segunda-feira, 12 de outubro de 2009

o último érri pótére: parte três

outro aspecto que tornou a minha leitura do último livro do érri pótére uma tortura, foi a tradução... não me lembro nos primeiros livros mas neste último era completamente ignorável... a quantidade absurda de "de ques" espalhados pelo texto... "o érri pensava de que", "o érri perguntou de que", "o érri desconfiou de que", enfim...

ouvi dizer que até existem algumas situações em que o uso do "de que" é correcto... mas eu acho-o uma expressão tão burgessa que a evitaria, e não é difícil... pelo contrário quem traduziu aquilo espetou assim uns dois ou três por página, estilo minas, à espera que eu as pisasse... mas também reparei que quem traduziu, não percebia lá muito de língua portuguesa...

por um lado percebo, porque aquilo desde que saiu a versão inglesa deve ter sido uma escravatura constante para colocar a versão portuguesa o mais rápido possível nas bancas... mas, a que custo? é que se era para irem buscar malta ali à empresa de trabalho temporário mais valia terem ficado quietos... digo eu... ao menos não se pode dizer que a tradução estraga a história, está ao mesmo nível... mau!

houve pra lá uma altura em que até encontrei um "aonde"... fartei-me de rir, mas não é que o "aonde" existe?! acredito que seja até o primeiro de muitos, porque assim daqui prá frente podemos defender a inclusão de todas as outras expressões parecidas... logo ao lado podíamos meter o assentar, o contrário alevantar e pra terminar em grande, o deslargar!

3 comentários:

Jacaré Voador disse...

Foi por essa razão que, ao quarto livro da saga, eu desisti das traduções portuguesas e passei a ler apenas as versões originais.

No entanto, terei de apelidar de ignara a sua crítica ao advérbio "aonde" que, para seu conhecimento, não só existe, como se usa em situações diferentes de "onde".

De facto, o advérbio "onde" é utilizado quando nos referimos a um lugar de paragem e de permanência, onde algo ou alguém está (ex.: Onde vive o João?) e o advérbio "aonde" é usado em situações que indicam o destino de um movimento ou deslocação a um lugar (ex.: Aonde vais à noite?).

Já os pseudo-verbos "deslargar" e "alevantar" (e, já agora, o clássico "amandar") não existem. "Assentar" existe, mas com sentido diferente de "sentar".

mana disse...

Boa, jacaré!
Ia fazer essa achega do "aonde" mas vejo que o fizeste com distinção. :)
Assentar... tijolo, por exemplo. ;)

mARco disse...

Ui que grandes génios que vós sois! Ir procurar a definição de "aonde" ao dicionário e colocá-la aqui é algo que apenas está ao alcance dos mais inteligentes...

Aplaudo-vos e agradeço a correcção do fundo do meu coração! Até rima...

Ah, mas espera! Qual correcção? Ah, não existe nenhuma correcção, porque eu no texto já tinha reconhecido a existência do advérbio "aonde".

E se quisesse saber como ou em que situações se deve aplicar, tinha ido ao dicionátio. Como aliás também fiz...

Mas mantenho que vós sois de facto duas pessoas muitíssimo dotadas...