sábado, 17 de março de 2007

um homem engole abelhas...

quando era puto, ou seja, numa altura muito influenciável, dava uma série na televisão portuguesa sobre uma família do porto: um pai, uma mãe, uma filha, um filho e uma sogra... era uma comédia algo fanhosa e com piadas sempre a dar pró mesmo lado, mas nas férias não podemos ser muito exigentes...

num episódeo, o esquentador avariou... a sogra começou logo a exigir que o pai metesse a mão naquilo, mas o pai cortou-se a dizer que não percebia nada de esquentadores... apesar da sogra achar que um homem, mesmo que não perceba tem de magicar uma solução... mais lá prá frente no episódeo aparece um velhote, que seduz todá gente com o seu cavalheirismo, e arranja o esquentador... apesar de não perceber nada daquilo, porque um homem, mesmo que não perceba tem de magicar uma solução...

como disse, eu na altura era puto e fiquei, "uau! quando crescer quero ser um homem!"... admito que mesmo na altura tinha consciência que é uma visão algo antiquada e até de direita... pra não falar de pouco praticável, visto que os avanços tecnológicos cada vez mais fomentam a especialização... mas também tinha o exemplo do meu pai...

o meu pai mexe em tudo, é berbequins, é brocas, martelos, porque ele ainda é do tempo em que se magicavam soluções... ás vezes até dá barraca, lembro-me daquela vez que ele abriu a fechadura da porta, e depois de montada, nunca mais funcionou... e é claro que agora vejo que algumas daquelas operações eram básicas... e que o meu pai nem sempre segue as "regras" de utilização de certas ferramentas...

eu no fundo sempre achei que mandar arranjar é uma cena demasiado moderna... não quero ser um mariquinhas com medo e pegar numa chave de bocas pra desmontar um esquentador que de estragado, já não passa! este curso de mecânica pode ser caro e trabalhoso, mas vai ajudar-me a aproximar daquele ideal que quero atingir... quando crescer quero ser comó bob, o construtor...

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