar a ficar velho... já não tenho lá muita paciência, após as minhas horas laborais normais, digamos assim, para ainda ir aprender faixinhas e preparar aulinhas... também me falta muito a paciência para ir espalhar a prática do exercício físico, a horas impróprias e em clubes que ficam atrás do sol posto...

por outro lado sinto que é o final de um ciclo... já ando há muito com esta tara do exercício físico... pronto, hei-de sempre ter a tara do exercício físico, porque como me disseram uma vez: "ser treinador pessoal é como ser escuteiro, uma vez treinador pessoal, para sempre treinador pessoal"... mas sinto que esta cena já não é a minha e apetece-me fazer outras cenas... acho que vou começar a fazer surf, ou coisa assim...

quantos canais tens?

segunda chegou a minha nova mobília para a sala... é bonita, toda moderna, a condizer com a do quarto, apesar de ficarem em divisões diferentes... peguei no plasma e meti-o em cima da cena... parei um pouco para apreciar, que fica lindíssimo... isto porque o móvel teve de ser aumentado para comportar o plasma, o desenho já deve ser antigo e as quarenta e duas polegadas em diagonal eram demasiado...

puxei o cabo da zóne da parede e... PÓQUE! a tomada saltou e eu fiquei com o cabo na mão... "mau!" pensei... respirei fundo... arranquei o bocado do cabo da parede, montei-o de novo e liguei tudo na tomada do outro lado da sala... não funcionou... foi aqui que comecei a verbalizar o que estava a sentir... chamei imensos nomes aos labregos que montaram todo aquele... sistema...

e que ainda por cima me levaram uma pipa de massa... para despistar o problema em relação ao cabo que ainda há minutos tinha estado rebentado, montei as cenas todas no sítio antigo... e funcionou... portanto o cabo, apesar de tudo, ainda estava a mandar sinal... montei tudo no novo sítio e fui mexer na caixa das ligações, que fica na entrada... experimentei todas as ligações e népias, sinal nem vê-lo...

foi então que me decidi a telefonar para a ajuda... odeio telefonar para a ajuda, e cedo percebi que a menina que atendeu não era entendida... além de falar comigo como se eu fosse atrasado mental, o que eu dou o desconto porque o comum dos mortais não percebe patavina disto, só me dizia para fazer cenas muito parvas... "ah, desligue o cabo, agora ligue de novo, agora corra às voltas com as mãos àbanar", "mau!"...

desligar e ligar o cabo é parvo mas ainda faz algum sentido, vá... disse-me as minhas alternativas... resolver o problema, ou pagar o técnico... provavelmente o mesmo técnico, altamente especializado, que me fez um buraco na parede... perguntei-lhe se tinha algum contrato de permanência e ela respondeu "aguarde um momento"... quando regressou contou-me que até novembro do próximo ano tou tramado...

o engraçado é que... eu lembro-me de aderir a uma única promoção qualquer, o que provavelmente tinha esse período de permanência... mas não foi em novembro! já foi há mais tempo... e... tem um período de permanência de quê? quatorze meses?! isso existe? não é ano, não é ano e meio, é quatorze meses?! pqp devem pensar mazé que eu sou parvo... além disso essa promoção foi alto barrete também...

"ah vai ficar com os fóquesses todos" então não vou... nem sequer o fóquesse normal tenho, quanto mais o láife e os outros todos que eu sei lá quais são... pqp, nem a érretêpê açores tenho, praquê que tou a falar de fóquesses! maldito dia em que alguma vez achei que aquela associação de malfeitores, só porque tinha mudado de nome, agora já era pessoa de bem... no dia seguinte comprei uma antena interior...

é uma beca parvo ter um plasma de quarenta e duas polegadas a apanhar os canais com fantasmas... mas também não foi certamente para ver telenovelas que comprei o plasma... a factura deste mês é a última que pago, depois disso esses saloios podem fazer o que lhes apetecer... a meu ver a parede esburacada dá-me o direito de não ter de lhes pagar mais nada...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

o último dos salões de jogos

aqui há uns tempos passei nas amoreiras, ali na esquina entre o jumbo e a agora loja da zóne e revoltado gritei, "nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!"... o último dos salões de jogos tinha finalmente sido morto... aquele que eu pensei que nunca iria fechar... "malfadado euro" resmunguei entre dentes... porque ninguém me tira a ideia, que foi a miserável moeda única a maior responsável pelo cenário degradante com que nos deparamos actualmente...

podem argumentar que as minúsculas consolas de casa, aliadas a televisores de última geração, conseguem fazer melhor que as máquinas das salas de jogos... mas não foi isso que realmente empurrou os salões de jogos para o precipício... os salões de jogos, tal como o capitalismo de momento, morreram pela boca... comó peixe... devido à sua enorme gula e avareza... começaram a roubar o puto reguila um euro por jogo e o puto reguila deixou-os sem negócio...

eu podia obviamente culpar o velhote que troca as moedas, o dono do salão de jogos, o senhor avareza em pessoa que achou que para o puto reguila uma moeda de cem escudos seria o mesmo que uma moeda de um euro... mas o velhote mal-cheiroso, um pequeno passo apenas acima do velhote mal-cheiroso dos carrinhos de choque, que por sua vez está apenas um pequeno passo acima do sem-abrigo, é simplesmente mais uma vítima do sistema... sabe lá ele alguma coisa da oferta e da procura...

de culpar é a moeda única que tal como o preço dos jogos no salão, inflacionou também, e sem razão aparente, um sem número de outros vícios... com isso ditou a morte dos poucos locais sagrados da nossa bela cidade... o belo salão de jogos da estação do oriente foi o primeiro a morrer... foi lá que decorei o táime queráisis dois e lá que cheguei ao final com apenas uma moeda... sniff... seguiu-se o salão de jogos do oeiras parque...

e por último... o último, aquele que devido ao elevado poder de compra dos betos do colégio francês eu julguei que resisisse para sempre, inclusivé o velho até já se dava ao luxo de comprar máquinas novas, mas deviam ser a prestações e eventualmente o investimento deu de si que as taxas de juro subiram... o salão de jogos das amoreiras... peço... um minuto de silêncio... sniff...

sábado, 8 de novembro de 2008

a demonstração, parte três: o espectáculo

combinámos os últimos pormenores, começou a música da transição, que mais parecia um toque de telemóvel cabisbaixo e entrámos em cena... ainda nem ao palco tínhamos chegado já estava a faixa de combáte a começar... saltámos lá pra cima, e foi nessa altura que me lembrei de ficar virado pró lado contrário ao da ana, acho que resultou num pormenor fixe... começámos a coreografia e assim que a música parte, logo no início que aquilo era a faixa de muhai thai, o pico de intensidade da aula, começámos aos saltos em cima do palco... "jâmpe!" gritou a ana...

ao fim do terceiro salto o palco, acho que composto por duas mesas juntas, começou a abrir uma brecha... "olhó palco!" gritou a ana, "já vi!" respondi eu... mas o espectáculo não pode parar, só se aquilo se partisse tudo... o que tive algum medo que acontecesse... em boa hora a música acalmou e foi lá um bacano, daqueles comandado por rádio, juntar as mesas... mas só durante mais uns segundos por logo a seguir a música acelerou de novo, começámos novamente aos saltos, e o buraco voltou a abrir-se... na recta final aquilo tava tão mau que eu já só saltava em cima de uma das mesas...

a nossa música acabou, o holofote apagou-se e iluminaram-se os do pedra e do marco... começaram eles a demonstração de páuer jâmpe, que correu bem mas não arrancou muitas reacções do público que estava muitíssimo frio... a apresentação estava despachada fui prá cozinha atacar na comida, que por sermos artistas também tínhamos direito... bebi uma sopinha, algum champagne, e depois já era tarde e tinha de ir trabalhar no dia seguinte... pus-me ao fresco...

