terça-feira, 20 de maio de 2008

e a resiliência...

depois de corrermos as capelinhas de todas as listas de contactos e conhecidos de todos os membros do grupo, excepção feita à minha pessoa, como descrito na entrada anterior, tínhamos apenas uma quantia desculpável... mas nada para nos orgulharmos... qual foi a próxima ideia genial? contribuirmos nós... o que nos deu uma quantia ainda mais desculpável, mas ainda nada para nos orgulharmos... passo seguinte?

nada! porque tava a chover, porque já era uma quantia fixe, e porque távamos muito cansados e desmoralizados, aquelas duas horas tinham sido extenuantes... decidimos ir pró restaurante almoçar e conversar enquanto fazíamos tempo até ser hora de voltar prá formação... depois de umas horas de agradável convívio e à hora combinada, lá estávamos para a última dose de aprendizagem... curiosamente o grupo rival não estava lá na hora combinada... porque seria?

quando o grupo rival apareceu mais morto que vivo e com mais do dobro do dinheiro que o nosso grupo angariou é que me senti mesmo muitíssimo ainda mais desconfortável... é que eu já estava chateado por uma excelente oportunidade de treinar a minha assertividade e a minha resiliência me ter passado ao lado, pior fiquei de saber que houve alguém que a aproveitou... que mal fiz eu para ir calhar àquele grupo? os rivais cheios de histórias para contar, altas experiências...

fiquei a imaginar o que podia ter aprendido a argumentar com as pessoas com o objectivo de lhes fanar uns trocos... iá... também podia ter treinado a minha assertividade a tentar orientar o meu grupo mais prá cena e menos pró convívio... ou também podia ter ido pedir sozinho... mas para isso também podia ir agora pedir prá rua, que o efeito era o mesmo... quanto mais penso nisso mais me martirizo, mas como também tenho muitas culpas no cartório... já passou! mete gelo...

a assertividade...

a assertividade é a característica da moda... é muito fixe ser-se mesmo buéda assertivo hoje em dia... ser assertivo é como... nunca se enganar e raramente ter dúvidas... na formação que frequentei hoje tivemos um exercício de práctica de assertividade e resiliência no qual fomos colocados a pedir dinheiro na rua para uma bela causa...

no planeamento estratégico do ataque alguém logo se lembrou de ir pedir a malta conhecida... para mim uma terrível ideia, mas ali, o burro era eu, por isso fiquei muito caladinho... a caminho do local de trabalho de um dos membros do grupo perguntaram-me onde trabalhava... podia ter dito que era na conchichina, mas eu até adoro uma boa polémica...

e respondi que era ali ao virar da esquina... "então vai lá!" foi logo o que me disseram, ao qual eu respondi com um redondo "não!"... quando questionado porquê, expliquei as minhas razões que penso que ninguém tenha compreendido... essencialmente acho que pega muito mal ir pedir aos meus colegas conhecidos, que sabem que a minha vida não é feita de colectas de solidariedade, e que apesar da causa ser nobre, aquilo não passa de uma elaborada graçola... ainda pra mais no local de trabalho deles...

como escrevi, acho que ninguém seguiu o meu raciocínio na altura... mas eu depois até me ri mais ou menos por último... quando um dos membros do grupo contou que depois de extorquir os seus colegas da consultora, quis ir extorquir os seus colegas do cliente... e foi barrado pelo seu mais directo superior...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

apareci na televisão

tava à porta do atrium à espera do tozé para ir almoçar, aparecem lá dois bacanos com uma câmara de filmar ligada a um microfone... "podemos fazer-lhe umas perguntas" diz o do microfone... "perguntas? sobre o quê?" respondo eu no meu ar desconfiado... "a sua opinião aqui sobre um assunto" diz ele... "oh, a minha opinião? claro que sim que eu adoro opinar, deixe-me só aqui ajeitar a gravata" concluí eu... pronto, não disse, mas foi o que pensei... "tá a gravar" manda o da câmara...

