sempre que vamos passear o amor espeta-me altas secas a entrar em todas as lojas à procura de artigos bonitos para comprar de lembrança para alguém... eu odeio e sou manifestamente contra, mas até percebo essa onda... quase todas as pessoas que conheço me querem trazer cenas quando vão passear, e apesar de eu garantir a pés juntos que não quero nada acabo sempre com uma tishârte nova... o que depois me leva a ser interpelado por rastafaris em quémedâne táune: "ei, esse é o meu país", "país?", "pois, eu nunca lá tive"...
e o problema é que depois cria-se um nojento ciclo vicioso... "ah, a minha prima em terceiro grau trouxe-me um íman para o frigorífico de paris, sinto-me na obrigação moral de lhe levar um porta-chaves daqui de londres”... o que me leva depois a perder inúmeros minutos do meu tempo livre e de passeio, em lojas de conteúdo e nível duvidoso, à procura da melhor e mais barata lembrança... que não existe! é tão fictícia como o pai natal! não existe uma lembrança que seja útil, bonita, barata e necessária...
o mais provável é pelo menos uma destas qualidades cair por terra, e arriscaria que na maior parte dos casos começa pela terceira... e isto antes de contabilizar o tempo para a encontrar... porque o lema é sempre extorquir o turista por tudo o que ele tem... mas o turista também tem muitas culpas no cartório, essencialmente por ser estúpido ao ponto de se deixar envolver neste enredo que obviamente foi escrito por alguém que era dono de uma loja... que vendia postais em pacotes de dez e canecas de várias cores, formatos e feitios...
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