pelo que me disseram, aquela festa de notáveis era para uma obra de caridade qualquer... caridade é fixe, estou sempre disposto a participar nessas iniciativas... tenho é assim uma sensação que vou aparecer num desses programas de imprensa cor-de-rosa de fim-de-semana logo a seguir ao almoço... que tiraram-me montes de fotos e fizeram filmes comigo e eu não cedi direitos de imagem nenhuns... mas provavelmente o pedra fê-lo por mim... ah! e acabou por ser muito divertido...

a demonstração, parte dois: a espera

troquei de roupa ao frio à porta do carro e lá fui eu, com uma tichârte branca com um coração enorme a dizer que "eu amo o oulemes peleice"... que tínhamos de tirar alguma publicidade daquilo, senão ninguém saberia que o que estávamos ali a fazer... entrei por um caminho muita refundido pelos bastidores da cena, passando pela cozinha, armazém e dispensa até ao único... camarim, vá... fizeram-me umas pinturas de camuflado na cara e depois começou a espera...

a enorme festa onde nos encontrávamos, financiada sei lá por quem, de nome "onda de pacífico", estava dividida em meses... e nós entrávamos lá para julho... muito antes disso havia montanhas de apresentações... modelos, ginastas, trapezistas, cantores, dançarinos e até uma escola de samba... o que nos deixou com um pequeno sentimento de inferioridade, o marco só dizia "o nosso não tem nada a ver com isto", e explicava a nossa falta de produção com "nós somos do mato!"...

tava aquilo a começar e encontrávamo-nos na saída dos artistas a espreitar para ver a acção... o público começou a aproximar-se e a rapariga da organização, constantemente a dar ordens pelo rádio ao resto da malta, virou-se para nós e disse "vocês têm de se chegar mais para trás"... "iá, vocês são feios, saiam daí que arriscam-se a aparecer na fotografia" complementei eu... começou tudo a rir e a gozar... fomos pra dentro da cozinha espreitar de lá...

em plena apresentação da escola de samba, com os seus tambores, fatos à rio de janeiro cheios de plumas vestidos por rechonchudas quase nuas, as modelos, à espera para entrar a seguir, decidiram-se a mandar uma perninha de dança... mas algo mal, que o samba também é cena complicada... "ah muito bem!" atira o marco... o rosto ultra maquilhado de uma delas ilumina-se, aproxima-se "a sério? estive bem?"... "estiveste, claro que sim" respondemos os dois... "a sério? estive mesmo?" tenta ela de novo, "claro!" confirmamos nós, "é que eu só aprendi isto hoje!" terminou ela... e saiu... o marco e eu trocámos um olhar, "um pouco superficial a rapariga, não?" comentei...

entraram as modelos em cena e nós ficámos a espreitá-las em fato de banho a andar na passerele... a música começou a partir e o marco decidiu-se, também ele, a dar uma perninha na dança, com a ana... começaram a fazer alta confusão aparece lá a rapariga do rádio de novo, "olha vocês não podem estar aqui que estão a fazer muito barulho"... começámos todos a rir, "já é a segunda" dizia eu "da próxima ela expulsa-nos prá rua"... e em menos de nada chegou a nossa vez de entrar em campo...

a demonstração, parte um: o antes

quarta telefona-me o pedra, o responsável pelas aulas de grupo da quinta da fonte, "marco, preciso de ti"... convida-me para participar numa demonstração de combáte pró dia seguinte... estrabuchei porque já tinha aceite um convite para jantar, mas acabei por não conseguir dizer que não... sou um tótó e ele parecia desesperado, como de costume...

fui ter com o bacano que me convidou pró jantar para o avisar que ia chegar mais tarde... bem mais tarde, provavelmente... nunca? no dia seguinte recebi mais um convite pra jantar... desta vez com o resto da família... lá tive de dizer que não porque ia jantar com um colega meu lá do emprego... mas na realidade às oito da noite estava eu a ligar o carro pra ir sei lá pra onde...

muito contrariado e sem jantar no bucho lá fui eu a ouvir o relato do jogo... cheguei à quinta da fonte, local do encontro, e decidi-me a ficar pelo carro... não me apetecia ir atrás do pedra que provavelmente estaria atrasado... quando ele se despachasse que me ligasse, que eu tava ali perto... ora aquilo segundo eu sabia era às nove, e o pedra ligou-me lá prás nove e meia... já estava eu a estacionar em casa num misto de alívio e arrependimento...

tive ali um pequeno momento de introspecção no qual a minha consciência levou a melhor... não conseguia afastar a ideia que qualquer uma das minhas duas alternativas teria sido imensamente preferível... mas já que estava embrulhado naquilo era para ir até ao fim, e tentar tirar o melhor proveito possível de toda a situação... um quarto de hora depois estava a estacionar na traseira de um barracão enorme ali na entrada do cacém pelo lado do tagus parque...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

resident evil: apocalypse (2004)

os cientistas da guarda-chuva decidem abrir a colmeia, após os incidentes do filme anterior, para ver o que dali ainda podem recuperar... assim que o fazem, uma mão-cheia de mortos-vivos trepa cá para fora e espalha o pânico e o terror na cidade dos texugos... encurralados, os líderes da guarda-chuva fecham a cidade em quarentena, e decidem limpá-la através do uso de uma pequena bomba nuclear... lá pelo meio da cidade, a nossa heroína acorda num hospital deserto e em ruínas, para voltar a distribuir fruta na bicharada, mas agora com poderes que fariam o neo ficar com inveja...

e é precisamente neste último ponto que este novo filme falha em relação ao anterior... nos poderes da menina... mais de metade do argumento do filme e consequentemente das cenas de acção é a explicar como foram feitos os poderes da rapariga... embrulha-se em conspirações governamentais e experiências genéticas falhadas quando na realidade o que eu queria ver e esperava, era traulitada na bicharada... de que vale fazer um filme de mortos-vivos se estes mal aparecem? poderes é bonito... mas tiro de caçadeira é mais bonito ainda... aposto como os bacanos de óliúde acharam que eram mais inteligentes que os japonas que escreveram a história dos jogos... e inventaram...

o filme tem duas boas cenas, as apresentações de duas das personagens... e porque ambas parecem tiradas do vídeojogo... a detective da polícia de mini-saia que entra pela esquadra a rebentar crâneos de mortos-vivos com a 9mm... e o tropa de elite da guarda-chuva que se atira do helicóptero preso por uma corda à cintura, com duas armas nas mãos a disparar à john woo... mas isso não lhe chega para a positiva... talvez nem chegue para vos manter acordados... 8*/20*...

resident evil (2002)

a maior e mais poderosa empresa do mundo tem uma fachada... chama-se "guarda-chuva", ui que medo... fingem-se amiguinhos do ambiente e assim, mas na realidade eles são o maior fabricante de armas biológicas do planeta... um dia um dos empregados da colmeia, o avançado centro de pesquisa dos vírus, é contratado para roubar o vírus tê... aquele que transforma as pessoas em mortos-vivos, e vai daí aproveita pró soltar... a infecção apanha um monte de cientistas de bata branca que acabam a levar tareia da milla jovovich... que de mini-saia bordeaux e a trepar pelas paredes, tipo matrix, distribui fruta à grande...

são os clichés do género todos juntos... a personagem que é comida viva, o outro que é mordido e não diz a ninguém, o que se pensa morto, mas volta mais tarde pra safar a malta de um aperto... não falta nada... mas como mencionado na entrada anterior, eu gostei do pormenor da milla jovovich nunca demonstrar qualquer tipo de medo dos mortos-vivos... aliás, enfrenta-os em lutas corpo-a-corpo várias vezes correndo sempre o risco de levar uma mordidela, o que acontece com todos os seus colegas... também leva pontos por não ter assim tanto computador, tirando o último bicharoco, o da língua... não é uma bomba mas é engraçado e dá vontade de matar mortos-vivos, e isso quer dizer que atinge o objectivo... 11*/20*...

