domingo, 24 de julho de 2005

comédias românticas num único parágrafo de cinco linhas ou menos

aparece a personagem masculina, tipo que pensa que é bom e que tem as garinas todas na mão, o típico homem pelas quais as encalhadas feministas que escrevem estes argumentos sonham... aparece a personagem feminina, a super-mulher, desenrascada e bem sucedida na vida que não precisa de ninguém mas que ainda não encontrou a sua alma-gémea...

conhecem-se e desde logo não gostam um do outro, o homem porque só gosta de burras e a mulher porque acha que o homem é burro... o destino intervém e eles têm de se gramar durante uma semana ou mais... a mulher apercebe-se que o homem tem aquela fachada de pensa qué bom mas no fundo é só sentimentos e é buéda romântico, a um ponto tal que é humanamente impossível...

o homem descobre que a mulher afinal precisa de alguém que lhe encha as medidas, e apesar de dar pra durona ela até salta no ar a ver filmes de terror de segunda... eles apaixonam-se e geralmente até dão uma queca, mas o destino intervém de novo, aparece um antigo namorado ou cai um raio ou assim e a cena que os juntou práquela semana deixa de existir...

cada um volta pró seu canto e comemos com uma cena intragável com uma música lamechas a passar por trás e cada um tristonho entregue aos seus afazeres diários... destino intervém outra vez e acontece qualquer coisa que os faz juntar ou um deles procurar o outro, dá-se então a cena final em que eles só dizem utopias e tratam superficialmente todos os problemas que assolavam a relação...

agora só falta encher isto com uma montanha de cenas de palhaçada, com pessoas a gritar histericamente ou a fazer caretas idiotas, incluir piadas fáceis, caniches, velhos rebarbados ou coscuvilheiros... uma banda sonora intragável com róquezinho de menina revoltada que pensa que já é uma mulher muito moderna, alternando com música romântica de elevador e tá feito...

ena! deu mais de um parágrafo e bem mais de cinco linhas... e ainda digo eu mal...

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