antes de sair de casa olhei pró calendário que o amor colocou no frigorífico e li "casamento do jó e da daniela, 29 de maio"... e lembrei-me que o jó é um dos meus primos da magnífica colheita de oitenta, é o primo do futebol porque é de desporto, treina gratuitamente, e porque ama aquilo, os putos num clube lá dos regionais dos regionais e por último é adepto do vitória de guimarães...
o que é estranho é que segundo me contaram, a daniela, futura prima, é de braga... e todá gente sabe que os adeptos do vitória de guimarães e do sporting clube de braga, não gostam nada uns dos outros... alimentam uma rivalidade pior, mais intensa, feia e violenta que aquela entre os adeptos do sport lisboa e benfica e do sporting clube de portugal... o que me leva a concluir que aquele casamento deve ter por detrás assim uma história épica ao melhor estilo romeu e julieta...
até já estou a imaginar o meu primo jó a morder o polegar “estais a morder o polegar para nós, senhor?”, “eu mordo meu polegar, senhor!”, “estais a morder o polegar para nós, senhor?”, “não, senhor, eu não mordo meu polegar para vós, senhor, mas eu mordo o polegar, senhor!” e foi aí que pensei "ora dia 29, espero é que não seja o dia da grande final" e... é! e eu fiquei pior que estragado a mal dizer a minha sorte...
primeiro libertei a pressão toda e atirei a toalha, "não posso ir, não há nada a fazer"... mas depois comecei a imaginar a grande final e a minha oportunidade de enfrentar os cotas, todos armados em profissionais, no meu circuito preferido... e comecei a traçar planos e a fazer contas ao tempo que demorava a ir de palmela a braga... é um plano meio alucinado, mas fazível... agora apenas precisava de convencer a minha mãe e o amor...
a minha mãe foi fácil "oh, ele também não foi ao teu casamento!", "mas ainda vais, não vais?"... e é um pouco por aí... ainda se fosse muita chegado ao meu primo, mas ele mora lá longe, a maior parte das minhas memórias dele são de há mais de 10 anos... e se ele não se deu ao trabalho de interromper as férias para ir beber um champanhe comigo, porque haveria eu de faltar à minha final, para a qual me esforcei uma beca, para qualificar?
o amor, foi um poucochinho mais complicado mas também aceitou... isto porque conseguimos traçar um plano que não lhe implique ir ver uma corrida de karts vestida à casamento, o que entenda-se que seria aborrecido... talvez tão aborrecido como eu ir ao casamento a cheirar a pneu queimado e gasolina... mas aí, ainda bem que somos sócios do oulemes peleice de braga... e segundo o gúguele: evito a igreja, as fotos e chego mesmo na altura ideal, a da comida!
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