sábado, 1 de novembro de 2008

a maldade residente

o cenário apocalíptico do vírus geneticamente alterado que provoca um imenso surto imparável que transforma a humanidade numa legião enorme de mortos-vivos, nunca me tinha chamado muito a atenção... especialmente não na forma do original, talvez do mais conhecido, como é o "maldade residente"... gostei do "28 dias depois", porque na altura não tinha conhecimento da imitação que é, e odiei todas as outras imitações série bê que apareceram ultimamente, mais ou menos a bater na mesma tecla, como o "rec" e o "campo de trevos"...

no outro dia apanhei finalmente a adaptação cinematográfica do "maldade residente"... e adorei... não que o filme seja uma obra-prima, muito longe disso... achei-o engraçado, mas acima de tudo identifiquei-me bastante com aquela simples ideia de afiambrar à grande nos mortos-vivos, algo que muito sinceramente falta em todas as imitações mencionadas... sobreviver é giro, afiambrar mortos-vivos é muito mais giro... comecei a lembrar-me do hugo, no "maldade residente" da chisbóquesse do irmão, a partir o barrote de madeira de tanta traulitada que mandou nos mortos-vivos do centro comercial... pensei, "também quero!"...

e disse "amor, compra-me um maldade residente" e no dia seguinte assim foi... a prenda de anos que a minha linda ainda me devia transformou-se no "maldade residente quatro"... e após dois dias de intenso vício posso afirmar... aviar mortos-vivos a tiro de caçadeira é muito giro... tábem, aquilo mais não é do que uma ligeira melhoria da fórmula introduzida pelo "sozinho no escuro" e com melhores gráficos... mas acaba por se desenrascar muito bem, tem uma história minimamente interessante para me manter agarrado... quanto aos filmes? já fui a casa dos pais do amor buscar a trilogia que o irmão dela lá tinha, ele é fã da milla jovovich... hoje vai ser noite de cinema, e aquele dois parece prometer...

a loira de caçadeira em punho em plena cidade deserta... ah, a cidade que se chama "cidade dos texugos"! genial... adoro esses pormenores infantis de guião de vídeojogo japonês...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

comunicação escrita um

esta formação interna, entre outros aspectos, ensinou-me a redigir uma mensagem de correio electrónico... não que eu não soubesse enviar mensagens de correio electrónico, mas faltava-me algum método... até porque eu sou daqueles que acha que ninguém nasce ensinado... afinal até tivemos de aprender a realizar as funções mais básicas da nossa vida... como... ir à casa-de-banho... ou... reproduzir-nos...

e continuando na pertinência da formação, acho que um bom programador, além de escrever boas linhas de código, também tem de escrever boas linhas de texto... defendo com muitíssimos argumentos a existência de gurus, barbudos e barrigudos, altamente especializados que já nem sequer vêm o código... só loira... morena... ruiva... mas também defendo que esses badochas devem conseguir transmitir eficazmente uma mensagem a uma pessoa totalmente fora do contexto...

tenho pena é de esta formação não ter vindo mais cedo... fez-me alguma falta naquela altura em que andava na de cima... quando era o ponta-de-lança do projecto atrasado e a directora financeira da empresa cliente me pedia satisfações, em mensagens de correio electrónico com o conhecimento dos administradores... ah e ainda tive os meus cinco minutos de fama na formação, a explicar a técnica da sanduíche... tem nada que saber, duas fatias de pão, e uma de presunto...

domingo, 12 de outubro de 2008

a segunda reunião anual...

na passada sexta houve mais uma reunião anual da área da consultora onde me insiro... gosto bastante desses eventos porque para além de se comer e beber bastante bem, ainda saio de lá com a motivação em alta e pronto para tornar um mundo um lugar bastante melhor, através da produção de sófeteuére de excelente qualidade... a deste ano, muito mais que a do ano passado foi bastante produtiva...

tive mais uma reivindicação a fazer, que até resultou num téte-a-téte com o manda-chuva, culpa minha que entrei um pouco a matar... mas que até me safei porque tinha razão... acabou com ele a dar-me a máquina fotográfica e a dizer "só por isso agora tens de tirar fotos!"... e então lá fui eu... decidido a modificar a imagem das reportagens fotográficas dos últimos eventos... só mariquices de fotografias das poucas miúdas que lá trabalham...

acabámos a tirar fotos ao pé do mini do manda-chuva... infelizmente não consegui convencer ninguém a deitar-se no capot, a fazer papel de super modelo... depois do jantar a minha conselheira sentou-se ao meu lado e tivemos uma beca na conversa... perguntei-lhe se ela sabia quais eram os tempos médios em cada degrau da pirâmide de carreira... "ah, faço lá ideia" responde ela... fui perguntar ao manda-chuva, numa altura em que ele já mal encarrilava as ideias...

mas também fiquei com a sensação que nem às sete da tarde ele teria sido capaz de responder à minha pergunta... o que até se compreende porque a procissão ainda vai no adro, afinal "em maio do ano passado éramos oito e hoje somos cinquenta e cinco"...

sábado, 11 de outubro de 2008

religião a quanto obrigas: parte dois

eu só comecei a trabalhar mais próximo do meu colega, mais ou menos chegado, que é testemunha de jeová, porque um outro colega que cumpria essa tarefa se foi... e antes de tomar qualquer decisão sobre todo este assunto decidi que o melhor era inquirir esse colega, que se foi, se já tinha passado por situação semelhante... "não posso!" respondeu ele incrédulo... "verídico" confirmei eu a história que tinha acabado de contar...

foi então que a outra colega, amiga, nos tornou sabedores de uma história... na sequência da realização de um trabalho prá escola, está de momento a terminar o secundário via novas oportunidades, ela procurava informações sobre as testemunhas... e incorreu no erro de perguntar ao nosso colega, a ela mais chegado, porque é que estes não celebram aniversários... a pobre rapariga além de se ter perdido no meio da extensa explicação ainda passou também a receber diariamente alguns documentos sobre o assunto...

ao fim de uma semana ela chegou-se à frente e acabou com a brincadeira... o que me levou a concluir que também vou esperar uma semana... depois disso o mais provável é seguir a ideia do hugo... até já me estou a imaginar "ó colega, mais ou menos chegado, é melhor veres o teu computador que ele está farto de me enviar vírus"...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

religião a quanto obrigas: parte um

hoje recebi duas cartas de correio electrónico de um colega, mais ou menos chegado, lá do emprego... ambas continham apenas dois ficheiros émepêtrês em anexo sem explicação... fiquei convencido que aquilo seriam sons do melhor e experimentei... qual não foi o meu espanto quando um brasileiro começou, no seu tom monocórdico, a falar de epístolas... "ah, mas isto é a brincar" pensei... e fiquei a ouvir durante uns minutos... mas... se era a brincar eu não percebi a piada... e então fiquei apreensivo...

qual seria o objectivo do meu colega, mais ou menos chegado, para me ter enviado aquilo? presumo que tudo vos fará imenso sentido quando eu adicionar que o meu colega, mais ou menos chegado, é testemunha de jeová... e tenho quase a certeza que eles recebem à comissão pelo número de ovelhas que acrescentam ao rebanho... e essa componente financeira é fixe, mas de resto não curto muito a cena deles... acho-os muita alucinados a não celebrar aniversários, e toda aquela cena contra as transfusões de sangue...

se era para me tentarem recrutar para uma religião avariada ao menos que fosse para uma religião avariada mas fixe... qualquer coisa que promova a poligamia, ou a impossibilidade de trabalhar às sextas... bom, mas enfim... agora tenho é de decidir que acção é que irei tomar em relação a todo este assunto, e para isso termino estilo diário de sofia... finjo que não aconteceu nada, ou... falo com ele e pergunto-lhe o objectivo daquelas cartas electrónicas... o que fazer? ajudem-me!

sábado, 4 de outubro de 2008

quem quer ser um super-herói...

como os super-heróis andam na mó de cima à conta das múltiplas, e na sua maioria, terrivelmente mal conseguidas adaptações cinematográficas, alguém na américa do norte achou que o filão ainda não estava completamente esgotado... deve ter sido então que surgiu a ideia de criar um programa da realidade com malta da plebe, nada daquelas mariquices das celebridades como cá em portugal, a fingir que têm super-poderes...

