segunda-feira, 26 de março de 2007

o prófe do português

tava agora aqui por casa quando recebo uma chamada do meu professor de mecânica... um homenzinho, soava assim pró velhote, monocórdico e aborrecido... para fazer a sua apresentação e oferecer-se para me livrar as dúvidas todas... até aqui nada de novo, a conversa até estava a ser minimamente interessante quando o homenzinho...

se sai com "dois métodos mais usuais que se usam"... mas compreende-se ele é de mecânica, não é de português... eu torci-me todo pra não rir... o homem não contente ainda acrescenta "certas e determinadas situações"... e aqui foi o delírio! contraí todos os músculos do corpo, sustive a respiração e concentrei-me imenso...

a entrevista técnica: parte dois

ao meio dia lá tava eu no picoas plaza pra nova entrevista, esta que na realidade de técnica não teve nada... eram três a fazer perguntas, um deles fazia lembrar bués o tiago dores do gato fedorento... tanto que fiquei a entrevista toda na expectativa a ver sele se saía com algo como "e seu eu tivesse assim uma doença muito rara, do género, doença de meireles doutor?"...

mas não saiu, provavelmente não era ele... de qualquer dos modos a entrevista correu que foi uma maravilha... eu adoro entrevistas que de técnicas não têm nada, porque passamos o tempo todo a falar de mim... e eu pra falar de mim digo-vos que dou-lhe bués! desta vez até deu pra mandar uma estilo roberto de niro no "ronin":

"uma linguagem é uma ferramenta, utilizo qualquer ferramenta pra fazer um trabalho"... e quando eles me perguntaram sobre o fítenâsse? dei-lhes o sermão "todá gente gasta tempo e dinheiro com passatempos e se não o faz, devia"... foi lindo! o que eu me divirto com isto...

sexta-feira, 23 de março de 2007

a entrevista técnica: parte um

"então explique-me lá o paradigma do dóte néte" começa o benjamim, um badocha assim com um ar meio herman josé mas com o cabelo menos loiro, da compuquali (computadores mais qualidade, percebem? é genial não é?)... e começou mal, porque à semelhança do comum dos mortais, eu não faço a mais pequenina ideia do que é o paradigma do dóte néte... não era a primeira vez que tava frente a frente com o benjamim e já conhecia os gastos da casa... podia ter estudado, iá... mas dava buéda trabalho...

quarta-feira, 21 de março de 2007

de volta à torre: parte dois

é engraçado que nestas cenas dos psicotécnicos aparecem sempre uns perdidos de fato... eu sou mauzinho mas gosto de acreditar que eles não perceberam, tava ruído e pensavam que iam a uma entrevista e queriam parecer inteligentes... ou então é aquela cena dos pais "oh pai, amanhã vou à torre!", "a sério filho? então tens de ir de fato"... que cena mais retrógrada...

os meus testes correram bem, acho que da outra vez correram ligeiramente melhor... pudera! tinha-os feito umas semanas antes e o meu cérebro ainda mantinha alguma actividade diária... mas presumo que vamos ser tantos escolhidos como da outra vez e portanto, estou a assumir que a partir dagora é uma questão de tempo...

quando acabei fui falar com a menina que lá tava... novinha, tinha ar de recém licenciada, falava buéda baixinho e a comer as palavras... contei-lhe que já lá tinha estado e que já tinha feito os testes antes... ela respondeu "ah, já devia ter dito isso antes, marco não é?"... estava-me a assediar, cortei logo "vou dar-te uma dica, fala mais alto, projecta mais a voz"...

de volta à torre: parte um

entrámos em grupo e passámos lá por aqueles espaços onde a ralé sem gabinete mexe nos computadores... um grupinho de informáticos, obesoscarecas, ficaram todos especados a olhar, a comentar em sussurros... não sei quantas vezes já presenciei momentos semelhantes, mas fico sempre algo triste com um badocha de meia-idade, desesperado de informática, babado por uma rapariga feia...

lá dentro espalhei as minhas cenas por cima da mesa toda, a ocupar imenso espaço... passado uma beca aparece lá um meia-idade, de barba e fato... andava meio errático e hesitante, que fiquei na dúvida o que ele queria... achei que secalhar era recursos humanos mas arrisquei... fiz gesto de desocupar o lugar ao meu lado pra ele e nada... vi-me forçado a perguntar, "queres-te sentar?", ele esboçou uma resposta afirmativa, uma mistura de aceno de cabeça com um trejeito que não reconheci como palavra...