"podia-me dizer o nome de três bancos?" começa o do microfone... "três bancos?", "a caixa, o bés e o milénium vá" respondi eu a pensar onde é que aquilo ia parar... "e... reparou que o bánife mudou de imagem?" continou ele "claro!" respondi eu... "e o que acha?" tentou ele... eu comecei-me logo a rir, é que a minha opinião sobre esse assunto é muito positiva... "acho que a cor é bonita"...

"mas não percebo bem o que é que um centauro tem a ver com um banco", "com créditos e financiamentos e assim", "quer dizer, perceber até percebo", "tem a ver com a força e tal", o do microfone acenou com a cabeça aqui, "mas acho que havia outra maneira de dar a volta ao assunto" concluí... "e o que acha do selougâne a força de acreditar?" continuou ele... "acho que a frase é bonita", "mas como não conheço especificamente a oferta de produtos do bánife não posso opinar mais"...

"acha que o bánife ganhou mais visibilidade?" terminou ele... "acho que sim", mais não seja porque passou a ter uma imagem bem roxa, sempre chama mais àtenção... "até mesmo em termos de empresas comparticipadas, como a açoreana, a imagem deles também mudou da mesma forma", "acho que para o cliente final tornou-se muito mais transparente" concluí... eles deram por terminada ali a entrevista e avançaram dois passos pró lado...

voltaram e perguntaram "desculpe, mas você é da área?", "não, sou de informática" respondi... "ah, é porque as respostas decentes são todas de pessoas da área", "as outras pessoas temos de arrancar a ferros, só quando falamos no centauro é que respondem aaaaah o centauro" comentaram eles comigo... foi uma cena estranha, mas foi giro...

domingo, 18 de maio de 2008

cloverfield (2008)

a meio da festa de despedida do róbe que estava de partida para o japão, onde tinha uma espantosa oportunidade de emprego, o inimaginável acontece... o que parecia ser apenas um tremor de terra afinal é algo bem pior do que isso... nova iorque transforma-se numa zona de guerra que leva ao conjunto de amigos a tentar desesperadamente sair da cidade...

este filme é perto de inexplicavelmente mau... mas eu vou tentar... um monstro gigante feito por computador ataca a cidade... deixa cair monstrinhos pequeninos que mordem e transformam as pessoas sabe-se-lá em quê... como isso ainda não era estúpido o suficiente a acção é-nos mostrada através da câmara de filmar que o grupo de amigos carrega enquanto corre desenfreadamente...

a câmara enjoa, o monstro nunca chega a convencer, a acção tem demasiadas paragens e o argumento nem dá para colar a sequência de cenas com um mínimo de nexo... há pra lá momentos em que lembra o "rec" do qual também já disse mal aqui há uns tempos... o que me leva a pensar sobre qual dos filmes é que foi inspirado no outro... também me leva a pensar, porque raio há-de alguém inspirar-se num filme mau? 4*/20*...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

mas dei aula com micro

domingo de manhã fui novamente à defensores dar a aula da rute... entrei no estúdio e estranhei a presença de um microfone em cima da aparelhagem... fiquei todo feliz, a pensar que o microfone estava arranjado e que não tinha de passar a aula aos gritos, a tentar fazer-me ouvir por cima da música... meti a pilha no microfone e aquilo tava a funcionar, porque deu sinal... comecei a falar e... nada...

verifiquei as ligações todas, verifiquei o nível do sinal do som e do micro e nada... mexi, remexi, indaguei, reclamei, chamei nomes ao micro, fartei-me e fui deixar a malta toda entrar no estúdio que se fazia tarde... depois de entrar todá gente aproveitei que tava ali o responsável pelas aulas de grupo para lhe perguntar porque é que aquilo não funcionava... "esse micro não é desse estúdio" respondeu ele...