para tornar a cena mais credível foram desenterrar o seténe lí, o suposto génio por detrás da maior parte dos super-heróis mais conhecidos da marvel, para fazer o papel do grande irmão... dar-se para inteligente, dar opiniões, e por último expulsar, como não podia deixar de ser num bom programa da realidade, os super-heróis mais fraquinhos e até alguns com moral duvidosa...

no episódeo de ontem, que não apanhei do início, já só faltavam três super-heróis... na primeira prova parece que eles tiveram uma passagem por uma escola primária na qual tinham de inspirar os miúdos... pelo que percebi, a mamã gorda saiu-se melhor, e tal não é de estranhar... ela é gorducha e bonacheirona, os badochas têm um ar fofinho e os putos gostam... foi pra lá debitar morais de filmes de animação pra crianças, sobre ser gorda mas estar feliz com isso, e parece que resultou...

a segunda prova consistia numa caça ao tesouro na qual eles tinham de seguir um conjunto de pistas até ao mauzão, que começou a série como um concorrente super-herói, num contra-relógio... a mamã gorda demorou mais de quarenta minutos que os outros dois porque andou na palhaçada a pedir batatas e frango frito a todas as pessoas que encontrou na feira... enquanto que os outros dois, focados no objectivo tiveram praticamente o mesmo tempo com uma diferença mínima de segundos...

quando chegou à hora da expulsão o seténe lí decidiu deixar lá a mamã gorda e mandar embora o major victória, por quem eu estava a torcer... ninguém me tira a ideia que o seténe líchéché... porque as suas razões "tu parodiaste aqui os super-heróis", "tás sempre na brincadeira", "e ser um super-herói não é só saber fazer rir" são parvas... até porque o major victória era o que mais se encontrava dentro da personagem... e a sua paródia era exactamente o comportamento que os super-heróis tinham aqui há um bom par de anos, e também por culpa do senhor lí...

é que eu até aceitaria que as calças de licra e as cuecas por cima das calças estão fora de moda... o problema é que os badochas que preferem encher a pança a apanhar mauzões, nunca em moda estiveram... para além disso, a última cena que os norte-americanos precisam é de mais uma figura a incentivar a falta de cuidado com a saúde e o prazer de comer mal... mas isto sou só eu, que a esta hora também estava bem era na caminha...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

tudo o que possas imaginar é real...

acabei de chegar depois da minha primeira experiência de evento de informática... hoje tive no "caminho do sonho" da micrósófete, acho que é uma versão pequena dos "dias da tecnologia", que corresponde mais ou menos ao festival de verão dos informáticos... e o estranho da história toda é que aguentei-me desperto durante todas as apresentações, algumas das quais presididas por monumentais agarrados...

o conteúdo não era totalmente desinteressante, mas desenterraram por lá dos indivíduos mais estranhos que encontraram para apresentar... porque é que a malta de informática é toda tão peculiar? logo na primeira apresentação apareceu um bacano que se atrapalhava com palavras com mais de cinco sílabas, como "precariedade"... de vez em quando parecia que ele ia começar a répar... quem nos dera...

depois chamaram um notável de um parceiro estratégico, de uma empresa com um logotipo feio, que começou literalmente a ler... como se de um discurso político aquilo se tratassse... cinco minutos de fama por água abaixo... na sessão seguinte levei com um beto de franja na cara, que no meio da apresentação nos presenteou com uma selecção das mais secas e barbudas piadas do meio, como "o meu código não tem erros, tem funcionalidades não documentadas"... piada que nem nova era engraçada...

ao mesmo tempo no outro auditório estava um genuíno fala-pra-dentro, do qual eu só apanhei os últimos minutos da apresentação, e imaginei a tortura que teria sido uma hora daquilo... o síuvio explicou "foi horrendo, passei pelas brasas"... eu tenho uma regra simples... se uma pessoa não sabe falar para fora, então não dá pra orador, por muito conhecimento tecnológico que tenha... mas isto sou só eu... por exemplo, os espeta secas dos organizadores acredito que achem esta minha ideia parva...

a comida também teve que se lhe diga... o mau café e as batatas e espinafres com natas servidas ao almoço foram bem pensadas... a cafeína faz mal e aquela malta não precisa de tiques novos... a falta de bacalhau evita que o pessoal repita, que os seus perímetros abdominais já começam a atingir níveis preocupantes... para quem é que ainda não descobri... mal pensado foram os bolinhos altamente açucarados e calóricos e as sobremesas instantâneas...

após o almoço deu-se o momento alto da noite... um badocha que penso ser importante na hierarquia da empresa anfitriã engonhou durante um tempo para a entrada tardia da estrela do evento... o altíssimo manda-chuva de toda aquela associação de malfeitores com planos de dominação mundial... que apareceu com entrada ao estilo da luta-livre norte-americana ao som do "round and round" dos bodyrockers... faltou uma pequena coreografia e talvez um pouco de fogo de artifício... para corrigir em eventos futuros...

apareceu em boa hora que o badocha bonacheirão, prémio melhor orador português, melhor... único! orador português, nenhum dos outros sequer atingiu um nível decente, já estava a fritar... todo vermelho e ofegante como quem parecia ter corrido uns cinquenta metros... mas o manda-chuva lá chegou para dar espectáculo com o seu discurso carismático e sotaque texano... todá gente a puxar do telemóvel que registar aquilo é tão importante como apanhar a madona na bela vista...

num momento mais calmo, ao género de um qualquer programa de conversa norte-americano, o notável internacional senta-se num cadeirão e acaba a exibir a sua bela pernoca lixívia branca... não sei se o que foi pior... se ver que um notável cheio de pasta e importância não sabe (ou não contratou ninguém que saiba) comprar roupa, o fato dele parecia ter sido encontrado na secção de saldos do continente... ou reparar que a perna dele estava branca comá cal da parede... não é suposto estar calor daquele lado do globo? o dinheiro não compra tudo...

a tarde continuou em alta com o beto da franja a confirmar a desactualização do seu repertório de piadas aliada à sua manifesta falta de jeito para as contar... estava a utilizar um projector com uma taxa de refrescamento diminuta que aposto chegou mesmo a hipnotizar a malta das filas mais lá à frente... "quando eu estalar os dedos tu vais ser uma galinha!"... tentou bater um códigozinho mas correu sempre terrivelmente mal, com erros corrigidos pela plateia e os exemplos raramente a funcionar...

o que me leva a outro tópico... numa apresentação daquele nível, como é possível correr tanta coisa mal? é que eles demonstram tanto à vontade em palco que eu depreendo que não têm experiência nenhuma... daí que se deviam esforçar mais... mais não seja por ser um evento ainda com alguma relevância... planear, experimentar, verificar, deviam mesmo ensaiar, para que na altura saia tudo certo... mas obviamente que isso é pedir muito... até erros ortográficos para lá havia... uma vergonha! nunca mais lá volto...

o último orador do dia então foi um fartote... um baixinho com tiques de menina, quase escondido pelo palanque... tinha a horrenda mania de olhar intermitentemente prá tela... como o microfone estava debaixo dos seus beiços, ouvi-lo correspondia aos momentos em que se dignava a olhar em frente... mas enfim... sempre que ele dizia "real", com um tom anasalado ao género da mais pindérica tia de cascais, partíamo-nos todos a rir...

até foi giro... mas pronto... é óbvio que tinha sido exponencialmente melhor se tivessem lá uma pessoa inteligente a organizar, como eu... e eu até lhes deixei uma dica... só pra eles ficarem sabedores...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

a operação policial

távamos a entrar em alvor quando damos de caras com uma mega operação na qual um punhado de guardas nacionais republicanos andavam a mandar parar quase todas as viaturas... por sorte a que seguia à nossa frente foi agrafada e nós pudémos passar incólumes pelo aparato... só que... passámos pró lado errado... devíamos saber que escapar duas vezes seria altamente improvável mas arriscámos... e correu mal...

