domingo, 5 de dezembro de 2004

o azar é que eu sempre fui mais cobra-kai

ontem távamos lá na casa de alenquer e o meu pai decidiu-se a passar cera no chão de madeira do piso superior... "lê aí as instruções" diz-me ele, "passar com pano ou esfregona de algodão" respondo... "não temos esfregonas de algodão pois não?" pergunto em último recurso...

pano na mão e lá vou eu meter o chão todo a brilhar... esfrega esfrega, a maldizer a vida e a sorte, a pensar cobras e lagartos daquele sistema miserável, e às tantas tive assim como que um feláche! "uáquesse óne, usáquesse ófe"...

lembrei-me do pobre daniel-sáne, como imigrante ucraniano na europa ocidental, a puxar o lustro à colecção interminável de calhambeques do velho miágui... e pensei "so daniel-sáne consegue aprender alguma coisa coisa isto, eu também consigo!"...

tiro a camisola, arregaço as mangas da tichârte, "agora nós os dois chão de madeira!"... movimentos circulares pra um lado e pró outro, mais ou menos comó limpa pára-brisas do carro, e a um ritmo exagerado... acabei aquilo num instante, cansei-me pra chuchu, mas fiquei sem frio nenhum...

apercebi-me, que retirando o guelámúre da batida lição japona da maçâ, aquela ideia da cera até nem é mais treta que os resultados científicos do magáivâre como eu pensava... é verdade que ninguém aprende defesas a passar cera, mas fica com uns pulsos bem fortes!

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