é melhor começar já mentalizar-me que vou ter de conviver com bicharocos destes durante mais de oito horas do meu dia, e dentro de pouco tempo...

sábado, 17 de março de 2007

um homem engole abelhas...

quando era puto, ou seja, numa altura muito influenciável, dava uma série na televisão portuguesa sobre uma família do porto: um pai, uma mãe, uma filha, um filho e uma sogra... era uma comédia algo fanhosa e com piadas sempre a dar pró mesmo lado, mas nas férias não podemos ser muito exigentes...

num episódeo, o esquentador avariou... a sogra começou logo a exigir que o pai metesse a mão naquilo, mas o pai cortou-se a dizer que não percebia nada de esquentadores... apesar da sogra achar que um homem, mesmo que não perceba tem de magicar uma solução... mais lá prá frente no episódeo aparece um velhote, que seduz todá gente com o seu cavalheirismo, e arranja o esquentador... apesar de não perceber nada daquilo, porque um homem, mesmo que não perceba tem de magicar uma solução...

como disse, eu na altura era puto e fiquei, "uau! quando crescer quero ser um homem!"... admito que mesmo na altura tinha consciência que é uma visão algo antiquada e até de direita... pra não falar de pouco praticável, visto que os avanços tecnológicos cada vez mais fomentam a especialização... mas também tinha o exemplo do meu pai...

o meu pai mexe em tudo, é berbequins, é brocas, martelos, porque ele ainda é do tempo em que se magicavam soluções... ás vezes até dá barraca, lembro-me daquela vez que ele abriu a fechadura da porta, e depois de montada, nunca mais funcionou... e é claro que agora vejo que algumas daquelas operações eram básicas... e que o meu pai nem sempre segue as "regras" de utilização de certas ferramentas...

eu no fundo sempre achei que mandar arranjar é uma cena demasiado moderna... não quero ser um mariquinhas com medo e pegar numa chave de bocas pra desmontar um esquentador que de estragado, já não passa! este curso de mecânica pode ser caro e trabalhoso, mas vai ajudar-me a aproximar daquele ideal que quero atingir... quando crescer quero ser comó bob, o construtor...

quinta-feira, 15 de março de 2007

o ex-melhor da cinco: parte um

na terça fui de novo à defensores de chaves dar uma aula de pâmpe, à semelhança do que aconteceu a semana passada... e modéstias à parte, dei uma granda aula...

à saída quando me tava a despedir da turma aparece lá uma rapariga e diz-me "adorei a aula, até à próxima"... depois aparece um bacano a perguntar-me se eu ia ficar com aquela aula porque era sei lá de quem, ficou todo triste quando respondi que não sabia...

é engraçado que depois da cena da cinco estava com a minha auto-estima instrutora um pouco pelas ruas da amargura, mas agora já lá tá em cima de novo... grandas tótós... mandaram embora o melhor instrutor que tinham!

segunda-feira, 12 de março de 2007

a menina dos peixinhos

era uma vez uma menina pequenhinha... um dia a irmã mais velha da menina pequenhinha ofereceu-lhe um aquário minúsculo com um peixinho minúsculo lá dentro... a menina pequenhinha achou que era uma peixa e baptizou-a de "beta"... a beta era uma peixa muito bonita que fazia muita companhia, pena ter passado pouco dos dois meses... depois disso decidiu investigar um daqueles búzios que tava no aquário pra enfeitar, ficou presa lá dentro, ficou toda roxa e... foi-se...

a menina pequenhinha ficou prái uns cinco minutos inteiros completamente inconsolável, logo a seguir foi comprar outro peixe... e comprou um assim todo bonito, mudava de cor conforme a luz... deu-lhe o nome de "arco-íris" e esse fez imensa companhia durante pouco mais de um mês... parece que era peixe de água quente, começou a ficar fraquinho, deixou de comer, deixou de mexer-se e... foi-se...

cinco minutos depois já tava a menina pequenhinha na loja de animais pra comprar o terceiro peixe, desta vez garantindo que era de água fria... e foi assim que o "vermelhusco", depois "laranjinha" se tornou um membro da família... durante aquela semana... a menina pequenhinha ardeu de raiva a desconfiar que lhe tinham vendido um produto com defeito e decidiu oferecer o aquário pra caridade...

sexta-feira, 9 de março de 2007

mais formação, ainda

um pouco menos de dois anos depois de ter começado o projecto "o marco do fítenâsse" e sentado em cima de uma bola suíça, aproveito para partilhar com os meus mais queridos e fofinhos leitores, o meu novo projecto: "o marco do tuníngue"... tá tá tá tãaaaãaaan...

quando fui terminado no oulemes falei com o pedro, aquele dos kártes, que me acusou de inventar planos malucos... entre outras coisas, afirmou que dali a uns tempos iria falar-lhe do meu novo plano: "couves"... é um engraçadinho... mas eu próprio na altura não coloquei de parte essa hipótese, até porque era bastante provável... no entanto, não são couves, são "motores"...

já desde antes da compra da bomba que andava em "fase de preparação", tretas psicológicas não liguem, para me meter num monte de grolhos deste género... descobri agora foi um curso, certificado por correspondência, que dá para conciliar com as minhas actividades correntes, ou seja: nada...