o guarda cherôdio fez sinal para encostarmos e cedo nos pediu "os documentos do condutor e da viatura, por favor"... isto no meio de uma espectacular parafernália que incluía membros da intervenção rápida de colete à prova de balas, caçadeira e pastor alemão... depois de investigar todos os papéis que lá tinha e obrigado o superpico a soprar no balão, o guarda reparou que a carta verde era... de há dois anos...

e começou a estrilhar a perguntar se tinha seguro... fui respondendo que obviamente mas ele não parecia convencido, até que alguém lhe perguntou se não conseguia confirmar... "ah isso vê-se facilmente no saite" afirma-se ele conhecedor... mas lá foi concluindo que "acho que o sistema está em baixo"... foi... parvo... andamos nós a dar aos putos de quatorze anos portáteis com banda larga, e ainda temos um punhado enorme de guardas a... trabalhar, ... completamente ófeláine...

requisitou uma montanha de documentos e esteve prái uma meia-hora a preencher um papel de tamanho àcinco... mas demos-lhe o desconto porque já passava das quatro da matina... aquilo obriga-nos a apresentar os documentos no prazo de oito dias úteis... "mas espere uns quatro ou cinco, porque ainda vamos enviar este processo para lisboa e isso demora" adverte o cherôdio na melhor das intenções... intensificando mais o meu sentimento de desprezo...

como é possível este tipo de processos estar tão burocratizado? eu nem sequer devia ser obrigado a andar com um estúpido papel no meu carro só para provar que tenho seguro... num país decente e que utilizasse tecnologia, ele devia confirmar o meu seguro e se algo estivesse mal, enviava o processo para lisboa de forma digital e sem recurso ao carteiro páte! já para nem falar que com tanto malfeitor a roubar carros, gasolineiras e assaltar carrinhas de valores, e vão-me chatear a mim porque não tenho um papel?!

"ah mas eles ali tavam também em tarefa de prevenção" lembra-se alguém... e eficaz, acrescento eu... é que houve um relato de uma condutora agrafada que os coloca várias vezes naquela intersecção... portanto ou aquilo é um ponto de passagem extremamente priveligiado e sem alternativa... ou então a prevenção só apanha incautos como eu que não conhecem as manhas do policiamento local... e foi com base nesse testemunho que na noite dia seguinte me aproximei devagarinho...

isto para os topar à distância e poder fazer meia-volta... antes isso que ter de explicar ao guarda manel que na noite anterior o guarda cherôdio já me tinha agrafado naquele preciso local... e se realmente não houvesse caminho alternativo para o... hotel, ... onde estávamos hospedados, estava disposto a parar ali o carro e a passar pelo grupinho de desmancha-prazeres a ... "sô guarda, boa noite, tudo espeta?" a bater continência e a seguir o meu caminho...

o ruím também sou eu por ser despassarado e não me ter preocupado com todos os papéis e papelinhos que tenho de possuir em condições só para poder circular com um mísero utilitário na via pública... cheguei a casa e encontrei a carta verde certa dentro de um envelope fechado, perdido numa estante... andava um bocado a pedi-las, iá, mas também é preciso ver que eles mandam um papelinho daqueles por ano... é muita aborrecido e buéda ridículo tar sempre a trocar...

sábado, 6 de setembro de 2008

o papá marco

hoje tive um almoço de convívio com uma parte da família do bombom... havia lá dois miúdos com os quais eu comecei logo a jogar à bola pelo quintal todo até ficar a escorrer água... depois do almoço seguiu-se mais do mesmo porque o mais velho teve a ensinar-me a lançar o pião... e teve um bocadinho mais de sucesso do que o meu avô quando eu era miúdo, mas mesmo assim ainda não pesco népias daquilo... tivemos a tarde toda a brincar e eu ouvi alguém dizer "o marco tem mesmo jeito prós miúdos"...

e com o meu mau feitio lá fiquei a pensar "jeito? mas é preciso jeito para brincar com miúdos?"... "não é jeito, é paciência" disse-me o amor já em conversa privada... e melhorou imenso... paciência? bem, não é preciso muita paciência quando se está a divertir... o que faz sentido com a própria definição de brincar... mas imagino que para algumas pessoas, brincar com os miúdos seja um emprego e não um prazer, e nesse contexto percebo o comentário...

desenganem-se quem começar já a ler nas entrelinhas e a imaginar que isto é o meu relógio biológico a escrever... eu pelo menos tenho uma teoria diferente... primeiro, faz sentido que esse seja o próximo passo, uma vez que já me casei vezes suficientes para uma vida inteira... mas gosto de fazer acontecer de uma forma planeada, ao contrário da minha irmã... "olha, aconteceu... mas não é que não venha em boa hora"... nesse aspecto considero-me o irmão do meio...

a minha irmã planeia pouco, e o meu irmão planeia demais... " começamos a namorar se passares no teste dos meus pais, no dos teus pais, no dos meus amigos, no dos teus amigos e por último no da areia"... requisitos complicados de cumprir, pelo menos à primeira... mas afasto-me do assunto do debate... resumindo, não é que não precise de paciência e que não tenha jeito... sou é muita infantil, identifico-me bem com os putos...

a minha kriptonite é que não dorme... tou com uma destas dores-de-cabeça... malfadados putos devem ter-me pegado alguma...

o europeu do próximo ano já era...

ontem saí do trabalho disparado para casa para ver a segunda mais importante selecção nacional a jogar o mais importante jogo do apuramento para o europeu da categoria do próximo ano...

o cenário já era por si desolador... estávamos frente à poderosa inglaterra, a jogar em casa no mítico estádio de wembley, que lidera o grupo de apuramento invicta e com apenas um único golo sofrido... enquanto que a nossa esquipa encontrava-se seis pontos atrás dos ingleses tendo sido a única a perder pontos, derrotada mesmo pela equipa última classificada do grupo... mas como nem tudo pode ser mau, o único golo que a inglaterra sofreu, foi marcado por um cá do burgo...

depois do jogo de ontem o cenário passou de desolador a um pouco humilhante... perder com a inglaterra em wembley até nem teria muito de humilhante, se tívessemos dado o nosso melhor... se aqueles mafarricos que por lá andaram ontem fossem o que de melhor temos práquelas idades, até seria de admitir a superioridade inglesa... "perdemos mas demos o tudo por tudo não temos arrependimentos" é um sentimento bonito, legítimo e tal...

nada bonito é saber que o yannick, que está num óptimo momento de forma, não esteve lá ontem porque foi convocado pela mais importante selecção, para ficar no banco de um jogo contra a já de si enorme potência futebolística que é a selecção de malta... e quem fala nele fala no colega de equipa o joão, que apesar de até poder ser titular, existem milhões de alternativas prá sua posição...

se me dissessem "oh mas oh marco a equipa mais jovem fica mais fraca para a equipa mais velha ficar mais forte" eu até considerava... porque nada como a equipa mais velha a jogar uma fase final prá multidão ficar maluca e empandeirar em consumismos... mas duvido que com estas escolhas a equipa mais velha fique mais forte, enquanto que a mais nova fica garantidamene, perto de miserável...

vou demorar prái até ao final da próxima semana... para esquecer o miguel e o manuel a arrastarem-se no meio-campo, cada um mais gordo que o outro e numa forma deplorável... é impressionante como dois jogadores tão jovens já estão tão longe do que em tempos já foram...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

sex and the city (2008)

a turbulência de uma amiga na sua relação mete a carrie bradshaw, protagonizada pela sarah jessica parker, a pensar na éfemera ligação, apenas emocional, que a liga ao seu próprio homem há mais de dez anos... e é então que, como se de uma parceria de negócios se tratasse, eles decidem casar, visto que a casa de sonho já a tinham comprado...

como, até numa cidade moderna como nova iorque, o casamento de uma quarentona é notícia, a cena passa a ser toda organizada por uma revista da imprensa cor-de-rosa que transforma uma pequena cerimónia familiar num acontecimento do ano... lá para o meio andam, assim um pouco como que perdidas, as amigas da rapariga também envolvidas em complicadíssimos relacionamentos emocionais...

