o que faz de um establecimento de ensino uma escola é a existência ou não de salas de aula em pré-fabricados... por exemplo, nos temos áureos da secundária de paço d'arcos, hoje secundária camilo castelo branco ou assim, a malta bém tinha aulas nos pavilhões, a mitra tinha aulas nos pré-fabricados... e era uma cena com carácter, as pessoas exibiam-se quando comentavam que andavam no "pinga-pinga"...
eu nunca tive o privilégio de lá andar, foi desactivado pouco depois de lá entrar como aluno... no entanto ouvi isto da muito afortunada da minha irmã "quando chovia, até escorria água pelas paredes"... e são estas coisas que no fundo marcam uma pessoa, porque vejam lá, a minha irmã gostou tanto... que até se mudou ali pra uma escola temporária em algés que era só pré-fabricados! bons velhos tempos...
na secundária de alenquer, hoje em dia damião de góis, a história era semelhante... só que o pré-fabricado chamava-se apenas de "pavilhão", iá... que falta de criatividade monumental... mas isso não impediu alguns excelentes momentos lá passados... como daquela vez que escondemos as chaves das portas das salas, ou da outra em que entrámos na sala pela janela pra empurrar uma mão-cheia de mesas na tentativa de bloquear a porta...
felizmente a faculdade também tinha a sua quota parte destes "edifícios" com o nome de "galinheiros" que apesar de também já praticamente inúteis quando entrei, ainda tive o privilégio de lá ter aulas... ficavam assim no meio do mato... lembro-me de lá dormir na aulas de éléfeá, e de sair com uma imensa comichão pró resto do dia... ou daquela vez em que o superpico sujou aquilo tudo de neve carbónica e a senhora da limpeza foi aos arames...
quem dera à geração morangos d'hoje em dia! têm émésséne e telemóveis e já fazem a festa...
3 comentários:
A Escola de Paço d'Arcos desde que se transformou na Luís de Freitas Branco (onde foste buscar o Camilo?) já não tem metade da piada!
O pinga-pinga era realmente fantástico! As turmas estavam sempre na mesma sala (a não ser em aulas específicas como oficinais) e gerava-se um ambiente de bairro porque todos sabiam em que sala estavam as outras turmas. Nos pavilhões cor-de-rosa estava-se sempre a mudar de sala e acabavas por só conhecer a tua turma. Não havia dia em que não se partisse uma janela numa sala qualquer, as fechaduras eram sempre assediadas com pastilhas, palitos e outras barbaridades do género... Era uma coisa como já não há...
Bons tempos esses...
A geração morangos tá tramada. Agora o mítico ED.III já não está aberto à noite. Em vez dele abre o infame ED.VII. Ora parece que numa destas noites o pessoal que estava lá a queimar neurónios resolveu fazer a mesma brincadeira que o maléfico superpico fez com um estintor. O resultado foi o edifício fechado a partir daí enquanto o responsável não se apresentasse para enfrentar as consequências. Aparentemente este acto resultou numa grande onde de indignação entre corpos directivos e alunos. Fala-se em processo disciplinar, expulsão e por vontade de alguns no fórum da fac, cabeças a rolar!
Não sei como nem quando a fac ficou assim, mas já não é o que era.
Na minha escola secundária também havia desses pavilhões. Apesar de nunca ter percebido porquê, lá chamavam-lhes texas. Alguém deve ter reparado nalguma semelhança entre eles e uma cidade western ou qualquer coisa assim.
Na última semana de um ano lectivo qualquer em que aquelas salas já estavam ditadas ao abandono e de portas abertas o pessoal resolveu começar a desfazer as salas ao pontapé. No final havia buracos nas paredes de umas salas prás outras, cadeiras desfeitas, estoros e algumas janelas partidas... Nunca mais ninguém teve lá aulas e no ano seguinte só lá ficou o espaço e a bicharada teve que arranjar outras paredes pra trepar.
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