sexta-feira, 8 de outubro de 2004

morde lá a língua, ó marco!

tava, como de costume, a dizer mal de alguém, em relação a questões estéticas, quando o tozépico diz "marco, pareces uma mulher com esses comentários"... se fosse eu, teria usado o termo "comadre" que dava um ar mais fixe, até porque na altura o que eu pensei, depois de me aperceber do sucedido, foi "comadre? eu? ele chamou-me de comadre?"...

durante a aula de tsig pensei um bocado no assunto... "será que sou mesmo uma comadre?"... no outro dia quando cheguei à aula de hc o rumbafum vira-se pra mim e diz "olha aí, a fufa a dar aulas"... olhei pra ela e prontamente concordei com a definição... vou tão longe como dizer quela tinha um ar mais viril que eu, que o rumbafum então nem se fala! a indumentária com que a professora se apresentava era digna de um homem de meia-idade em plena crise pós-divórcio, e consequentemente alheado da sociedade...

foi quando olhei prá gravata do professor de tsig e reparei que não era pontiaguda, acabava, apenas e humildemente, numa recta... pensei "pra que raio serve uma gravata se não tem ponta", e também de que material seria ela feita, já que aquilo parecia (a uma distância de mais ou menos dois metros) borracha de tapete de automóvel... é que assim nem precisa de ser uma gravata, ele amarra uma meia de futebolista ao pescoço e o resultado é praticamente o mesmo, com a vantagem da meia incitar pensamentos clubistas nos alunos...

depois olhei pró aluno de quinto ano, que aparentava 27 anos, com a sua barba de anão do lórde óve de ringues e o cabelo comprido em rabo-de-cavalo, vestido com uns óle setáres azuis (velha guarda) umas calças de ganga apertadas e uma tíshârte de manga comprida da óníle... e comentei co superpico "deve ser a mãe que lhe escolhe as roupas"... e foi mais ou menos nessa altura que me apercebi que o tozépico tinha razão, eu sou uma comadre! ou, como me chamavam os alenquerenses, quando andava no décimo ano, em bom português, sou um códrilheiro!

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