estação do metro do cais-do-sodré, cerca das nove horas da manhã... a plataforma apinhada até à escada, sem qualquer movimento... aproveitei a onda e segui com as pessoas que atravessam por cima para descer lá ao fundo nas outras escadas... ali por cima do maranhal de pessoas senti-me um deus a olhar de cima prás formiguinhas atarefadas... no meio de tal momento lírico lembrei-me de cuspir lá para baixo...
e foi então que me atingiu... poucos dias depois do relógio bater mais uma primavera continuo tão parvo como no dia em que terminei o ensino básico... cheguei à plataforma e juntei-me à confusão... nada como uma pequena batalha para começar melhor o dia, dispara a adrenalina... assim que vi o metro chegar... pequenino, três carruagens... desisti... conheço os meus limites e sei que sou presa fácil prós gordos e mal-cheirosos e assim...
tava aquilo àpitar que queria fechar portas e pessoas a um metro de distância do metro (sou mesmo um poeta) ainda a tentar entrar... tive para ir lá oferecer-me para empurrar... se ganhasse algum balanço desde o outro lado da plataforma e viesse lançado numa placagem tenho quase a certeza que metia aquela gente toda dentro da carruagem... com umas costelas a menos, mas não chegavam atrasados ao emprego...
apanhei o metro seguinte na mesma todo espalmado junto à porta... saí na baixa e começou tudo de novo...
Sem comentários:
Enviar um comentário