eu odiei o filme... só ouvi falar vagamente do sucesso da série televisiva e vi os documentários que dão conta de como era uma ideia revolucionária que mudou muitas mentalidades tacanhas na sociedade norte-americana... passaram a ser mais respeitadas as quarentonas modernas, activas e independentes, assim tipo espíritos livres... e eu aqui faço a devida vénia... qual é o problema então?

o problema é que o filme não é nada disso... bem espremidinho aquilo é uma das mais banais e piores comédias românticas que já vi... com um argumento incoerente, demasiado comprido e com demasiadas personagens para que alguma se torne minimamente credível...

para piorar é obviamente apontado ao público feminino, o que me faz passar ao lado de metade das, já de si fracas, piadas e achar, mero exemplo entre muitos, ridícula e inconcebível toda a parafernália com que as raparigas andam vestidas na rua... nem a minha esposa atingiu aquele nível de produção no nosso casamento... 1*/20*...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

o ócio...

eu respeito muito o senhor, mas acho a cena de só descansar ao sétimo dia parva... para mais acharia-a talvez minimamente adequada ao tempo dos nossos avós, em que não havia consolas nem televisores plasma... em que éramos todos muito mais religiosos e queríamos atingir o céu através da provação e do sofrimento... a verdade é que os tempos mudaram, estamos numa época de aproveitar a vida que é curta, de apenas dois dias...

a meu ver tudo começou com o clube dos poetas mortos, "aproveitem o dia rapazes" repetia o professor de inglês... e as mentalidades começaram a mudar, e para melhor... mais do que um ponto de passagem a nossa vida na terra não tem de ser um teste divino de perceber quem é material de céu e quem não é... isto agora passou a ter tudo a ver com a felicidade, em todos os aspectos... entrou a indústria norte americana a carburar a sério e até ser nadador salvador passou a ser muita giro em vez de um aborrecimento de morte...

é por algumas destas razões, e ainda outras, como por exemplo eu ser um bacano buéda inconformado, que eu decidi... para esta nova etapa da minha vida, de casado, e responsável e assim... que tenho de fazer mais pelo meu semelhante, ou por aquele parecido comigo, também humano e tal, mas menos giro e inteligente... e é por isso que estou a iniciar uma cruzada da defesa do ócio como estilo de vida... para representar aqueles iluminados que sentem que o dinheiro é um meio e não um fim...

para começar quero entrar para a história como o bacano que fez com que os feriados ao fim-de-semana, sejam passados para segunda... numa segunda fase quero entrar prá história como o bacano que fez com que as semanas tivessem só quatro dias... mas isso é só lá mais prá frente... ah! descortino já a presença de alguns incrédulos por entre os leitores... então permitam que vos deixe sabedores...

ambas estas ideias contribuiriam para que as pessoas fossem mais felizes, menos sorumbáticas e cabisbaixas, logo mais dispostas a gastar dinheiro... minoraria o pessimismo que baixa as acções e aumentaria a taxa de natalidade porque pessoas mais felizes e com mais tempo livre procriam mais... é uma progressão geométrica... para além disso, as empresas para manterem os níves de produtividade com semanas de quatro dias teriam de recrutar mais pessoas... assim reduzindo o desemprego...

é genial, não é?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

tam tam tadam...

o passado dia vinte e seis de julho vai ficar para a história como o dia em que o marco e a ana declararam o seu amor eterno perante o senhor e uma montanha enorme de convidados...

após alguns meses cheios de complicados preparativos foi com alguma satisfação que vi o dia finalmente a aproximar-se... descrevo a sensação como a sensação que tinha antes de realizar um exame de análise matemática na faculdade... "tá quase, depois tá feito e nuuuunca mais tenho de passar pelo mesmo na vida inteira!"... não poucas vezes correu mal e tive de voltar a passar pelo mesmo, esperemos que o mesmo não aconteça agora...

não estava nervoso até porque já estava casado, oficialmente pelo estado, desde o início do ano... já há muito tava fora da casa dos papás e com a alma entregue aos caprichos da classe bancária e... mais importante do que isso, a vivenciar uma vida a dois a tempo inteiro... quando muito estava com alguma apreensão para ver se tudo corria conforme planeado, mas sabia que mesmo que tal não se verificassse, seria engraçado e daria uma boa história práqui...

no entanto admito que quando a minha belíssima esposa (a menina mais linda do mundo) entrou na igreja toda vestida de branco, ou o que é que chamam àquela cor que já ninguém casa de branco, me deu assim uma cena na barriga...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

o jóquer...

a capa do diário do dia chamou-me àtenção desde logo devido ao destaque dado ao novo filme do homem morcego, com a afirmação que a interpretação do lédeger, a fazer de jóquer, seria meritória de um dos mais ambicionados galhardetes do mundo... o óscar...

ao analisar o artigo parei na seguinte frase "há quem diga que este é um dos melhores vilões da história do cinema" e pensei "a sério?", "mas espera", "estamos a falar do homem morcego, certo?"... não quero ser mauzinho porque eu até acho que o roxo e o verde ficam bastante bem juntos, mas não nos devemos esquecer que este vilão foi criado numa altura em que o homem morcego tinha momentos destes... ou pior, dançava...

ou óliuode anda a descer os padrões, ou então estamos na presença de mais um fenómeno cobaine, como ele morreu é um génio... por um lado, óliuode já teve melhores dias... por outro, admitamos que já houve óscares entregues por razões mais parvas do que pelo facto do actor ter morrido...

e... por ainda outro lado, eu como vi o "dez coisas que odeio em ti" sou do australiano por isso quero que lhe dêm o óscar... e que façam assim uma compilação das melhores cenas, com uma música lamechas que deixe todos aqueles notáveis a chorar lágrimas de crocodilo... até era capaz de dar uma bonita homenagem...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

o próximo fim-de-semana: parte dois

peguei no jornal e vi um passatempo a oferecer convites duplos, de acesso à zona das boxes, para a prova do campeonato mundial de carros de turismo... aquele passatempo em particular falava em enviar mensagens, com uma palavra, para um certo e determinado número de telefone... a mensagem era um roubo e de cinco em cinco eras o feliz premiado...

só naquela da brincadeira enviei... como a mim nunca me deram nada achei que estaria na altura de começar a ter sorte, ou assim... recebi uma resposta a dizer, "ainda não foi desta, faltam três mensagem para o prémio"... acabei de ler aquilo em voz alta e todá gente atingiu a mesma ideia... enviar as mensagens que faltavam... parecia fácil demais, mas funcionou... foi lindo!

ao fim da quarta mensagem já lá tinha uma resposta a dizer "parabéns!" com um código e um lugar para ir levantar os convites... comecei logo a fazer a dança da vitória enquanto me imaginava no meio dos betos... ali onde um verdadeiro fã como eu merece estar... no meio da acção! a dar dicas ao tiago monteiro e a tirar fotos com as meninas das promoções... vai ser um fim-de-semana pra contar aos netos...

o próximo fim-de-semana: parte um

um dia quando eu era um adolescente burbolhoso virei-me prá minha mamã e perguntei "oh mami porque é que temos de ir à vindima?"... eu odiava a vindima... porque a vindima, no fundo, não é mais do que a apanha da uva! não pronto...

porque a vindima representava um dia inteiro debaixo de um sol abrasador, todo curvadinho com a tesoura da poda na interminável vinha do avô... e depois quando finalmente a acabava... íamos lá pra baixo prá outra horta que tinha tantas ou mais uvas que a vinha e ainda por cima espalhadas em sítios buéda inacessíveis...

nesse dia a minha mamã respondeu "olha que a mim também não me apetece nada", "então não vamos!" arrumei logo o assunto... a minha mamã cheia de calma terminou "sabes que às vezes temos de fazer coisas mesmo que não queiramos"...

