segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

um rapazola às direitas

por falar em ser bacano, tava a vir do treino de quique na sexta manhana... saio da camioneta no cais sodré e dei um pequeno encontrão num tipo... educado que sou virei-me logo pa trás "desculpe" e reparei co tipo era cego... ele vira-se "desculpe, vai prós comboios?", "iá!", "podia levar-me?", "iá, na boa!"...

"dê-me o seu braço" o tipo agarra-se ao meu braço e levo-o comigo... e até teve sorte queu até tenho experiência a transportar cegos que quando andava com aquele pessoal marado, amigos beléque métâle dámadora do hélio, todos queimados da bebida e da ganza senão fosse eu a preocupar-me co cego, não era ninguém...

mas adiante, vamos a meio do caminho "desculpe lá o incómodo" diz ele, "na boa! não se preocupe que não é incómodo nenhum"... chegamos à estação "já agora podia deixar-me na linha 2?", "vai apanhar o dóeiras?", "sim, saio na cruz-quebrada, trabalho ali nas piscinas do jamor"... "tem preferência por carruagem?" pergunto...

"deixe-me na primeira que eu depois oriento-me", encaminhei-o à primeira porta, tava ele a entrar aparece uma velhota do nada "aiai, quem me ajuda a subir pró comboio?!", "obrigado por tudo, desculpe o incómodo" diz o cego, "de nada, não foi incómodo nenhum" respondo enquanto dou a mão à velhota e a ajudo a subir...

"ai muito obrigado meu jovem" diz a velhota depois de subir pró comboio... olho à volta durante uma beca "mais alguém?! não? ninguém mais precisa de ajuda? ah, então já posso ir embora"... eu vou pró céu!

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