quarta-feira, 20 de outubro de 2010

o marco e o paintball

"ei marco, vais cá passar o fim-de-semana?" pergunta-me o malaio... respondi que sim e acabei convidado a ir praticar paintball com ele e os amigos... convite esse que aceitei e comentei com o resto da malta do projecto, o que deixou o malaio um pouco atrapalhado por não ter convidado mais ninguém... mas apesar de, na altura, terem manifestado um ligeiro interesse no assunto, eu não acredito que mais alguém aceitasse realmente o convite se lhes fosse endereçado...

tentei ainda levar o amor comigo mas ela disse-me que lama e chuva só nos escuteiros e foi por isso que de lá saiu... o engraçado é que afinal esteve um dia lindíssimo, apesar de haver imensa lama na mesma... lá estava eu, de manhã, na estação de euston, a cumprimentar o amigo italiano e a namorada, e o outro amigo francês e o chinês também cuja alcunha é "pipoca"... em português mesmo, porque eles são todos do grupo da capoeira e foi o brasileiro que dá as aulas que a inventou...

apanhámos o comboio para hemel hemstead, que curiosamente foi onde o chefe ficou quando cá veio... "é a duas milhas do escritório" disse a agência de viagens que marcou... se enganou num dígito, porque na realidade são vinte milhas! e aqui fazendo a pausa para entrar momentaneamente no discurso do "isto vê-se mesmo que não é portugal"... em vinte e cinco minutos, num comboio que estava a sair com frequência de dez minutos no domingo de manhã, estávamos no meio de campos verdes, relvados e cheios de vacas... normalmente eu em vinte e cinco minutos chego ao cacém...

mas é óbvio que eles têm conceitos de transporte completamente diferentes dos nossos, tal como também são bem diferentes os conceitos de refeições que eles têm... ora, manhã chegámos ao campo do paintball, nós e os outros grupos todos de imensa gente, com montanhas de putos minúsculos... fomos parar à equipa xadrez, porque a nossa bandeira era preta e branca, e deram-nos as vespas como adversários porque eles eram amarelos e pretos... pior do que ficarem com o nome fixe, também percebiam imenso daquilo...

pelo que foi o dia inteiro a levar tareia atrás de tareia... porque temos de enfrentar sempre os mesmos adversários, embora em cenários e com objectivos diferentes, o que fez com que aquilo tenha sido minimamente dinâmico e engraçado... o meu problema com esta actividade continua a ser o mesmo e prende-se um pouco com o facto de disparares três ou quatro vezes com a arma na mesma posição e cada tiro acertar num sítio completamente diferente... aquilo tem uma precisão horrível pelo que à queima-roupa consegues fazer algo... o que dava claramente vantagem aos nossos experimentados adversários das granadas...

ainda assim e em quatro jogos de duas rondas, matei um bacano e acertei umas três ou quatro vezes noutros, que não morreram porque eram batoteiros... mas isso até é na boa porque eu próprio também fazia isso... só se apanhasse assim mesmo uma rajada daquelas duras, com duas ou três boladas, é que levantava a mão e era para não apanhar mais que aquilo dói que se farta... contas feitas devo ter mais ou menos morto tanto quanto morri o que, bastante longe de ser motivo de orgulho, também acho que não é especial vergonha...

também continuo a achar que tenho um enorme potencial nessa prática, especialmente porque jogo ao "chamada do dever" e tenho a mania das armas... mas que irá provavelmente ser todo desperdiçado porque aquilo ainda é caro, e também não tenho tantas oportunidades de praticar... termino dizendo que o cenário de proteger o castelo foi brutal! fiquei lá em cima a gritar "morram! toma! ahahahahah" e a chamar nomes em português e inglês "ah, batoteiro já te acertei!"... queimei as bolas num instante, com o sangue a ferver e a adrenalina a bombar... "já acabou? oh perdemos"...

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