e é agora que vocês perguntam, "mas... então estavam a ouvir-te no outro estúdio"... e eu respondo "provavelmente, iá, me aconteceu antes"... e eu estive com o micro ligado o tempo todo... ainda por cima quando fui ao outro estúdio é que vi que estava lá a malta do yôga, naquela onda muito pacífica, silenciosa, quase a levitar... entrei lá dentro meti a mão ao receptor do microfone e fugi com ele porta fora... para o ligar à aparelhagem correcta...

the mist (2007)

após uma enorme tempestade que destrói a casa do barco, um estranho nevoeiro instala-se na terrinha e apanha um conjunto enorme de pessoas que se estavam a abastecer num supermercado... para além de não deixar ver mais de um palmo à frente dos olhos, entra um velhote pela loja a dentro a sangrar do nariz e a gritar que "existe alguma coisa no nevoeiro"...

depois de ver a apresentação que tentei resumir no parágrafo anterior, fiquei com a sensação que este filme devia ser giro... também um pouco por ser baseado num romance dum novelista conhecido e com algum jeito... a cena é que no final contas feitas, este filme é mais um que é perfeito para ser classificado como "parecia giro... mas não é!"... cuja jóia da coroa é o "sinais" só para terem uma ideia...

este filme entra exactamente pela mesma onda... enredo interessante, bom desenvolvimento da história, uma boa dose de suspense, até que... aparecem uns gigantescos tentáculos feitos por computador do mais impapável que já vi! daí prá frente o filme tornou-se numa comédia de fraca qualidade que apesar de tudo conseguiu não me adormecer... mas não é por isso que chega à positiva... 7*/20*...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

um bêbado é fixe

este fim-de-semana marcámos presença no casamento de uma amiga da marida dos tempos das colónias de férias... ela e o agora esposo, têm lá uma fixação qualquer com as danças de salão, à semelhança do meu querido irmão, e como tal houve diversas demonstrações... inclusive proporcionaram-nos assim um momento ao estilo do final do "dança comigo", o filme com o pátrique sueize, não o programa com a catarina furtado, obviamente com a mesma música... aive... éde... de táime óve mái láife...

a meio da tarde quando me dirigi ao bar para ir buscar uma bebida dei de caras com um bacano que mal se aguentava em , este também a pedir mais uma... depois de satisfeito virou-se prá esposa e disse "olha! lembras-te dele?" falando de mim "é o jorge!"... eu, desmancha-prazeres, disse logo "marco!" como quem pensa "tás lindo, tás"... "ah ele tá cansado" desculpa a mulher enquanto o puxa dali pra fora... passado uma beca era vê-lo a... dançar... todo desamparado parecia que ia capotar em cada curva...

ele e mais uns quantos alegremente regados que para lá andavam fizeram-me pensar sobre o meu futuro casamento... espero sinceramente também ter direito a pelo menos um bêbado... é prova irrefutável da qualidade da festa! após uma revisão mental dos convidados não fiquei foi lá muito descansado... tanto que pensei em convidar o meu novo amigo só para garantir a cena...

provavelmente não será preciso, que tenho em mim que se souber jogar os meus peões correctamente, os meus primos do lado da família do meu pai cumprem-me os requisitos mínimos... especialmente se houver amêndoa amarga...

sábado, 10 de maio de 2008

o incidente "batatas pretas"

no outro dia a minha esposa pôs umas batatas a cozer para eu levar na marmita pró almoço do dia seguinte... deixou aquilo à minha responsabilidade enquanto foi tomar banho... eu ainda olhei práquilo, quando ela saiu do banho e me perguntou se já tava, mas depois fui prá sala e deitei-me no sofá...

acordei com o alarme de incêndio àpitar... "as batatas!" avisa a cara-metade... e eu confiante "quais batatas? eu desliguei-as!"... como o alarme havia de ter disparado por alguma razão, levantei-me para ir à cozinha... as batatas tavam pretas e a panela mais chamuscada que os tachos que a minha avó usava na lareira...

