segunda-feira, 15 de setembro de 2008

a operação policial

távamos a entrar em alvor quando damos de caras com uma mega operação na qual um punhado de guardas nacionais republicanos andavam a mandar parar quase todas as viaturas... por sorte a que seguia à nossa frente foi agrafada e nós pudémos passar incólumes pelo aparato... só que... passámos pró lado errado... devíamos saber que escapar duas vezes seria altamente improvável mas arriscámos... e correu mal...

o guarda cherôdio fez sinal para encostarmos e cedo nos pediu "os documentos do condutor e da viatura, por favor"... isto no meio de uma espectacular parafernália que incluía membros da intervenção rápida de colete à prova de balas, caçadeira e pastor alemão... depois de investigar todos os papéis que lá tinha e obrigado o superpico a soprar no balão, o guarda reparou que a carta verde era... de há dois anos...

e começou a estrilhar a perguntar se tinha seguro... fui respondendo que obviamente mas ele não parecia convencido, até que alguém lhe perguntou se não conseguia confirmar... "ah isso vê-se facilmente no saite" afirma-se ele conhecedor... mas lá foi concluindo que "acho que o sistema está em baixo"... foi... parvo... andamos nós a dar aos putos de quatorze anos portáteis com banda larga, e ainda temos um punhado enorme de guardas a... trabalhar, ... completamente ófeláine...

requisitou uma montanha de documentos e esteve prái uma meia-hora a preencher um papel de tamanho àcinco... mas demos-lhe o desconto porque já passava das quatro da matina... aquilo obriga-nos a apresentar os documentos no prazo de oito dias úteis... "mas espere uns quatro ou cinco, porque ainda vamos enviar este processo para lisboa e isso demora" adverte o cherôdio na melhor das intenções... intensificando mais o meu sentimento de desprezo...

como é possível este tipo de processos estar tão burocratizado? eu nem sequer devia ser obrigado a andar com um estúpido papel no meu carro só para provar que tenho seguro... num país decente e que utilizasse tecnologia, ele devia confirmar o meu seguro e se algo estivesse mal, enviava o processo para lisboa de forma digital e sem recurso ao carteiro páte! já para nem falar que com tanto malfeitor a roubar carros, gasolineiras e assaltar carrinhas de valores, e vão-me chatear a mim porque não tenho um papel?!

"ah mas eles ali tavam também em tarefa de prevenção" lembra-se alguém... e eficaz, acrescento eu... é que houve um relato de uma condutora agrafada que os coloca várias vezes naquela intersecção... portanto ou aquilo é um ponto de passagem extremamente priveligiado e sem alternativa... ou então a prevenção só apanha incautos como eu que não conhecem as manhas do policiamento local... e foi com base nesse testemunho que na noite dia seguinte me aproximei devagarinho...

isto para os topar à distância e poder fazer meia-volta... antes isso que ter de explicar ao guarda manel que na noite anterior o guarda cherôdio já me tinha agrafado naquele preciso local... e se realmente não houvesse caminho alternativo para o... hotel, ... onde estávamos hospedados, estava disposto a parar ali o carro e a passar pelo grupinho de desmancha-prazeres a ... "sô guarda, boa noite, tudo espeta?" a bater continência e a seguir o meu caminho...

o ruím também sou eu por ser despassarado e não me ter preocupado com todos os papéis e papelinhos que tenho de possuir em condições só para poder circular com um mísero utilitário na via pública... cheguei a casa e encontrei a carta verde certa dentro de um envelope fechado, perdido numa estante... andava um bocado a pedi-las, iá, mas também é preciso ver que eles mandam um papelinho daqueles por ano... é muita aborrecido e buéda ridículo tar sempre a trocar...

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