e prálem disso, acabei o ífi em setembro e desde então não ando a estudar quase nada... sinto alguma falta de aprender e assim... sou um pouco doente, admito... mas eu também como, propositadamente, queijo assim a dar pró pôdre...

depois disso já só me fica a faltar a formação de massagens japonesas shiatsu e para acabar, a de treinador de futebol nível um...

quinta-feira, 8 de março de 2007

o mestre das sopas: parte dois

no outro dia a minha namorada veio cá jantar, para a preocupar avisei-a que o jantar seria: sopa... ela ficou logo apreensiva, "o quê? como aquela instantânea que fizeste? nem penses!"... fiz-me assim um pouco de ofendido, mas um pouco, e assegurei-a que era uma sopa preparada e cozinhada aqui pelo mestre sopeiro...

quando ela a viu acusou-me de mentiroso a dizer que era impossível eu ter feito aquela sopa, tal era a qualidade e potencial que apresentava... a cena é que na realidade... eu fui a mão-de-obra, porque tinha alguém com jeito e experiência na matéria a dar-me as ordens "agora faz assim, agora assado"...

a minha mamã obviamente... só que, como eu sou um copião que aprende muito rápido e com uma boa memória... da próxima vez vou fazer sozinho e vai ficar ainda melhor! pronto, melhor não exageremos, mas em princípio mais insonsa fica de certeza...

segunda-feira, 5 de março de 2007

a ode ao macaco do código

ontem tava a ver "o único", um filme de acção mauzinho com o jéte li, e eu até gosto de kung-fu... quando vi uma das melhores cenas do filme, que é quando ele está prestes a ser enviado pró universo prisão e explode o cenário todo ao som do "pra baixo com a doença" dos "perturbados"...

pra mim é o exemplo duma conjugação bestial de acção e música, muito pouco pra salvar o filme, mas ainda assim brutal... o que nos remete pra outro cliché: os filmes que têm uma banda-sonora melhor... outro exemplo fácil é a "raínha dos amaldiçoados" que tem outra cena brutal, a cena de sexo ao som do "mudança na casa das moscas" dos "deftones"...

ontem aquela música levou-me para os bons velhos tempos em que a cave era maioritariamente povoada por mafarricos saídos da éfecêtê... ah! a nostalgia... vou levá-la pró meu próximo emprego pra me dar inspiração...

domingo, 4 de março de 2007

apresentações no cinema

uma das cenas engraçadas de ir ao cinema é gramar logo ábrir com as apresentações dos outros filmes... eu admito que sou um apreciador, especialmente de apresentações daquelas muito bem feitas que encaixam num dos três clichés que passo a descrever...

cliché número um: a apresentação que não tem nada a ver com o filme...
alguém viu a apresentação do "foi-se em sessenta segundos"? tem assim alto cronómetro a contar o tempo e tal, mas... no filme propriamente dito, eles roubam os carros em sessenta segundos? não... outro exemplo é "a vila", que tem uma apresentação assim a dar pró terror barra suspense e depois o filme é a dar pró mau...

cliché número dois: a apresentação que conta a trama toda...
geralmente acontece muito com filmes de acção ou comédia, porque têm muito pouca história... ou com filmes de segunda porque as pessoas que os fazem não têm lá muito jeito... um exemplo básico é o da "tarte americana" que tem apenas as melhores piadas do filme... muito bem jogado!

cliché número três: a apresentação que é melhor que o filme...
a todá gente já aconteceu ver uma apresentação e pensar "uau! alta cena, deve ser lindo"... e depois vai ver o filme e, um pouco como no cliché anterior, as boas cenas estão nos trinta segundos de apresentação... isto acontece imenso naquelas adaptações a puxar pelos lucros de outros filmes como o "eragon", se bem que aí, nem a apresentação é grande espiga...

mafra, vila dos instrutores: parte três

da primeira vez que fui a mafra lembro-me de acabar a faixa quatro do combáte, de ir ter com a são e perguntar: "olha lá são, tu consegues ouvir alguma coisa?"... porque eu só ouvia distorção e fídebéque e achei aquilo tão mau que era impossível deixar passar sem fazer a devida reclamação...

durante a semana a falar com malta mais experiente é que me disseram que aquilo era normal, que o som era sempre mau... eu estranhei ainda mais, o som é praticamente metade da aula! compreendo que o pavilhão de desporto possa ter muito má acústica, mas eles que se amanhem! eu pago pra lá ir...

no lançamento anterior eles tinham lá um esquema novo com umas colunas a meio do pavilhão e resultou... na medida do possível a música já era audível... desta vez desleixaram-se novamente e foi intragável... lá fui de novo encher aquilo de reclamações e alguns insultos...