obviamente que eu na altura não descortinei patavina daqueles provérbios de bolinho da sorte chinês que a minha mamã estava pra lá a debitar... mas no outro dia quando a minha bela esposa me contou que a irmã da afilhada dela lhe pediu para ser madrinha de crisma, tudo fez sentido...

quando ela acrescentou que a cerimónia vai ser no domingo... no mesmo dia e hora, da corrida do campeonato do mundo de carros de turismo... "oh porquê?! que crueldade!" pensei, "injustiça!"...

aqueles mânfios meus ex-colegas da faculdade que se dizem fãs de automóveis mas nem sequer sabem quem lidera o campeonato de tão anti-sociais que são obviamente que têm o domingo completamente livre vão poder aproveitar aquilo de sol a sol e eu que acompanho aquilo há três ou quatro anos já nem sei bem não vou poder ir!

por outro lado... a minha mamã tem razão... não querendo soar novamente a bolinho da sorte chinês mas há algumas cenas que são mais importantes do que a nossa vontade... é uma malfadada de uma coincidência, mas não é por aí que vou morrer se não vir a corrida ao vivo... mais vergonhoso era se abandonasse a minha bela esposa numa situação destas...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

o euro dois mil e oito...

era o começo de mais um épico embate de futebol no recreio da escolinha... a minha equipa, a dos grandões da, na altura ainda, quarta classe, preparava-se para enfrentar um monte de putos da segunda... logo no início do jogo, o nosso guarda-redes de classe mundial, uma maria-rapaz, coloca a bola em jogo com um monumental pontapé que fez a bola sair disparada como um foguete em direcção à lua... acertou numa árvore, voltou para trás com o mesmo fulgor e entrou na baliza...

"golo!" gritaram os putos eufóricos, cada um a correr para seu lado como os manifestantes a desmobilizar à frente da polícia de choque... "não!" refreámos nós os ânimos como um árbitro que manda seguir jogo após um claro derrube na área... reuniram-se os capitães de equipa... "nos campos de futebol não há árvores" argumentámos... "é verdade" responderam os putos... e lá continuaríamos zero a zero... isto, se eu não me tivesse chegado à frente a pensar "nós somos buéda bons"...

nos minutos seguintes jogámos como a selecção portuguesa, durante praticamente todo o jogo, contra a sua congénere alemã... o nosso problema, era que apesar de miúdos, eles eram mais cás mães e todos em frente da baliza... lembro-me claramente de pensar "maldita hora em que lhes dei um golo de avanço"... como já devem ter percebido estou aqui a traçar um paralelismo com o que, na minha opinião, aconteceu com a equipa das quinas... de formas e razões diferentes das nossas mas tal como nós, eles deram golos ao adversário e acabaram a correr atrás do prejuízo...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

apresentação muito mixuruca

pouco depois da minha bela esposa adormecer consegui chegar ao comando e comecei a passar pelos canais todos... foi então que dei com o final da transmissão em directo do concerto dos máquina cabeça no róque íne rio... ainda deu para ouvir uma ou outra música que até conheço, mas o melhor estava mesmo para vir... assim que acabou o concerto eles passaram lá a emissão para dois apresentadores com um convidado... e foi horrível!

a rapariga estava vestida de branco com uma bandelete na cabeça, parecia que estava a apresentar um programa de crianças "vamos ver a abelha maia!"... com uma irritante voz fininha e uma clara falta de conhecimento de causa... mas era por isso que ao lado dela estava um cromo vestido de preto, com cabelo comprido e o nariz furado... que supostamente estaria mais por dentro da cena naquela noite de música mais pesada... mas não estava...

pode ser que lá de ivete sangalo e léni crévites percebam eles, porque ali claramente estavam como truta fora d'água... e era por isso que tinham chamado o freitas, o guru do metal em portugal, que está mais redondo que uma tenda iglo de duas pessoas... que por entre um à vontade alcoolizado, alguns efemeninados jeitos ao cabelo e meia dúzia de perguntas pré fabricadas da praxe, foi dando um ar da sua graça à transmissão...

pior foi no dia seguinte, quando passaram a transmissão lá prá tenda vípe e apareceu uma criança! e não, não era filha de um notável qualquer, ou vai daí e provávelmente até era... mas era também, a reporter lá da cena... que do alto dos seus doze... quinze, vá... anos, perseguia as mais variadas figuras públicas para as entrevistar... como se isso fosse muito interessante...

tendo em conta que esperávamos pelo concerto dos línquine párque, e pelo que referi na entrada anterior, até faz algum sentido que o público interessado no concerto também esteja interessado na transmissão cor-de-rosa da opinião que o filho de um notável qualquer tem sobre o róque íne rio até então...

no meio de tanta desgraça só uma cena me deixa verdadeiramente desgostoso... com tanto tacho não me arranjam nenhum pra mim, também? àquela hora a minha filosofia "os líquíne párque são feios, têm de fazer música mariquinhas para ter hipóteses de comer pitas com aspecto de bárbie" ia fazer um sucesso enorme... e o badocha do freitas, à minha frente também não levava a bicicleta a argumentar que os metálica não são uns vendidos...

os linquíne parque no róque íne rio

após presenciar dois concertos dos linquíne parque, tinha assim a noção que eles eram muito fraquinhos em palco... movimentos coreografados, falas coreografadas, aquilo parecia que um azelha tinha escrito um argumento e que ninguém o tinha decorado completamente... agora, após ver o terceiro concerto em directo na televisão, fico com a mesma sensação, só que diferente...

é que eles agora já não estão tão coreografados como antigamente... ou isso ou o azelha melhorou, e cada um decorou o seu papel... de qualquer das maneiras não me pareceram fantoches como dantes, o que é algo positivo... o problema e o que os faz, no conjunto, continuar a ser muito fraquinhos em palco, é que eles abichanaram completamente... eu sou daqueles bacanos que acha que as bandas se vendem, e eles venderam-se...

não me entendam mal... venderem-se nem sempre é uma cena negativa... os córne à medida que se foram vendendo foram ficando melhores, se bem que lá pró final deram a volta, e passaram a ser maus de novo... o problema é que no caso dos linquíne parque eles depois de lançarem o segundo álbum devem ter chegado à conclusão que havia poucas pitas nos concertos deles e que as hipóteses deles perderem a virgindade não estavam a aumentar...

o resultado foi o que se viu... um álbum completamente mariquinhas, totalmente composto de baladas e um concerto com um alinhamento a afinar pelo mesmo diapasão... só ao fim de quase duas horas é que a cena animou com "um lugar prá minha cabeça" e "um passo mais perto" a terminar... lá pelo meio, imensas músicas fraquíssimas, com pianos e mensagens do dia de são valentim... e o mítico "corte de papel" fica de fora?! patético! 6*/20*...

terça-feira, 20 de maio de 2008

e a resiliência...

depois de corrermos as capelinhas de todas as listas de contactos e conhecidos de todos os membros do grupo, excepção feita à minha pessoa, como descrito na entrada anterior, tínhamos apenas uma quantia desculpável... mas nada para nos orgulharmos... qual foi a próxima ideia genial? contribuirmos nós... o que nos deu uma quantia ainda mais desculpável, mas ainda nada para nos orgulharmos... passo seguinte?

nada! porque tava a chover, porque já era uma quantia fixe, e porque távamos muito cansados e desmoralizados, aquelas duas horas tinham sido extenuantes... decidimos ir pró restaurante almoçar e conversar enquanto fazíamos tempo até ser hora de voltar prá formação... depois de umas horas de agradável convívio e à hora combinada, lá estávamos para a última dose de aprendizagem... curiosamente o grupo rival não estava lá na hora combinada... porque seria?

quando o grupo rival apareceu mais morto que vivo e com mais do dobro do dinheiro que o nosso grupo angariou é que me senti mesmo muitíssimo ainda mais desconfortável... é que eu já estava chateado por uma excelente oportunidade de treinar a minha assertividade e a minha resiliência me ter passado ao lado, pior fiquei de saber que houve alguém que a aproveitou... que mal fiz eu para ir calhar àquele grupo? os rivais cheios de histórias para contar, altas experiências...

