quando eu entrei aqui prá éfe cê tê fiquei imensamente feliz... como todos os putos que entram prá faculdade, mas também fiquei lixado... porque não fazia ideia onde é quisto ficava... fui perguntar à oráculo, a minha irmã... ela não é preta nem gorda, mas deu-me uma resposta muito oráculo... "é fácil, passas a ponte e é logo ali!"...
não foi a descrição mais precisa que já alguma vez ouvi... mas se ela estava tão segura de si, e confiante, quem era eu (puto imberbe e burbolhoso que mal sabia andar de transportes públicos) para contestar... apanhei uma camioneta da tê ésse tê e lá fui eu... saí na praça da portagem e supostamente, era logo ali!
o primeiro edifício que eu vi foi o piaget... "bora lá dar uma vista dólhos àquilo"... cheguei à porta... era só cotas betos a trazer as filhas betas à faculdade pela primeira vez... "é aqui a nova?" pergunto a um deles... "bem, isto é novo (aponta prás obras), portanto deve ser aqui (faz um sorriso)"... "(o sorriso mais sincero que consegui sem demonstrar aquilo que realmente pensava) obrigado!"... entrei...
dou uma volta lá por dentro... e aproximo-me de um grupinho de betos na conversa, a fazer alto barulho e a rir imenso... "é aqui a nova?"... "quem me dera!" responde logo o primeiro... começo a rir... "népias, a nova não é aqui... tás de carro?", "(pensava que vocês betos ricos conseguiam sentir-se uns aos outros, como os imortais!) hm... não!"... "então apanhas a camioneta ali em cima, uma qualquer, bábábá, bábábá, passam lá todas! é naquela direcção!"... foram buéda fixes!
"camioneta?! isso parece caro demais! provavelmente cobram-me quinhentos paus prándar 50 metros... vamos a butes que não deve ser muito longe"... segui "aquela direcção" e isso levou-me a passar por aqueles bairros famosos... o amarelo, o rosa... ia andando e pensava "isto práqui tem muita mau aspecto!"... atravessei aquilo de um lado ao outro, puto branco como eu, ainda hoje tou pra saber como é que não morri...
às tantas lá descobri o sítio, algo refundido e pouco espanpanante, mas tinha o seu... je ne sé cuá! vi logo a confusão dos falhados sociais a descarregar os seus traumas e frustrações pessoais nos recêm-chegados (folclore também conhecido como praxe!)... pagei os mil paus dos impressos e vi a agenda que aquilo trazia de bónus, lá dentro... "iá... mil paus por meia-dúzia de papéis miseráveis bem podia trazer uma barra douro aqui dentro... e mesmo assim ainda tinham lucro!"
olhei prá capa da agenda... mostrava uma imagem aérea da faculdade... a rotunda da éfe cê tê em grande plano... olhei práquilo e pensei... "não sei donde raio é esta fotografia, mas de certeza que não é daqui! a entrada disto nem sequer é parecida! no entanto, ali está o rio, ali a ponte... não! é uma montagem, só pode ser!"... demorei um mês pra descobrir a entrada principal da faculdade... e tendo em conta que eu nem sequer vinha às aulas, acho que até nem foi assim tanto tempo!
1 comentário:
Ah, boas recordações! Curiosamente, a minha primeira vez na FUCKuldade foi muito parecida com a tua. Também fui a pé e também atravessei o bairro social cheio de pessoal chunga para lá chegar. Com OITO CONTOS no bolso, para pagar a inscrição!
Suicida? Nada disso! Preguiçoso! Era aquele o caminho mais curto...
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