tivemos uns dois dias com todas as janelas da casa abertas e uma corrente de ar enorme para ver se o malfadado cheiro a churrasco desaparecia... acho que ainda hoje quando entramos se nota um pouco... e a panela provavelmente nunca mais será a mesma... mas também já não é a primeira vítima que faço cá em casa...

terça-feira, 6 de maio de 2008

os contemporâneos...

por acaso no domingo à noite lá me lembrei de ligar a televisão para ver a estreia do novo programa de humor do canal do regime... como ter-me lembrado já era bastante bom, ter-me lembrado a tempo seria impossível, apanhei só uma pequena meia dúzia de cenas no final que devo admitir que até achei bastante piada...

já li alguns comentários a comparar com o outro grupo de humoristas nos quais este sai obviamente a perder... mas é necessário ter a noção que os outros já têm uma mão cheia de séries em cima... através das quais e piscando aqui o olho à beleza bruta da força da experiência, até os menos jeitosos já aprenderam a desenrascar-se minimamente...

em relação ao programa de domingo propriamente dito, fui agradavelmente surpreendido pelo nuno lopes... não o conhecia de lado nenhum mas revelou-se o mais fora de série... os textos também ajudaram, mas as suas interpretações, de candidato a líder do pêéssedê, e especialmente a de presidente do benfica, deixaram-me de rastos... tão cedo não me esqueço de “iô derédes dos prédios curtam-me lá este felou, curte a minha roupa foi a minha mãe que lavou”...

a ruef numa outra nota e como de costume, só está lá a fazer que faz... ainda me lembro de como é que ela caiu nestas lides... foi no final da primeira série do ministro na qual supostamente fez um papel hilariante a partir de uma personagem mais que secundária... na segunda série ganhou mais relevo, mas não correu bem e depois presumo que a manifesta falta de talento a tenha feito atrelar-se a um comediante em queda livre estilo estrela decadente... nem todá gente nasceu para ser figura de proa, mas com tanto tacho o programa também não perdia nada se não estivesse por lá...

o bruno nogueira como já tive o privilégio de escrever por aqui, continua numa onda muito... ! e eu até sou dos que acha que o rapaz tem jeito e que mexe algum, mas aquele papel de chefe da companhia, palhaço de cara branca, é uma cena que não lhe assenta nem por nada! falta-lhe jeito! falta-lhe atingir aquele esgar superior de quem está sempre na mó de cima... ele que se deixe de ilusões de grandeza e que volte a fazer de universitário fuma brocas e bebe jolas que nisso é que ele se excede...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

uma ode à minha alegre casinha

é nos dias em que não faço nada, como o de hoje, em que mais adoro a minha bela casa... por exemplo... se ficar bem quietinho consigo ouvir as moscas! juntando isso à agradável brisa calorenta e começo logo a lembrar-me das longas tardes de verão na terrinha dos avós quando era puto... pronto, não tão agradável brisa calorenta que se fosse mesmo agradável estava agora era a tomar banho na minha piscina...

quer dizer, "minha piscina" é ir um pouco longe... pronto, vá, um vinte-e-dois avos daquela piscina é minha... um vinte-e-dois também não que comprei a mansão a meias com a coisa boa, portanto... um quarenta-e-dois avos daquela piscina é minha... o que deve dar mais ou menos um quadrado de cinquenta por cinquenta centímetros... mas do lado mais fundo... que sempre leva mais água...

neste momento estaria mesmo mesmo pacífico, não fosse... o barulho do cortador de relva a vir lá de fora... e o barulho da caldeira, do aquecimento central, a fazer... sei lá eu! outra cena que faz imenso barulho é o extractor da casa-de-banho... rór´rororr´ror´ror´rorórórror parece o comboio a passar sempre que se liga a luz... mas não é por isso que deixa de ser muita linda a minha habitação...