sábado, 21 de julho de 2007

código de decoro

pra entrar no prédio onde trabalho tenho de passar pela segurança... fui lá falar com a senhora a dizer-lhe em que andar trabalho e ela perguntou-me de que empresa vinha, e mencionou umas quantas empresas de trabalho temporário... quando lhe disse que era consultor a mulher até engoliu em seco, esbocei um sorriso e fui-me embora... assim que cheguei ao meu andar, atravessei o corredor e entrei na casa-de-banho pra trocar de roupa...

disseram-me que "nós adaptamo-nos ao cliente" mas a verdade é que no cliente é só malta toda maltrapilha e eu sou obrigado a andar ali todo aperaltado parece que vou à noite dos óscares... "é pra diferenciar" comenta a minha irmã, mas no dia em que precisar de mudar de visual para me sentir de certa forma superior, ou para que outros me considerem superior, secalhar o melhor é atirar-me da vinte e cinco de abril...

"mas qual é a cena do fato, afinal?" perguntam vocês então já exasperados, "porque é que isso te faz tanta confusão?"... acho que acima de tudo é o atentado à minha liberdade que me faz imensa confusão... para além disso, tudo o que é tradições arcaicas e medievais também me fazem confusão... como é possível que no século XXI ainda alguém seja obrigado a pavonear-se numa vestimenta tão pindérica quão pouco prática e desconfortável...

odeio tradições inexplicadas... se o "porque sim" não é resposta, o "porque os antigos do tempo da maria cachucha sempre fizeram assim" também não devia ser...

1 comentário:

Tiago Sousa disse...

O porquê é porque estamos em Portugal, como somos um país tão pequenininho ainda ligamos muito às aparencias.