fiquei a imaginar o que podia ter aprendido a argumentar com as pessoas com o objectivo de lhes fanar uns trocos... iá... também podia ter treinado a minha assertividade a tentar orientar o meu grupo mais prá cena e menos pró convívio... ou também podia ter ido pedir sozinho... mas para isso também podia ir agora pedir prá rua, que o efeito era o mesmo... quanto mais penso nisso mais me martirizo, mas como também tenho muitas culpas no cartório... já passou! mete gelo...

a assertividade...

a assertividade é a característica da moda... é muito fixe ser-se mesmo buéda assertivo hoje em dia... ser assertivo é como... nunca se enganar e raramente ter dúvidas... na formação que frequentei hoje tivemos um exercício de práctica de assertividade e resiliência no qual fomos colocados a pedir dinheiro na rua para uma bela causa...

no planeamento estratégico do ataque alguém logo se lembrou de ir pedir a malta conhecida... para mim uma terrível ideia, mas ali, o burro era eu, por isso fiquei muito caladinho... a caminho do local de trabalho de um dos membros do grupo perguntaram-me onde trabalhava... podia ter dito que era na conchichina, mas eu até adoro uma boa polémica...

e respondi que era ali ao virar da esquina... "então vai lá!" foi logo o que me disseram, ao qual eu respondi com um redondo "não!"... quando questionado porquê, expliquei as minhas razões que penso que ninguém tenha compreendido... essencialmente acho que pega muito mal ir pedir aos meus colegas conhecidos, que sabem que a minha vida não é feita de colectas de solidariedade, e que apesar da causa ser nobre, aquilo não passa de uma elaborada graçola... ainda pra mais no local de trabalho deles...

como escrevi, acho que ninguém seguiu o meu raciocínio na altura... mas eu depois até me ri mais ou menos por último... quando um dos membros do grupo contou que depois de extorquir os seus colegas da consultora, quis ir extorquir os seus colegas do cliente... e foi barrado pelo seu mais directo superior...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

apareci na televisão

tava à porta do atrium à espera do tozé para ir almoçar, aparecem lá dois bacanos com uma câmara de filmar ligada a um microfone... "podemos fazer-lhe umas perguntas" diz o do microfone... "perguntas? sobre o quê?" respondo eu no meu ar desconfiado... "a sua opinião aqui sobre um assunto" diz ele... "oh, a minha opinião? claro que sim que eu adoro opinar, deixe-me só aqui ajeitar a gravata" concluí eu... pronto, não disse, mas foi o que pensei... "tá a gravar" manda o da câmara...

"podia-me dizer o nome de três bancos?" começa o do microfone... "três bancos?", "a caixa, o bés e o milénium vá" respondi eu a pensar onde é que aquilo ia parar... "e... reparou que o bánife mudou de imagem?" continou ele "claro!" respondi eu... "e o que acha?" tentou ele... eu comecei-me logo a rir, é que a minha opinião sobre esse assunto é muito positiva... "acho que a cor é bonita"...

"mas não percebo bem o que é que um centauro tem a ver com um banco", "com créditos e financiamentos e assim", "quer dizer, perceber até percebo", "tem a ver com a força e tal", o do microfone acenou com a cabeça aqui, "mas acho que havia outra maneira de dar a volta ao assunto" concluí... "e o que acha do selougâne a força de acreditar?" continuou ele... "acho que a frase é bonita", "mas como não conheço especificamente a oferta de produtos do bánife não posso opinar mais"...

"acha que o bánife ganhou mais visibilidade?" terminou ele... "acho que sim", mais não seja porque passou a ter uma imagem bem roxa, sempre chama mais àtenção... "até mesmo em termos de empresas comparticipadas, como a açoreana, a imagem deles também mudou da mesma forma", "acho que para o cliente final tornou-se muito mais transparente" concluí... eles deram por terminada ali a entrevista e avançaram dois passos pró lado...

voltaram e perguntaram "desculpe, mas você é da área?", "não, sou de informática" respondi... "ah, é porque as respostas decentes são todas de pessoas da área", "as outras pessoas temos de arrancar a ferros, só quando falamos no centauro é que respondem aaaaah o centauro" comentaram eles comigo... foi uma cena estranha, mas foi giro...

domingo, 18 de maio de 2008

cloverfield (2008)

a meio da festa de despedida do róbe que estava de partida para o japão, onde tinha uma espantosa oportunidade de emprego, o inimaginável acontece... o que parecia ser apenas um tremor de terra afinal é algo bem pior do que isso... nova iorque transforma-se numa zona de guerra que leva ao conjunto de amigos a tentar desesperadamente sair da cidade...

este filme é perto de inexplicavelmente mau... mas eu vou tentar... um monstro gigante feito por computador ataca a cidade... deixa cair monstrinhos pequeninos que mordem e transformam as pessoas sabe-se-lá em quê... como isso ainda não era estúpido o suficiente a acção é-nos mostrada através da câmara de filmar que o grupo de amigos carrega enquanto corre desenfreadamente...

a câmara enjoa, o monstro nunca chega a convencer, a acção tem demasiadas paragens e o argumento nem dá para colar a sequência de cenas com um mínimo de nexo... há pra lá momentos em que lembra o "rec" do qual também já disse mal aqui há uns tempos... o que me leva a pensar sobre qual dos filmes é que foi inspirado no outro... também me leva a pensar, porque raio há-de alguém inspirar-se num filme mau? 4*/20*...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

mas dei aula com micro

domingo de manhã fui novamente à defensores dar a aula da rute... entrei no estúdio e estranhei a presença de um microfone em cima da aparelhagem... fiquei todo feliz, a pensar que o microfone estava arranjado e que não tinha de passar a aula aos gritos, a tentar fazer-me ouvir por cima da música... meti a pilha no microfone e aquilo tava a funcionar, porque deu sinal... comecei a falar e... nada...

verifiquei as ligações todas, verifiquei o nível do sinal do som e do micro e nada... mexi, remexi, indaguei, reclamei, chamei nomes ao micro, fartei-me e fui deixar a malta toda entrar no estúdio que se fazia tarde... depois de entrar todá gente aproveitei que tava ali o responsável pelas aulas de grupo para lhe perguntar porque é que aquilo não funcionava... "esse micro não é desse estúdio" respondeu ele...

e é agora que vocês perguntam, "mas... então estavam a ouvir-te no outro estúdio"... e eu respondo "provavelmente, iá, me aconteceu antes"... e eu estive com o micro ligado o tempo todo... ainda por cima quando fui ao outro estúdio é que vi que estava lá a malta do yôga, naquela onda muito pacífica, silenciosa, quase a levitar... entrei lá dentro meti a mão ao receptor do microfone e fugi com ele porta fora... para o ligar à aparelhagem correcta...

the mist (2007)

após uma enorme tempestade que destrói a casa do barco, um estranho nevoeiro instala-se na terrinha e apanha um conjunto enorme de pessoas que se estavam a abastecer num supermercado... para além de não deixar ver mais de um palmo à frente dos olhos, entra um velhote pela loja a dentro a sangrar do nariz e a gritar que "existe alguma coisa no nevoeiro"...

depois de ver a apresentação que tentei resumir no parágrafo anterior, fiquei com a sensação que este filme devia ser giro... também um pouco por ser baseado num romance dum novelista conhecido e com algum jeito... a cena é que no final contas feitas, este filme é mais um que é perfeito para ser classificado como "parecia giro... mas não é!"... cuja jóia da coroa é o "sinais" só para terem uma ideia...

este filme entra exactamente pela mesma onda... enredo interessante, bom desenvolvimento da história, uma boa dose de suspense, até que... aparecem uns gigantescos tentáculos feitos por computador do mais impapável que já vi! daí prá frente o filme tornou-se numa comédia de fraca qualidade que apesar de tudo conseguiu não me adormecer... mas não é por isso que chega à positiva... 7*/20*...